Prof a.: Helisia Góes Disciplina: DIREITO CIVIL III CONTRATOS Turmas: 5º DIV e 5º DIN Data: 13/08/10. Aula 04
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1 CURSO DE DIREITO - 2º SEMESTRE/ Prof a.: Helisia Góes Disciplina: DIREITO CIVIL III CONTRATOS Turmas: 5º DIV e 5º DIN Data: 13/08/10 Aula 04 DIREITO DOS CONTRATOS II - TEORIA GERAL DO DIREITO DOS CONTRATOS (Cont...) 3. PRINCÍPIOS CONTRATUAIS A doutrina que trata dos princípios contratuais é bastante extensa e apresenta algumas variações. Entretanto, de maneira geral, os especialistas em Teoria Geral dos Contratos reconhecem a existência de duas escolas principiológicas: Clássica e Contemporânea. Utilizaremos para o nosso estudo a doutrina de GAGLIANO (2008, p ), que discorre acerca da importância dos seguintes princípios: 1. Princípio da Liberdade de Forma; 2. Princípio da Dignidade da Pessoa Humana; 3. Princípio da Autonomia da Vontade (Consensualismo); 4. Princípio da Força Obrigatória do Contrato; 5. Princípio da Relatividade Subjetiva dos Efeitos do Contrato; 6. Princípio da Função Social do Contrato; 7. Princípio da Boa-fé Objetiva; 8. Princípio da Equivalência Material. Vejamos abaixo a essência dos citados princípios: 1.1. PRINCIPIO DA LIBERDADE DE FORMA Este princípio é adotado pelo Direito brasileiro em seu sistema regulador do negócio jurídico (Art. 107, CC). Nesse sentido, concluímos que os contratos, em geral, possuem FORMA LIVRE (aquela não defesa em lei) e, especificamente, a FORMA PRESCRITA EM LEI. O contrato que deve atender à forma ditada em lei é chamado pela doutrina de formal ou solene (ad solemnitatem). Ex.: contratos constitutivos ou translativos de direitos reais sobre imóveis (acima do valor consignado em lei), onde a forma pública é exigida pela lei art. 108, CC) Temos ainda os chamados negócios ad probationem, onde a forma do contrato deve ser observada para efeito de prova do ato jurídico. Entretanto, a forma não deve sobrepor-se ao conteúdo do contrato (não é essencial). Ex.: Contratos que possuam valor de até 10 salários mínimos podem ser provados exclusivamente por meio de testemunha (art. 401, CPC; art. 227, Parágrafo único, CC). Entretanto, devemos atentar para as exceções contidas no art. 402, I e II, CPC PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA Segundo GAGLIANO (2008, p. 29) a noção jurídica de dignidade traduz um valor fundamental de respeito à existência humana, segundo as suas possibilidades e expectativas, patrimoniais e afetivas, indispensáveis à sua realização pessoal e à busca da felicidade..
2 CURSO DE DIREITO - 2º SEMESTRE/ A dignidade da pessoa humana está esculpida no fundamento constitucional da República brasileira (art. 1º, III, CF). Todas as normas, constitucionais e infraconstitucionais, devem respeitar a dignidade da pessoa humana. Este princípio visa assegurar o direito de viver plenamente, sem intervenções públicas ou particulares. Nova tendência do Direito Privado: enfatizar normas para a proteção da pessoa humana, sem prejudicar os regulamentos da proteção ao patrimônio. Solidarismo Social: base da implementação do Estado Democrático de Direito, traduzido no art. 1º de nossa Constituição Federal, em seu inciso III. Existe hoje a extrema necessidade de proteção aos direitos da personalidade (arts. 11 a 21, CC), que têm por objeto os atributos físicos, psíquicos e morais da pessoa em si e em suas projeções sociais. Este princípio é a base para todos os demais que fundamentam o Direito Contratual vigente. Por conseqüência, tal princípio deve ser sempre respeitado no âmbito das realizações contratuais. Valores tais como a vida, a imagem, a privacidade, a integridade física etc. não podem ser desconsiderados a pretexto de se exigir determinada prestação. (GALIANO, 2008, p. 31). Nos termos da Constituição Federal/88, há prevalência deste princípio em relação aos outros nela inseridos. Assim, deve-se observar, na formação e na execução de cada contrato, as peculiaridades da dignidade humana. Ex.: o despejo de escolas e hospitais deve ser analisado segundo os interesses sociais, e a realização e garantia da dignidade do ser humano PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE (CONSENSUALISMO) Está na base da formação contratual e prevê que o contrato é fruto da autonomia privada e da livre-iniciativa. Manifesta-se no plano pessoal, representando a possibilidade de escolha da pessoa com quem se vai contratar. Mas, a Autonomia da Vontade pode realizar-se sob dois aspectos: a) Liberdade de Contratar: faculdade de realizar ou não determinado contrato; b) Liberdade Contratual: possibilidade de estabelecer o conteúdo de um contrato. Consensualismo: o encontro das vontades livres e contrapostas faz surgir o consentimento, pedra fundamental do negócio jurídico contratual.. GAGLIANO (2008, p. 34) No decorrer do século XX, o individualismo liberal foi extremamente afetado pela necessidade de Intervenção Estatal, até os dias atuais (Dirigismo Contratual). O consensualismo ainda pode ser tido como a base liminar dos contratos, entretanto devem estes serem condicionados e limitados pelas normas de ordem pública, em prol do bem estar comum. Segundo a doutrina, inserem-se no teor deste princípio, algumas formas de liberdade: a) A própria liberdade de contratar: ninguém pode ser forçado a celebrar um contrato, sob pena de vício de consentimento; b) Liberdade de com quem contratar: liberdade de escolha das partes contratantes, exceto nos casos de monopólio na prestação de serviços; c) Liberdade de estabelecimento do conteúdo do contrato: liberdade na escolha do objeto. É limitada pelo Dirigismo Contratual.
3 CURSO DE DIREITO - 2º SEMESTRE/ Para FIUZA (2007, p. 409) o princípio essencial à formação dos contratos é o da Autonomia Privada que, em seu entendimento, estabelece a necessidade de manifestação da vontade humana, pois o contrato não é fenômeno meramente volitivo, visto que a simples vontade não gera nada. A vontade é o motor que nos impulsiona para a realização de uma necessidade, seja real ou fictícia (influenciada por marketing, por exemplo). Nesse sentido, o autor destaca os seguintes subprincípios derivados da Autonomia Privada: a) Princípio da Liberdade de Contratar: liberdade de celebrar ou não o contrato. b) Princípio da Liberdade Contratual: liberdade para estabelecer o conteúdo do contrato. c) Princípio da Relatividade Contratual: o contrato, em regra, só obriga as partes. d) Princípio do Consensualismo: basta o acordo de vontades (a convenção) para que o contrato seja considerado celebrado. e) Princípio da Auto-responsabilidade: ao declarar livremente sua vontade, o individuo se responsabiliza por ela. f) Princípio da Imutabilidade ou da Intangibilidade: o contrato somente pode ser alterado por mútuo acordo. g) Princípio da Irretratabilidade: uma vez celebrado o contrato, de maneira legitima, as partes não podem voltar atrás. h) Princípio da Obrigatoriedade: uma vez celebrados de maneira legítima, os contratos devem ser respeitados e cumpridos (pacta sunt servanda) PRINCÍPIO DA FORÇA OBRIGATÓRIA DO CONTRATO (PACTA SUNT SERVANDA) Com base na Autonomia da Vontade, este princípio estabelece que "o contrato faz lei entre as partes" ("Pacta Sunt Servanda"). Busca garantir um mínimo de segurança entre os contratantes. Como as partes dispõem livremente de sua vontade e, portanto, de seu patrimônio, estabelecem obrigações que devem ser cumpridas, sob pena de total subversão e negação do instituto do negócio jurídico. Tem por primazia a manutenção da segurança jurídica que envolve os contratos. Este princípio tem sofrido uma flexibilização nos dias atuais. Desse modo, não pode mais ser aplicado de maneira absoluta, como forma de garantir a própria liberdade contratual e o equilíbrio entre os contratantes. Para VENOSA, o interesse público não deve, na medida do possível, contrariar a vontade estabelecida pelas partes no contrato. Desse modo, dá-se grande destaque e importância à intangibilidade do contrato PRINCÍPIO DA RELATIVIDADE SUBJETIVA DOS EFEITOS DO CONTRATO Em regra, os contratos somente vinculam aqueles que dele participam res inter alios acta. Sendo o contrato um negócio jurídico, em que há a manifestação espontânea da vontade para assumir livremente obrigações. Então, as disposições contratuais somente interessam, inicialmente, às partes. Entretanto, excepcionalmente, os contratos podem produzir efeitos para terceiros (pessoas estranhas ao pactuado e aos efeitos finais do contrato). Nesse sentido, este princípio será flexibilizado quando se constatar, por exemplo, a violação de regras de ordem pública e de interesse social. Ou seja, sempre que o contrato atingir a esfera jurídica dos direitos da coletividade, ou de terceiros, deixa de ser interesse apenas dos contratantes.
4 CURSO DE DIREITO - 2º SEMESTRE/ Ex.: Declaração de nulidade de cláusula contratual abusiva, em atuação judicial do Ministério Público, na defesa dos consumidores (art. 51, 4º, do CDC). É sempre bom lembrar que, todas as vezes que o interesse privado se chocar com o interesse público, este último deve prevalecer PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DO CONTRATO O art. 421, do CC, assim prescreve: Art A liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Este princípio foi incluso em nossa legislação civil como uma cláusula geral, visto que, através da função social, o contrato não mais é entendido como uma relação jurídica existente apenas para satisfazer interesse relativo às partes, ao contrário, está inserida num contexto social que influencia e mesmo altera este pacto. Nesse sentido, entende-se que o contrato torna-se um mecanismo de realização do bem comum e mesmo da busca do interesse social. A antiga concepção individualista e desumana não tem mais espaço. Nos termos estabelecidos pela Constituição Federal o Direito segue na esteira dos valores sociais, que acabam por influenciar os atuais princípios contratuais. A Constituição Federal de 1988 estabeleceu a função social como princípio basilar dos contratos, tal qual da propriedade. O que interessa na atualidade são os aspectos exógenos dos contratos, como fontes de circulação de riquezas e, por conseqüência de valorização do bem comum. Há uma harmonização entre o princípio da função social com o da relatividade. Segundo TERESA NEGREIROS: Há tempos o Direito tem a compreensão de que o homem não vive isolado no mundo. Desse modo, a coexistência entre os homens pressupõe uma troca de bens (materiais ou imateriais). A função social exerce um sistema de proteção e garantia das partes. É norma de caráter preventivo, pois emite um alerta de que o Direito não vai tolerar nenhum ato que venha a prejudicar o interesse social, que vulnere a função social, concebida, principalmente, para tutelar a parte menos favorecida PRINCÍPIO DA BOA-FÉ OBJETIVA É um princípio extremamente amplo, que dá o alicerce à formação da relação contratual. Tal princípio está alicerçado em valores éticos como a lealdade, correção e veracidade. Para REALE a boa-fé objetiva se apresenta como uma exigência de lealdade, modelo objetivo de conduta, arquétipo social pelo qual impõe o poder-dever de que cada pessoa ajuste a própria conduta a esse arquétipo, obrando como obraria uma pessoa honesta, proba e leal. (Estudos Preliminares do Código Civil, RT, 1999). De outro modo, a boa-fé subjetiva é o estado da consciência do agente, a sua intenção (âmbito interno), ou seja, está eivada de subjetivismo. Quando o legislador exige que, na formação contratual, as partes respeitem a boa-fé, entendase, neste caso, a boa-fé objetiva.
5 CURSO DE DIREITO - 2º SEMESTRE/ Na formação contratual deve haver solidariedade entre as partes (respeito mútuo e cooperação), desde a origem do contrato, durante toda a sua execução e, inclusive, após seu término (período pós-contratual) como limitação de direitos. Importante lembrar que a boa-fé objetiva funciona como um meio de interpretação dos negócios jurídicos, conforme indica o art. 113 do Código Civil. É uma verdadeira norma de conduta para os contratantes. Vejamos o teor do art. 422, do Código Civil: Decorrem deste princípio os deveres: Art Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato como em sua execução, os princípios da probidade e da boa-fé. - de cuidado, previdência e segurança; - de aviso e esclarecimento; - de informação; - de prestar contas; - de colaboração e de cooperação; - de proteção e cuidado com a pessoa e o patrimônio; - da omissão e de segredo. Cada um desses deveres se adapta e se insere na relação contratual, conforme o tipo de contrato idealizado e concretizado pelas partes. Essa análise nos leva à conclusão de que o contrato além de servir como meio de se atingir o interesse pessoal de determinadas pessoas com suas prerrogativas individuais e egoísticas, também está sujeito a uma intervenção tácita ou expressa do Estado na tentativa de procurar atender as finalidades sociais. A não observância ou a deslealdade configura ato ilícito ou abuso de direito, podendo-se aplicar inclusive o entendimento previsto no artigo 187 do diploma civil: Art Comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boafé ou pelos bons costumes PRINCÍPIO DA EQUIVALÊNCIA MATERIAL (JUSTIÇA CONTRATUAL) A sociedade de massa, baseada na globalização e no consumismo, determinou uma mudança no paradigma das relações contratuais. A extrema vulnerabilidade de uma das partes, observada em vários modelos de contratos na atualidade, motivaram uma progressiva intervenção do Estado no âmbito da vontade contratual privada. A Constituição Federal/88 trouxe princípios sociais que evidenciam a necessidade de equilíbrio desta nova realidade contratual. Nesse sentido, temos que a República Federativa do Brasil possui como um de seus objetivos fundamentais a construção de uma sociedade livre, justa e solidária" (inciso I, art. 3º). Essa igualdade e justiça, preconizadas na Constituição, evidentemente, devem compor as relações contratuais. Para se alcançar aquela sociedade constitucionalmente estabelecida (livre, justa e solidária), será necessário garantir a eqüidade, ou o equilíbrio, das partes nas relações contratuais. Esse equilíbrio exigido entre os contratantes decorre, certamente, dos ditames da própria dignidade da pessoa humana. Nesse sentido, é justo garantir o equilíbrio entre as prestações contratuais, para que um dos contratantes não obtenha vantagem manifestamente excessiva, em função da desvantagem do outro. Eis aqui a idéia de justiça contratual.
6 CURSO DE DIREITO - 2º SEMESTRE/ Sabe-se que o Código Civil não permite o enriquecimento injusto, determinando no art. 884 que Aquele que, sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetários. No mesmo sentido, o Código Civil veda a prática do ato jurídico lesivo (art. 157 c/c o art. 171, inciso II) e admite que o magistrado possa reduzir, eqüitativamente, a pena convencional estipulada pelos contratantes, quando parte da obrigação principal tiver sido adimplida pelo devedor, ou quando a penalidade se mostrar excessiva, em vista da natureza e finalidade do negócio (art. 413). A justiça contratual busca garantir que não haja prejuízo para o patrimônio dos contratantes, sendo que cada parte deve receber o equivalente aquilo que tiver investido. Afinal, o bom senso imprime a idéia de que ninguém contrata para se prejudicar. Este princípio deve ser aplicado em qualquer fase do contrato (formação, execução e conclusão), sempre que um dos contratantes, por ser mais forte, impor sua vontade ao outro, auferindo vantagens desproporcionais. 4. NOVAS MANIFESTAÇÕES CONTRATUAIS Sociedade de Massa: representa a realidade atual. Resultado: despersonalização do contratante (característica das novas manifestações contratuais). Formas Contratuais Modernas: contrato de adesão, contrato-tipo, contrato coletivo, contrato coativo, contrato dirigido ou regulamentado Contrato de Adesão: possui todas as cláusulas predispostas por um dos contratantes (Cláusulas Padronizadas). Objetivo: promover uniformização e agilidade nas relações contratuais. Aderente: é a parte que não estipula as cláusulas contratuais, portanto, sua liberdade limita-se a aceitar ou repelir o contrato. Não se amolda, de maneira perfeita, às regras estabelecidas pelos Princípios Gerais do Direito Contratual, mas dá agilidade às realizações comerciais modernas. Ex: contratos bancários, de transporte, de locação de imóveis. Observamos uma inversão da regra contratual geral, ou seja, os contratos paritários, onde as partes discutem as cláusulas contratuais a serem firmadas representam uma minoria na sociedade atual. Forma: deve ser escrita. Definição no CDC: art. 54. Regras Específicas no CC: Art. 423: determina a interpretação mais favorável ao aderente, nos contratos de adesão que contenham cláusulas ambíguas ou contraditórias. Art. 424: prevê que são nulas as cláusulas que estipulem renúncia antecipada do aderente, referente a direitos que são da natureza do negócio. Ex.: direito do locatário de usar e dispor integralmente da coisa locada. ATENÇÃO: No CDC, ocorre a previsão de nulidade de todas as cláusulas consideradas abusivas (art. 51), bem como de regra específica acerca da forma clara de redação das cláusulas que impliquem limitação de direito do consumidor (art. 54, 3º e 4º).
7 CURSO DE DIREITO - 2º SEMESTRE/ Contrato Coletivo: utilizados para a regulamentação da atividade realizada entre patrões e empregados. O contrato coletivo mais comum está no âmbito do Direito do Trabalho: Contrato Coletivo de Trabalho. São direcionados pelas associações e o sindicalismo, em prol de uma determinada categoria profissional. As partes são coletivas. De um lado empregadores, e de outro trabalhadores. Regra Específica do CDC: Convença Coletiva de Consumo (art. 107) Contrato-tipo: quando as partes, mesmo estando em igualdade econômica, utilizam contrato com cláusulas predispostas. Difere do Contrato de Adesão, porque as cláusulas, apesar de serem predispostas, resultam da vontade de ambos os contratantes. Ademais, os contratos não são disponibilizados a uma coletividade (contratantes indeterminados), mas sim a partes previamente especificadas.ex: grandes empresas do setor industrial que contratam com diversos fornecedores de matéria-prima, que devem ser individualmente identificados. Forma: deve ser escrita Contrato Coativo: são relações contratuais impostas pelo poder público. Representa o máximo do dirigismo contratual (VENOSA, p. 379). Exemplos: concessionárias de serviço público de fornecimento de água, luz, esgoto, gás, telefone que contratam com os usuários desses serviços. A concessionária não pode negar o serviço público ou escolher o usuário com quem contratar, nem o usuário pode prescindir desse serviço. As partes são obrigadas a contratar, por força da ordem pública. Decorre do privilégio concedido às empresas que detêm o monopólio dos serviços públicos. Regido essencialmente pelo Direito Público, apesar de se utilizar de regras gerais do Direito Privado Contrato Dirigido ou Regulamentado: decorre da imposição de regras fixadas pelo Estado (Norma Cogente), que estabelece cláusulas ou as proibi, delimitando o âmbito da vontade privada. Exemplos: tabelamentos de preços, Lei do Inquilinato, legislação bancária. Norma Imperatividade ou Cogente: poderá estar imbuída no próprio espírito da lei, em expressões como é proibido, é nulo. Norma Dispositiva: há a liberdade de disposição das partes, especialmente quando houver expressões do tipo: salvo disposição em contrário. O contrato que não se sujeita às regras imperativas, determinadas pelo Poder Público, é ineficaz Relações Não-Contratuais (Acordo de Cavalheiros): fundamentam-se tão somente na palavra empenhada. Ocorre, em regra, no meio empresarial. Não impede a tutela do Poder Judiciário, segundo as regras jurídicas gerais. BIBLIOGRAFIA: FIUZA, César. Direito Civil Curso Completo. 10ª ed. Belo Horizonte: Del Rey, 2007; GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito Civil. 4.ed. Tomo 1.V. IV. São Paulo: Saraiva, 2008; VENOSA, Sílvio de Salvo. Teoria Geral das Obrigações e Teoria Geral dos Contratos. Vol ed. São Paulo: Atlas, 2009.
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