AULA EXPERIMENTAL COMO ABORDAGEM DE ENSINO POR INVESTIGAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA COM PROFESSORES EM FORMAÇÃO NO MAGISTÉRIO.
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- Salvador Borja Pinho
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1 AULA EXPERIMENTAL COMO ABORDAGEM DE ENSINO POR INVESTIGAÇÃO: UMA EXPERIÊNCIA COM PROFESSORES EM FORMAÇÃO NO MAGISTÉRIO. Características: Este trabalho utiliza-se como base o referencial teórico do ensino por investigação para orientação de um projeto de pesquisa na área da educação. Trabalho esse desenvolvido com professores do 4º ano do magistério em formação da escola estadual Berilo Wanderley. Visando que os professores adquiram ferramentas necessárias para o uso de um método de ensino diferenciado e inovador dentro de sala de aula e possibilitando assim a aplicação desta nova ferramenta de ensino adquirida com seus alunos do ensino infantil. Participantes: Felipe César Neves Miranda¹, Hélida Oliveira de Brito Barbosa Zuza² e Ivaneide Alves Soares da Costa³. ¹ Aluno licenciado bolsista PIBID/BIOLOGIA/UFRN ² Profa. Supervisora da E.E. Berilo Wanderley/ PIBID/BIOLOGIA/UFRN ³ Profa. Orientadora da área PIBID/BIOLOGIA/UFRN Tipo da ação: Ação do tipo curricular. Desenvolvimento de atividade: O projeto foi dividido em uma sequência didática composta de quatro etapas, sendo executado em 26 aulas de 45 minutos cada. A turma de 14 alunos do 4º ano do magistério noturno da Estadual Berilo Wanderley, na cidade de Natal-RN foi a escolhida para a execução do projeto. As etapas do projeto foram : etapa introdutória, etapa de teste, etapa de experimentação e etapa de conclusão. No principio a etapa introdutória do trabalho foi dividida em três momentos, no primeiro momento ocorreu à observação de quatro aulas da turma com a professora supervisora, visando conhecer, traçar e diagnosticar o perfil da turma escolhida. No segundo momento ainda da primeira etapa, ocorreu uma aula expositiva dialógica apresentando toda a fundamentação teórica sobre o ensino por investigação, tendo uma discussão inicial com a turma questionando os conhecimentos prévios dos alunos. Após isso ocorreu à leitura e a interpretação de texto em grupo sobre ensino por investigação e por
2 fim foi direcionado aos alunos um pequeno questionário com perguntas referentes ao texto trabalhado anteriormente. Onde os recursos utilizados nesta aula foram: texto e apresentação de slides no projetor multimídia. No último e terceiro momento ainda da etapa introdutória, ocorreu uma aula com caráter experimental no laboratório da escola com abordagem investigativa, essa aula abordava a ação das leveduras na fabricação de pães. Nessa aula os alunos conseguiram enxergar com mais facilidade como o método do ensino por investigação é empregado dentro de sala de aula. Seguindo a seqüência da aula, foi distribuído um texto com algumas propostas de aula experimental com caráter de ensino por investigação para que os alunos conseguissem perceber outros modelos de aula seguindo o ensino por investigação. Os recursos utilizados nesta última fase da primeira etapa, foram: texto, roteiro para prática, apresentação de slides, realização do experimento usando vidraria, balões, fermento, açúcar, sal. Dando inicio a segunda etapa do trabalho, na chamada etapa de teste. essa foi por sua vez dividida em dois momentos, no primeiro momento, foi passada algumas orientações aos alunos para a elaboração uma aula experimental utilizando o laboratório da escola e a técnica do ensino por investigação como ferramenta de ensino com uma turma de 21 alunos do 5º ano do ensino infantil do turno matutino da escola estadual Berilo Wanderley. Após esse momento os alunos se dividiram em cinco grupos de trabalho, duas duplas, dois trios e um quarteto. Em um segundo momento ocorreu às apresentações e discussões das propostas elaboradas pela professoras em formação, junto com os seus colegas de classe e os professores da turma. Ocorreu também junto a esse momento a elaboração de um cronograma para aplicação dessas aulas práticas no ensino infantil e todo o levantamento do material que seria necessário utilizar durante a execução das aulas. No decorrer deste momento alguns ajustes foram sendo feitos nas propostas dos alunos, que seguiam um roteiro com: Tema/Título proposto, questionamentos iniciais, metodologia do experimento e questionamentos finais. Esses roteiros foram todos enquadrados dentro dos princípios do ensino investigativo. A penúltima etapa do trabalho consiste no acompanhamento da aplicação do experimento pelas professoras com alunos do ensino infantil no
3 turno matutino. O acompanhamento dessas aulas foi realizado por meio de ficha de observação, essa ficha continha pontos básicos a serem descritos na aula, como exemplo: objetivos da aula, conteúdos trabalhados, materiais utilizados, dentre outros. E por fim a última etapa do projeto consiste em uma socialização das experiências vividas pelas professoras durante a aplicação do experimento. Onde será feito junto a esse momento uma auto-avaliação escrita com cada professora para responder o que acharam da experiência vivenciada por meio de um questionário individual. E em seguida receberão as orientações necessárias para elaboração do relato de experiência vivida por cada uma durante a participação na execução do projeto. Ao decorrer as etapas do trabalho, pode se perceber características peculiares para cada etapa em específico. No decorrer da primeira etapa, os alunos se mostraram atenciosos e interessados pela metodologia de ensino investigativo e tiveram uma participação muito satisfatória nas atividades propostas nessa etapa. Tanto na aula de cunho prático como na aula de fundamentação teórica. No decorrer da segunda etapa os alunos já se mostraram um pouco menos participativos, em virtude agora eles serem os responsáveis pela elaboração de uma aula com caráter investigativo. Alguns alunos se mostraram desinteressados em elaborar sua proposta de aula com a abordagem do ensino por investigação, onde em diversos momentos foi necessária a atuação do professor inserindo idéias das quais os alunos poderiam aplicar esse método de ensino. À medida em que as propostas foram aprovadas, eles começaram a executar os experimentos em sala para apresentação e avaliação dos colegas de classe. Essa avaliação foi bastante importante e produtiva, pois ajudou uns aos outros a detectar suas principais fragilidades diante de um ensaio da apresentação final, essas fragilidades consistem em sair do método de ensino por investigação e se voltar ao método de ensino tradicional. Os professores em formação tendem a não saber reformular uma pergunta diante da não participação da turma perante os seus questionamentos. Se vendo sozinho naquela situação, e tendo a percepção de que seus alunos não sabem a resposta do que se está sendo indagado, boa parte dos professores em formação tendem a dar as repostas
4 dos seus próprios questionamentos e tendem a não reformular os mesmos com palavras mais acessíveis ao cotidiano dos alunos. De maneira assim a não executar o ensino investigativo e sim o ensino tradicional, pois perante a essa situação o professor deve ser apenas ser um guia do conhecimento e não um fornecedor de respostas prontas para os alunos. Diante da penúltima etapa do projeto, alguns alunos mesmo diante de todas as orientações já fornecidas anteriormente, acabaram migrando em alguns pontos das aulas para um método de ensino tradicional, refletindo assim na dificuldade que se tem na adaptação de novos métodos. As aulas práticas no laboratório vêm ocorrendo com intensa participação dos alunos do 5º ano, os mesmo se mostram muito interessados e participativos, fazem seus questionamentos acima dos temas trabalhados e poucos são os que se sentem envergonhados em participar das aulas. As reflexões para a última etapa do projeto ainda não podem ser levantadas em virtude do mesmo se encontrar em andamento. Em tese as etapas do projeto vieram ocorreram bem e através delas conseguimos ganhar experiência quanto à realização de aulas práticas tendo como abordagem o ensino por investigação e quanto ao levantamento das dificuldades das professoras em formação de abandonar o método tradicional de ensino e as necessidades que os alunos de mais aulas experimentais no ensino de ciências. Resultados alcançados na ação: Os resultados obtidos vêm sendo analisados ao longo de todo o percurso caminhado pelo projeto. Foi observado na primeira etapa da unidade didática ótima participação dos professores em formação, os objetivos esperados nessa etapa forma todos atendidos, as estratégias utilizadas foram o uso de aula de fundamentação teórica do ensino por investigação com a utilização de um texto que foi montado através de adaptações de vários autores nesse assunto. Na aula experimental no laboratórios os alunos também foram bastante receptivos e atenciosos, e colaboraram respondendo os questionamentos no decorrer da prática. Ao final dessa prática. As discussões sobre os experimentos feitos pelos alunos também foi bastante produtiva, onde os grupos que já haviam se apresentado apontavam fragilidades vistas em
5 grupos que estavam a se apresentar. As orientações para a elaboração dessas práticas foi focada no público de alunos do ensino infantil de 5º ano, onde os temas trabalhados não poderiam ser temas de grande complexidade, nem temas tão simplórios. As professoras em formação se utilizaram da literatura específica e de sites de ensino de ciências na internet para crias e aprimorar seus experimentos. Ao todo foram elaborados cinco experimentos, todos receberam títulos de acordo com seus determinados temas, como pode ser notado: (tema: reciclagem; título: Para onde vai seu lixo?), (tema: respiração; título: Aonde está o oxigênio?), (tema: poluição e efeito estufa; título: o que é o efeito estufa?), (tema: transmissão e conservação do calor; título: como o calor é perdido?) e (tema: as fases da água; título: a água em suas fases). E dando sequência ao projeto se tem a finalização do mesmo com uma socialização em um próximo encontro com a turma.
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7 Referências bibliográficas AZEVEDO, S. P. C. M. Ensino de ciência: unindo a pesquisa e a prática. Ensino por investigação: problematizando as atividades em sala de aula (cap. 2). Cengage Learning Editores, 2004 SÁ, F. E. e FIGUEIREDO, H. e MUNFORD, D. P. Ensino de ciências por investigação. Ensino de ciências com caráter investigativo II (ENCI II). Vol.1. Belo Horizonte: UFMG/FAE/CECIMIG. 109 p. (Coleção ENCI), 2008 CAMPOS, M. C. C. Didática de ciências: o ensino-aprendizagem como investigação/ Maria Cristina da Cunha Campos, Rogério Gonçalves Nigro; [Ilustrações de Mario Pitta]. São Paulo: FTD. (Conteúdo e metodologia), 1999 SILVA, R. A. F. O ensino por investigação e as práticas epistêmicas: referencias para a análise da dinâmica discursiva da disciplina projetos em bioquímica ; Encontro nacional de pesquisa em educação em ciências Florianopolis - 8 Novembro de 2009 DEBOER, George. Historical perspectives on inquiry teaching in schools. IN: FLICK, L.D., LEDERMAN, N. G. Scientific inquiry and nature of science: Implications for teaching, learning and teacher education. Netherlands: Springer, p. IX-XVIII National Research Council. Inquiry and the National Science Standards: A guide for teaching and learning. New York, National Academy Press BORGES, A. T. Novos rumos para o laboratório escolar de ciências. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 19, n.3, p, , dez. 2002
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