Este artigo foi extraído de Entretiens viti-vinicoles Rhône Méditerranée 2006 (ITV France)
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- Olívia Avelar Sabala
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1 UM EXEMPLO DE GESTÃO DA IRRIGAÇÃO: LES TERRASSES BASSES DE L ORBIEU, UM TRABALHO EM COLABORAÇÃO COM O SYNDICAT CRU CORBIERES, COM O INAO E COM A CHAMBRE D AGRICULTURE DO AUDE Cédric LECAREUX Chambre d'agriculture de l'aude Este artigo foi extraído de Entretiens viti-vinicoles Rhône Méditerranée 26 (ITV France) Les terrasses basses de l orbieu é uma zona classificada como AOC Corbières, onde a irrigação é autorizada por derrogação desde os anos 6. A rega é frequentemente necessária para melhorar uma reserva útil, extremamente fraca, que se esgota muito rapidamente no verão. O trabalho efectuado após 23 permitiu editar, em 25, um boletim semanal de aconselhamento para a irrigação, visando ajudar os viticultores a melhor gerir a irrigação com um objectivo unicamente qualitativo. Esta gestão baseia-se no acompanhamento de uma série de parcelas, através da medição do potencial foliar de base e, a partir de 26, do potencial de base e do modelo de balanço hídrico ITV-INRA. A série de parcelas A ideia de gestão sectorial da irrigação da vinha por parcelas testemunha é simples: efectua-se a medição dos potenciais foliares de base numa série de parcelas. Os resultados deste trabalho são extrapolados ao conjunto das parcelas da mesma UTB (Unité Terroir de Base) e de uma mesma casta. Assim, esta gestão sectorial requer um trabalho preliminar para determinar das parcelas que servirão de referência para a série em estudo. Entre as diversas parcelas de Les terrasses basses de l orbieu foram escolhidas as parcelas testemunha (UTB), terraços filtrantes caracterizados pela presença de um «turet calcaire» a 5-6 cm de profundidade, que dificulta a exploração radicular abaixo deste limite, tornando a reserva útil extremamente fraca. Diferentes critérios foram decisivos na escolha das parcelas. A casta : Foram consideradas 4 castas maioritárias: a Carignan, a Grenache, a Mourvedre e a Syrah. O comportamento hídrico : o comportamento hídrico diferiu conforme a parcela. Determinadas parcelas mostraram ser bastante sensíveis, sensíveis ou pouco sensíveis ao stress hídrico, de acordo com a opinião empírica dos viticultores. A possibilidade de existirem testemunhas não irrigadas durante toda a estação : de facto, por cada parcela é necessário existir uma zona não irrigada onde serão realizadas as medições necessárias à gestão da irrigação. Outros factores foram tidos em conta na escolha das parcelas. Foram estudados os parâmetros físico-químicos do solo. Assim, realizaram-se estudos do ph, da reserva útil, da percentagem de pedra, da textura ( ) através de amostras recolhidas no terreno. Além disso, as parcelas deviam apresentar um acesso fácil às câmaras de pressão e ser homogéneas, ou seja apresentar uma variabilidade mínima da entre linha e na linha.
2 Estes diferentes critérios permitiram constituir uma série de 2 parcelas nas quais foram conservadas testemunhas não irrigadas durante todo o ano. As medições dos potenciais foliares de base foram realizadas a cada 15 dias ou mesmo todas as semanas, em função dos valores registados e da climatologia. Interpretação dos resultados Regras de interpretação : Sabendo que o stress hídrico é avaliado em termos de limites e duração, foram propostas grelhas de interpretação das medições para cada casta e em função do tipo de produção desejada. Estas grelhas foram obtidas baseadas numa síntese do trabalho do ITV (JC. Payan, K. Kansou), do INRA (A. Deloire, H. Ojeda) e da Chambre d Agriculture (CA3, CA84). Apresenta-se, em seguida, a grelha de interpretação de três das principais castas para um objectivo de produção AOC perfil frutado. Foram igualmente utilizadas grelhas para um perfil de guarda. Zona 1 = sobre-alimentação de água Zona 2 = percurso hídrico óptimo para obter a produção desejada Zona 3 = percurso hídrico com tendência à seca Zona 4 = sub-alimentação de água MPa-,4,1,2 Grille d'interprétation Carignan AOC 1-mai 16-mai 31-mai 15-juin 3-juin 15-juil 3-juil 14-août 29-août 13-sept
3 MPa -,4,1,2 Grille d'interprétation Grenache AOC 1-Mai 16-Mai 31-Mai 15-Jun 3-Jun 15-Jul 3-Jul 14-Ago 29-Ago 13-Set Grille d'interprétation Syrah AOC 1-mai 16-mai 31-mai 15-juin 3-juin 15-juil 3-juil 14-août 29-août 13-sept 1 MPa-,4,1,2 Foram definidas, à priori, regras de intervenção em função das medições realizadas e do seu posicionamento nas grelhas: Zona 1 ou 2 : sem irrigação Zona 3 (durante 1 semana): sem irrigação Zona 3 (durante 2 semanas): em função do tempo necessário para desencadear a irrigação (instalação da tubagem), possibilidade de desencadear a irrigação Zona 3 (durante 3 semanas) ou Zona 4: desencadear a irrigação o mais rápido possível Resultados: Uma vez realizadas as medições, tendo em conta todos os diferentes critérios, é possível realizar uma interpretação em relação aos diagramas de referência, inicialmente por parcela, e em seguida reagrupando as castas com o objectivo de realizar os boletins. As médias obtidas (em bares) para as diferentes castas são apresentadas na tabela seguinte :
4 Casta Datas de medição 31/5 e 1/6 15 e 23 e 5 e 12 e 21 e 2 e 16/6 24/6 6/7 13/7 22/7 3/8 Carignan -2,31-2,1-2,15-3,5-4,11-5,9-7,43 Grenache,95,83-2,7-3,36-4,44-5,49-7,75 Mourvèdre -2,2,74,94-2,3-3,99-4,91-7,72 Syrah -2,45-2,27-2,28-3,24-4,8-5,36-7,36 Pode-se observar que as médias para cada casta não são muito diferentes. Portanto, o que foi considerado no boletim foi a reacção de cada casta ao stress. Por exemplo, se forem comparadas Carignan e Syrah : Carignan, perfil AOC frutado : observa-se no início da temporada uma ligeira diminuição de Ψ b compensada por 1 mm de chuvas de 13 de Junho, e depois a partir de 23 de Junho observou-se novamente uma diminuição progressiva de Ψ b que implicou a passagem a zona 3 no início de Agosto. Nesta data, parece, portanto, não ser necessário qualquer tipo de irrigação. Carignan testemunha não irrigada MPa -,4,1,2 1-mai 16-mai 31-mai 15-juin 3-juin 15-juil 3-juil 14-août 29-août 13-sept Syrah, perfil AOC frutado : até 1 de Junho observa-se uma diminuição dos Ψ b seguida de uma ligeira tendência a aumentar como consequência da precipitação de 13 de Junho. Contudo, a partir de 23 de Junho assistiu-se novamente a uma diminuição de Ψ b que se mostra mais exagerada a partir de 5 de Julho, provocando a passagem à zona 3 dos diagramas de referência a 13 de Julho. Sabendo-se que a 21 de Julho se manteve em zona 3, o conselho dado aos viticultores foi o de iniciar a rega.
5 Syrah Testemunha não regada MPa -,4,1 1-mai 16-mai 31-mai 15-juin 3-juin 15-juil 3-juil 14-août 29-août 13-sept, As doses de rega foram recomendadas em função do sistema de rega: por aspersão, recomendou-se uma dose de 2 a 3 mm, e com rega gota a gota, doses de 1 a 2 mm/dia foram recomendadas. Conclusão Apesar do peso das medições do potencial foliar de base, o método de gestão funciona, caso se conheça bem a UTB com a qual se trabalha. As medições realizadas no próximo ano permitirão validar o modelo de balanço hídrico e evitar realizar no futuro medições de potenciais de base ao longo de toda a temporada. O objectivo deste projecto é também passar de um método de gestão parcelar da irrigação controlada a um instrumento sectorial. O desenvolvimento destes métodos de aconselhamento passa, também, por um acompanhamento dos grupos de viticultores no terreno, com o objectivo de adaptar a mensagem às condições próprias de cada exploração, assim como às necessidades fitossanitárias (Oïdium, Mildiou) da produção integrada. A irrigação é uma das chaves para o futuro do nosso potencial competitivo. Portanto, devemos desenvolver sistemas de irrigação, assim como ajudas para a sua gestão com o objectivo de evitar os desperdícios e as utilizações abusivas de um recurso que escasseia em período estival...
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