ANGOLA, CONGO, BENGUELA, CABINDA... RIO GRANDE BANTO, SÉC. XIX

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "ANGOLA, CONGO, BENGUELA, CABINDA... RIO GRANDE BANTO, SÉC. XIX"

Transcrição

1 ANGOLA, CONGO, BENGUELA, CABINDA... RIO GRANDE BANTO, SÉC. XIX Jovani de Souza Scherer 1 Parafraseando Jan Vansina, é possível dizer que o título desta comunicação poderia muito bem ser ancestrais esquecidos no lugar dos etnômios Angola, Congo, Benguela, Cabinda. Afinal, eles são os ancestrais esquecidos por excelência na genealogia das culturas na diáspora do Novo Mundo, pois a magnitude e ubiquidade de suas contribuições até agora têm sido minimizadas ou negligenciadas a ponto de se tornarem quase invisíveis 2. A crítica de Vansina atingiu-me, mas não tanto quanto a frase desferida por Linda Heywood: O interesse geral e o conhecimento da história e do impacto cultural dos centroafricanos na diáspora Atlântica está muito aquém do dedicado à África Ocidental.(Heywood, 2008, p.18) Acontece que durante a pesquisa realizada no mestrado dediquei-me a questões relativas ao importante papel desempenhado por africanos na busca e conquista da liberdade na região de Rio Grande, cidade portuária localizada no extremo sul do Brasil. Esta investigação demonstrou que o papel exercido pelos africanos ocidentais foi, sem dúvida, de grande destaque pois estes apesar de não alcançar maioria entre a população africana escravizada, mantiveram índices de alforria que quase dobravam sua presença entre a escravaria, quase monopolizando o mercado da liberdade formal em meados do século XIX 3. Então o nosso interesse traduziu-se em mais uma pesquisa enfatizando os africanos ocidentais. Após o fim da redação da dissertação poderia ser dito que o conhecimento da história e o impacto cultural dos centro-africanos ficou muito aquém do dedicado à África Ocidental, ao menos em Rio Grande. A presente comunicação é uma tentativa (inical) de tentar equilibrar esta balança, centrando a análise nos casos de africanos de origem banto, sobretudo nos procedentes da África Central Atlântica. ****** 1 Mestre em História (UNISINOS), professor da rede municipal de Porto Alegre: jovanscherer@yahoo.com.br 2 VANSINA, Jan. In: HEYWOOD, Linda M. (org.) Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Contexto, Prefácio, p.7. 3 SCHERER, Jovani. Experiências de busca da liberdade: alforria e comunidade africana em Rio Grande, século XIX. Dissertação de Mestrado, UNISINOS,

2 De acordo com Heywood, as contribuições centro-africanas à cultura da diáspora poderia ser menos dramática e visível do que as de grupos yorubás e fons africanos ocidentais os quais pareceriam mais exóticos aos olhos dos observadores, recebendo mais atenção por isto. Isto se daria porque a região Central da África, ao contrário da Ocidenal, era marcada por uma forte homogeneidade do ponto de vista linguístico e cultural (Slenes, ). Além disso era notória a contínua presença europeia e afro-europeia na região do reino de Angola e Benguela, acarretando o desenvolvimento ali de culturas mistas sem paralelos entre os povos africanos ocidentais. Este fenônemo pode ter sido fundamental para a crioulização da cultura portuguesa em Angola. Isto significa que as relações e influências mútuas não se construíram somente através da mistura biológica, aparente em pesquisas demográficas, mas também na esfera cultural, na qual merece destaque a utilização do umbundo e quimbundo e não do português como línguas francas em Angola e Benguela. Por exemplo, nas regiões principais da colônia [...], uma população africana livre e escravizada maior que a de brancos vivia nas casa e vilas que portugueses e afro-lusitanos possuíam e participavam da cultura crioula. Os milhares de africanos livres e escravizados, que eram obrigados por seus superiores a trabalhar como carregadores para o exército e comerciantes, também participavam da cultura afro-lusitana. Muitos dos escravizados (ladinos) haviam nascido nas residências de portugueses e afro-lusitanos. Falavam português, eram cristãos, viviam e trabalhavam em casas e fazendas juntamente com seus senhores e senhoras 4 O que pretendo dizer com estas citações e referências ao trabalho de Heywood é que ao enfocar a história dos centro-africanos é preciso dialogar com a ideia de crioulização mistura cultural e demográfica ainda em terras africanas, e qual a importância destas experiências para os indivíduos que cruzaram o Atlântico vindo desta região e aportando no extremo sul do Império brasileiro. Vinicius de Oliveira, em trabalho sobre São Leopoldo, fez análise refinada sobre a vida do africano Manoel Congo, o qual foi vítima de um dos últimos navios negreiros a aportarem nas praias do Rio Grande do Sul, em Este africano, durante interrogatório à polícia, revelou que era meio ladino, e por esta razão já saberia desde a África da ilegalidade de seu cativeiro naquele ano, referindo-se provavelmente ao que propunha a lei Eusébio de Queiróz de 1850, ou até mesmo a lei de 1831 que já tornara ilegal o cativeiro de africanos no Brasil. 5 Ladino segundo Oliveira era o 4 HEYWOOD De português a africano: a origem centro-africana das culturas atlânticas crioulas no século XVIII. In: (org.) Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008, p Sublinhados meus. 5 Manoel Congo consegui escapar no desembarque, no entanto foi pilhado por um homem chamado Agostinho Porém sendo muito maltratado por ele e sabendo que era livre, o que já em sua terra lhe diziam porque ele era meio ladino, resolve fugir rumo à Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre para se apresentar como africano livre às autoridades competentes (2006,p.39-40) 2

3 termo utilizado pela sociedade escravista lusitana para designar aqueles escravos africanos já falantes da língua portuguesa e adaptados à vida em cativerio ou ao universo cultural luso. (2006, p.39) O processo de crioulização mistura, adaptação à cultura europeia ocorrida na África possibilitaria aos escravizados ao menos lutar por direitos já estabelecidos por lei no Brasil, afinal esses homens e mulheres entrariam em contato com informações correntes do circuito do tráfico atlântico ao tornarem-se ladinos ainda em território africano. Contudo, é bom lembrar que durante os anos de tráfico africano ilegal e o Brasil passou a receber um volume substancialmente superior de cativos e nem por isso a proporção de africanos livres na população deve ter acompanhoado este crescimento. Isto significa que o caso de Manoel Congo nos possibilita questionar sobre esta experiência, mas sem torná-la uma regra para os africanos que foram escravizados e trazidos para o Brasil nos últimos anos de tráfico ilegal. Em Rio Grande ainda não encontramos casos que nos auxiliem a compreender de maneira clara a forma como este processo afetou os centro-africanos. Apenas alguns documentos fazem referência a estas relações, mas de forma muito incipiente. O preto forro Francisco Rodrigues Barbosa faleceu no ano de 1825 na cidade portuária sulina. Casado com Tereza da Cunha (da Costa Leste), não tinha filhos e ignorava o nome dos pais. Seu inventário afirmava que havia sido batizado no Porto de Benguela. Não é possível saber a partir deste documento quando, ou há quanto tempo havia sido batizado Francisco no continente africano. Seria interessante saber o grau de envolvimento deste com a religião católica: se já conhecia alguns ritos, se praticava algum... ou se tivera sido batizado somente antes de partir para o seu destino no Brasil, recebendo o nome lusitano Francisco. 6 Sabemos porém, através da bibliografia, que boa parte dos centro-africanos traziam um experiência muito particular de catolicismo (Reginaldo, 2005, p.148) e que o sincretismo religioso, ou a africanização da cultura portuguesa, não se dava somente nas regiões de vassalagem tradicional, mas também em áreas isentas das atividades missionárias regulares e de alianças políticas com europeus, assim estas populações estavam livres para adotar elementos da cultura portuguesa que não alterassem radicalmente seus próprios valores (Heywood, 2008, p.119) Estas influência do catolicismo europeu na região não deve, pois, ser supervalorizada. Em 1839, do lado brasileiro do Atlântico, mais precisamente na região de nosso estudo - Rio Grande -, 6 APERS, Vara da Famáilia Sucessão e Provedoria, Inventário nº250ª maço 11 ano

4 um outro Manoel, também identificado como de nação Congo, ao receber sua alforria recebeu além da designação de sua nação de procedência uma identificação, digamos, incomum nestes breves documentos: Caiala. O preto Manoel Pereira identificado como Caiala, que é o inquice de Iemanjá nos terreiros conguenses, recebeu a sua carta de liberdade da senhora Genoveva Pereira da Silva em dois de setembro de O motivo da carta foi em retribuição aos bons serviços prestados, texto bastante comum nas alforrias, contudo não deixa de chamar atenção o fato do africano receber Iemanjá, o que possibiliataria a ele realizar serviços diferenciados (espirituais?) à sua proprietária. (APERS, Rio Grande, Registros Diversos, Livro 12, p. 88). Os Bantos de Rio Grande e a crioulização/ladinização Ao estudar os bantos os centro-africanos neste caso - precisamos levar em conta que na região além do já destacado peso da cultura africana na dinâmica crioula, o hibridismo cultural angolano não estava restrito apenas a costa mas também a regiões do interior as quais ficariam muitas sob influência cultural de Benguela e Luanda. (Ferreira, 2006, p.34) De acordo com Parés a crioulização pode ter duas compreensões: por um lado, o processo de crioulização cultural (isto é, o processo de transformação a que estiveram sujeitas as culturas africanas no Brasil) e, por outro, o processo de crioulização demográfica, ou seja, o crescimento da população crioula (crioulo aqui entendido como indivíduo negro de ascendência africana nascido no Brasil). Essa diferença é analiticamente importante, porque embora ambos os processos estejam inter-relacionados eles não são paralelos, nem o primeiro é resultado do segundo. As oscilações da demografia crioula e os padrões das uniões entre crioulos e africanos [...] condicionaram as possibilidades de transmissão dos referentes culturais e lingüísticos africanos e constituíram aspectos críticos do complexo processo de mudança cultural chamado crioulização 8 Procedemos a análise de listas de escravos em inventários post-mortem e cartas de alforria com o objetivo de encontrar dados referentes à população escravizada e alforriada em perspectiva, possibilitando uma aproximação sobre como os grupos conhecidos como bantos centro-africanos - alcançavam a carta de liberdade em termos relativos a sua presença na população africana em cativeiro vivendo no município de Rio Grande. 7 Inquice segundo Nei Lopes: Cada uma das divindades dos cultos de origem banta, correspondentes aos orixás iorubanos. O termo é aportuguesamento do quicongo nkisi, força sobrenatural e, por extensão, o receptáculo ou objeto em que se fixa a energia de um espírito ou de um morto. No Brasil, passou a significar o próprio espírito e ser usado, nos cultos bantos, como sinônimo de orixá (2004, p. 342). 8 Parés, 2005, p Grifos meus. 4

5 Entre 1825 e 1865 a população de centro-atlânticos escravizados foi de 60,47% do total de africanos, enquanto sua presença entre os alforriados era de 41,67%. No entanto esta relação nem sempre foi assim, antes da proibição do tráfico atlântico de 1831, as proporções eram de 82,25% dos escravos listados, enquanto somavam 84,21% dos alforriados. A diferença negativa no jogo da alforria com as demais regiões foi construída sobretudo nos períodos de e No primeiro, os bantos constituíam 66,7% dos cativos enquanto alcançavam 41,40% das alforrias. Após a lei Eusébio de Queiróz eram 47,65% dos cativos e conquistaram somente 20% das alforrias destinadas aos africanos. 9 Tabela 1 Proporção das regiões da África entre ESCRAVOS africanos em três momentos Região da África Total n % n % n % n % Ocidental 12 11, , , ,39 Central Atlântica 88 82, , , ,47 Oriental 7 06, , , ,14 Total Fonte: APERS, RG, Inventários post-mortem, Tabela 2 Proporção das regiões da África entre africanos ALFORRIADOS em três momentos Região da África Total n % n % n % n % Ocidental 9 15, , , ,48 Central Atlântica 48 84, , , ,67 Oriental , , ,85 Total Fonte: APERS, RG, Livros Notariais, Entre as nações centro-africanas as que mais se destacavam eram as grandes designações Angola, Congo, Benguela e Cabinda. Menos frequentes, mas significativos, eram os chamados de Monjolo, Rebolo e Cassange. (anexo I) É difícil apontar uma razão para a diminuição da presença dos centro-africanos entre a população alforriada após 1831 que não passe pela mudança no perfil demográfico dos africanos 9 As Tabelas 1 e 2 foram copiadas de Scherer,

6 escravizados em Rio Grande. Uma das explicações que encontrei para esta variação está vinculada à reconstrução por parte de africanos ocidentais (Minas e Nagôs) de uma comunidade baseada no parentesco étnico, a qual formou nichos ocupacionais que garantiam ganhos pecuniários fundamentais para a compra da liberdade 10. É certo que na década de 1830 o impacto do crescimento da entrada de africanos ocidentais passou a influenciar na aquisição da alforria, contudo não explica a queda centro-africana em termos proporcioanais entre os alforriados. Se ainda não conseguimos formular esta explicação, podemos buscar melhor compreender os centro-africanos através da análise de como se alforriavam e compará-los com outros grupos. Traçando esta comparação entre os tipos de alforria e a origem dos cativos é possível vizualizar um caminho interessante para a compreensão da experiência centro-africana em busca da alforria na região de Rio Grande Tabela 3 Origem e Sexo pelo tipo de alforria Tipos Crioulos Centro-africanos Africanos Ocidentais H M H M H M n % n % % n % % n % Pagas 19 30, ,12 Cond 18 28, ,45 Soc 24 38, ,83 Desc 2 03, ,60 Sub Total fonte: APERS, Livros Notariais de Rio Grande Abreviatura dos tipos de alforria Pagas; Condicionais; Sem oobrigação ou condição; e Desconhecidas. Modelo baseado em MOREIRA e TASSONI (2007). Os africanos ocidentais compravam a grande maioria de suas alforrias. As mulheres 76,84% e os homens 81,81% das que foram registradas em cartório. Ao serem comparados aos africanos da área Centralatlântica do continente, fica evidente o quanto a organização dos grupos étnicos era fundamental no mercado da liberdade. Enquanto mulheres e homens da África Ocidental chegavam a patamares muito altos de pagamento pela liberdade, eles e elas da região Central-atlântica chegavam, respectivamente, a 10 Scherer, Jovani. Op. Cit. 6

7 comprar 34,48% e 53,25% das alforrias que lhes eram entregues. 11 A diferença entre o padrão de alforria entre ocidentais e centro-africanos não é o que mais chama atenção, mas sim a semelhança entre os bantos e os crioulos. As centro-africanas pagavam por 53,25% enquanto as crioulas por 60,12% do total das alforrias destinadas ao sexo feminino. Receberam condições nas cartas em 15,58% e 18,45% e, não constaram obrigações em 29,87% e 20,83%, respectivamente. Nesta última tipologia as africanas ocidentais não ficavam muito longe das crioulas, obtinham 17,9%. Mas no quadro geral nota-se que as alforrias são distribuídas de forma semelhante entre crioulas e centro-africanas. O mesmo ocorre em relação aos homens. A diferença principal entre homens e mulheres está nas alforrias pagas: crioulos e centro-africanos encontravam grande dificuldade em pagar por sua liberadade. Os últimos compravam-nas em 34,48% dos casos, enquanto os nascidos no Brasil chegavam a modestos 30,16% em comparação aos 81,81% dos ocidentais, os maiores compradores. Em relação às alforrias condicionais, e sem obrigações, os crioulos e centro-africanos não eram tão semelhantes, na verdade as proporções se invertem. Os crioulos, se não compravam muitas alforrias, conseguiam a maior parte delas sem obrigação alguma: em 38,1% dos casos, e ficavam condicionados em 28,57%. Na proporção contrária, os centro-africanos recebiam alguma obrigação nas cartas em 36,51%, e em 27,59% delas as recebiam sem ônus algum. Esta semelhança de comportamento entre crioulos e centro-africanos já foi percebida na Bahia. Segundo João Reis crioulos e angolanos parecem ter desenvolvido estratégias assemelhadas de sobrevivência e resistência à escravidão. Extrapolando os angolanos para os centro-africanos, o argumento é interessante: Talvez porque os angolanos estivessem aqui desde o início da colonização, por terem sido pais e mães dos primeiros crioulos e pardos; se outros continuavam chegar de Angola, os aqui presentes introduziam-nos às maneiras e malícias da terra do branco, facilitando pela experiência e adaptação dos novos. Quando, no século XIX, os africanos ocidentais começaram a chegar em massa, já havia uma longa tradição angolana de interação com o meio brasileiro e seus habitantes, entre os quais os crioulos 12 Os argumentos de Reis são muito reveladores para pensarmos as experiências dos bantos em Rio Grande. O Rio Grande do Sul é uma área de colonização recente comparada com as regiões 11 Os provenientes da região oriental da África não constam na tabela por terem uma participação muito pequena nas alforrias, com apenas seis cartas. 12 REIS, João. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em edição revista e ampliada São Paulo, Companhia das Letras, 2003, p

8 Sudeste e Nordeste do Brasil, tendo sua efetiva ocupação europeia iniciada no século XVIII. A cidade e porto de Rio Grande ainda contou com uma recolonização mais tardia, após a expulsão dos espanhóis em Não havia tempo hábil para a formação de uma escravaria crioula até o princípio do XIX que se distanciasse da influência da comunidade ancestral africana. Soma-se a isso o fato da cidade abrigar um porto oceânico, via de entrada marítima dos africanos escravizados na província durante os séculos XVIII e XIX. É sabido também que em alguns períodos os núcleos urbanos concentraram a maior parte dos africanos no Brasil (Parés, 2005, p.108). Como já vimos, os centro-africanos constituíam mais de 80% dos africanos cativos e alforriados antes da década de 1830 na cidade portuária sulina. Os escravos listados em inventários e cartas de alforria raramente tem o nome de seus ascendentes presente, portanto é difícil estabelecer uma aproximação razoável de quem eram as mães e pais dos crioulos e pardos através destas fontes. Contudo, o registro de compra e venda da estância São Lourenço indica que a possibilidade de uma parte considerável de crioulos ser filhos de africanos era uma realidade cogitável. Em 1819, a estância São Lourenço foi vendida juntamente com um plantel de cento e trinta e oito cativos o qual era constituído, fundamentalmente, em diversas unidades familiares, das quais participavam cerca de cem dos cativos listados - noventa e dois no mínimo. (APERS, Rio Grande, 2º Tabelionato, Notas, livro 9, p. 32v) Na condição de tutor de seu sobrinho e enteado Inácio José de Oliveira Guimarães, o tenente-coronel José Antônio de Oliveira Guimarães e sua mulher D. Isabel Eufrásia de Oliveira passaram através de escritura pública a José da Costa Santos uma Fazenda de Terras de Campos e Matos denominada de S. Lourenço com benfeitorias, escravos [ladinos], animais, e outros bens. Junto a negociação uma descrição pormenorizada dos cativos vinculados ao negócio. Berute (2006, p ), analisando o registro do imposto da sisa sobre a venda da mesma fazenda um outro documento -, ressalta que os crioulos eram majoritários naquele plantel. No entanto, a escritura de compra e venda apresenta uma leve vantagem para os africanos. Das pessoas listadas em seis casos não havia como estabelecer a origem ou ela não foi informada. Africanos somavam sessenta e oito, sendo somente três Minas e cinco Moçambiques, os demais eram da África central atlântica: sessenta homens e mulheres. Se pensarmos em termos de bantos, incluindo 8

9 os moçambiques - bantos orientais temos sessenta e três dos sessenta e oito. Nascidos no Brasil foram encontrados cinquenta e dois crioulos, nove pardos e quatro cabras, totalizando sessenta e cinco pessoas. Porém, mais da metade dos nascidos do lado brasileiro do Atlântico eram filhos de pelo menos um africano ou africana: totalizando trinta e oito (entre os quais trinta e dois crioulos, quatro pardos e dois cabras). Levando em consideração a bagagem de interação na África que Angolas, Congos, Benguelas, e Cabindas, entre outros, haviam criado com missionários católicos, agentes governamentais, comerciantes e traficantes europeus, mas sobretudo portugueses, sugerimos que os canais de organização dos centro-africanos passavam por espaços institucionais da colônia (certamente as irmandades), aproveitando seus conhecimentos prévios - sua ladinização - para reorganizar suas vidas. No princípio do século XIX, Rio Grande era banto. A esmagadora maioria dos africanos eram centro-africanos e, talvez, uma parte considerável dos crioulos cresceram sob influência destes. Muito das estratégias de sobrevivência e resistência ao cativeiro dos nascidos em terra brasileira foram, em grande medida, ensinados pelos mais antigos, seus ancestrais bantos. A política de negociação de alforrias provavelmente foi apenas uma delas. Bibliografia BERUTE, Gabriel Santos. Dos escravos que partem para os portos do sul: características do tráfico negreiro do Rio Grande de São Pedro do Sul, c c Dissertação de Mestrado. UFRGS, FERREIRA, Roquinaldo. Escravidão e revoltas de escravos em Angola. Afro-Ásia, ( ), 9-44., Ilhas Crioulas : O significado plural da mestiçagem cultural na África Atlântica. / Revista de História São Paulo, n. 155, dez Disponível em < acesso em 10 fev HEYWOOD, Linda M. De português a africano: a origem centro-africana das culturas atlânticas crioulas no século XVIII. In: (org.) Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Contexto, LOPES, Nei. Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana. São Paulo: Selo Negro,

10 MELLO, Marco Antônio Lírio. Reviras, Batuques e Carnavais: a cultura de resistência dos escravos em Pelotas. Pelotas: Editora Universitária UFPel, MILLER, Joseph C. África Central durante a era do comércio de escravizados, de 1490 a In: HEYWOOD, Linda M. (org.) Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Contexto, MOREIRA, Paulo R. S.; TASSONI, Tatiani. Que com seu trabalho nos sustenta: As cartas de alforria de Porto Alegre (1748/1888). Porto Alegre, EST Edições, OLIVEIRA, Vinícius Pereira. De Manoel Congo a Manoel de Paula: um africano ladino em terras meridionais. Porto Alegre: EST edições, PARÉS, Luiz Nicolau. O processo de crioulização no recôncavo baiano ( ). Afro-Ásia, 33(2005), REGINALDO, Lucilene. Os Rosários dos Angolas: irmandades negras, experiências escravas e identidades africanas na Bahia setecentista. Tese de Doutorado. Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Unicamp, São Paulo, REIS, João José. Rebelião escrava no Brasil: a história do levante dos malês em edição revista e ampliada São Paulo, Companhia das Letras, ; GOMES, Flávio dos Santos; CARVALHO, Marcus J. M. de. O alufá Rufino: tráfico, escravidão e liberdade no Atlântico Negro (c c. 1853) /. São Paulo : Companhia das Letras, SCHERER, Jovani de Souza. Experiências de busca da liberdade: alforria e comunidade africana em Rio Grande, século XIX. Dissertação de Mestrado, UNISINOS, 2008 SILVEIRA, Renato. Nação Africana no Brasil escravista: problemas teóricos e metodológicos. Afro-Ásia, 38 (2008), SLENES, Robert. Malungu Ngoma vem! : África encoberta e descoberta no Brasil. Revista USP, n 12 (1991-2): A grande greve do Crânio do Tucuxi: espírito das águas centro-africans e identidade escrava no início do século XIX no Rio de Janeiro In: HEYWOOD, Linda M. (org.) Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008 VELLUT, Jean Luc. A bacia do Congo e Angola In: ADE AJAYI, J. F.(ed.) História geral da África, VI: África do século XIX à década de 1880 / Brasília : UNESCO,

11 Abreviatura APERS Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul Anexos Anexo I Presença de grupos africanos na população escrava de Rio Grande, Grupos de Procedência Total Área grupos # % # % # % # % Mina 7 06, , , ,51 Nagô 0 0, , , ,49 África Ocidental Jeje 0 0, Guiné Calabar Tape São Tomé Cabo Verde Fula subtotal 12 11, , , ,38 África Moange Central Atlântica Congo 19 17, , , ,52 Norte do Congo Cabinda 14 13, , , ,14 Mugumbe Monjolo 7 06, subtotal 42 39, , , ,69 11

12 Angola 7 06, , , ,71 Norte de Angola Camondongo Cassange Songo Quissamá Rebolo 7 06, subtotal 18 16, , , ,99 Benguela 26 24, , , ,99 Sul de Angola Ganguela subtotal 28 26, , , ,64 Moçambique 7 06, , , ,97 África Oriental Quilimane Inhambane subtotal 7 06, , , ,14 TOTAL fonte: APERS, Inventários post-mortem de Rio Grande,

A escravidão brasileira

A escravidão brasileira A escravidão brasileira A África antes da chegada dos europeus no século 15 era um continente com várias culturas, povos, línguas e religiões diferentes. Deste modo, não existia uma unidade, mas pelo contrário,

Leia mais

Estudos das Relações Étnico-raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e Indígena. Ementa. Aula 1

Estudos das Relações Étnico-raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e Indígena. Ementa. Aula 1 Estudos das Relações Étnico-raciais para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e Indígena Aula 1 Prof. Me. Sergio Luis do Nascimento Ementa Conceitos básicos, como: escravo, escravizado,

Leia mais

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: História

Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: História COLÉGIO NOSSA SENHORA DA PIEDADE Bloco de Recuperação Paralela DISCIPLINA: História Nome: Ano: 3º Ano 1º Etapa 2014 Colégio Nossa Senhora da Piedade Área do Conhecimento: Ciências Humanas Disciplina: História

Leia mais

Escravos negros na capitania de São Jorge dos Ilhéus no século XVIII. Fernanda Amorim da Silva 1 Orientador: Marcelo Henrique Dias 2

Escravos negros na capitania de São Jorge dos Ilhéus no século XVIII. Fernanda Amorim da Silva 1 Orientador: Marcelo Henrique Dias 2 Escravos negros na capitania de São Jorge dos Ilhéus no século XVIII Fernanda Amorim da Silva 1 Orientador: Marcelo Henrique Dias 2 O conhecimento regional, tomando como exemplo a historiografia francesa,

Leia mais

Atividade extra. Revolução Francesa. Questão 1. Ciências Humanas e suas Tecnologias História 57

Atividade extra. Revolução Francesa. Questão 1. Ciências Humanas e suas Tecnologias História 57 Atividade extra Revolução Francesa Questão 1 No ano de 1835, ocorreu em Salvador, Bahia, a Revolta dos Malês. Mas quem são os malês? O vocábulo male deriva da palavra da língua ioruba imale. Eram considerados

Leia mais

TV Brasil estreia série de documentários Nossa Língua nesta terça (12/7)

TV Brasil estreia série de documentários Nossa Língua nesta terça (12/7) Publicado em TV Brasil (http://tvbrasil.ebc.com.br) 08/07/2016-16h28 TV Brasil estreia série de documentários Nossa Língua nesta terça (12/7) Para incentivar o intercâmbio cultural e o fomento ao audiovisual

Leia mais

Considerando o que você estudou sobre as motivações das grandes navegações, explique a resposta de Vasco da Gama.

Considerando o que você estudou sobre as motivações das grandes navegações, explique a resposta de Vasco da Gama. 7º História Carol Av. Trimestral 04/11/14 INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 1. Verifique, no cabeçalho desta prova, se seu nome, número e turma estão corretos. 2. Esta prova

Leia mais

Vidas cativas: uma biografia dos escravos envolvidos no plano de revolta de 1832 Campinas

Vidas cativas: uma biografia dos escravos envolvidos no plano de revolta de 1832 Campinas Vidas cativas: uma biografia dos escravos envolvidos no plano de revolta de 1832 Campinas Ricardo Figueiredo Pirola Mestrando UNICAMP No ano de 1832 foi descoberto em Campinas um plano de revolta escrava,

Leia mais

Causas dos movimentos migratórios

Causas dos movimentos migratórios Causas dos movimentos migratórios As migrações iniciadas na Pré-História, visavam suprir uma necessidade de sobrevivência de homens e mulheres (alimento, abrigo). A expansão marítima provocou a ocupação

Leia mais

PRECEDENTE HISTÓRICO. Castro Alves- Navio Negreiro. Negros vindos em navio negreiros.

PRECEDENTE HISTÓRICO. Castro Alves- Navio Negreiro. Negros vindos em navio negreiros. MOVIMENTO NEGRO PRECEDENTE HISTÓRICO Na origem das extremas desigualdades raciais observadas no Brasil está o fato óbvio de que os africanos e muitos dos seus descendentes foram incorporados à sociedade

Leia mais

04. POPULAÇÃO BRASILEIRA E SEUS MOVIMENTOS

04. POPULAÇÃO BRASILEIRA E SEUS MOVIMENTOS 04. POPULAÇÃO BRASILEIRA E SEUS MOVIMENTOS O povo brasileiro Darcy Ribeiro (1922-1997) renomado antropólogo brasileiro teve a educação como grande causa de sua vida dedicou-se a tentar entender a alma

Leia mais

A escravidão e o mundo rural

A escravidão e o mundo rural MÓDULO 2 A escravidão e o mundo rural Apresentação do Módulo 2 No Brasil escravista, eram múltiplas e diversas as atividades dos homens e das mulheres, livres e escravos, nas cidades e no mundo rural.

Leia mais

HEYWOOD, Linda. (Org.) Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, p.

HEYWOOD, Linda. (Org.) Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, p. RESENHA Florianópolis, v. 1, n. 2, p. 186 190, jul./dez. 2009 HEYWOOD, Linda. (Org.) Diáspora Negra no Brasil. São Paulo: Editora Contexto, 2008. 222 p. HEYWOOD, Linda. (Org.) Black Diaspora in Brasil.

Leia mais

Boletim do Tempo Presente - ISSN Boletim do Tempo Presente, nº 06, de 09 de 2013, p. 1-6,

Boletim do Tempo Presente - ISSN Boletim do Tempo Presente, nº 06, de 09 de 2013, p. 1-6, RESENHA: PAIVA, EDUARDO FRANÇA; SANTOS, VANICLÉIA SILVA. (ORG.) ÁFRICA E BRASIL NO MUNDO MODERNO. SÃO PAULO: ANNABLUME; BELO HORIZONTE: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA UFMG, 2012. Por Mariana Schlickmann[i]

Leia mais

História de Mato Grosso do sul

História de Mato Grosso do sul História de Mato Grosso do sul BRASIL COLÔNIA Primeiros Povoamentos Os primeiros habitantes que ocuparam o território brasileiro foram os índios, povo com uma cultura totalmente diferente da europeia.

Leia mais

A história do Levante dos Malês

A história do Levante dos Malês A história do Levante dos Malês Fabrício Pereira da Silva* Acontecimento singular na história brasileira, uma revolta de escravos, na maioria muçulmanos, ocorrida na Bahia em 1835, o Levante dos Malês

Leia mais

07 - MERCANTILISMO E EXPANSÃO MARÍTIMA

07 - MERCANTILISMO E EXPANSÃO MARÍTIMA 07 - MERCANTILISMO E EXPANSÃO MARÍTIMA Mercantilismo Surgimento intervenção das monarquias absolutistas na área econômica expandir o comércio aumentar as reservas financeiras se tornarem governos fortes

Leia mais

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 02 A EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL ATLÂNTICA

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 02 A EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL ATLÂNTICA HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 02 A EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL ATLÂNTICA Fixação 1) (UERJ) Navegar é preciso, viver não é preciso. Este era o lema dos antigos navegadores, pois embarcar nos navios

Leia mais

O IMPÉRIO ULTRAMARINO PORTUGUÊS PROF. FELIPE KLOVAN COLÉGIO JOÃO PAULO I

O IMPÉRIO ULTRAMARINO PORTUGUÊS PROF. FELIPE KLOVAN COLÉGIO JOÃO PAULO I O IMPÉRIO ULTRAMARINO PORTUGUÊS PROF. FELIPE KLOVAN COLÉGIO JOÃO PAULO I AS CONQUISTAS PORTUGUESAS Prof. Felipe Klovan Maior império colonial europeu entre 1415 1557 Várias formas de relação colonial Relações

Leia mais

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CUBA Escola Básica Integrada c/ Jardim de Infância Fialho de Almeida, Cuba Ano Lectivo 2007/2008

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CUBA Escola Básica Integrada c/ Jardim de Infância Fialho de Almeida, Cuba Ano Lectivo 2007/2008 Planificação Anual da Área Curricular de História e Geografia de Portugal 5º Ano 1. Mobilizar saberes culturais, científicos e tecnológicos para compreender a realidade e para abordar situações e problemas

Leia mais

A MÃO-DE-OBRA AFRICANA NA ECONOMIA DO GRÃO-PARÁ *

A MÃO-DE-OBRA AFRICANA NA ECONOMIA DO GRÃO-PARÁ * 1 A MÃO-DE-OBRA AFRICANA NA ECONOMIA DO GRÃO-PARÁ * Sônia Viana do Nascimento ** RESUMO: Este artigo enfatiza a força da mão-de-obra negra de origem africana no Estado do Grão-Pará, nos séculos XVII-XIX.

Leia mais

Os conceitos de Pátria e Nação à época da independência no período de 1820 a 1834.

Os conceitos de Pátria e Nação à época da independência no período de 1820 a 1834. Os conceitos de Pátria e Nação à época da independência no período de 1820 a 1834. Nome: Kamal Gonçalves Bretas Orientador: Prof. Marco Antonio Villela Pamplona I - Introdução A proposta da pesquisa é

Leia mais

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 11 A UNIÃO IBÉRICA (1580)

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 11 A UNIÃO IBÉRICA (1580) HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 11 A UNIÃO IBÉRICA (1580) Como pode cair no enem (FUVEST) Sobre a presença francesa na Baía de Guanabara (1557-60), podemos dizer que foi: a) apoiada por armadores franceses

Leia mais

4ª FASE. Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes

4ª FASE. Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes 4ª FASE Prof. Amaury Pio Prof. Eduardo Gomes Unidade IV A formação dos estados modernos 2 Aula 21.2 Conteúdo Escravismo colonial II 3 Habilidade Compreender as heranças africanas no Brasil e as religiões

Leia mais

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 15 A MINERAÇÃO: ECONOMIA

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 15 A MINERAÇÃO: ECONOMIA HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 15 A MINERAÇÃO: ECONOMIA Fixação 1) (UFRN) No século XVIII, teve início a exploração da região mineradora no Brasil, provocando transformações importantes na economia colonial,

Leia mais

Flávio Gomes. A demografia atlântica dos africanos no Rio de Janeiro, séculos XVII, XVIII e XIX

Flávio Gomes. A demografia atlântica dos africanos no Rio de Janeiro, séculos XVII, XVIII e XIX A demografia atlântica dos africanos no Rio de Janeiro, séculos XVII, XVIII e XIX A demografia atlântica dos africanos no Rio de Janeiro, séculos XVII, XVIII e XIX: algumas configurações a partir dos registros

Leia mais

Revista Esboços, Florianópolis, v. 18, n. 26, p , dez

Revista Esboços, Florianópolis, v. 18, n. 26, p , dez 266 DOI: 10.5007/2175-7976.2011v18n26p266 A COR ENQUANTO ELEMENTO HOMOGENEIZADOR DAS DIFERENÇAS ÉTNICAS AFRICANAS E SEUS DESDOBRAMENTOS NA ESCRAVIDÃO MODERNA E NA DESIGUALDADE SOCIAL BRASILEIRA Cristina

Leia mais

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 8º História Rafael Av. Mensal 01/10/15 INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 1. Verifique, no cabeçalho desta prova, se seu nome, número e turma estão corretos. 2. Esta prova contém

Leia mais

PROJETO DE LEI Nº DE 2003 (Do Sr. RODOLFO PEREIRA)

PROJETO DE LEI Nº DE 2003 (Do Sr. RODOLFO PEREIRA) PROJETO DE LEI Nº DE 2003 (Do Sr. RODOLFO PEREIRA) Institui o Sistema de Quota para População Indígena nas Instituições de Ensino Superior.. O Congresso Nacional decreta: Art. 1º As instituições de ensino

Leia mais

Assentos [manuscritos] de batismo e de óbitos na Capitania do Rio Grande ( )

Assentos [manuscritos] de batismo e de óbitos na Capitania do Rio Grande ( ) Assentos [manuscritos] de batismo e de óbitos na Capitania do Rio Grande (1757-1796) Records [manuscripts] of baptism and demise in the captaincy of the Rio Grande (1769-1779) A Revista Educação em Questão

Leia mais

No entanto, como se pode observar na Tabela 2, não foram essas. décadas as que apresentaram maior presença de padrinhos escravos do mesmo

No entanto, como se pode observar na Tabela 2, não foram essas. décadas as que apresentaram maior presença de padrinhos escravos do mesmo O APADRINHAMENTO DE ESCRAVOS ADULTOS (SÃO JOÃO DEL REI, 1730-1850) # Profa. Dra. Silvia Maria Jardim Brügger (DECIS UFSJ) I. Apadrinhamento de Escravos Adultos: Características Gerais Nesta comunicação

Leia mais

FRANCESES NO BRASIL FORTALEZA DE SANTA CRUZ DA BARRA - NITERÓI

FRANCESES NO BRASIL FORTALEZA DE SANTA CRUZ DA BARRA - NITERÓI FRANCESES NO BRASIL FORTALEZA DE SANTA CRUZ DA BARRA - NITERÓI AS INVASÕES FRANCESAS 2ª invasão 1612 Maranhão Fundação da França Equinocial e a Cidade de São Luís Comandante Daniel de La Touche Obs: esse

Leia mais

Colégio Madre Carmen Sallés

Colégio Madre Carmen Sallés Colégio Madre Carmen Sallés Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Desde 1962 evangelizando através da educação em Brasília DF AV. L2 NORTE QUADRA 604 Bloco D Tel: 3223-2863 www.carmensalles.com.br

Leia mais

COMPRANDO IMÓVEIS EM PORTUGAL

COMPRANDO IMÓVEIS EM PORTUGAL COMPRANDO IMÓVEIS EM PORTUGAL Aspectos Jurídicos e Tributários ESPECIALISTA IMOBILÁRIO EUROPEU Comprar imóveis em Portugal é um processo relativamente simples e direto. Quando comparada a alguns dos países

Leia mais

Geografia. A Distribuição da População Brasileira. Professor Luciano Teixeira.

Geografia. A Distribuição da População Brasileira. Professor Luciano Teixeira. Geografia A Distribuição da População Brasileira Professor Luciano Teixeira www.acasadoconcurseiro.com.br Geografia A DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA Demografia - Estudos de População Demografia

Leia mais

POR QUE É PRECISO TER CONSCIÊNCIA NEGRA?

POR QUE É PRECISO TER CONSCIÊNCIA NEGRA? POR QUE É PRECISO TER CONSCIÊNCIA NEGRA? Qualquer sociedade que busca o desenvolvimento da democracia precisa dar especial atenção aos anseios sociais e colocá-los à frente de nossos anseios pessoais.

Leia mais

QUEM FAZ E COMO SE FAZ O BRASIL? Professor: Joaldo Dantas de Medeiros Sociologia 3ª Série

QUEM FAZ E COMO SE FAZ O BRASIL? Professor: Joaldo Dantas de Medeiros Sociologia 3ª Série QUEM FAZ E COMO SE FAZ O BRASIL? Professor: Joaldo Dantas de Medeiros Sociologia 3ª Série A SOCIOLOGIA E O MUNDO DO TRABALHO Durkheim, sociólogo francês do final do século XIX, ao observar a vida social

Leia mais

ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR (ES):

ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR (ES): I.IDENTIFICAÇÂO PLANO DE CURSO ANO 01 ESCOLA ESTADUAL CONTEÙDO: TURMA:7º ano Nº DE AULAS SEMANAIS: PROFESSOR (ES): OBJETIVOS GERAIS *Promover a aquisição de ferramentas intelectuais e a formação de atitudes

Leia mais

CONTEÚDOS HISTÓRIA 4º ANO COLEÇÃO INTERAGIR E CRESCER

CONTEÚDOS HISTÓRIA 4º ANO COLEÇÃO INTERAGIR E CRESCER CONTEÚDOS HISTÓRIA 4º ANO COLEÇÃO INTERAGIR E CRESCER UNIDADE 1 O TEMPO E AS ORIGENS DO BRASIL 1. Contando o tempo Instrumentos de medida do tempo Medidas de tempo: década, século, milênio Linha do tempo

Leia mais

A empresa açucareira e o Brasil holandês Prof. Maurício Ghedin Corrêa

A empresa açucareira e o Brasil holandês Prof. Maurício Ghedin Corrêa A empresa açucareira e o Brasil holandês Prof. Maurício Ghedin Corrêa 1. A empresa açucareira Todas as atividades da colônia eram organizadas de acordo com um conjunto de regras conhecidas como pacto colonial,

Leia mais

SOCIOLOGIA - 3 o ANO MÓDULO 12 ETNIA X RAÇA

SOCIOLOGIA - 3 o ANO MÓDULO 12 ETNIA X RAÇA SOCIOLOGIA - 3 o ANO MÓDULO 12 ETNIA X RAÇA Como pode cair no enem O Apartheid foi um regime social estabelecido na África do Sul a partir de 1948, após a ascensão do Partido dos Nacionalistas ao poder

Leia mais

Planejamento das Aulas de História º ano (Prof. Leandro)

Planejamento das Aulas de História º ano (Prof. Leandro) Planejamento das Aulas de História 2016 7º ano (Prof. Leandro) Fevereiro Aula Programada (As Monarquias Absolutistas) Páginas Tarefa 1 A Formação do Estado Moderno 10 e 11 Mapa Mental 3 Teorias em defesa

Leia mais

Na Nigéria, religiosos fazem campanha para combater o preconceito contra Exu

Na Nigéria, religiosos fazem campanha para combater o preconceito contra Exu Na Nigéria, religiosos fazem campanha para combater o preconceito contra Exu por Por Dentro da África - terça-feira, janeiro 12, 2016 http://www.pordentrodaafrica.com/cultura/22084 Natalia da Luz, Por

Leia mais

MATERIAL PREPARATÓRIO PARA A OFICINA

MATERIAL PREPARATÓRIO PARA A OFICINA MATERIAL PREPARATÓRIO PARA A OFICINA Prezada professora, prezado professor, Esta atividade foi elaborada para a sala de aula como preparação para a Oficina Os Tesouros da Família Arquivo, do Programa de

Leia mais

A ocupação africana e suas consequências

A ocupação africana e suas consequências A ocupação africana e suas consequências Introdução Contato europeus X africanos: século XV (criação de entrepostos comerciais no litoral, áreas de descanso e atracadouro). Período marcado pelo povoamento

Leia mais

A Expansão Portuguesa. Portugal e o Mundo nos séculos XV e XVI

A Expansão Portuguesa. Portugal e o Mundo nos séculos XV e XVI A Expansão Portuguesa Portugal e o Mundo nos séculos XV e XVI Na Europa, as terras e povos desconhecidos surgiam em mapas, pinturas, gravuras e livros que influenciaram o pensamento europeu. A acção da

Leia mais

AS FESTAS DAS IRMANDADES NEGRAS. sociedade brasileira Oitocentista; compreender que alguns elementos dessas festas sobrevivem com

AS FESTAS DAS IRMANDADES NEGRAS. sociedade brasileira Oitocentista; compreender que alguns elementos dessas festas sobrevivem com Aula AS FESTAS DAS IRMANDADES NEGRAS META sociedade brasileira Oitocentista; compreender que alguns elementos dessas festas sobrevivem com OBJETIVOS (Fonte: http://4.bp.blogspot.com). ligiosas, nesta aula

Leia mais

- SEGUNDO REINADO GUERRA DO PARAGUAI. Batalha Naval do Riachuelo A Batalha Naval do Riachuelo é considerada um dos maiores triunfos da História das

- SEGUNDO REINADO GUERRA DO PARAGUAI. Batalha Naval do Riachuelo A Batalha Naval do Riachuelo é considerada um dos maiores triunfos da História das 2 Reinado - SEGUNDO REINADO GUERRA DO PARAGUAI. Batalha Naval do Riachuelo A Batalha Naval do Riachuelo é considerada um dos maiores triunfos da História das Forças Armadas do Brasil. A sua deflagração

Leia mais

Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana

Sankofa. Revista de História da África e de Estudos da Diáspora Africana Resenha HEYWOOD, Linda M.(org.) Diáspora negra no Brasil. (Tradução: Ingrind de Castro Vompean Fregonez, Thaís Crsitina Casson, Vera Lúcia Benedito). São Paulo: Contexto, 2008. Fabiana Schleumer 1 O livro

Leia mais

REVISA CAESP HUMANAS - HISTÓRIA

REVISA CAESP HUMANAS - HISTÓRIA REVISA CAESP HUMANAS - HISTÓRIA NOME: N ª. NOME: N ª. TURMA: 1º ANO A 4º BIMESTRE ENTREGAR: 04/10/2016 - PROF. ANDERSON W. 1. (Fuvest 2014) Observe estes mapas: a) Identifique duas diferenças significativas

Leia mais

EMENTÁRIO HISTÓRIA LICENCIATURA EAD

EMENTÁRIO HISTÓRIA LICENCIATURA EAD EMENTÁRIO HISTÓRIA LICENCIATURA EAD CANOAS, JULHO DE 2015 DISCIPLINA PRÉ-HISTÓRIA Código: 103500 EMENTA: Estudo da trajetória e do comportamento do Homem desde a sua origem até o surgimento do Estado.

Leia mais

Equipe de Geografia GEOGRAFIA

Equipe de Geografia GEOGRAFIA Aluno (a): Série: 3ª Turma: TUTORIAL 8B Ensino Médio Equipe de Geografia Data: GEOGRAFIA DEMOGRAFIA População absoluta: População total de um determinado local (cidade, estado ou país); População relativa:

Leia mais

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011

O MERCADO DE TRABALHO EM 2011 OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DO DISTRITO FEDERAL Novembro de 2012 O MERCADO DE TRABALHO EM 2011 Em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra Os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego podem

Leia mais

Um povo. Uma cultura?

Um povo. Uma cultura? Um povo. Uma cultura? "Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela fomos feitos e ainda

Leia mais

Cópia autorizada. II

Cópia autorizada. II II Sugestões de avaliação História 7 o ano Unidade 8 5 Unidade 8 Nome: Data: 1. Qual(is) da(s) sentença(s) a seguir apresenta(m) corretamente as motivações de Portugal para estabelecer a produção açucareira

Leia mais

ATENÇÃO ESTE CADERNO CONTÉM 10 (DEZ) QUESTÕES. VERIFIQUE SE ESTÁ COMPLETO. DURAÇÃO DA PROVA: 3 (TRÊS) HORAS

ATENÇÃO ESTE CADERNO CONTÉM 10 (DEZ) QUESTÕES. VERIFIQUE SE ESTÁ COMPLETO. DURAÇÃO DA PROVA: 3 (TRÊS) HORAS ATENÇÃO ESTE CADERNO CONTÉM 10 (DEZ) QUESTÕES. VERIFIQUE SE ESTÁ COMPLETO. DURAÇÃO DA PROVA: 3 (TRÊS) HORAS A correção de uma questão será restrita somente ao que estiver apresentado no espaço correspondente,

Leia mais

GRUPO I POPULAÇÃO E POVOAMENTO. Nome N. o Turma Avaliação. 1. Indica, para cada conceito, o número da definição que lhe corresponde.

GRUPO I POPULAÇÃO E POVOAMENTO. Nome N. o Turma Avaliação. 1. Indica, para cada conceito, o número da definição que lhe corresponde. Nome N. o Turma Avaliação GRUPO I 1. Indica, para cada conceito, o número da definição que lhe corresponde. Conceito Definição a. Cultura 1. Discriminação de povos ou pessoas, por certos grupos de indivíduos,

Leia mais

O tráfico negreiro na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e a perspectiva da proibição do tráfico atlântico de escravos,

O tráfico negreiro na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e a perspectiva da proibição do tráfico atlântico de escravos, O tráfico negreiro na Província de São Pedro do Rio Grande do Sul e a perspectiva da proibição do tráfico atlântico de escravos, 1826-1831 Gabriel Santos Berute Doutorando PPG-História/UFRGS A bibliografia

Leia mais

Atividade de Revisão Prova 1 cap. 01 Questões Objetivas. Utilize o mapa a seguir para auxiliar na resolução das questões de 1 a 4:

Atividade de Revisão Prova 1 cap. 01 Questões Objetivas. Utilize o mapa a seguir para auxiliar na resolução das questões de 1 a 4: Atividade de Revisão Prova 1 cap. 01 Questões Objetivas Utilize o mapa a seguir para auxiliar na resolução das questões de 1 a 4: Fonte: Adaptado de http://image.slidesharecdn.com/profdemetriomelo-brasilregionalizao

Leia mais

Enidelce Bertin Doutoranda em História Social - FFLCH/USP

Enidelce Bertin Doutoranda em História Social - FFLCH/USP SLENES, Robert W. Na senzala uma flor: esperanças e recordações na formação da família escrava. Brasil Sudeste, século XIX. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, 288p. Enidelce Bertin Doutoranda em História

Leia mais

INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA TROPICAL Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga CURRICULUM VITAE

INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA TROPICAL Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga CURRICULUM VITAE INSTITUTO DE INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA TROPICAL Centro de Estudos de História e Cartografia Antiga CURRICULUM VITAE Maria João Soares LISBOA, 2004 DADOS PESSOAIS Nome: Maria João Soares Nome completo: Maria

Leia mais

Alforrias na Ilha de Santa Catarina,

Alforrias na Ilha de Santa Catarina, Alforrias na Ilha de Santa Catarina, 1829-1888. Henrique Espada Lima (Departamento de História UFSC) Este trabalho apresenta de modo introdutório os dados recolhidos na pesquisa Arranjos de liberdade e

Leia mais

Unidade 2: Cultura e história das populações indígenas no Brasil

Unidade 2: Cultura e história das populações indígenas no Brasil Unidade 2: Cultura e história das populações indígenas no Brasil Darcy Ribeiro e sua teoria sobre os índios no Brasil e o processo civilizatório. O projeto pombalino no século XVIII, a imposição da língua

Leia mais

ALFORRIAS EM RIO DE CONTAS-BAHIA ( ) Esta comunicação pretende fazer uma reflexão sobre a prática de alforria na

ALFORRIAS EM RIO DE CONTAS-BAHIA ( ) Esta comunicação pretende fazer uma reflexão sobre a prática de alforria na ALFORRIAS EM RIO DE CONTAS-BAHIA (1800-1850) Kátia Lorena Novais Almeida PPG-UFBA katialorena@lognet.com.br Esta comunicação pretende fazer uma reflexão sobre a prática de alforria na comarca de Rio de

Leia mais

A INSERÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO EM 2012

A INSERÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO EM 2012 OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO NO DISTRITO FEDERAL NOVEMBRO DE 2013 A INSERÇÃO DOS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO EM 2012 Em comemoração ao dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, data consagrada

Leia mais

Abolio da escravatura - Lei urea

Abolio da escravatura - Lei urea Abolio da escravatura - Lei urea Questo: 1 Abolição da Escravatura - Lei Áurea Introdução Na época em que os portugueses começaram a colonização do Brasil, não existia mão-de-obra para a realização de

Leia mais

ENVELHECIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL E ESTADO DE SÃO PAULO NA DÉCADA DE NOVENTA

ENVELHECIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL E ESTADO DE SÃO PAULO NA DÉCADA DE NOVENTA ENVELHECIMENTO POPULACIONAL NO BRASIL E ESTADO DE SÃO PAULO NA DÉCADA DE NOVENTA Aparecida Vieira de Melo 1 INTRODUÇÃO Dados do censo demográfico de 1991 e da contagem populacional de 1996 mostram que

Leia mais

ESTRUTURAS DOMICILIARES DA CIDADE DE MARIANA: ANÁLISE DA LISTA DE HABITANTES DO DISTRITO DE MARIANA DE

ESTRUTURAS DOMICILIARES DA CIDADE DE MARIANA: ANÁLISE DA LISTA DE HABITANTES DO DISTRITO DE MARIANA DE ESTRUTURAS DOMICILIARES DA CIDADE DE MARIANA: ANÁLISE DA LISTA DE HABITANTES DO DISTRITO DE MARIANA DE 1819 Nicole de Oliveira Alves Damasceno Universidade Federal de Ouro Preto RESUMO: DESDE O INÍCIO

Leia mais

SISTEMA FARSUL MAPEAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE BOVINA:

SISTEMA FARSUL MAPEAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE BOVINA: SISTEMA FARSUL ASSESSORIA ECONÔMICA MAPEAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE BOVINA: 2006-2016 PORTO ALEGRE 2017 MAPEAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE CARNE BOVINA 1.0 INTRODUÇÃO E METODOLOGIA

Leia mais

DEVOTOS DA COR. Pesquisadora: Mariza de Carvalho Soares Direção: Bruno Pacheco de Oliveira Transcrição: (12 min., 1999)

DEVOTOS DA COR. Pesquisadora: Mariza de Carvalho Soares Direção: Bruno Pacheco de Oliveira Transcrição: (12 min., 1999) 1 DEVOTOS DA COR Pesquisadora: Mariza de Carvalho Soares Direção: Bruno Pacheco de Oliveira Transcrição: (12 min., 1999) Legendas - Sou irmã... Daqui da igreja. - Santo Elesbão, Santa Efigênia e o Senhor

Leia mais

ESTADO NACIONAL ABSOLUTISMO EXPANSÃO MARÍTIMA PROF. SORMANY ALVES

ESTADO NACIONAL ABSOLUTISMO EXPANSÃO MARÍTIMA PROF. SORMANY ALVES ESTADO NACIONAL ABSOLUTISMO EXPANSÃO MARÍTIMA PROF. SORMANY ALVES O ESTADO NACIONAL a) A necessidade de reorganização do poder da nobreza frente às s rebeliões camponesas. b) A necessidade de viabilizar

Leia mais

REDE EDUCACIONAL ADVENTISTA Ementa de Curso

REDE EDUCACIONAL ADVENTISTA Ementa de Curso REDE EDUCACIONAL ADVENTISTA Ementa de Curso DISCIPLINA: HISTÓRIA SÉRIE/ TURMA: 1º ANO MÉDIO ABC BIMESTRE: 4º NÚMERO 1. Módulo 16 - Política e economia no Antigo Introdução do módulo, com aula em slides

Leia mais

ENSINO RELIGIOSO 8 ANO ENSINO FUNDAMENTAL PROF.ª ERIKA PATRÍCIA FONSECA PROF. LUIS CLÁUDIO BATISTA

ENSINO RELIGIOSO 8 ANO ENSINO FUNDAMENTAL PROF.ª ERIKA PATRÍCIA FONSECA PROF. LUIS CLÁUDIO BATISTA ENSINO RELIGIOSO 8 ANO ENSINO FUNDAMENTAL PROF.ª ERIKA PATRÍCIA FONSECA PROF. LUIS CLÁUDIO BATISTA Avaliação da unidade III Pontuação: 7,5 pontos 2 Questão 01 (1,0) As religiões orientais desenvolveram-se

Leia mais

Prova Final - 7º ano A e B

Prova Final - 7º ano A e B Prova Final - 7º ano A e B O QUE ESTUDAR? Língua Portuguesa Camila 14/12/16 1 verbo ( Estrutura e regularidade 2.tempo subjetivo 3. Preposição 1. livro 58 2. Livro págs. 80 á 86 3.Preposição 118 Caderno

Leia mais

Geografia. Demografia - CE. Professor Luciano Teixeira.

Geografia. Demografia - CE. Professor Luciano Teixeira. Geografia Demografia - CE Professor Luciano Teixeira www.acasadoconcurseiro.com.br Geografia DEMOGRAFIA - CE O povo cearense foi formado pela miscigenação de indígenas catequizados e aculturados após

Leia mais

DICAS DO PROFESSOR. História 6º Ano

DICAS DO PROFESSOR. História 6º Ano DICAS DO PROFESSOR História 6º Ano ROMA ANTIGA fases: séculos: IIIdC JC I ac VI ac VIIIaC IMPÉRIO REPÚBLICA MONARQUIA Auge da civilização romana; Pão e circo e Pax Romana; Cristianismo; Bárbaros; Crise.

Leia mais

ESTRUTURA E DINÂMICA DO SETOR PROVEDOR DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS EMPREGOS E SALÁRIOS NA DÉCADA DE 1990

ESTRUTURA E DINÂMICA DO SETOR PROVEDOR DE SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL: UMA ANÁLISE DOS EMPREGOS E SALÁRIOS NA DÉCADA DE 1990 Isabel Caldas Borges Mestranda do Programa de Pós Graduação em Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Marconi Gomes da Silva Professor Doutor do Departamento de Economia da Universidade

Leia mais

RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO

RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO QUESTÃO 1. Quando se fala em Queda do Império Romano, deve-se entender que se trata da queda do Império Romano do Ocidente, isto é, a porção do vasto

Leia mais

Unidade 3: A estrutura social e as desigualdades:

Unidade 3: A estrutura social e as desigualdades: Unidade 3: A estrutura social e as desigualdades: Capítulo 7 : Estrutura e Estratificação Social. Estrutura Social: composta por fatores econômicos, políticos, históricos, sociais, religiosos e culturais

Leia mais

UNIDADE: DATA: 02 / 12 / 2015 III ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE HISTÓRIA 1.º ANO/EM

UNIDADE: DATA: 02 / 12 / 2015 III ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE HISTÓRIA 1.º ANO/EM SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA Mantenedora da PUC Minas e do COLÉGIO SANTA MARIA UNIDADE: DATA: 02 / 2 / 205 III ETAPA AVALIAÇÃO ESPECIAL DE HISTÓRIA.º ANO/EM ALUNO(A): N.º: TURMA: PROFESSOR(A): VALOR: 6,0

Leia mais

Prof. Franco Augusto

Prof. Franco Augusto Prof. Franco Augusto Moeda: Dólar Australiano População: 23.330.000 habitantes Área Total: 7.692.024./ km² Densidade: 2,96 hab./km² Renda per capta: US$ 40.234 IDH: 0,92 (2º IDH mais elevado do mundo).

Leia mais

01- Logo que os portugueses chegaram ao Brasil encontraram outros povos, os índios. Esse povo era realmente índio? Justifique. R.:

01- Logo que os portugueses chegaram ao Brasil encontraram outros povos, os índios. Esse povo era realmente índio? Justifique. R.: PROFESSOR: EQUIPE DE HISTÓRIA E GEOGRAFIA BANCO DE QUESTÕES - HISTÓRIA E GEOGRAFIA 5 ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ========================================================================== Texto 1 BRASIL,

Leia mais

PROPOSTAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO PARA 2ª FASE

PROPOSTAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO PARA 2ª FASE CURSO DE PRODUÇÃO DE 2012 Profa. Vivian Müller PROPOSTAS DE PRODUÇÃO DE TEXTO PARA 2ª FASE BLOCO 6 A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como variantes da versão lusitana da tradição civilizatória

Leia mais

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 17 REBELIÕES COLONIAIS

HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 17 REBELIÕES COLONIAIS HISTÓRIA - 1 o ANO MÓDULO 17 REBELIÕES COLONIAIS Fixação 1) (FGV) Outra preocupação da Coroa foi a de estabelecer limites à entrada na região das minas. Nos primeiros tempos da atividade mineradora, a

Leia mais

Renascimento, Reformas, Grandes Navegações, Mercantilismo e Colonialismo

Renascimento, Reformas, Grandes Navegações, Mercantilismo e Colonialismo Renascimento, Reformas, Grandes Navegações, Mercantilismo e Colonialismo Renascimento e Reformas 1. As imagens abaixo ilustram alguns procedimentos utilizados por um novo modo de conhecer e explicar a

Leia mais

Aula 3. Curso de Atualização 30 horas. Núcleo Pedagógico / Diretoria de Ensino Região Leste 4 / SEE-SP

Aula 3. Curso de Atualização 30 horas. Núcleo Pedagógico / Diretoria de Ensino Região Leste 4 / SEE-SP Aula 3 Curso de Atualização 30 horas Núcleo Pedagógico / Diretoria de Ensino Região Leste 4 / SEE-SP INFLUÊNCIA DE LÍNGUAS AFRICANAS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO Região Banto (ou Bantu) mais de 300 línguas

Leia mais

Observe com atenção o mapa a seguir:

Observe com atenção o mapa a seguir: º Tempo / beta Nome: Nº: Ensino Fundamental AVALIAÇÃO MULTIDISCIPLINAR Data: / /016 TARDE Ano: 7 o Bimestre: o Código da Prova: 16070498 NOTA: 1) A necessidade de encontrar novas rotas para as Índias motivou

Leia mais

O golpe nada mais foi que a antecipação da maioridade de D. Pedro II, que contava então com um pouco mais de 14 anos.

O golpe nada mais foi que a antecipação da maioridade de D. Pedro II, que contava então com um pouco mais de 14 anos. GOLPE DA MAIORIDADE Desde 1838, estava claro tanto para os LIBERAIS, quanto para os CONSERVADORES que somente a monarquia plena poderia levar o país a superar a sua instabilidade política. O golpe nada

Leia mais

. a d iza r to u a ia p ó C II

. a d iza r to u a ia p ó C II II Sugestões de avaliação História 4 o ano Unidade 5 5 Unidade 5 Nome: Data: 1. Relacione as colunas. (A) Colonos portugueses (B) indígenas e africanos escravizados ( ) Vieram para o Brasil com o objetivo

Leia mais

Ministério do Reino/Informações dos governadores e magistrados das ilhas adjacentes e ultramar ( )

Ministério do Reino/Informações dos governadores e magistrados das ilhas adjacentes e ultramar ( ) Ministério do Reino/Informações dos governadores e magistrados das ilhas adjacentes e ultramar (1730-1830) Teresa Tremoceiro 2011 16 de Novembro A Torre do Tombo ao encontro de Todos em 2011 1 Informações

Leia mais

Principais Livros e Capítulos Publicados em Docentes:

Principais Livros e Capítulos Publicados em Docentes: Principais Livros e Capítulos Publicados em 2011. Docentes: Paulo Santos Silva Âncoras de tradição: luta política, intelectuais e construção do discurso histórico na Bahia (1930-1949). EDUFBA ISBN 85-232-0218-8

Leia mais

Considerações sobre o perfil do alforriado em Rio de Contas, Bahia (século XIX)

Considerações sobre o perfil do alforriado em Rio de Contas, Bahia (século XIX) Considerações sobre o perfil do alforriado em Rio de Contas, Bahia (século XIX) O povoamento da região de Rio de Contas deu-se com a criação de gado que adentrou o sertão, margeando o curso do rio São

Leia mais

DINÂMICA POPULACIONAL E INDICADORES DEMOGRÁFICOS. Aula 4

DINÂMICA POPULACIONAL E INDICADORES DEMOGRÁFICOS. Aula 4 DINÂMICA POPULACIONAL E INDICADORES DEMOGRÁFICOS Aula 4 NOS DÁ A IDÉIA DA COMPOSIÇÃO DA POPULAÇAO... Década de 30 A ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER passou de aproximadamente 41 anos Década de 50 Viviam média

Leia mais

Programa: os tópicos a seguir serão desenvolvidos em aulas expositivas e discutidos a partir dos textos indicados e atividades propostas.

Programa: os tópicos a seguir serão desenvolvidos em aulas expositivas e discutidos a partir dos textos indicados e atividades propostas. 1 Disciplina: História da África Código: FLH-0649 Períodos: Diurno / Noturno Professora: Marina de Mello e Souza 2º semestre de 2011 Título do Programa: Introdução à história da África pré-colonial, séculos

Leia mais

O Expansionismo Europeu

O Expansionismo Europeu O Expansionismo Europeu História 8.º ano 1. Classifica as seguintes afirmações em verdadeiras (V) ou falsas (F). Quais os interesses da Coroa portuguesa na expansão marítima? a) Ter acesso a novas fontes

Leia mais

Na estrutura do Estado Absolutista havia três diferentes Estados. O que é correto afirmar sobre estes estados?

Na estrutura do Estado Absolutista havia três diferentes Estados. O que é correto afirmar sobre estes estados? Questão 1 Na estrutura do Estado Absolutista havia três diferentes Estados. O que é correto afirmar sobre estes estados? a. O Primeiro Estado era representado pelos religiosos, o Segundo Estado era representado

Leia mais

O vasto império colonial Espanhol em 1800

O vasto império colonial Espanhol em 1800 O vasto império colonial Espanhol em 1800 FATORES DA INDEPENDÊNCIA CHAPETONES X CRIOLLOS ESPANHÓIS NASCIDOS NA ESPANHA DETINHAM OS PRINCIPAIS CARGOS DA ADMINISTRAÇÃO COLONIAL GOZAVAM DA CONFIANÇA DA COROA

Leia mais

Título do Programa: Introdução à história da África pré-colonial, séculos XVI XIX.

Título do Programa: Introdução à história da África pré-colonial, séculos XVI XIX. 1 Disciplina: História da África Código: FLH-0649 Períodos: Diurno e Noturno Créditos: 5 aulas, 1 trabalho Professora: Marina de Mello e Souza 2º semestre de 2012 Título do Programa: Introdução à história

Leia mais

Projeto:Arte e História com tecnologia

Projeto:Arte e História com tecnologia Projeto:Arte e História com tecnologia Biografia O meu nome é maria eduarda olivera de solza e eu tenho 11 anos e eu faço aniverssá dia 24 de maio. Eu gosto de bricar de patis e varias coisas mais. Eu

Leia mais