Workshop sobre Governo Electrónico da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) Proposta de Discurso de Abertura

Transcrição

1 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE Ministério da Ciência e Tecnologia Workshop sobre Governo Electrónico da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) Maputo, de 28 a 30 de Novembro de 2011 Proposta de Discurso de Abertura DE SUA EXCELÊNCIA O VICE-MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS E COOPERAÇÃO, DR. EDUARDO KOLOMA Maputo, 28 de Novembro de 2011

2 Suas Excelências Senhores Embaixadores dos Estados Membros da CPLP; Excelentíssimos Senhores Representantes dos Governos dos Estados Membros da CPLP; Excelentíssimos Senhores Representantes do Secretariado Executivo da CPLP, Senhores Pontos Focais de Governo Electrónico dos Estados Membros da CPLP, Excelentíssimos Senhores Representantes das Instituições Públicas de Moçambique, Ilustres convidados, Minhas Senhoras, e Meus senhores. Gostaria de em nome do Governo de Moçambique, de Sua Excelência o Ministro da Ciência e Tecnologia, Prof. Doutor Eng. Venâncio Massingue, e em meu nome pessoal desejar-lhes boas vindas a Moçambique e fazer votos para que este evento seja uma ocasião para os participantes trocarem impressões, experiencias bem como identificar as melhores formas de como de facto os Estados Membros da CPLP podem usar as Tecnologias de Informação e Comunicação 1

3 como um dos factores de colaboração e de desenvolvimento dos nossos países. Minhas Senhoras, e Meus senhores. Os Chefes de Estado da Comunidade de Países da Língua Portuguesa (CPLP) reunidos em São Tomé, entre 26 e 27 de Julho de 2004 assinaram a declaração sobre as Sociedades de Informação como contributo para a Boa Governação e Transparência. Neste documento histórico: Evocaram o compromisso de contribuir para a construção de uma sociedade de Informação fundada nos valores da paz, dignidade humana, democracia, igualdade, solidariedade e desenvolvimento sustentável. Destacaram a importância das práticas de boa governação e da transparência como elementos fundamentais no processo de fortalecimento da cidadania e dos princípios e instituições democráticas. Ressaltaram que a diversidade cultural e linguística deve ser um princípio fundamental da Sociedade de Informação, registando 2

4 que a inclusão digital é um aspecto essencial da inclusão social e da participação política dos cidadãos, num mundo cada vez mais influenciado pelas Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs). Reconheceram o potencial das TICs para a erradicação da pobreza e a promoção do bem-estar social nos seus países, e conscientes da necessidade de promover políticas públicas e programas voltados para a redução da pobreza da divisão digital e para a universalização do acesso às tecnologias de informação e comunicação, incluindo à Internet. É nossa expectativa que os participantes neste workshop vão procurar formas de materializar estas recomendações e promover uma efectiva cooperação entre os Países da CPLP nas áreas da Sociedade de Informação e de Governo Electrónico, sobretudo naquelas áreas em que a aplicação das Tecnologias de Informação e Comunicação contribuem para a promoção da cidadania e das boas práticas de governação e que têm alto significado social, como na educação, na saúde, na área de emprego e de micro credito. Minhas Senhoras, e Meus senhores. 3

5 Foi por reconhecer a importância, o potencial, e o papel que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) podem desempenhar no desenvolvimento do nosso país que o Governo de Moçambique tem vindo a desenvolver acções concretas ligadas a esta área nos planos macros de desenvolvimento de Moçambique como o Programa Quinquenal do Governo, e o Plano de Acção para a Redução da Pobreza (PARP). Como resultado desta visão abrangente e da relação que acreditamos existir entre as Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) e o desenvolvimento do nosso país, da nossa região e de África, o Governo de Moçambique tem vindo a desenvolver políticas e estratégias que incluem a nossa visão e princípios orientadores para o desenvolvimento das TICs em Moçambique. Há a destacar a aprovação da: Política de Informática em 2000, Estratégia de Implementação da Política de informática, em 2002 Estratégia de Governo Electrónico, em 2006 Estratégia de Telecomunicações em 2007; e Quadro de Interoperabilidade de Governo Electrónico de Moçambique em

6 Temos vindo a implementar acções concretas como parte da implementação destas estratégias, podendo citar se como exemplos os seguintes na área de infra-estruturas de telecomunicações por esta ser fundamental para o desenvolvimento e prestação de serviços com recursos a meios e plataformas electrónicas: A expansão e modernização da infra-estrutura de telecomunicações com a utilização da fibra óptica nas comunicações entre Maputo e todas as capitais provinciais; A interligação da fibra óptica nacional à fibra óptica regional da SEACOM e ao cabo submarino do Projecto EASSy (East and Southern African Submarine Cable System). A expansão da cobertura geográfica e aumento do número de utilizadores da telefonia móvel. A recente decisão do nosso Governo de introduzir um terceiro operador de telefonia móvel celular visa melhorar o actual ambiente de competição neste sector e que irá por sua vez contribuir para o aumento da penetração telefónica e da Internet, da qualidade e da diversidade dos serviços de telecomunicações bem como reduzir os custos dos mesmos, tornando-os mais acessíveis para as camadas mais desfavorecidas da nossa sociedade. 5

7 Minhas Senhoras, e Meus senhores. Para a área da Governação Electrónica, temos vindo a estabelecer sistemas de comunicação e de informação virados para o combate a corrupção e melhorar a disponibilização de informação de interesse público e de serviços públicos ao cidadão. Neste âmbito podemos destacar como exemplos: A interligação de mais de 250 instituições do Estado através da Rede Electrónica do Governo (GovNet) que cobre actualmente instituições do Governo ao nível central e provincial, estando em curso a extensão desta rede para os distritos, tendo sido já cobertos 45 dos 128 distritos do nosso país; O estabelecimento do Portal do Governo de Moçambique que conta hoje com mais de 2,5 milhões de visitantes por mês que buscam informação e serviços públicos neste sítio do Governo de Moçambique na Internet O estabelecimento dos Portais dos Governos Provinciais e Municipais bem como de páginas de Internet dos diferentes ministérios; 6

8 O estabelecimento do Sistema de Informação da Administração Financeira do Estado (esistafe), O estabelecimento do Sistema de Informação de Gestão de Terras, O estabelecimento do Sistema de Informação da Emissão e Gestão das Cartas de Condução, O estabelecimento do Sistema de Informação de Gestão da Emissão do Bilhete de Identidade Biométrico, O estabelecimento do Sistema de Informação de Cadastro de Funcionários e Agentes do Estado (ecaf). Acreditamos que a adopção massiva das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) irá contribuir para que as instituições do Governo e do Estado possam realizar com eficácia as acções de combate à burocracia e à corrupção, a promoção da boa governação, a melhoria do clima de negócios e da competitividade no nosso País. É por isso que temos vindo a encorajar acções que visam evitar a duplicação de esforços e dispersão de recursos nas instituições públicas na adopção de soluções de TICs e temos encorajado a padronização e racionalização no uso das TICs pelas instituições do Governo incentivando que as entidades do Estado se complementem nas suas acções. 7

9 Minhas senhoras e Meus senhores, Em 2005 definimos o distrito como Pólo de Desenvolvimento de Moçambique. O sector das TICs tem vindo a alinhar as suas acções com vista a materialização deste modelo de desenvolvimento social e económico. É neste contexto que temos vindo a promover a implementação de iniciativas das TICs aos níveis provincial e distrital por acreditarmos que estes estão mais próximas do cidadão que mais precisa das TICs como recurso para aceder aos maiores centros de decisão política, económica e social e desta forma poder contribuir com acções concretas e aumentar a sua participação no processo de formulação de políticas públicas e na monitorização da acção governativa. Destas iniciativas podemos destacar as seguintes: O estabelecimento de oito Centros Provinciais de Recursos Digitais (CPRDs) em igual número de províncias das 10 do nosso país; O estabelecimento de 38 Centros Multimédia Comunitários (CMCs) em igual número de distritos; 8

10 O estabelecimento de 7 Vilas do Milénio em igual número de distritos; O desenvolvimento da Unidade Móvel de Tecnologias de Informação e Comunicação que hoje beneficia populações nas zonas rurais (distritos) da província de Inhambane O estabelecimento de 110 salas de informática nas escolas secundárias no âmbito do Projecto SchoolNet (Internet nas Escolas). Acreditamos que todas estas iniciativas concorrem para a disponibilização nos distritos de plataformas de TICs e computadores ligados a Internet onde o cidadão possa aceder a diversos serviços disponíveis nesta rede mundial de computadores, com destaque para os relacionados com Governo Electrónico disponibilizados pelas instituições do Estado na Internet. Minhas Senhoras; e Meus Senhores O processo de adopção e uso das TICs pelo Governo de Moçambique para o desenvolvimento da nossa sociedade não é só caracterizado 9

11 por acções bem sucedidas. Temos vindo a encontrar obstáculos e dificuldades que temos sabido ultrapassar com o apoio dos nossos parceiros de desenvolvimento. Acreditamos que a colaboração e a cooperação com os Estados membros da CPLP podem ajudar Moçambique a acelerar o processo de desenvolvimento de sistemas de Governo Electrónico. Gostaríamos de reiterar a nossa convicção de que com a colaboração e cooperação entre os Estados Membros da CPLP juntos podemos trilhar por este caminho de adopção de TICs na melhoria dos processos e sistemas de governação dos nossos países. Moçambique gostaria de contar com a cooperação e colaboração entre instituições dos Estados Membros da CPLP para materializar as seguintes aspirações: Aumentar o número de instituições de ensino e de pesquisa especializadas para a área das TICs com ênfase na Governação Electrónica com vista a aumentar o número de quadros e especialistas nacionais formados nesta área; Cobrir todos os distritos do nosso país com infra-estruturas de comunicações modernas e eficientes de modo que o cidadão que vive nas zonas remotas do nosso país possa fazer parte do processo de desenvolvimento e de governação do nosso país contribuindo com o seu saber; 10

12 Identificar e desenvolver soluções de Governo Electrónico que possam permitir o desenvolvimento de aplicações, conteúdos e disponibilização de serviços de governo electrónico no formato digital em línguas locais, pois assim estaremos a tratar de um dos factores que caracterizam a divisão digital; Identificar e adoptar tecnologias e infra-estruturas de telecomunicações e de televisão digital que concorram para a integração regional e continental bem como para melhorar a colaboração entre os Estados Membros da CPLP; Adoptar políticas, estratégias e modelos que concorram para a redução dos custos de comunicação para permitir que mesmo o cidadão de baixa renda possa usufruir dos últimos desenvolvimentos tecnológicos na área das TICs. A terminar gostaríamos de convidar o sector privado e a sociedade civil na CPLP a participar activamente nos esforços de procura de soluções para estes desafios de desenvolvimento, principalmente os ligados ao desenvolvimento e correcta utilização das soluções tecnológicas com base em TICs que promovam o desenvolvimento de sistemas de Governo Electrónico nos nossos países. Com estas palavras, e em nome de Sua Excelência o Ministro da Ciência e Tecnologia, Prof. Doutor Eng. Venâncio Massingue, declaro 11

13 aberto o Workshop sobre Governo Electrónico da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e faço votos de muitos sucessos neste trabalho. Muito obrigado Maputo, 28 de Novembro de