Aula 04. Parte Geral. I Pessoas (continuação)

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1 Turma e Ano: 2016 (Master B) Matéria / Aula: Direito Civil Objetivo 04 Professor: Rafael da Mota Monitor: Paula Ferreira Aula 04 Parte Geral I Pessoas (continuação) 1. Pessoa Natural 1.3. Direitos da Personalidade Espécies Direito ao Corpo Art. 13. Salvo por exigência médica, é defeso o ato de disposição do próprio corpo, quando importar diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os bons costumes. Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins de transplante, na forma estabelecida em lei especial. É possível dispor do próprio corpo, tanto que o parágrafo único do art. 13 e o art. 14 admitem a doação de órgãos. A lei especial que o art. 13 parágrafo único se refere é a Lei 9434/97. No ano de 2001 esta lei sofreu alteração, a tornando mais restrita. Agora, com a exceção da medula óssea, a qual pode ser doada para qualquer pessoa, os órgãos apenas podem ser doados voluntariamente para cônjuge, ascendente, descendente ou colateral até quarto grau. Qualquer um que fuja a esta esfera familiar, a autorização judicial é necessária. Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico, a disposição gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da morte.

2 Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado a qualquer tempo. O art. 14 faz referência a doação de órgãos post mortem, isto é, permite que, em vida, a pessoa diga se quer ou não doar seus órgãos depois de sua morte. Há uma inconsistência entre este artigo e o art. 4º da Lei 9.434/97 Art. 4º A retirada de tecidos, órgãos e partes do corpo de pessoas falecidas para transplantes ou outra finalidade terapêutica, dependerá da autorização do cônjuge ou parente, maior de idade, obedecida a linha sucessória, reta ou colateral, até o segundo grau inclusive, firmada em documento subscrito por duas testemunhas presentes à verificação da morte. Este último artigo exige a autorização do cônjuge ou dos parentes do morto para a doação de órgão após a morte. O que vai de encontro com o disposto no art. 14, o qual prevê que o titular, em vida, pode declarar que quer fazer a doação post mortem (art. 14, CC). Note que o art. 13 faz referencia expressa a lei especial, entretanto, o art. 14 não. Entende-se, portanto, que o art. 14 deve prevalecer em face do art. 4º da Lei 9.434/97. Assim, este artigo apenas será utilizado no silencio do doador. Este entendimento pode ser encontrado no Enunciado 277 do CJF. Enunciado 277 do CJF - Art. 14: O art. 14 do Código Civil, ao afirmar a validade da disposição gratuita do próprio corpo, com objetivo científico ou altruístico, para depois da morte, determinou que a manifestação expressa do doador de órgãos em vida prevalece sobre a vontade dos familiares, portanto, a aplicação do art. 4º da Lei n /97 ficou restrita à hipótese de silêncio do potencial doador. Em relação a disposição do próprio corpo, esta será proibido quando importar diminuição permanente da integridade física ou contrariar os bons costumes. Nessas hipóteses, só será possível dispor do próprio corpo quando isso for feito por exigência médica.

3 Em relação a mudança de sexo, se causar diminuição permanente da integridade física, é necessária exigência médica (balizada pelo Conselho Federal de Medicina Resolução nº 1955/2010 que traz requisitos). Art. 3º Que a definição de transexualismo obedecerá, no mínimo, aos critérios abaixo enumerados: 1) Desconforto com o sexo anatômico natural; 2) Desejo expresso de eliminar os genitais, perder as características primárias e secundárias do próprio sexo e ganhar as do sexo oposto; 3) Permanência desses distúrbios de forma contínua e consistente por, no mínimo, dois anos; 4) Ausência de outros transtornos mentais.(onde se lê Ausência de outros transtornos mentais, leia-se Ausência de transtornos mentais ) Art. 4º Que a seleção dos pacientes para cirurgia de transgenitalismo obedecerá a avaliação de equipe multidisciplinar constituída por médico psiquiatra, cirurgião, endocrinologista, psicólogo e assistente social, obedecendo os critérios a seguir definidos, após, no mínimo, dois anos de acompanhamento conjunto: 1) Diagnóstico médico de transgenitalismo; 2) Maior de 21 (vinte e um) anos; 3) Ausência de características físicas inapropriadas para a cirurgia. CC. Quando o Código Civil fala em exigência médica, importante analisar o art. 15 do Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. Alegando direito ao corpo, pode-se negar a qualquer tipo de tratamento médico ou intervenção cirúrgica. Portanto, é necessário o consentimento do paciente. Existe um dever de informação do profissional médico ao paciente sobre todo o procedimento/tratamento médico ou intervenção cirúrgica, a fim de que haja o consentimento ou não quanto à sua realização. Trata-se do chamado consentimento informado.

4 Aqui surge a figura do dano iatogênico, o dano que decorre do tratamento médico. Em regra, o médico não responde pelos danos iatogênicos. A única hipótese em que responderá é quando ele não cumpre com o dever de informação. O paciente tem que conhecer tudo sobre os possíveis danos que podem resultar do tratamento ao qual será submetido para escolher se fará ou não o tratamento ou a intervenção cirúrgica. É possível que pessoa se negue a determinado tratamento médico ou intervenção cirúrgica alegando questão religiosa, mesmo que essa negativa leve a morte (art. 5º, VI da CR/88). Art. 5º, VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; 403 CJF. Entende-se hoje que não há apenas direito a vida, mas a uma vida digna. Enunciado Enunciado 403 do CJF - Art. 15: O Direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) capacidade civil plena, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante. Sobre o assunto, destaca-se a eutanásia, que pode ser de dois tipos: Eutanásia ativa (clássica) Consiste na conduta de um terceiro, que age para interromper antecipadamente a vida de outra pessoa, portadora de moléstia incurável. Essa conduta é proibida no Brasil pelo art. 121 do Código Penal. Art Matar alguém: Pena: reclusão, de seis a vinte anos.

5 Eutanásia passiva (ortotanásia) Consiste na suspensão das medidas que mantêm vivo o paciente, deixando-se de utilizar meios artificiais que prolongam a sua vida. Ex.: desligam-se os aparelhos de um paciente em coma. Resolução 1805 de 2006 do CFM (art. 1º). Art. 1º É permitido ao médico limitar ou suspender procedimentos e tratamentos que prolonguem a vida do doente em fase terminal, de enfermidade grave e incurável, respeitada a vontade da pessoa ou de seu representante legal. Direito ao nome O Código Civil trata o nome como um direito (artigos 16 a 19). Já a Lei de Registros Públicos (Lei 6.015), no seu artigo 54 e seguintes, trata o nome como uma obrigação do ser humano, uma vez que é a sua principal forma de identificação.

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