LEVANTAMENTO SOBRE O GERENCIAMENTO DOS MEDICAMENTOS EM UM POSTO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO/SC
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- Benedicto de Almeida Domingues
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1 LEVANTAMENTO SOBRE O GERENCIAMENTO DOS MEDICAMENTOS EM UM POSTO DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE TUBARÃO/SC LarissaColonetti Cardoso 1 ; Ana Cristina Vieira 2 (orientadora) INTRODUÇÃO Em cada município existe uma Farmácia central vinculada ao SUS, na qual um Farmacêutico tem a responsabilidade das compras anuais para o município. De acordo com os dados farmacoepidemiológicos levantados pela secretaria municipal de saúde, o farmacêutico do município faz as compras, inicialmente para atender as necessidades básicas de cada posto de saúde. Mensalmente os medicamentos são distribuídos a partir da Farmácia central, conforme a demanda necessária dos pacientes cadastrados e atendidos nos postos. Posteriormente o Farmacêutico conforme solicitação deve também fazer a compra, quando necessário, dos medicamentos especiais (CONSENDEY, BERMUDEZ, REIS, SILVA, OLIVEIRA, LUIZA, 2000). Para uma boa aquisição de medicamentos o responsável deve considerar primeiro o que comprar; quando e quanto comprar; e como comprar, sendo que todas as solicitações devem passar por licitações, as quais demandam um tempo (SANTOS, NITRINI, 2004), (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006). Em farmácias comerciais estas compras são feitas diariamente, conforme a demanda necessária, sem licitação, mas na busca do melhor preço e qualidade (IBAÑEZ, NETO, 2007).Nos dois casos existe a possibilidade do vencimento do prazo de validade dos medicamentos, sendo a compra anual ou diária. Proporcionalmente acredita-se que a chance de vencimento em quantidade mais elevada deve ser bem maior no sistema público, apesar de muitas vezes haver falta de algumas medicações, ou seja, é bem possível que enquanto joga-se fora os vencidos, muitos pacientes ficam sem outros medicamentos essenciais, como por exemplo, os utilizados para hipertensão (VIEIRA, ROSA, 2007).O problema é que o perfil de doenças da população e de demanda de medicamentos acaba se alterando ao longo do ano, e muitas vezes o preço mais
2 baixo vem associado a um período mais curto de validade destes medicamentos (VIEIRA, ROSA, 2007). Em Tubarão até onde se sabe, não existe um programa central de trocas de medicamentos entre postos, o que na atualidade e na era da internet é impensável acontecer, pois o domínio da informação digital e programas de gerenciamento estão na sociedade aos borbotões. As Diretrizes para a estruturação de farmácias no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), no que concerne a assistência farmacêutica, visam entre outras coisas, detectar as falhas e melhorar o sistema, no intuito de usar de forma séria e produtiva as verbas públicas, como conseqüência melhorando o atendimento aos usuários (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). Por outro lado as compras centralizadas de medicamentos de alto custo, ou mesmo os de atenção básica em grandes quantidades, permitem agregar demanda e facilitam a negociação por preços. É necessário no serviço público de saúde, criar sistemas onde os medicamentos comprados sejam de qualidade, baixos preços (acessíveis), e com um prazo maior de validade (OPAS, 2009). É preciso investigar na origem onde estão as falhas do sistema e o que é possível fazer para contribuir com as soluções. Como acadêmicos de cursos na área da saúde, observando in loco a problemática e pensando na busca das soluções surgiu a idéia deste projeto de pesquisa, que a partir de uma pequena célula é possível chegar ao organismo como um todo, e pensar na cura da enfermidade. Este trabalho teve como objetivo geral avaliar o gerenciamento dos medicamentos em um posto de saúde no município de Tubarão, especialmente a questão dos medicamentos vencidos. Palavras-chave: Sistema único de saúde, postos, medicamentos vencidos. 1 Acadêmico de Farmácia da Unisul. Bolsista do PUIC. 2 Professora do Curso de Farmácia - Unisul. ana.vieira@unisul.br MÉTODO O estudo de caso adotado nesta pesquisa foi escolhido pela profundidade e exaustão na busca de elementos que possam representar uma parte do todo. A investigação permite um
3 amplo e detalhado conhecimento do assunto. Ao mesmo tempo a pesquisa inicialmente é exploratória, tendo por finalidade o levantamento de informações sobre o objeto escolhido, facilitando a delimitação do tema, definindo a hipótese e buscando descobrir um novo enfoque para estudos posteriores. Posteriormente adotou-se a pesquisa descritiva, no sentido da observação, registro, análise, classificação e interpretação dos fatos e dados levantados. As análise serão qualitativas e quantitativas, dependendo do dado a ser trabalhado (MARCONI; LAKATOS, 2003) (APPOLINÁRIO, 2006). A amostra é composta de um posto de saúde da cidade de Tubarão, com sua farmácia interna. O instrumento de coleta de dados foi um questionário, que foi aplicado ao responsável pelos medicamentos no posto com perguntas abertas e fechadas. Foi desenvolvido um procedimento operacional padrão (pop), especialmente para esta pesquisa, com elementos de auto inspeção para verificação dos gastos com compras e perdas, faltas e vencimentos de medicamentos. Ocritério de inclusão pautou-se na aprovação da pesquisapor parte do responsável do SUS.Anteriormente os pesquisadores entraram em contato e obtiveram a aceitação verbal dos responsáveis e o estímulo a aplicação da pesquisa. Os dados foram tabulados e avaliados pelos pesquisadores. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Sul de Santa Catarina. RESULTADOS E DISCUSSÃO Através das observações e aplicação de um questionário e de um protocolo padrão, foram feitas as avaliações quinzenalmente, como a identificação dos medicamentos vencidos, controle do estoque, dispensação e descarte dos medicamentos. O farmacêutico tem como objetivos fazer o controle da qualidade, a conservação, a segurança e a eficácia dos medicamentos (FARIAS, 2007). Com o paciente deve haver o acompanhamento, a avaliação da utilização, as informações necessárias como dose, horários, quantidade, tempo de tratamento, entre outras informações. É responsabilidade dele também promover a promoção e prevenção em saúde (BERNARDI, 2006).
4 Pode-se observar após a aplicação da planilha (POP) que não existe diferença nas baixas entre o que é consumido pelo paciente e os medicamentos vencidos, ou seja, não aparece no controle do posto a quantidade excessiva de medicamentos vencidos nos meses. Na tabela utilizada pelo posto de saúde de Tubarão, consta os seguintes dados de aproximadamente 43 medicamentos: Nome dos medicamentos, forma farmacêutica, estoque inicial, quantidade recebida, consumo do mês, estoque final. No posto não existe farmacêutico responsável pelo gerenciamento e dispensação dos medicamentos e a técnica faz o melhor possível para organizar o sistema, mas percebem-se as carências na formação, pois não é possível substituir um profissional com formação especialista em medicamentos, há muitas nuances, como levantamento epidemiológico, gerenciamento dos medicamentos nos postos e acompanhamento farmacoterapêutico. Enfim, verificou-se um número alto de medicamentos vencidos, falta de direcionamento nas compras, sendo estas feitas praticamente uma vez ao ano pela Farmácia central, e distribuições para os postos de forma mensal se necessário, dentro de um pedido anual. Não fica claro a questão da coleta de medicamentos vencidos, de uma categoria especial como é o caso de antibióticos e hormônios. Eles são separados em alguns postos, mas não foi observado a coleta por empresas especiais para dar o destino final. E finalmente, existe uma carência no momento da dispensação.. CONCLUSÕES Existem dificuldades que vão da seleção, compra, distribuição e descarte dos medicamentos. Observa-se que existem poucos farmacêuticos para muitos postos na cidade. E estes ficam na Farmácia Central, não podendo ter uma visão mais clara e apurada de cada posto. As compras são feitas de forma padrão, o que mais sai, é pedido sempre por cada posto e retirado das listas de compras os medicamentos que tem menor saída. As quantidades são padrão, e quando um lote vence outro é pedido no seu lugar.
5 É necessário melhorar as compras, é preciso que haja prazos de validade maiores e critérios na escolha e quantidades a serem compradas. Além disto, é preciso melhorar o descarte e criar um sistema de comunicação entre postos para que haja uma troca de medicamentos quando necessário, evitando o vencimento e o desperdício. Em alguns trabalhos realizados no Brasil e em Santa Catarina, como o caso da Prefeitura de Blumenau, que demonstrou que o aumento na contratação de farmacêuticos pelos postos, gerou uma economia de quase 50% em alguns casos nos gastos com a saúde. Há muito a ser feito e é necessário aprofundar esta pesquisa para os demais postos da cidade para observar se existe um padrão de funcionamento para todos. De qualquer forma, acredita-se que um bom profissional farmacêutico em cada posto onde hámedicamentos, deverá gerar uma economia e um melhoramento nos serviços.. REFERÊNCIAS APPOLINÁRIO, Fábio. Metodologia da ciência:filosofia e prática da pesquisa. São Paulo: Cengage Learning, BERNARDI L. B. Carmen. Avaliação da Assistência Farmacêutica Básica nos Municípios de Abrangência da 17 a Coordenadoria Regional de Saúde do Rio Grande do Sul. Saúde e sociedade; 2006 CONSENDEY A. E. Marly, BERMUDEZ A. Z. Jorge, REIS L. A. André, SILVA F. Hayne, OLIVEIRA A. Marla, LUIZA L. Vera. Assistência farmacêutica na atenção básica de saúde: a experiência de três estados brasileiros. [citado em janeiro a março de 2000]. Disponível em: < FARIAS D. Andrezza. Indicadores de prescrição médica nas unidades básicas de Saúde da Família no município de Campina Grande, PB. Campina Grande. Revista brasileira epidemiologia
6 IBAÑEZ Nelson, NETO V. Gonzalo. Modelo de gestão e o SUS. Rio de Janeiro: Saúde coletiva; 2007 MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica.5. ed. São Paulo: Atlas, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Aquisição de medicamentos para assistência farmacêutica no SUS.[citado em 2006]Disponível em: ncia_farmaceutica_no_sus.pdf MINISTÉRIO DA SAÚDE. Política nacional de medicamentos. Secretária de políticas de saúde. Brasília OPAS (ORGANIZAÇÃO PAN-AMERICANA DA SAÚDE). O acesso aos medicamentos de alto custo nas Américas: contexto, desafios e perspectivas. 1 ed. Brasília: AllType Assessoria Editorial Ltda, SANTOS Vania, NITRINI M. O. O. Sandra. Indicadores do uso de medicamentos prescritos e de assistência ao paciente de serviços de saúde. São Paulo: Revista de saúde pública; VIEIRA S. Fábiola Mendes, ROSA C. Andréa. Evolução dos gastos do ministério da saúde com medicamentos.[citado em 2007] Disponível em:<
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