Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.

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1 EMENTA: 1. BENS JURÍDICOS Classificação Bem Imóvel Tipo de bens imóveis Bens móveis Tipo de bens imóveis Bens fungíveis e infungíveis Bens Consumíveis Bens divisíveis e indivisíveis Bens singulares e coletivos Bens principais e acessórios Tipos de bens acessórios Bens particulares e públicos. 1. BENS JURÍDICOS. Bens são coisas. Coisas são um gênero do qual bens são espécie. Para ser um bem, necessariamente, a coisa deve possuir valor econômico Classificação Bem Imóvel. Também conhecido como bem de raiz. Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente Tipo de bens imóveis. Bem imóvel por força da natureza: Tudo aquilo que agrega ao solo por força natural. Bem imóvel por acessão física artificial: São aqueles que agregam ao solo por força do homem, por exemplo, uma construção. Bem imóvel por determinação de lei: Aqueles que a lei define como imóvel. Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais: I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram; II - o direito à sucessão a- berta. Além disso: Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis: I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade, forem removidas para outro local; II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se reempregarem. Um exemplo para o inciso I é o da casa pré-fabricada. Do inciso II são os azulejos que, durante uma reforma, são retirados da parede e enviados para restauração. 1

2 Bens móveis. São aqueles que podem ser transportados ou possuem movimento próprio Tipo de bens imóveis. Bem móvel por natureza: É o bem que para ser movido depende de ação alheia. Bens semoventes: São aqueles que se locomovem com a própria força, como os animais. Bem móvel por força de lei: Aqueles que a lei define como móvel. Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais: I - as energias que tenham valor econômico; II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes; III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações. No rol do artigo 83 incluem-se os direitos pessoais de caráter patrimonial e, portanto, os direitos decorrentes de contratos. Assim sendo, eventual ação de despejo fundamentada em contrato de locação, ainda que o objeto locado seja imóvel, será considerada uma ação de bem móvel. Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa qualidade os provenientes da demolição de algum prédio. Isso quer dizer, por exemplo, que um azulejo na loja é bem móvel, porém, ao ser incluído na parede de uma construção, passa a ser bem imóvel. A característica de bem móvel apenas será recuperada com a demolição da construção Bens fungíveis e infungíveis. É aquele que pode ser substituído por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade. Nos termos do artigo 85 do CC, todo bem fungível deve ser móvel. Importante destacar que nem todo vem móvel será fungível. Raciocínio semelhante se aplica aos bens infungíveis, ou seja, aqueles que não podem ser substituídos por outro de mesma espécie, qualidade e quantidade. Art. 85. São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade Bens Consumíveis. Consuntibilidade física: bem consumível fisicamente. Consuntibilidade jurídica: bem inconsumível fisicamente. 2

3 Art. 86. São consumíveis os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria substância, sendo também considerados tais os destinados à alienação. Todo bem consumível é móvel. O caso da destruição imediata do artigo 86 refere-se aos bens consumíveis fisicamente, que só podem ser utilizados uma única vez. Já a hipótese dos bens destinados à alienação refere-se à consuntibilidade jurídica dos bens. Assim sendo, a consuntibilidade jurídica é, basicamente, a possibilidade de alienação do bem. Inconsuntibilidade física: permite o uso por mais de uma vez. Inconsuntibilidade jurídica: é o caso de bem inalienável Bens divisíveis e indivisíveis. Bens divisíveis são aqueles que podem ser divididos sem comprometimento da essência. Bens indivisíveis, portanto, são aqueles que não pode ser divididos sem que isso comprometa sua essência. Art. 88. Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes. Bens indivisíveis por força de lei: é o exemplo da herança: Art A herança defere-se como um todo unitário, ainda que vários sejam os herdeiros. Parágrafo único. Até a partilha, o direito dos co-herdeiros, quanto à propriedade e posse da herança, será indivisível, e regular-se-á pelas normas relativas ao condomínio. Bens indivisíveis por vontade das partes: requer cláusula contratual de indivisibilidade, que, por exemplo, é o caso previsto no artigo do CC: Art A todo tempo será lícito ao condômino exigir a divisão da coisa comum, respondendo o quinhão de cada um pela sua parte nas despesas da divisão. 1 o Podem os condôminos acordar que fique indivisa a coisa comum por prazo não maior de cinco anos, suscetível de prorrogação ulterior. 2 o Não poderá exceder de cinco anos a indivisão estabelecida pelo doador ou pelo testador. 3 o A requerimento de qualquer interessado e se graves razões o aconselharem, pode o juiz determinar a divisão da coisa comum antes do prazo Bens singulares e coletivos. O Código Civil é bem claro ao definir bens singulares: Art. 89. São singulares os bens que, embora reunidos, se consideram de per si, independentemente dos demais. 3

4 Bens coletivos são aqueles que pertencem à universalidade. No CC há dois tipos de universalidade. Universalidade de fato: Art. 90. Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária. Parágrafo único. Os bens que formam essa universalidade podem ser objeto de relações jurídicas próprias. É o caso, por exemplo, de uma biblioteca. A pessoa possui uma pluralidade de bens singulares (vários livros), mas que possuem uma destinação unitária. Universalidade de direito: Art. 91. Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico. Por exemplo, a herança. Pois ela é formada pelo conjunto de relações jurídicas de uma pessoa (ou seja, todos os seus direitos e ônus) e possui um valor econômico Bens principais e acessórios. Bens principais são aqueles que existem por si só. Bens acessórios são aqueles que supõem a existência do principal Tipos de bens acessórios. Frutos: são acréscimos renováveis. Por exemplo, a maçã de uma macieira, que poderá nascer de novo da safra seguinte. Produtos: são acréscimos não renováveis. Por exemplo, o carvão de uma mina, que uma vez retirado não poderá mais ser renovado. Benfeitorias: Podem ser necessárias, úteis ou voluptuárias. As benfeitorias necessárias são aquelas ligadas à manutenção do bem, por exemplo, o telhado de uma casa. As benfeitorias úteis são aquelas que facilitam o uso, por exemplo, uma rampa de acesso. As benfeitorias voluptuárias são aquelas ligadas ao laser, recreação ou embelezamento, por exemplo, uma piscina. Em regra, bens acessórios seguem o principal, por isso, os frutos, produtos e benfeitorias sempre acompanharão o bem principal. Contudo, há uma exceção; Pertenças: São bens acessórios que não seguem o principal. 4

5 Art. 93. São pertenças os bens que, não constituindo partes integrantes, se destinam, de modo duradouro, ao uso, ao serviço ou ao aformoseamento de outro. São exemplos de pertença a TV de plasma presa em uma parede, o tapete persa, entre outros. Ar condicionado central é considerado parte integrante do bem, mas o ar condicionado de janela e o split são considerados pertenças. Radio automotivo instalado de fábrica é parte integrante, mas aquele de outra marca, instalado após a compra, é pertença. Art. 94. Os negócios jurídicos que dizem respeito ao bem principal não abrangem as pertenças, salvo se o contrário resultar da lei, da manifestação de vontade, ou das circunstâncias do caso. Excepcionalmente, a pertença seguirá o principal, quando as partes assim desejarem, ou quando as circunstâncias admitem por exemplo, alguém que compra uma escola de informática, é de se pensar que os computadores instalados acompanhem o principal Bens particulares e públicos. Bem particular é aquele que não é público, ou seja, é um conceito residual. Para entendê-lo melhor é necessário conceituar o bem público, o que é feito pelo artigo 98 do CC: Art. 98. São públicos os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas jurídicas de direito público interno; todos os outros são particulares, seja qual for a pessoa a que pertencerem. Ainda, o CC trata de classificar os bens públicos: Art. 99. São bens públicos: I - os de uso comum do povo, tais como rios, mares, estradas, ruas e praças; II - os de uso especial, tais como edifícios ou terrenos destinados a serviço ou estabelecimento da administração federal, estadual, territorial ou municipal, inclusive os de suas autarquias; III - os dominicais, que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de direito público, como objeto de direito pessoal, ou real, de cada uma dessas entidades. Parágrafo único. Não dispondo a lei em contrário, consideram-se dominicais os bens pertencentes às pessoas jurídicas de direito público a que se tenha dado estrutura de direito privado. (grifo nosso) O uso do bem público pode ser tanto gratuito, quando retribuído, contudo, a cobrança deve estar prevista em lei. Art O uso comum dos bens públicos pode ser gratuito ou retribuído, conforme for estabelecido legalmente pela entidade a cuja administração pertencerem. 5

6 Bens públicos de uso especial possuem destinação específica, diz-se que estão afetados, por exemplo, sediar uma autarquia. Bens dominicais, também chamados de dominiais, são aqueles que não possuem destinação específica, ou seja, estão inafetados. Bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis: Art Os bens públicos de uso comum do povo e os de uso especial são inalienáveis, enquanto conservarem a sua qualificação, na forma que a lei determinar. Bens dominicais poderão ser alienados: Art Os bens públicos dominicais podem ser alienados, observadas as exigências da lei. Apesar de ser possível a alienação de bens públicos, importante destacar que nenhum tipo de bem público poderá ser objeto de usucapião, conforme determina o artigo 102 do CC. Art Os bens públicos não estão sujeitos a usucapião. 6