ANÁLISE SOCIOLÓGICA DA ESCOLA: UMA DISCUSSÃO SOBRE A RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO.
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- Roberto Bergmann Mendonça
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1 ANÁLISE SOCIOLÓGICA DA ESCOLA: UMA DISCUSSÃO SOBRE A RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO. Marcus Vinicius de Souza Perez de Carvalho. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho Faculdade de Filosofia e Ciência Marília. SP. maarcus.carvalho@gmail.com. Eixo Temático: Formação de professores Modalidade: POSTER. Resumo: Como se dá as relações sociais dentro da escola? Como se desenvolve a relação professor e aluno? Essas são questões pertinentes à desconstrução do senso comum que permeia a função e a expectativa da escola para com a sociedade. Foi observado o contexto social do interior da Escola Estadual Profº Baltazar de Godoy Moreira, no município de Marília, com a intenção de apreender as relações sociais que se desenvolvem dentro do âmbito escolar. A partir do estudo de campo, várias perguntas foram feitas no sentido de se fazer presente uma real necessidade de esclarecimento e, partindo deste, uma construção do perfil atual do que a academia propõe em relação à formação desse futuro docente. Dentro dessa perspectiva foi-se pensado como o professor desenvolve seu trabalho e suas relações para com o aluno. Com isso, surge a necessidade de pensar essa formação, em como se deu esse professor, assim, observando, analisando e relaborando as falhas dos processos formativos pertinentes às Universidades. Esse estudo propõe a análise de como os professores (com foco em como se deu seu processo formativo) se relacionam com seus alunos, com a intenção de melhorar a forma de disseminação do conhecimento. Palavra Chave: Formação, Professor, Aluno, Educação. Introdução Temos na escola a crença de que a mesma é possuidora da capacidade de abranger a sociedade com seu conjunto funcional, organizacional e docente, voltados à disponibilização do conhecimento. Essa crença permeia o senso comum na sociedade, sabe-se que a escola, na modernidade, se funda pelos interesses da classe burguesa, ou o grupo social dominante, tendo por intenção a construção de sujeitos que, posteriormente, se tornariam os trabalhadores, vendedores de sua força de trabalho, sendo essa especializada por decorrência do desenvolvimento escolar do aluno/sujeito. Como esse conhecimento é socializado? Como se dá as relações sociais dentro da escola? Especificamente, como se desenvolve a relação professor e aluno? Essas são questões pertinentes à desconstrução do senso comum que permeia a função e a expectativa da escola para com a sociedade.
2 A escola organiza-se como uma agência centrada no professor, o qual transmite, segundo uma gradação lógica, o acervo cultural aos alunos. A estes cabe assimilar os conhecimentos que lhes são transmitidos. (SAVIANI, 2007, p. 06). Por isso, pensar o professor e o aluno, a ligação social que se desenvolve no interior da escola, é de fundamental importância para que seja pensado e repensado como os professores se relacionam com a sua função e como os alunos absorvem a proposta dos mestres, ou seja, da escola enquanto mediadora dos interesses e perspectivas do Estado. Metodologia Foi observado o contexto social do interior da Escola Estadual Profº Baltazar de Godoy Moreira, no município de Marília, pelo período de um total de 30 (trinta) horas, com a intenção de apreender as relações sociais que se desenvolvem dentro do âmbito escolar. Através da observação, do método etnográfico, foi constatado a convivências dos agentes escolares, os professores, o corpo organizacional, os funcionários da manutenção física da escola e os alunos. Sala de professores, corredores, laboratório de informática, sala de aula, biblioteca foram os espaços possíveis para averiguar como se davam as relações sociais, foi observado também os momentos de intervalo entre as aulas (recreio) e a interação dos alunos durante os períodos de aula vaga. Através da obtenção dos depoimentos orais dos alunos e professores, e da observação direta da dinâmica escolar, foi, a partir desses dados, possível refletir sobre as relações, como se produz as relações entre professores e alunos. Ressaltando a importância da história oral, que se a memória é socialmente construída, é óbvio que toda documentação também o é. Para um não há diferença fundamental entre fonte escrita e fonte oral. A crítica da fonte, tal como todo historiador aprende a fazer, deve, a meu ver, ser aplicada a fontes de tudo quanto é tipo. Desse ponto de vista, a fonte oral é exatamente comparável à fonte escrita. Nem a fonte escrita pode ser tomada tal e qual ela se apresenta. (POLLAK, 1992, p. 207)
3 Desenvolvimento Atenhamos ao perfil do professor nesse momento. Ter contato direto com o corpo docente da escola é intrigante, pois o mesmo na sua média (há exceções) não possui características que se espera de um professor, poderíamos dizer basicamente da falta de compreensão para com os alunos, suas subjetividades e identidades. Os professores, dentro do ambiente escolar, reproduzem a consciência violenta para com o jovem e os desenvolvimentos de suas particularidades, constantemente esses jovens são podados, impedidos de expressar suas vontades e até seus perfis sexuais. Nesse quadro, tem-se, então, o professor como reprodutor da consciência vigente da sociedade e, além, não acompanha a diversidade das gerações e do próprio movimento dinâmico social, tornando, assim, a sala de aula um ambiente conservador e, muitas vezes, retrogrado em relação às necessidades dos alunos. Longe de propor um comportamento anarquista aos professores, esses devem, constantemente, levar em consideração o perfil do aluno, o contexto que esse está inserido e sua historia para que se possa realizar um verdadeiro trabalho de docência. Alcançar o aluno deveria ser a intenção do professor com o intuito de compartilhar o conhecimento, e não aparar as particularidades da subjetividade humana em razão das suas necessidades ou crenças (religiosas, pois alguns professores trazem para sala de aula, como um ambiente de propagação, seus valores religiosos que se confundem constantemente com seus valores sociais). Pensando pela perspectiva do aluno, como aquele espaço que deveria ser possuidor da capacidade de abranger e desenvolver suas capacidades se torna útil às suas necessidades? Não o torna, pois o mesmo espaço que deveria ser emancipatório além de possuir em suas raízes a lógica do capital temos os professores como objetos, que não vêem em sua profissão a necessidade de ser um sujeito que possa abranger cada vez mais perspectivas diferentes, tornando-se um trabalhador estático em suas próprias funções, as quais se realizam enquanto rígidas, quadradas em suas propostas e em seus desenvolvimentos. Adentrar a sala de aula e esperar que os alunos possuam o perfil dos alunos dos anos 70, 80 ou 90 é demonstrar uma postura estagnada no tempo, uma postura que não reflete a sua contemporaneidade, a diversificação social que o agente professor esta inserido.
4 Conclusão Pensa-se que o papel do professor é o de garantir que o conhecimento seja adquirido, às vezes mesmo contra a vontade imediata da criança [e do jovem], que espontaneamente não tem condições de enveredar para a realização dos esforços necessários à aquisição dos conteúdos mais ricos e sem os quais ela não terá vez, não terá chance de participar da sociedade. (SAVIANI, 2007, p. 48 e 49) Com isso, devemos pensar essa formação, em como se deu esse professor que possui como função a disseminação do conhecimento junto aos alunos, assim, observando, analisando e relaborando as falhas dos processos formativos pertinentes às Universidades. Quais são os interesses por de trás de uma formação, muitas vezes negligenciada ao professor dentro do ambiente acadêmico? Existe a formação a distancia, sendo assim qual seria o resultado desse professor ao final dessa formação? A partir do estudo de campo, várias perguntas foram feitas no sentido de se fazer presente uma real necessidade de esclarecimento e, partindo deste, uma construção do perfil atual do que a academia propõe a esse futuro docente. Partindo do pressuposto de que a função social da educação é a emancipação do indivíduo dentro das agarras do sistema social e de suas regras, reaplico esse pressuposto à educação superior, especificamente à formação de professores. Se hoje, o sujeito durante seu processo de constituição enquanto futuro profissional da educação, não possui a seu dispor um processo que contenha qualidade e direcionamento político, qual será o resultado desse sujeito enquanto um trabalhador, formado para lecionar? Fica o questionamento com a intenção de futuramente termos melhores respostas e melhoras propostas das Universidades, de seus cursos e dos respectivos currículos para que tenhamos professores trabalhando fora da perspectiva da alienação do trabalho. Referências POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, Vol. 5, n. 10, 1992, p SAVIANI, D. Escola e Democracia, Polêmicas do nosso tempo. Campinas, SP: Editora Autores Associados, 2007
5 TACCA, Maria Carmen V. R. Relações sociais na escola e desenvolvimento da subjetividade. Aprendizagem. Tramas do conhecimento, do saber e da subjetividade. Editora Vozes: São Paulo, 2006
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