EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR LUIZ EDSON FACHIN DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

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1 EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO RELATOR LUIZ EDSON FACHIN DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Manifestação em nome milhares de advogados e da sociedade brasileira Tratamento privilegiado que viola os princípios constitucionais do art. 37 Pedido de explicações à sociedade quanto aos critérios para pauta do HC Violação ao due process of law Questionamento quanto à forma, não ao fundo Processo eletrônico - Habeas corpus nº CARLOS ALEXANDRE KLOMFAHS, casado, advogado regularmente inscrito na OAB/SP sob nº , com que declina para resposta ou ofício carlosklomfahs@adv.oabsp.org.br, membro de comissão na OAB, nos autos do Habeas Corpus em epígrafe, impetrado a favor do ex-presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA em face de decisão do vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça que lhe ameaça o jus libertatis, vem com fundamento no art. 5º, XXXVI, a, da Constituição Federal de 1988, apresentar

2 MANIFESTAÇÃO DE DESAPROVAÇÃO e REQUERIMENTO de prestação de informações aos jurisdicionados e à comunidade jurídica em nome de milhares de advogados brasileiros sobre o tratamento diferenciado aplicado ao ex-presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA e da Sociedade Brasileira que financia o orçamento do Supremo Tribunal Federal de 708 milhões de reais, pelas seguintes razões de fato e de direito a seguir aduzidas. EGRÉGIO TRIBUNAL, NOBRE RELATOR, EMINENTES MINISTROS. É extreme de dúvida que o paciente foi um presidente da República e que por esta razão merece todo respeito e consideração com o alto cargo que ocupou e tudo de importante que fez ao país nos aspectos sociais. Ab initio explica-se que não se trata de questionar o mérito ou de se imiscuir quanto à condenação em 2ª instância do ex-presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, até porque o

3 genitor deste peticionante, JORGE HEINS WERNER KLOMFAHS, fez parte da Diretoria Executiva do SINDICATO DOS METALÚRGICOS DO ABC, fundado em 1933, (embrião do PT e da CUT) no mandato: , quando o expresidente tinha apenas 14 anos, sendo somente em 1978 o ex-presidente feito parte da Diretoria Executiva. Assim, não se trata de nenhum questionamento político no espectro direita-esquerda, nem a favor nem contra o expresidente. Porém, o motivo pelo qual se insurge este peticionante é, a uma, que tal status não se lhe pode permitir que fosse tratado com privilégios processuais por este Egrégio Supremo Tribunal Federal. A duas, que se trata da análise de um habeas corpus preventivo, ou seja, não tanto mais relevante e emergente do que de habeas corpus repressivo, em número de cinco mil (5.000) e segundo noticiado pela imprensa hoje, 29 dos HC s não tiveram decisão alguma no STF ainda. 149 estão prontos para análise, 21 no plenário! Dito de outro modo, a insurreição deste peticionário representando as vozes autorizadas de milhares de advogados e milhões de cidadãos é a violação sem precedentes por esta Corte Constitucional centenária do due process of law, privilegiando de um lado da balança da justiça

4 um ex-presidente da República em detrimento dos pacientes do peticionante e de outros cinco mil que esperam. Levando mais longe a análise, este peticionante não fala como se não fosse um dia disputar e vencer as eleições presidenciais, ao revés, pende de julgamento em favor deste peticionário pedido (PET 7427) ao eminente ministro LUIS ROBERTO BARROSO para disputar as eleições presidenciais de 2018 como candidato independente de partido político, por isso, o mesmo rigor aqui exigido para um ex-presidente da República é o mesmo que a posteriori sujeitar-se-á quando ou após o exercício do cargo de presidente da República. Não é tudo. Este peticionante tem um Habeas Corpus sob nº , em processo de EXTRADIÇÃO solicitado pelo GOVERNO DO PARAGUAI, distribuído ao eminente Ministro MARCO AURÉLIO MELO, cujo trâmite processual encontra-se concluso ao relator desde 27 de novembro de O requerimento de apreciação da liberdade provisória pelo relator da extradição, eminente Ministro LUIZ FUX, nos autos do PPE nº 844, também se encontra parado desde , uma vez que houve mudança no Estatuto do Estrangeiro pela Lei de Migração (Estatuto revogado pelo art. 124 da Lei nº /2017) que permite autorização do STF para que os EXTRADITANDOS respondam em prisão domiciliar até o julgamento da extradição.

5 O que se depreende é que tal tratamento depõe contra o espírito, motivo, meios e fins dos valores e princípios constitucionais da razoabilidade, da moralidade e da impessoalidade. É de ver que a Constituição prevê que os princípios do art. 37, são aplicáveis inclusive aos Poderes da República, verbis: Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: Pari passu o Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal dispõe no art. 145, 149, I e II, que tanto o habeas corpus quanto as causas criminais de réu preso, quanto os pedidos de extradição, terão prioridade no julgamento do Plenário. A consequência e implicação de tal estado de coisas inconstitucional é a desmoralização, o desprestígio, o melindre à neutralidade, à imparcialidade e à segurança do Poder Judiciário e, ipso facto, do Supremo Tribunal Federal aos olhos da sociedade brasileira e da comunidade jurídica. A fortiori há, outrossim, um enfraquecimento na segurança jurisdicional das decisões proferidas nos autos

6 das ações penais e inquéritos policiais na OPERAÇÃO LAVA- JATO, no Paraná, no Rio de Janeiro, em Brasília e em São Paulo. Porquanto se na Suprema Corte os critérios não são claros e não há uma preocupação em prestar contas à sociedade brasileira, aos jurisdicionados e aos advogados que esperam julgamento de seus clientes com imparcialidade e impessoalidade, o que esperar das instâncias inferiores? São estes os fatos em número, grau e gravidade que nos elegem como indispensáveis à Administração da Justiça, fortes e ancorados no artigo 133 da Constituição Federal de Ex positis, REQUER nesta petição: 1) Que este Egrégio Tribunal considere esta MANIFESTAÇÃO DE DESAPROVAÇÃO e que seja lido a suma em Plenário pelo eminente relator; 2) Que o Egrégio Plenário se manifeste na data de 04 de abril de 2018, tanto atendendo ao pleito deste peticionante, nos autos do Pedido de Extradição nº 844 e seu respectivo habeas corpus, quanto aos milhares de advogados e à Sociedade Brasileira que financia seu orçamento e o de todos os demais Poderes, sendo a SOBERANIA POPULAR a legítima e lídima fiscal da res

7 publica, RESPONDENDO em Plenário quais foram os critérios utilizados pelo eminente Relator, para colocar em pauta habeas corpus de ex-presidente da República em detrimento de milhares que jazem à porta da Corte. FIAT JUSTITIA EQUAL JUSTICE UNDER LAW Termos em que, Pede deferimento. São Bernardo do Campo, 24 de março de CARLOS ALEXANDRE KLOMFAHS [assinatura por certificado digital] OAB/SP