TRÊS ANOS DO PROGRAMA DE HIPOTERMIA INDUZIDA DA UCIN DO HOSPITAL DE SANTA MARIA
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- Mikaela Godoi Custódio
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1 DEPARTAMENTO DE PEDIATRIA CLÍNICA UNIVERSITÁRIA DE PEDIATRIA TRÊS ANOS DO PROGRAMA DE HIPOTERMIA INDUZIDA DA UCIN DO HOSPITAL DE SANTA MARIA Lia Oliveira, Cláudia Gomes, Catarina Gomes, Isabel Sampaio, André Graça, Carlos Moniz Serviço de Neonatologia Diretor: Carlos Moniz Departamento de Pediatria Diretora: Maria do Céu Machado 14º Congresso Nacional de Pediatria Porto, 04 de Outubro de 2013
2 INTRODUÇÃO Encefalopatia hipóxico-isquémica (EHI) Importante causa de morbilidade e mortalidade perinatal 1 a 2 casos por 1000 nascimentos Kurinczuk J, Early Hum Dev 2010 Hipotermia induzida Recomendado o seu uso clínico em (ILCOR) P. Biban, Early Hum Dev 2011 Em Portugal: 1º RN tratado na UCIN-HSM em Janeiro 2010 Terapêutica neuroprotectora em RNT com EHI moderada a grave Redução da temperatura corporal (33ºC e 34ºC) durante 72h Reduz significativamente a morte ou sequelas nos RNT tratados Jacobs SE, Cochrane Database Syst Rev 2013
3 OBJETIVO E MÉTODOS Objetivo Caraterizar os RN submetidos ao programa de hipotermia induzida no período de Janeiro de 2010 a Abril de Métodos Estudo prospetivo descritivo Colheita de dados através do preenchimento de base de dados local Previsibilidade de prognóstico através de resultado da RM-CE e normalização do aeeg
4 DADOS DEMOGRÁFICOS 52 Recém-Nascidos 31 (60%) género masculino Proveniência 33 (63%) Lisboa e Vale do Tejo (4 HSM) 19 (37%) outras regiões do continente e ilhas Idade gestacional (mediana) 39 semanas (35-41) Peso ao nascer (média) 3060 gramas ( ) Evento sentinela Parto distócico 25 (48%) - 12 DPPNI 38 (73%) - 24 Cesariana
5 INCLUSÃO NO PROGRAMA HIPOTERMIA Índice de Apgar 1 1 (0-9) 5 4 (0-10) 10 5 (0-10) Reanimação prolongada 17 (33%) Reanimação na Sala de Partos EET 51 (98%) CCE 18 (35%) Fármacos 23 (44%) Acidose metabólica 1ªhora ph 6,95 (6,50-7,33) Início da hipotermia passiva 1h (1-4) Temperatura na admissão 33,5ºC (27-36) Início da hipotermia activa 6h (1-14) Défice de bases 18mEq/l (4,6-27,7) Mediana (intervalo) Média (intervalo) n=52
6 AVALIAÇÃO NA ADMISSÃO E EVOLUÇÃO Encefalopatia aeeg 18% 44% 38% EHI grave EHI moderada EHI ligeira (n=20) (n=9) (n=23) Supressão Surto-supressão Moderado Normal Admissão 48h 0% 20% 40% 60% Crises Complicações 100% 80% 60% 40% 20% 0% (n=43) Clínicas (medicadas) (n=34) Eléctricas (aeeg) 100% 80% 60% 40% 20% 0% (n=38) Hipotensão (inotrópicos) (n=18) Lesão renal aguda (n=24) Alterações coagulação (lab) (n=9) Discrasia hemorrágica
7 TEMPOS DE HIPOTERMIA E REAQUECIMENTO Passiva Activa Reaquecimento
8 MORTALIDADE E PREVISÃO DO PROGNÓSTICO 100% 90% 80% 70% 60% 50% Hipotermia HSM* 40% Hipotermia Meta-análise** 30% 20% Normotermia Meta-análise** 10% 0% Sem sequelas Sequelas moderadas Sequelas graves Óbito Morte ou sequelas * Previsão de resultados HSM com base na RM e aeeg ** Resultados reais. Edwards D. BMJ 2010;340:c363
9 COMENTÁRIOS FINAIS A hipotermia é um tratamento seguro e eficaz na EHI moderada a grave, com a capacidade de aumentar em cerca de 50% a possibilidade de sobrevivência sem sequelas O início do nosso programa seguiu-se apenas após a declaração pelos peritos como terapêutica standard of care Os resultados são sobreponíveis aos da literatura, embora: Menor mortalidade Maior sobrevivência de crianças com prognóstico adverso As complicações foram semelhantes ao descrito na literatura, provavelmente mais relacionadas com a EHI do que com a hipotermia A análise do seguimento aos 18 meses é essencial para a avaliação dos resultados reais do programa
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