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1 POTENCIALIDADES DO TESTAMENTO VITAL: promoção da autonomia pessoal Rômulo Garzon Guimarães¹ Valéria Edith Carvalho de Oiliveira 2 RESUMO: A implantação do testamento vital no ordenamento jurídico brasileiro pode ser conferida à amplitude da autonomia pessoal, assegurando a decisão de uma pessoa que explicita sua não vontade de submeter a tratamentos e procedimentos médicos diante um diagnóstico de doença terminal. Neste sentido, a Constituição Federal Brasileira apresenta os princípios da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1, III) e da Autonomia Privada (princípio implícito no art. 5º), que podem ser aplicados quando se fala de testamento vital. Desta forma, este estudo sugere a reflexão da legalidade da manifestação antecipada de vontade, instituída no Brasil por meio da Resolução nº /12 do Conselho Federal de Medicina, justificando-se pela necessidade de tornar conhecidas as potencialidades do testamento vital. PALAVRAS-CHAVE: Autonomia pessoal, Direito a morrer, Testamento, Vital ABSTRACT: The implementation of living wills in the Brazilian legal system can be conferred on the amplitude of personal autonomy, ensuring the decision of a person who explains his no desire to undergo medical treatments and procedures before a diagnosis of terminal illness. In this sense, the Brazilian Federal Constitution sets out the principles of Human Dignity (art. 1, III) and Private Autonomy (implicit principle in art. 5), which can be applied when it comes to living will. Thus, this study suggests the reflection of the legality of early manifestation of will, established in Brazil through Resolution no. 1,995 / 12 of the Federal Medical Council, justified by the need to make known the potential of the living will. KEYWORDS: Personal autonomy, Right to die, Testament to as life, SUMÁRIO: I Introdução; II Testamento Vital; III Análises sobre a eutanásia, distanásia e ortotanásia; IV Possibilidades Jurídicas das Diretivas Antecipadas de Vontade no Brasil; V Considerações Finais; Referências. I. INTRODUÇÃO A autonomia e autodeterminação do indivíduo, considerando o livre arbítrio, é um direito que deve ser respeitado, pois, a qualquer pessoa deve ser garantida possibilidade de dispor de seu próprio corpo, permitindo abdicar-se a qualquer dos procedimentos ou tratamentos médicos que lhe forem sugeridos, mesmo que com isso seu processo de morte seja abreviado. A implantação do testamento vital no ordenamento jurídico brasileiro pode ser conferida à amplitude da autonomia pessoal, assegurando a decisão de uma pessoa que explicita sua não vontade de submeter a tratamentos e procedimentos médicos diante um diagnóstico de doença terminal. Como o testamento vital não possui uma legislação específica no Brasil e atentando para a promoção da autonomia pessoal, a legalização do testamento vital pode ser uma ferramenta pertinente e eficaz, considerando os anseios, opções e opinião do indivíduo quanto aos tratamentos e procedimentos médicos que poderá se submeter, principalmente quando ressaltada a hipótese em que não possa manifestar suas escolhas. A Constituição Federal Brasileira apresenta os princípios da Dignidade da Pessoa Humana (art. 1, III) e da Autonomia Privada (princípio implícito no art. 5º), que podem ser aplicados quando se fala de testamento vital. Sendo assim obrigar um indivíduo a se submeter a procedimentos ou tratamentos que ele não deseja, é contrariar os princípios constitucionais apontados. Desta forma, com o crescente avanço da medicina, evidenciase uma a falha no que se refere às leis e normas da autonomia pessoal no tratamento médico em que, por algum evento cause a incapacidade percepção do indivíduo. Sendo assim este estudo sugere a reflexão da legalidade da manifestação antecipada de vontade, instituída no Brasil por meio da Resolução nº /12 do Conselho Federal de Medicina, justificando-se pela necessidade de tornar conhecidas as potencialidades do testamento vital, até então sem legislação específica no Brasil, além de contribuir com o debate acerca do direito a morte, e o princípio da dignidade da pessoa humana, com abordagem na autonomia individual de cada pessoa. II. TESTAMENTO VITAL O prolongamento artificial da vida vem suscitando conflitos éticos e morais que necessitam ser avaliados, pois de um lado estão os adeptos à aplicação do princípio do direito à liberdade de autodeterminação, e do outro, os que teorizam contra, sustentando sua posição pelo princípio do direito à vida como bem indisponível. Desta forma o Testamento Vital, documento com diretrizes antecipadas, configurase como um estatuto adequado para atualizar o arcabouço jurídico brasileiro (PICCINI, 2011). O Testamento Vital é um procedimento pouco conhecido no Brasil, pois não há uma lei determinada para tal. Surgiu pelo vocábulo Living Will, no qual Dadalto (2009) descreve traduções de will em três substantivos, vontade, desejo e testamento, e em paralelo, a interpretação de living como substantivo sustento, o adjetivo vivo ou o verbo vivendo. Originado nos Estados Unidos por Luis Kutner, o Testamento Vital propõe a ser um documento de proteção do direito individual a permitir sua morte, ou seja, o paciente tem o direito de se recusar a ser submetido a tratamento médico cujo objetivo seja o prolongamento da vida, quando seu estado clínico for irreversível ou estiver em estado vegetativo persistente (DADALTO, TUPINABÁS & GRECO, 2013). De acordo com Grinberg & Chehaibar (2012), a expressão sobre os tipos de tratamento que o paciente deseja dos profissionais de saúde e dos cuidadores durante o estágio terminal de vida, registrada ainda com qualidade de vida preservada, é conhecida como Testa- LETRAS JURÍDICAS N.4 1/2015 ISSN

2 mento Vital e já existente em países como Espanha, Japão, Estados Unidos da América, Portugal e Uruguai. Neste contexto, a declaração prévia de vontade para o fim da vida, também conhecido por testamento vital, é um documento de pronunciamentos de vontade pelo qual uma pessoa capaz manifesta seus anseios sobre os tratamentos médicos a qual deve ser submetida, a ser utilizado quando o outorgante estiver em estado terminal, em estado vegetativo persistente ou com uma doença crônica incurável, impossibilitando de manifestar livre e conscientemente sua vontade (DADALTO, 2013). Nunes (2012) esclarece que o Testamento Vital, surgiu há quatro décadas com o objetivo de permitir a uma pessoa, devidamente esclarecida, recusar determinado tipo de tratamento que no seu quadro de valores são claramente inaceitáveis e também explicita qualidades essenciais do Testamento Vital, como contribuição para o empoderamento dos doentes, reforçando o exercício do seu legítimo direito à autodeterminação em matéria de cuidados de saúde, e o planejamento do momento da morte, dado que esta, por diversas ordens de razões, é pura e simplesmente ignorada pela maioria das pessoas e por muitos profissionais de saúde. De acordo com Godinho (2010), o Testamento Vital consiste num documento, devidamente assinado, em que o interessado juridicamente capaz declara quais tipos de tratamentos médicos aceita ou rejeita, o que deve ser obedecido nos casos futuros em que se encontre em situação que o impossibilite de manifestar sua vontade, ou seja, objetiva registrar a linha de conduta a ser seguida pelo médico nas hipóteses de inconsciência do paciente, que fica impossibilitado de exprimir sua vontade pelo estado de incapacidade, ou na presença de sequela que torne a vida do paciente impossível sem o auxílio permanente de um cuidador. Nessas circunstancias, o Testamento Vital apresenta-se como um documento preparado por um indivíduo capaz e lúcido, declarando por escrito sua pretensão de submeter-se ao tratamento médico ou simplesmente optar por tratamentos paliativos à procura de uma morte digna, ou seja, uma manifestação do ser sobre determinada escolha. Esta escolha pode estar relacionada à decisão de não prolongar sofrimento que entenda como provocador de indignidade, mesmo que leve à morte. Esta escolha inclui no debate à eutanásia, distanásia e ortotanásia. III. ANÁLISES SOBRE A EUTANÁSIA, DISTANÁSIA E ORTOTANÁSIA O comprometimento com a proteção do indivíduo parece ser uma inquietação polêmica e popular no que se refere à dignidade da vida humana em situações que abrangem a discussão sobre eutanásia, distanásia e ortotanásia. Para Siqueira-Batista e Schramm (2004), a morte é um assunto de difícil questionamento, mas que envolve aspectos relacionados com precariedade e qualidade de vida, no qual são levantadas questões sobre a manutenção e prolongamento da vida, quando se abordam temas sobre eutanásia, distanásia e ortotanásia. Segundo Kovács (2014), pessoas com doenças degenerativas ou múltiplos sintomas podem expressar o desejo de morrer, e a eutanásia (que em seu sentido original significa boa morte) ainda não está legalizada no Brasil, mas é reconhecida em três países europeus, Holanda, Bélgica e Luxemburgo. No que diz respeito à eutanásia, Gomes e Menezes, relatam que:...a possibilidade de prolongamento da vida com os recentes avanços tecnológicos coloca em foco o debate em torno da eutanásia, definida como a interrupção da vida, causando a morte de alguém com doença terminal ou incurável. A eutanásia ativa envolve uma ação médica, como administração de injeção letal; e a passiva usualmente se refere à omissão de recursos, tais como medicamentos, hidratação e alimentação. A eutanásia pode ser voluntária, segundo o desejo expresso pelo doente, ou involuntária, quando a pessoa está incapacitada de dar consentimento (GOMES & MENEZES, 2008). Neste contexto, Felix et al.(2013) definem como o ato de tirar a vida do ser humano, um sofrimento desnecessário, entendida como uma prática para abreviar a vida, a fim de aliviar ou evitar sofrimento para os pacientes. Sendo assim, a eutanásia é atualmente conceituada como a ação que tem por finalidade levar à retirada da vida do ser humano por considerações tidas como humanísticas, à pessoa ou à sociedade (BIONDO, SILVA & SECCO, 2009). Sobre a distanásia, Pessini (2009) descreve como prolongamento exagerado da morte de um paciente, no qual este indivíduo é sujeitado a um tratamento inútil, ou seja, a atitude da equipe médica, visando salvar a vida do paciente terminal, submete-o a grande sofrimento, prolongando o processo de morrer. É uma intervenção terapêutica sem qualidade de vida e sem dignidade que visa manter a vida do paciente terminal, sujeito a muito sofrimento (MENEZES, SELLI & ALVES, 2009). Já a ortotanásia, significa morte correta, o não prolongamento artificial da vida, ou o processo natural da morte (ROCHA, 2014). Para Ascensão (2014), a ortotanásia é valorativa, por isso compatível em caso de morte iminente e inevitável, medicamente atestada, no qual ortotanásia se contrapõe aos processos de eutanásia e distanásia, pois exclui os tratamentos desproporcionados, mas supõe todos os cuidados de que o paciente necessita sem recurso a intervenções extraordinárias. Segundo Vilas-Bôas (2009), a ortotanásia configura-se no objetivo médico quando já não se pode buscar a cura, visando o conforto ao paciente, sem interferir no momento da morte, sem encurtar o tempo natural de vida nem adiá-lo indevida e artificialmente, possibilitando que a morte chegue na hora certa, quando o organismo efetivamente alcançou um grau de deterioração incontornável. Embora aparentemente seja tênue a linha divisória que delimita as práticas da eutanásia, da ortotanásia e da distanásia, percebe-se que as condutas são, significativamente, distintas. (ROCHA, 2014). A despeito do entendimento por alguns doutrinadores, a eutanásia se priva de realizar os tratamentos ordinários mais conhecidos pela Medicina como cuidados paliativos (promovendo o óbito), enquanto a ortotanásia se abstém de tratamentos extraordinários (fúteis), suspendendo os esforços terapêuticos, ao passo que a distanásia se dedica a prolongar o máximo a quantidade de vida humana. No campo da ciência jurídica, estas práticas tocam diretamente o chamado direito de morrer, e é associado frequentemente aos cuidados paliativos, que visam a prevenção e alívio do sofrimento e tratamento da dor (DADALTO, 2013). Portanto a eutanásia propõe um ato de indulgência ao proporcionar ao paciente incurável que padece de uma doença degenerativa uma morte suave e indolor, a distanásia não beneficia o paciente em fase terminal e a ortotanásia serviria, assim, para evitar a distanásia, isto é, o prolongamento artificial da vida, quando a morte se fizer, naturalmente, iminente. IV. POSSIBILIDADE JURÍDICA DAS DIRETIVAS ANTECIPADAS DE VONTADE NO BRASIL A ciência médica recorre aos mais avançados métodos diagnósticos e terapêuticos, de modo que o objetivo principal é manter a vida a qualquer custo, para aumentar a expectativa de vida e afastar a LETRAS JURÍDICAS N.4 1/20145 ISSN

3 morte iminente (OLIVEIRA, SÁ E SILVA, 2007). A bioética discute alguns princípios importantes como beneficência, dignidade, competência e autonomia, inserindo também a possibilidade de rehumanização do morrer, opondo-se à ideia da morte como o inimigo a ser combatido a todo custo, ou seja, a morte é vista como parte do processo da vida e, no adoecimento, em que os tratamentos devem visar à qualidade dessa vida e o bem estar da pessoa, mesmo quando a cura não é possível (KOVACS, 2003). Interessante citar que, de acordo com Ribeiro (2006), movimentos se desenvolvem e constroem soluções para a discussão da autonomia e a dignidade no fim da vida. Como resultado desses movimentos, o Ministério da Saúde editou a Portaria n. 675/GM de 30 de março de 2006, aprovando a Carta dos Direitos dos Usuários da Saúde, consolidando, num documento único, os direitos e deveres do exercício da cidadania na saúde em todo o Brasil. Esta portaria garante ao usuário o direito à informação a respeito de diferentes possibilidades terapêuticas de acordo com sua condição clínica, considerando as evidências científicas e a relação custo-benefício das alternativas de tratamento, com direito à recusa (BRASIL, 2006). Segundo Oliveira (2012), muitos doentes sofrem pela falta de perspectiva de vida, alguns jamais poderão se levantar de suas camas, outros dependerão de aparelhos que os ajude a respirar e muitos dos que passam por esse sofrimento chegam a pedir para morrer, pois não querem sobreviver da única maneira que lhes resta, não querem se tornar um peso na vida de seus familiares, não querem estar limitados. Não sendo possível viver bem e não se resignando a essa forma de vida, essas pessoas esperam que seja atendida sua vontade de morrer dignamente. Neste sentido, o respeito à autonomia pessoal é a base para a suspensão de esforço terapêutico dos usuários dos serviços de saúde, no qual médicos e demais profissionais de saúde têm o dever de respeitar a decisão do usuário, deixando que a morte ocorra no local, no tempo e em companhia de quem o doente quiser. (RIBEIRO, 2006). Desta forma, a vontade da pessoa envolvida nos procedimentos médicos passa a ser reconhecida quando o princípio da autonomia é observado pelo médico (PEREIRA, 2007). Por conseguinte, o respeito à dignidade humana sugere em perceber e acatar as indigências de cada um, considerando os valores pessoais e a diminuição do sofrimento, no qual se faz fundamental constituir diretrizes para uma morte com dignidade para pacientes terminais. Quanto à autonomia, esta representa o poder de estabelecer por si, e não por imposição externa, as regras da própria conduta (DADALTO, 2013). Segundo Siqueira-Batista & Schramm (2008), para que ocorra o respeito à autonomia é imprescindível que seja respeitada a liberdade de escolha do homem que padece, isto é, sua competência em decidir, autonomamente, aquilo que considera importante para viver sua vida, incluindo nesta vivência o processo de morrer, de acordo com seus valores e interesses legítimos. De acordo com Ribeiro (2006), a palavra autonomia foi utilizada, originariamente, para expressar o autogoverno das cidades-estados independentes, e na década de 1970 incorporou-se à biomedicina para significar atribuição de poder para se tomar decisões sobre assuntos médicos, no qual uma pessoa com autonomia plena tem os mesmos poderes e garantias que um Estado. O Princípio da Autonomia da Vontade resulta de uma época na qual o Estado interferia na esfera individual, ou seja, o Estado não tinha como objetivo proteger os indivíduos, pressupondo assim que os indivíduos eram autônomos e tinham condição proporcionar o equilíbrio necessário. Porém com o aumento da industrialização, o Estado aumentou sua intervenção na esfera privada, no qual as relações começaram a ser regidas por princípios como a função social, em que o Princípio da Autonomia da Vontade transferiu para a condição do Princípio da Autonomia Privada (DADALTO, 2013). Desta forma, Mayer Lux (2011) relata que o princípio da autonomia e respeito à autonomia do paciente envolve na capacidade dos indivíduos de decisão, implica no poder de autodeterminação, no controle das atitudes em cuidados de saúde, mesmo no fim da vida, e nos propósitos pessoais que o paciente toma em relação à aceitação ou recusa de intervenções médicas que afetam sua integridade física ou a saúde. Neste contexto, Santos descreve que,...diante da possibilidade de manifestação da pessoa consciente sobre os tratamentos médicos a serem utilizados em momento futuro, enquanto não puder manifestar sua vontade, surge a questão da vontade antecipada do paciente, que comumente ocorre por meio do denominado Testamento Vital (SANTOS, 2014). Logo, autonomia significa propriamente a competência humana em produzir suas próprias leis, a autodeterminação para o indivíduo tomar decisões que afetam sua vida, saúde, integridade físico-psíquica e relações sociais, ou seja, a capacidade do ser humano de decidir o que é bom para seu bem-estar (MORAIS, 2010). Sendo assim, a autonomia tem por fundamento a liberdade do indivíduo, e é possível verificar que a Constituição vigente representa um marco no trato normativo da autonomia privada no ordenamento jurídico, uma vez que as normas públicas e privadas coexistem com a garantia dos direitos individuais e sociais, como direito à liberdade e à saúde (DADALTO, 2013). Nestas circunstâncias, compreende-se que a autonomia da vontade constitui a liberdade de agir do indivíduo, na exteriorização dos seus desejos e com intuito que estas vontades sejam respeitadas, como expressa a Resolução 1.995\2012 do Conselho Federal de Medicina (CFM). A Resolução 1.995/12 do Conselho Federal de Medicina incitou a curiosidade dos meios de comunicação social brasileiros sobre um assunto bastante polêmico por se tratar das diretivas antecipadas de vontade, também conhecidas como testamento vital, nos quais constituem os critérios para que qualquer indivíduo possa definir junto ao seu médico, desde que maior de idade e plenamente consciente, quais abordagem terapêuticas quer se submeter em fase terminal (NUNES & ANJOS, 2014). Conforme cita a Resolução CFM nº 1.995/2012, em seu artigo 1º, fica definido as diretivas antecipadas de vontade como o conjunto de desejos, prévia e expressamente manifestados pelo paciente, sobre cuidados e tratamentos que quer, ou não, receber no momento em que estiver incapacitado de expressar, livre e autonomamente, sua vontade (BRASIL/CFM, 2012). Nesta circunstância, a Resolução 1995/12 é a primeira regulamentação no país, com a qual o Conselho Federal de Medicina se posicionou sobre temas bioéticos antes do Poder Legislativo, optando por reconhecer, em um mesmo documento, o Testamento Vital e o mandato duradouro (DADALTO, 2013). De acordo com Bussinguer & Barcellos (2014), a Resolução expressa e garante antecipadamente o direito da pessoa em decidir como deseja conduzir os últimos momentos de sua vida, resgatando, assim, a dignidade e a autonomia no final vida, em que a perda e/ou incapacidade da consciência não podem tirar do indivíduo o poder de decidir seu propósito de vida de forma antecipada. O CFM afirmou que esta Resolução respeita a vontade o paciente conforme o conceito de ortotanásia e não possui qualquer rela- LETRAS JURÍDICAS N.4 1/2015 ISSN

4 ção com a prática da eutanásia. A Resolução ainda estabelece que o médico registrará no prontuário as diretivas antecipadas de vontade que lhes foram diretamente comunicadas pelo paciente, representando um avanço nas discussões referentes as diretivas antecipadas no Brasil (DADALTO, 2013). Segundo Alves, Fernandes e Goldim,...a denominação Diretivas Antecipadas de Vontade, utilizada na Resolução 1955/2012, caracteriza adequadamente o seu propósito: a) Diretiva, por ser um indicador, uma instrução, uma orientação, e não uma obrigação; b) Antecipada, pois é dita de antemão, fora do conjunto das circunstâncias do momento atual da decisão; c) Vontade, ao caracterizar uma manifestação de desejos, com base na capacidade de tomar decisão no seu melhor interesse (ALVES, FERNANDES & GOL- DIM, 2012). Sendo assim, a Resolução CFM 1.995/12, suscitou a discussão sobre a necessidade de regulamentação legislativa sobre as diretivas antecipadas, no qual muitos cidadãos brasileiros já têm procurado cartórios de notas visando registrar suas diretivas antecipadas, evidenciando que o tema tem importância social para justificar o debate (DADALTO, TUPINAMBÁS & GRECO, 2013). Neste sentido, a Resolução enfrenta uma dificuldade que faz parte do cotidiano de médicos e profissionais da saúde que lidam com pacientes terminais e fora de possibilidade terapêutica, que é o prolongamento artificial e desproporcional da vida (BUSSINGUER & BARCELLOS 2014). Desta maneira, o CFM descreve cinco justificativas para a Resolução, consistindo em dificuldade de comunicação do paciente em fim de vida, receptividade dos médicos às diretivas antecipadas de vontade, receptividade dos pacientes, o que dizem os códigos de ética da Espanha, Itália e Portugal, e o os Comitês de Bioética (BRASIL, 2012). Neste contexto Dadalto (2013), descreve que a Resolução nº 1.995/2012, considera a vontade do indivíduo como soberana, se não houver recomendação médica suficiente para sua contraposição e para se prevenir sobre o respeito à sua vontade de não se submeter a tratamentos invasivos, inúteis, dolorosos, e que prolonguem a vida sem dignidade, e neste caso, tem-se a pertinência da elaboração do testamento vital. Portanto, conclui-se que a Resolução reconhece o direito do indivíduo ciente e capaz, de recusar terapêuticas que não proporcionarão benefícios reais ao paciente, ou seja, tratamento sem perspectivas ou garantias que promovam a qualidade de vida do ser, cujo o dever ético do médico seria de observar a vontade do doente que se encontra disciplinado na Resolução 1.995/2012 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que dispõe sobre as diretivas antecipadas de vontade dos pacientes. Diante os progressos na Medicina, sobretudo com a ampliação de tratamentos que propendem prolongar o fato morte, discute-se o direito do paciente em manifestar a sua vontade em relação a prováveis situações de incapacidade e quais tratamentos médicos quer ou não se sujeitar-se estado de incapacidade (BOMTEMPO, 2012). No domínio das relações constituídas entre médicos e pacientes, o consentimento informado expressa a autonomia atribuída ao paciente para aceitar ou recusar terapêuticas ou intervenções, com base nas informações prestadas acerca dos riscos e dos procedimentos que serão seguidos (GODINHO, 2012). Segundo Penalva (2008), o indivíduo afirmou-se como centro do ordenamento jurídico a partir da Constituição da República de 1988, o que confere à pessoa humana uma esfera de atuação jurídica no âmbito do Direito Privado, que atrelado à recepção da dignidade da pessoa humana como um princípio fundamental do Estado Democrático de Direito pode ser entendido como legitimador do testamento vital no ordenamento jurídico brasileiro. A declaração prévia de vontade para o fim da vida é conhecido por testamento vital, documento que deverá ser escrito por indivíduo consciente e que será eficaz apenas em situações que as terapêuticas não são mais úteis, deve ser também registrado em cartório, considerando que paciente terminal deve ser tratado de modo digno, recebendo tratamentos que minimizem o sofrimento, garantindo assim qualidade de vida (DADALTO, 2013). Nesta conjuntura que se implanta a proposta das Diretivas Antecipadas de Vontade como um modo de prover uma provável omissão no que diz respeito à autodeterminação do paciente, através da manifestação antecipada de suas escolhas para quando estiver incapacitado de decidir (PATTELA, ALVES & LOCH, 2014). Sendo assim, Dadalto especifica que,...o paciente terminal deve ser tratado de modo digno, recebendo cuidados paliativos para amenizar o sofrimento, para assegurar-lhe qualidade de vida, pois o ser humano tem outras dimensões que não somente a biológica, assim, a aceitar o critério da qualidade de vida significa estar a serviço não só da vida, mas também da pessoa, razão pela qual alguns pesquisadores afirmam que o paciente pode apenas recusar os tratamentos extraordinários, que visam apenas prolongar a vida, corroborado pelo Conselho Federal de Medicina na edição do novo CEM. (DADALTO, 2013). Neste âmbito, as diretivas antecipadas proporcionam métodos para que a autonomia privada do paciente possa ser exercida assegurando a sua dignidade e autonomia, direcionando o profissional médico e sua equipe para que seja empregado o tratamento e cuidados previamente escolhidos pelo próprio paciente, ou seja, as diretivas antecipadas seria o instrumento mais adequado para garantir a autodeterminação do paciente terminal que se encontra incapaz ou inconsciente, sendo o meio hábil a assegurar a declaração prévia de vontade deste indivíduo. (BOMTEMPO, 2012). Relevante citar que há precedentes legislativos e estatutários, no Brasil, que confirmam e legitimam a informação de que o paciente é livre para optar pela realização ou recusa a quaisquer tipos de tratamentos e intervenções, garantidos nos termos do art. 15 do Código Civil, no qual estabelece que ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica; no Código de Defesa do Consumidor (Lei n /1990) que exige a prestação de esclarecimentos ao consumidor, em diversas disposições, destacando-se o art. 14, que impõe ao fornecedor de serviços a responsabilidade por prestar informações insuficientes e inadequadas; e também no consentimento informado, constatado em Resoluções do Conselho Federal de Medicina (n /82, 1.890/09 e 1.957/2010),7 do Conselho Nacional de Saúde (n. 196/96)8 e também no Código de Ética Médica em vigor (GODINHO,2012). Nestas circunstâncias, Rocha et al. (2013), infere que o cenário normativo admite ser primordial adotar reflexões baseadas no princípio do respeito à autonomia que busquem consolidar o cumprimento da vontade do paciente em torno da declaração prévia de vontade do paciente terminal. Portanto, Pattela, Alves & Loch, (2014), caracterizam que a diretiva antecipada de vontade é uma possibilidade que o indivíduo tem de demonstrar e estipular quais tratamentos deseja ou não, em caso de incapacidade; referi a necessidade de que o paciente expressamente dê ciência ao médico e até mesmo aos familiares para exercer sua LETRAS JURÍDICAS N.4 1/20145 ISSN

5 autodeterminação; e enfim representa um avanço no sentido de reconhecer o direito e a autonomia do paciente em gerenciar seu próprio espaço privado sem retirar do médico a capacidade decisória para o caso em concreto. Assim, a declaração prévia de vontade para o fim da vida é um instrumento legal que evita o constrangimento do paciente ser submetido a tratamentos fúteis, que apenas potencializam o risco de vida, sendo importante mencionar que, no panorama brasileiro, encontrase uma proposta legislativa para instituir as Diretivas Antecipadas, um Projeto de Lei com 12 artigos, nos quais asseguram a toda pessoa capaz o direito de redigir diretivas antecipadas para o fim da vida, as diretivas antecipadas devem ser redigidas de forma clara, é permito ao paciente dispor sobre suspensão de hidratação e alimentação, as diretivas antecipadas podem ser revogadas e/ou modificadas a qualquer tempo pelo outorgante, entre outras condutas (DADALTO, 2013). Em síntese, as disposições de vontade do indivíduo deverão ser atendidas, respeitando assim o grande pilar do Estado Democrático de Direito, enfatizado na dignidade da pessoa humana. V. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diversas questões foram apontadas neste estudo, com o intuito de mencionar as potencialidades do testamento vital, embora o Brasil não possua um regulamento jurídico que o normalize, mas também não há motivo que evite o debate de sua validade, por apresentar possibilidades reais de amenizar e eliminar eventuais conflitos, tanto entre profissionais de saúde, parentes e mesmo entre o consentimento destes e a verdadeira intenção do paciente. Acredita-se também que faz-se necessário que o Estado não omita esforços para garantir ao ser humano uma vida digna, sendo assim a vontade expressa do paciente no Testamento Vital deverá ser escrito por pessoa com discernimento e terá eficácia somente quando o paciente estiver em estado de terminalidade da vida, podendo ser revisado a qualquer momento, garantindo ao paciente um tratamento digno. Constatou-se aqui, que o paciente terminal é sujeito de direito no ordenamento jurídico brasileiro, e assim sendo a declaração prévia de vontade do paciente terminal desponta como instrumento válido desde que respeite as normas vigentes e que, em seu conteúdo, o paciente opte pela interrupção dos tratamentos ditos fúteis, reconhecendo a autonomia do sujeito, é garantindo o indivíduo o direito de ser condutor de sua própria existência. Conclui-se que as diretivas antecipadas devem encontrar imediato reconhecimento no ordenamento brasileiro, e propõe-se com este estudo, uma regulamentação mais consistente que contribua para determinar definidamente o direito à autodeterminação da pessoa quanto aos meios de tratamento médico a que pretenda ou não se submeter, afirmando assim a autonomia nas relações médico-paciente. REFERÊNCIAS ALVES, Cristiane Avancini; FERNANDES, Marcia Santana; GOLDIM, José Roberto. Diretivas antecipadas de vontade: um novo desafio para a relação médicopaciente. Clinical & Biomedical Research, [S.l.], v. 32, n. 3, oct Disponível em: Acesso em: 04 de jun ANDRADE, Selma Regina; SANTOS, José Luis Guedes dos; MELLO, Ana Lucia Schaefer Ferreira de; ERDMANN, Alacoque Lorenzini. Pacto pela vida: da gestão à prática do cuidado em saúde e enfermagem revisão narrativa. 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