PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR
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- Eric Soares de Paiva
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1 PROGRAMA DE QUALIDADE DE VIDA DO TRABALHADOR Prof. Dr. Jones Alberto de Almeida Divisão de saúde ocupacional Barcas SA/ CCR ponte A necessidade de prover soluções para demandas de desenvolvimento, treinamento e capacitação, assim como para superação de conflitos, gerou nas empresas, programas de qualidade de vida, como uma das estratégias voltadas para as necessidades de adaptação/equilíbrio das pessoas, que no papel de colaboradores precisam de excelência em saúde e em suas relações interpessoais no trabalho, em face de um cenário com alta competitividade, diversidade e mudanças aceleradas. As empresas modernas estão conscientes da necessidade de contribuir para a saúde de seus trabalhadores, dando ênfase aos programas de QUALIDADE DE VIDA, integrando a dimensão técnica do mundo do trabalho ao processo de auto desenvolvimento do ser humano. As empresas que transformaram o atual cenário de adversidades em oportunidades realizaram a transição entre o modelo tradicional, a empresa administrada como máquina, para o novo paradigma, a empresa como organismo vivo em contínuo processo de mudança. O cenário para novos empreendimentos e de boas práticas de governabilidade corporativa dos negócios tem exigido das empresas criatividade em soluções. Atendendo a esta demanda, criamos então este projeto, que reúne de forma interdisciplinar, conhecimentos da área médica, especialmente os avanços da medicina preventiva, de medicina oriental, de fisioterapia, de educação nutricional, de enfermagem e de psicologia, em um amplo programa de ações que objetiva o desenvolvimento da qualidade de vida de nossos colaboradores, a fim de proporcionar um ambiente fértil de realizações. Nos últimos anos, ocorreu uma mudança no perfil das patologias mais frequentes no nosso país, seguindo uma tendência comum a vários países. Agora, as doenças infectocontagiosas dão espaço a doenças cardiovasculares, ao câncer e as doenças respiratórias. É a epidemia moderna.
2 Países que sofriam nas décadas passadas, de uma alta taxa de adoecimento e morte por estas doenças, com um trabalho intensivo de prevenção, conseguiram diminuir os efeitos negativos destas patologias, pois, mesmo a tecnologia mais moderna das unidades coronarianas, UTIs, cirurgias cardíacas, etc., não mudaram nem mudarão completamente este quadro. A verdadeira mudança é a prevenção para os fatores de risco. Em outras palavras, isto significa controlar a pressão arterial, o nível sanguíneo de colesterol e outras gorduras, o fumo, a inatividade física, o alcoolismo, o estresse, etc. Junta-se a estas, novas questões como o envelhecimento da população, a violência urbana, os altos custos das novas tecnologias médicas, os problemas da adolescência, a SIDA, etc. Pesquisas recentes no Brasil (ENSP/FIOCRUZ), demonstram que em nosso país, aproximadamente 70% dos gastos em saúde se dão por doenças crônicas e que estas são responsáveis pelas maiores proporções de anos de vida perdidos e por anos de vida vividos com incapacidade. Além disto, há o fato alarmante de que aproximadamente 50% dos pacientes com doenças crônicas não aderem às recomendações médicas. A falta de cuidado com a própria saúde é responsável por 400 mil mortes de brasileiros por ano.calcula-se que com cuidados preventivos, o país economizaria 11 bilhões de reais por ano em consultas, internações, cirurgias, inclusive transplantes. Ainda recentemente (ano 2010) dados do Ministério da Saúde evidenciam o aumento da prevalência de diabetes, hipertensão arterial sistêmica, obesidade e consumo abusivo de álcool em nossa população.a conclusão de vários estudos e o consenso entre especialistas é de que recursos consumidos por doenças crônicas, evitáveis, poderiam ser destinados a promoção de saúde, gerenciamento de fatores de risco, tratamento precoce e efetivo. Para que tal objetivo ocorra é necessário uma mudança de conceitos quanto as variáveis que interferem no modelo de atenção a saúde. Revisão especial deve ser feita quanto a uma das variáveis centrais, ou seja, a relação médico paciente.tratase de rever o que seja prevenir, tratar e acompanhar patologias, na diversidade de situações sociais e culturais: Temos que nos antecipar. Não devemos estar atentos apenas para as doenças. Precisamos identificar aqueles que se apresentam assintomáticos, portadores de fatores de risco. Conhecer estes fatores e gerenciá-los pode impedir que a doença apareça ou se manifeste gravemente.implica também alcançar taxas crescentes de adesão às modificações do estilo de vida e aos tratamentos propostos. Promover a saúde é um dever de todos, incluindo o próprio paciente, a quem cabe cooperar no autocuidado...(dezen,2010). Neste sentido criamos um novo modelo de atendimento preventivo e de acompanhamento de patologias, visando modificar os hábitos que perpetuam estas atitudes. A estratégia é
3 universalizar a educação médica, através da inserção do médico e dos agentes de saúde na comunidade, como liderança no processo de conscientização dos fatores de risco e mudança no estilo de vida. Sabemos, entretanto, que a relação médico-paciente encontra-se fragilizada devido ao modelo biomédico atual, que desumanizou a prática profissional de atendimento, e no final do processo, nos seus excessos, tem levado a comercialização da medicina, como um balcão de negócios rápidos e voltados para intervenções (exames, internações,etc.), muito longe das necessidades de tempo e relacionamento que o paciente precisa e que a verdadeira medicina exige. (Aqui cabe relembrar o fato de que 70% dos custos em saúde são despendidos nas doenças crônicas e que estas mesmas doenças em sua maioria poderiam ser evitadas por mudanças nos hábitos de vida). É necessário, então, criar na comunidade e nas empresas um meio de cultura adequado para que a ação preventiva possa crescer e se enraizar na vida dos colaboradores. Nosso programa contem uma abordagem complexa, dando ênfase a visão multifatorial e interdisciplinar em saúde não só quanto ao diagnóstico, mas também ao acompanhamento dos pacientes e, no seu desfecho, busca a desmedicalização e a desospitalização, demonstrando que prevenir é tratar. As ações propostas pelo médico orientador clínico, especialista em prevenção e a equipe de saúde, irá gerar uma nova consciência na população envolvida (em nosso caso, no ambiente empresarial), requisitando dos pacientes envolvidos pelo programa uma participação ativa diante das questões de saúde, aumentando desta forma a adesão às recomendações, na medida em que mesmo programas de check-up,de alto custo, realizados em populações de executivos com amplo acesso a informação e aos serviços de saúde, demonstram que sem uma renovação da relação médico - paciente e da inserção de um novo modelo de atendimento em saúde, continuaremos com baixíssima adesão as recomendações médicas ( em torno apenas de 30%, segundo estudos do Hospital Sírio-Libanês, em uma população de executivos brasileiros). Ao médico orientador clínico e sua equipe é dado a gestão das patologias - identificação dos fatores de risco - e a responsabilidade de cuidar da população com ações preventivas. O paciente tem, nesta abordagem, um médico e uma equipe de ações preventivas que o orienta em ações para a saúde. Este mesmo médico se responsabiliza particularmente pelo paciente e atua recuperando a antiga tradição do médico de família e, caso ele adoeça fora de sua especialidade, o orienta na rede credenciada, aos especialistas. A doença é cuidada pelos especialistas, porém o paciente é de sua responsabilidade, recuperando a dimensão humanista que a medicina atual tem esquecido, ou como afirmou o Dr. Adib Jatene: Do médico que
4 tratava pessoas, passamos ao técnico que trata doenças. Só que doenças não demandam explicações, mas pessoas precisam desesperadamente delas. Realizando um planejamento em saúde, orgânico, junto à realidade do paciente e de sua família, o médico e a equipe de saúde deixam de ter o papel apenas de ação de cura e recupera o seu papel de educador em saúde junto à comunidade. Através da aplicação de várias técnicas de comunicação interpessoal e intervenções terapêuticas preventivas, tanto ao nível físico quanto psíquico, integrando-se pessoalmente ao ambiente do trabalhador, caracteriza os principais problemas, respeitando a diversidade dos seus pacientes ao elaborar programas de prevenção e cuidados em saúde. Unindo medidas preventivas às medidas curativas, atua verdadeiramente como agente real de saúde e intervém sobre fatores físicos, emocionais e, com extensão a todos as dimensões da vida do trabalhador, pois sem saúde... Este modelo de ação preventiva aqui proposto, em suma, redefine não só o papel do médico como também o perfil de toda gestão em saúde. Mudança de conceito: novo perfil da gestão Foco na Saúde; Dimensão Comunitária; Atenção Constante e Ativa; Cuidados Preventivos; Relações Interpessoais Contínuas Humanização da Atenção à Saúde; Abertura à Demanda Direta dos Usuários. Mudança de conceito: novo perfil da ação médico Em Consultório & Na Comunidade; Espera o Paciente & Busca o Paciente; Aguarda a Patologia & Prospecção de Patologia; Autor das Ações & Co-participante; Responsabiliza-se Pela Doença & Responsável Pelo Paciente. O programa de educação médica visa, portanto, em síntese:
5 Programa de controle médico e saúde do trabalhador; Estratégias de saúde preventiva; Histórico de saúde atual e pregressa; Avaliação epidemiológica: Evolução de patologias e acompanhamento clínico: Análise dos fatores de risco; Melhorar a qualidade de vida e desempenho físico e psíquico dos colaboradores, através da implementação de ações em promoção de saúde; Orientação clínica e interface com os especialistas e hospitais; Educação em saúde; Criação de banco de dados de informações em saúde Aumentar o percentual de adesão às recomendações médicas, Ser um mecanismo básico de informações sobre saúde; Integrar os colaboradores com a nova filosofia da empresa; Reduzir os gastos com sinistralidade; Aumentar a produtividade dos colaboradores; Diminuição do absenteísmo; Análise de contas médicas do seguro saúde.
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