BARU E SEUS POSSIVEIS BENEFICIOS PARA SAÚDE HUMANA
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1 Pró-Reitoria de Graduação Curso de Nutrição Trabalho de Conclusão de Curso BARU E SEUS POSSIVEIS BENEFICIOS PARA SAÚDE HUMANA Autor: Thainah Ohana Dos Santos Maia Orientador: Marcus Vinicius Vasconcelos Cerqueira Brasília DF 2014
2 THAINAH OHANA DOS SANTOS MAIA BARU E SEUS POSSIVEIS BENEFICIOS PARA SAÚDE HUAMANA Artigo de revisão bibliográfica apresentado ao curso de graduação em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Nutrição. Orientador: Marcus Vinicius Vasconcelos Cerqueira Brasília 2014
3 Artigo de revisão bibliográfica de autoria de Thainah Ohana Dos Santos Maia, intitulada BARU E SEUS POSSIVEIS BENEFICIOS PARA SAÚDE HUMANA., apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Nutrição da Universidade Católica de Brasília, em 21 de novembro de 2014, definida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: Marcus Vinicius Vasconcelos Cerqueira Orientador Nutrição UCB Patricia Silvestre Limeira Bioquimica UCB Sara Prates Nutrição Brasília 2014
4 RESUMO O Baru apresenta um grande potencial para a alimentação humana devido a sua grande concentração de ferro, proteínas, óleos poli-insaturados e fibras alimentares. Tais componentes presentes em sua amêndoa são essenciais para o bom funcionamento do corpo humano, sendo recomendados para o tratamento e prevenção de anemias, osteoporose, doenças cardiovasculares e para o bom funcionamento do intestino. Sugere-se ao final desta revisão bibliográfica, a realização de mais estudos científicos para observar o grau de absorção destes nutrientes durante o processo de digestão e o nível de degradação dos mesmos durante o processo de cocção do fruto. Palavras chave: baru, cerrado, ferro, proteínas, óleos poli-insaturados e fibras ABSTRACT The Baru has great potential for human consumption due to its high concentration of iron, protein, polyunsaturated oils and dietary fiber. Such components in their almonds are essential for the proper functioning of the human body, being recommended for the treatment and prevention of anemia, osteoporosis, cardiovascular disease and for the proper functioning of the intestine. It is suggested at the end of this literature review, conducting more scientific studies to observe the degree of absorption of these nutrients during the digestion process and the level of degradation of service during the process of cooking the fruit studies. Keywords: baru, savanna, iron, protein, polyunsaturated oils and fibers INTRODUÇÃO O Cerrado ocupa cerca de 2 milhões de km² do território brasileiro. Ocorre em 13 estados e no Distrito Federal, também na Bolívia (RODINEY e ARRUDA, 2004). Neste espaço territorial, encontram-se as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul, favorecendo a sua biodiversidade. O bioma brasileiro e conhecido como a savana mais rica do mundo, abrigando cerca de espécies de plantas nativas já catalogadas (BRASIL, 2004). Além dos aspectos ambientais, essa área tem uma grande vertente social, muitas populações sobrevivem dos seus recursos naturais, onde, mais de 220 espécies tem uso medicinal e mais de 416 cultivares podem ser usados na recuperação do solos degradados (MOURA, 2004). Os frutos do cerrado ocupam um grande lugar de destaque, com grande aceitação da população, apresentam elevados teores de açúcares, proteínas, vitaminas e sais minerais. São consumidas in natura, ou na forma de sucos, geleias, sorvetes e etc (MARIA
5 FERNANDA, 2008). O consumo destes frutos foi de suma importância pra a sobrevivência dos primeiros colonizadores da região. (TADEU, 2008). Mais de 10 tipos de frutos comestíveis são consumidos e vendidos, como fruto do pequi (Caryocar brasiliense), Buriti (Mauritia flexuosa), Mangaba (Hancornia speciosa), Cagaita (Eugenia dysenterica), Bacupari (Salacia crassifolia), Cajuzinho do cerrado (Anacardium humile), Araticum (Annona crassifolia) e as sementes do Baru (Dipteryx alata) (BRASIL, 2000). O Baru (dipteryx alata vog.), fruto de uma árvore da família leguminosae, com uma altura média de 15 m, podendo assim alcançar uma altura de 25 m em solos mais férteis, as folhas são alternadas compostas, pinadas, o número de folíolos é de 7 a 12, alternos ou subpostos (ALMEIDA, 1998). A madeira e altamente resistente a fungos e cupins, com elevada resistência ao apodrecimento, sendo muito usada em dormentes e construção civil. (LORENZI, 1992) O fruto do tipo dupra possui cerca de 1,5 a 5 cm de comprimento, levemente achatado, ovoide, com cálice persistente marrom claro. Apenas uma única semente e obtida por fruto, desta forma podendo apresentar poliembrionia. (MELHEM, 1974). Este trabalho objetiva descrever os possíveis benefícios do uso do baru na alimentação humana METODOLOGIA Este estudo apresenta uma revisão bibliográfica, composta de 6 artigos em língua portuguesa e 3 em língua estrangeira, foi utilizado a base scielo e a pesquisa bibliográfica para composição dos temas abordados nesse artigo. A pesquisa temporal compreende publicações entre 1974 ate 2011, foram utilizados como palavras chaves os seguintes termos: Baru, ferro, proteína, fibras alimentares, ácidos graxos, ω-3 e ω-6, esse estudo compreende uma pesquisa bibliográfica realizada entre agosto a novembro de 2014.
6 DESENVOLVIMENTO Os frutos são fonte de carboidrato, proteína, óleos e fibras (VALLILO et al.,1990). A polpa apresenta um grande valor calórico, mais a semente (amêndoa) contem um valor energético mais elevado, na sua maioria composta de lipídios (40,2%) e proteínas (29,6%) (TOGASHI; SCARBIERI, 1994). Foram encontrados grandes teores de tanino na polpa, não sendo encontrada na semente tanto crua quanto torrada, esse teor tende a diminuir com a maturação do fruto, e o inibidor de tripsina pode ser inativado pela simples torragem da semente (TOGASHI e SCARBIERI, 1994). A semente apresenta um alto teor de macro e micronutrientes, dessa maneira em 200g de amêndoas existem nutrientes suficientes para suprir as necessidades diárias de ferro em crianças e adultos do sexo masculino (ALMEIDA et al., 1990). O teor proteico da amêndoa e superior ao do coco-da-bahia e de outras leguminosas como ervilha, feijão de corda, grão de bico, castanha de caju e castanha do Pará (ALMEIDA, 1998).
7 A organização Mundial (OMS) realizou uma pesquisa no período de 1993 a 2005, e foi observado que a anemia afeta 1,62 bilhões de pessoas, sendo que crianças na idade préescolar são as mais atingidas. Também se estima que a deficiência de ferro seja duas vezes e meia maior que a prevalência de anemia (WALKER et al, 2009). A anemia por deficiência de ferro, em termos de saúde publica e preocupante, pois os efeitos deletérios que ocasionam à saúde da criança, tais como repercussões negativas no desenvolvimento psicomotor e cognitivo, diminuição na capacidade de aprendizagem e comprometimento da imunidade celular com menor resistência a infecções. A deficiência de Ferro esta entre os 10 principais fatores de risco, indicados pela OMS, contribuindo para a diminuição da qualidade e expectativa de vida (ROSS e HORTON, 2011). No Brasil desde 18 de junho de 2004, algumas farinhas são fortificadas, essa medida objetivou aumentar a disponibilidade de alimentos ricos em ferro e acido fólico, assim contribuindo para a redução da prevalência de anemia na população brasileira. (SHERRY et al;2005). O óleo extraído da semente do Baru possui alto teor de acido oleico e linoleico de grande utilização na indústria alimentícia e farmacêutica. (TAKEMOTO et al., 2001). Muitas técnicas vêm sendo estudadas para atenuar a resposta inflamatória aguda exacerbada, entre essas estratégias nutricionais está o balanço energético entre o ômega- 3 e o ômega-6. Estudos mostram que com o aumento da oferta de ácidos graxos da família ômega-3, como o ácido linoleico, maiores serão as respostas anti-inflamatórias observadas, pois, o equilíbrio entre os ácidos graxos proporciona menor formação de mediadores pró-inflamatórios, reduzindo alguns efeitos imunossupressores. A oferta deles na dieta pode representar uma estratégia na redução da formação de citocinas próinflamatórias, favorecendo a tolerância metabólica de substratos energéticos e atenuando o catabolismo proteico com intuído de melhorar o prognostico dos pacientes. (GARÓFOLO; PETRILL; 2006). A proteína deve ser uma parte importante de uma dieta para adultos sadios, sendo um constituinte essencial do tecido ósseo. Estudos comprovam que pacientes que consomem alto teor de proteínas na dieta apresentam alta densidade mineral óssea e menor taxa de perda óssea. Tal constatação baseia-se na observação do aumento dos
8 níveis circulantes de fator de crescimento semelhante à insulina em pacientes que possuem dietas hiperprotéicas, e uma diminui do IGF-1 em pacientes que possuem dieta hipoprotéica,, sendo que este fator é um mediador chave no crescimento ósseo (PETERES e MARTINI,2010). As fibras vêm despertando renovado interesse em especialistas da área de saúde, pesquisas tem evidenciado os efeitos benefícios das fibras para prevenir e tratar doenças como: diverticulite do colón, reduzir o risco de câncer e melhorar o controle da diabetes melittus. Elas são de grande importância na alimentação, pois produzem diferentes efeitos fisiológicos no organismo. As fibras insolúveis aumentam o volume do bolo fecal, reduzem o tempo de transito no intestino grosso e tornam a eliminação fecal mais fácil e rápida (MATTOS;MARTINS 2000).
9 CONCLUSÃO Faz-se necessário a elaboração de mais artigos que falem sobre o Baru, pois são poucos os estudos desenvolvidos ate o momento. Nos trabalhos encontrados não são relatados dados referentes ao grau de absorção dos nutrientes presentes no fruto e o nível de degradação dos seus elementos nutricionais durante o processo de cocção. Podemos trabalhar com o fruto em Unidades de Alimentação e Nutrição (UAN) na forma de farinhas na elaboração de produtos de panificação, e também podemos introduzi-lo na clinica prescrevendo dietas com as suas várias formas gastronômicas: in natura, torrada e azeite. A grande quantidade de ácidos graxos ( ω-3 e ω-6), ferro, proteína e fibras totais no fruto podem auxiliar na prevenção de doenças cardiovasculares, anemia, melhora na massa óssea, no tratamento/prevenção da doença diverticular do colón, câncer e diabetes mellitus..
10 BIBLIOGRAFIA: AGENCY FOR HEALTHCARE RESEARCH AND QUALITY. Effects of omega-3 fatty acids on organ transplantation. Department of Health and Human Services; p.115. ALMEIDA,S,P. de. Cerrado: aproveitamento alimentar. Planaltina, DF: Embrapa- CPAC, p. ALMEIDA, S.P. de; SILVA, J.A. da; RIBEIRO, J.F. Aproveitamento alimentar de espécies nativas dos Cerrados: araticum, baru, cagaita e jatobá.2. ed. Planaltina, DF: Embrapa-CPAC, p. (Embrapa-CPAC. Documentos,26). LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas nativas do Brasil. Nova Odessa: Plantarum, p. MATTOS LL. Consumo de fibras alimentares em população adulta de região metropolitana de São Paulo [dissertação]. São Paulo: Faculdade de Ciências Farmacêuticas/ Faculdade de Economia e Administração e Faculdade de Saúde Pública da USP; MELHEM, T.S. Fisiologia do desenvolvimento de Dipteryx alata Vog. Hoehnea, São Paulo, v.4,p.33-48,1974. MELHEM, T. S. A entrada de água na semente e de Dipteryx alata Vog.: contribuição ao seu estudo Tese (Doutorado) Universidade de São Paulo, São Paulo. Rev. Nutr., Campinas, 19(5): ,set/out.,2006 SANTOS, M, de F; RIBEIRO; W.R.C; FAID, M,G.R., SANO, S.M. fungos associados as sementes do baru (Dipteryx alata Vog.). Revista Brasileira de Sementes, Brasilia, v.19, n.1, p , 1997.
11 TAKEMOTO, E.; OKADA, l. A.; GARBELOTTI, M.L; TAVARES,M.; AUED- PIMENTEL,S. Composição química da semente e do óleo de baru, (Dipteryx alata Vog.) nativo do Município de Pirenópolis, Estado de Goiás. Revista do Instituto Adolfo Lutz, São Paulo, v.60,n.2, p ,2001. TOGASHI,M.; SCARBIERI, V.C. Caracterização química parcial do fruto do baru (Dipteryx alata Vog.). Ciência e Tecnologia de Alimentos, Campinas, v.14, n. 1, p , VALLILO, M.I.; TAVARES, M.; AUDED, S. Composição química da polpa e da semente do fruto cumbaru (Dipteryx alata Vog.) Caracterização do óleo e da semente. Revista do Instituto Florestal, São Paulo, v.2, p ,1990. WALKER SP, WACHS TD, GARDNER JM, LOZOFF B, WASSERMAN GA, POLLITT E, et al. Child development: risk factors for adverse outcomes in developing countries. Lancet. 2007; 369(9556):
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