DIFICULDADES DA INCLUSÃO ESCOLAR
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- Filipe Garrido Mangueira
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1 RESUMO III CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM EDUCAÇÃO PROFISSIONAL DIFICULDADES DA INCLUSÃO ESCOLAR SOUZA, Tânia Palma 1 taniapalmasouza@gmail.com PAULINO, Paulo Cesar 2 paulino@utfpr.edu.br Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus Cornélio Procópio III curso de Especialização em Educação Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos PROEJA Disciplina: Educação Inclusiva A história revela para a humanidade o caminho da exclusão social e humana do homem, no passado, o indivíduo com algum comprometimento era banido da sociedade através da morte ou do abandono, eram tratadas como problemas da saúde, hoje este tipo de eliminação não é mais praticado, porém uma exclusão sutil acontece através das instituições, segregando o diferente da sociedade. O presente trabalho será apresentado através da pesquisa literária através de busca a Internet e leitura de autores que tratam sobre a inclusão escolar e social. O objetivo do estudo é demonstrar algumas das dificuldades para a concretização da inclusão escolar. Diante da inclusão escolar, a escola enfrenta algumas dificuldades, como adaptação do espaço físico, adequação de uma avaliação para progressão do aluno, e as dificuldades maiores são definidas na falta de formação específica para incluir os alunos com deficiência, pois os alunos necessitam de estratégias pedagógicas diferenciadas, recursos didáticos que os façam sentir inclusos e não exclusos do sistema escolar. Portanto surge a necessidade do professor ter uma formação adequada para a instalação de uma educação realmente inclusiva não sendo somente um ato político, mas sim de humanização. PALAVRAS-CHAVE: inclusão escolar, dificuldades, formação do professor. INTRODUÇÃO A educação inclusiva se caracteriza como processo de incluir os alunos de Necessidades Educacionais Especiais ou com distúrbios de aprendizagem na rede regular de ensino, em todos os seus graus, pois nem sempre a criança que possui necessidades especiais (deficiente), apresenta distúrbio de aprendizagem, ou vice versa, então todos esses alunos são considerados com necessidades educativas especiais. O modelo educacional mostra há algum tempo sinais de esgotamento, fazem-se necessária a transformação. As diferenças culturais, sociais, étnicas religiosas já fazem algum 1 Autora: Graduada em Licenciatura Plena em Pedagogia pela FAFICOP, graduanda do III Curso de Especialização em Educação Profissional Integrada a Educação Básica na Modalidade Educação de Jovens e Adultos -EJA, pela UTFPR. 2 Orientador: Especialista em Metodologia do Ensino Tecnológico pela UTFPR, mestrando em Ensino de Ciência e Tecnologia pela UTFPR (Campus Ponta Grossa) e professor da Universidade Tecnológica do Paraná UTFPR.
2 tempo que estão presentes na escola (muito por ser o Brasil um país de multiplicidade), porém, é impossível fechar os olhos a outra diferença. A diferença da igualdade. Todos têm o mesmo direito, de ser diferentes na igualdade. As ações voltadas para educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeando adaptações para poder incluir nos sistemas sociais pessoas com necessidades especiais e simultaneamente preparando-as para poder assumir seus papéis sociais. Ao buscar a inclusão escolar, busca-se qualidade para todas as pessoas com ou sem deficiência, considerando que esta população participe de maneira plena e igual aos demais. Considerando que a diferença é inerente ao ser humano, e reconhecendo a diversidade como algo natural, em que cada ser pode usar de seus direitos coletivos na sociedade, um novo conceito surge, denominado inclusão. Mudanças no sistema educacional se fazem necessário, o qual favorece uma minoria de alunos por conta de suas potencialidades. Vale destacar que não existe uma sala de aula homogênea, e que hoje todos os alunos já necessitam de atendimento diferenciado, e o professor necessita estar constantemente refazendo sua prática pedagógica. A inclusão social é um processo que contribui para a construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e grandes, nos ambientes físicos (espaços interno e externo, equipamentos, aparelho e utensílio, mobiliário e meios de transporte) e na mentalidade de todas as pessoas, portanto do próprio aluno com necessidades especiais (SASSAKI, 1997, P.42). A idéia de uma sociedade inclusiva fundamenta-se numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, parte importante à constituição de qualquer sociedade. Sabendo que em todas as instituições de ensino existe diversidade e cientes de que crescem a cada ano, mesmo as escolas não estando preparadas para acolher e lidar com o diferente, busca nos conhecimentos filosóficos, sociológicos a contribuição para a concepção de uma escola que atenda a diversidade. (Pedagogia.com. br/artigos/incluescola) Lembrando de Forest (2005), inclusão é estar com o outro e cuidar uns os outros, dizer seja bem-vindo!. Inclusão trata de como lidar com a diversidade, com a diferença de uma maneira positiva (provocando bons afetos). Sabe-se que não são todos iguais e trata-se a diversidade e a diferença com gratidão e respeito.
3 A intenção do presente trabalho é apresentar algumas das dificuldades que a escola encontra para a concretização da inclusão escolar. REFERENCIAL TEÓRICO A exclusão escolar manifesta-se das mais diversas e perversas maneiras, e quase sempre o que está em jogo é a ignorância do aluno diante dos padrões de cientificidade do saber escolar (Mantoan, 2003, p.18). A escola trabalha com uma estrutura homogênea (que é falsa) e não consegue aceitar a diversidade (que é real). Desde este ponto de vista, qualquer um pode ser marginalizado na e da escola. E prefiro mesmo dizer marginalizado, pois, permanecem na escola, porém não estão com a escola; podem até permanecer na sala de aula, mas não estão com a turma; estão à margem da turma, à margem da escola, à margem da educação e, consequentemente, à margem da sociedade. E não do que se estranhar se passa de marginalizados a marginais; uma vez que foram postos de lado pela sociedade, podem passar a viver à margem das normas éticas e legais, viram fora-da-lei ( O problema da não inclusão escolar é esse. Você pode excluir da escolar, botar para fora, não deixar que façam parte dela; porém, não há como excluir alguém da sociedade, botá-lo para fora dela. O não incluído na escola, continua fazendo parte da sociedade. E o que é pior, geralmente, passa a ser um peso, um incômodo, uma carga para a sociedade. É o que acontece com a maioria dos deficientes físicos e outros muitos que, por motivos vários, não conseguiram entrar ou permanecer na escola, não conseguem aprender a ser auto-suficientes e se tornam um problema, ainda maior, para seus familiares e a sociedade em geral, uma vez que o número dos marginalizados é muito grande. Num país como o Brasil, a escola regular é, para muitos, o único lugar de acesso aos conhecimentos mínimos necessários para viver nesta sociedade, querendo ou não, globalizada. Para a maioria dos alunos, pobres por pertencerem a um país que por muitos anos sofreu a marginalização, primeiro por parte dos conquistadores e depois por parte do capital, a escola é a única chance que têm para conseguir as condições básicas para se desenvolverem e se tornarem cidadãos, para ganharem uma identidade sociocultural e uma vida digna, livre e feliz. (cf. Mantoan, 2003, p.53).
4 Reconhecer as diferenças é essencial no caminho da integração e, principalmente, da inclusão, onde se espera que o professor não faça da turma uma homogeneidade, trabalhando como se todos tivessem a mesma capacidade na sua construção do conhecimento. Oferecer um ambiente favorável à inclusão, não é só ter conhecimento das mais variadas diversidades, o que é possível ser trabalhado, ou o que o aluno já possui de conhecimento, como também e principalmente, respeitar suas limitações, reconhecendo suas diferenças e ressaltando suas potencialidades de aprendizagem. Faz-se necessária a eliminação de barreiras arquitetônicas, pedagógicas e conceituais; assim como ressaltar a prática de ensino adequado às particularidades (diferenças). Os cursos de formação de professores (licenciatura e pedagogia) devem alterar seus currículos, de modo que os alunos, futuros professores, aprendam práticas de ensino adequadas às particularidades (pelo menos as mais freqüentes) e reflexão teórica da educação inclusiva. As secretarias de educação devem proporcionar aos seus professores, em exercício das suas atividades educativas a oportunidade de fazerem uma reflexão e elaboração teórica da educação inclusiva, através de debates, cursos e/ou palestras (como esta), visando a melhoria de seus conhecimentos e habilidades para melhor educar todos os seus alunos. Tudo é uma caminhada, tudo é uma construção que é elaborada em cima de estudos e pesquisas que através de um conhecimento mais amplo e profundo, traçam o caminho da sensibilidade. É na formação diferenciada do profissional da educação, que hoje se faz necessária, a inclusão do aluno com necessidades especiais. Um dos fatores principais dessa formação está relacionado à capacidade do professor reconhecer e proporcionar o desenvolvimento das potencialidades do aluno com necessidades especiais. Por vezes não se aposta na inclusão, por ser algo que ainda não aconteceu, os professores terão que inovar sua própria prática, seu próprio conceito, precisa se abrir para o novo, pensar, produzir seu saber, e isso mexe com estruturas que já estão de certa forma enraizadas. As grandes inovações estão, muitas vezes, na concretização do óbvio, do simples, do que é possível fazer, mas que precisa ser desvelado, para que possa ser compreendido por
5 todos e aceito sem outras resistências, senão aquelas que dão brilho e vigor ao debate das novidades. (MONTOAN, 1987, P.44) Existem professores dispostos a vencer barreiras como o preconceito e a falta de formação, pois entendem que o papel do professor também é aprender e produzir seu próprio conhecimento, favorecendo uma autonomização do sujeito em sua autoformação. Assim o professor assume a necessidade de aprender e apropriar-se do próprio poder de formação (cascavel.cpd.ufsm.br/tede/tde) CONSIDERAÇÕES FINAIS Acredita-se que inclusão escolar por questões técnicas, legais e didáticopedagógicas são contribuições de uma política educacional competente e adequada para cada realidade que se insere. Mas supõe-se sobre tudo, que seja uma opção ideológica envolvendo sentimento. Não basta um professor com ótima formação e não ter respeito às diferenças humanas, não irá atender as expectativas das diversidades adequadamente. A inclusão é um processo gradativo que leva tempo, é complexo, tem de ser construído aos poucos. A mudança de postura da sociedade mediante a valorização da diversidade é condição essencial para que esse processo ocorra. A inclusão implica uma transformação considerável no espaço escolar, vencendo paradigmas, buscando dignidade para diversidade humana com ajuda de recursos materiais, humanos e financeiros. Professores, assim também como toda sociedade reconhecerem seus alunos como seres capazes de realizações. Deve-se estar cientes de que as soluções coletivas são as mais acertadas e eficazes. E, não se deve esperar nem aceitar que as soluções venham de fora; é responsabilidade de um conjunto de pessoas. Cabe a todos a coragem e ousadia para buscar alternativas, outras formas de interpretação e de conhecimento, que dê as bases e o rumo para realizar as mudanças que já se fazem necessário. Não estar preparados não é um problema, é um desafio. Além do mais, os professores, no geral, carecem de uma boa formação para ensinar a qualquer um; em educação, se aprende muito na prática, assumindo os desafios. A inclusão é uma ruptura de base na estrutura organizacional da educação, por isso, quem mais está autorizado, no sentido de ter maior competência para realizar esse novo
6 trabalho (desafio). Se o professor estiver comprometido com a educação, e acima de tudo respeita as individualidades que existe em cada aluno, ele estará propiciando a flexibilização no ato de ensinar e aprender, acreditando em cada um, fazendo com que o aluno incluso se interaja com o meio social em que vive, aumentando sua auto-estima, fazendo acreditar em si mesmo. Cabe ao professor também, não aceitar toda a responsabilidade de uma inclusão com qualidade, as medidas de transformação não podem estar somente nas mãos do professor, os órgãos governamentais também devem acima de tudo dar condições físicas, financeiras para adequação do ambiente, capacitação de professores, diminuírem o número de alunos exigidos em salas de aula; a família estar fazendo parte desse processo de transformação social e valorizando o potencial que existe em cada um de seus entes para que além do comprometimento dos professores haja qualidade no ensinar. O aluno deve ser recebido com todos os recursos necessários à sua formação desde o princípio de sua inserção no espaço escolar. Estimular, permitir o desenvolvimento das potencialidades que há em cada o aluno cabe ao professor, e dar condições propícias para esse estímulo cabe a todos do sistema educacional aceitar a inclusão. REFERÊNCIA FOREST, Marsha e PEARPOINT, Jack. Exclusão: um panorama maior. Disponível em: Acesso em: 30 ago HERNANDEZ, F. Como os docentes aprendem. Pátio Revista pedagógica. Ano I, nº4. fev/abr MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão Social: Uma Questão de Políticas Públicas, 2002.
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