A SELETIVIDADE DO SISTEMA PENAL NA REPRESSÃO AOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: análise comparativa entre as décadas de 1990 e 2000

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1 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR CES VII CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA A SELETIVIDADE DO SISTEMA PENAL NA REPRESSÃO AOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: análise comparativa entre as décadas de 1990 e 2000 Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de bacharel em Direito na Universidade do Vale do Itajaí. ACADÊMICA: ROBERTA ESPÍNDOLA MIRANDA São José (SC), maio de 2005

2 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR CES VII CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA A SELETIVIDADE DO SISTEMA PENAL NA REPRESSÃO AOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: análise comparativa entre as décadas de 1990 e 2000 Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito, na Universidade do Vale do Itajaí, sob orientação do Prof. Msc. Rogério Dultra dos Santos ACADÊMICA: ROBERTA ESPÍNDOLA MIRANDA São José (SC), maio de

3 UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ UNIVALI CENTRO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR CES VII CURSO DE DIREITO NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA COORDENAÇÃO DE MONOGRAFIA A SELETIVIDADE DO SISTEMA PENAL NA REPRESSÃO AOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: análise comparativa entre as décadas de 1990 e 2000 ROBERTA ESPÍNDOLA MIRANDA A presente monografia foi aprovada como requisito para a obtenção do grau de bacharel em Direito no curso de Direito na Universidade do Vale do Itajaí UNIVALI. São José, 14 de junho de 2005 Banca Examinadora: Prof. Msc. Rogério Dultra dos Santos - Orientador Prof. Msc. Camila Cardoso de Mello Prando - Membro Prof. Esp. Giovani de Paula - Membro 3

4 Aos meus pais Sidney e Claúdia 4

5 AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus que a luz que me acompanha e por me proporcionar este momento de descobertas, essenciais para chegar mais perto da verdade; Ao meu pai Sidney Miranda pelos incansáveis conselhos que sempre buscaram abrir meus olhos com profundo amor e apoio, por me ensinar quase tudo com muita sabedoria, principalmente que o homem nunca deve deixar de ter auto-estima e humildade; A minha querida mãe Claúdia pelo seu exemplo de intensa determinação, por estar sempre ao meu lado me dando incentivo e vibrando com a minha felicidade; Ao meu melhor amigo e irmão Caio pela incalculável confiança que existe entre nós que me preenche; Ao meu namorado Ig por trazer maior tranqüilidade aos meus pensamentos, por me fazer enxergar um mundo mais colorido e se mostrar um excelente ouvinte e companheiro em todos os momentos do trabalho, bem como a sua família a qual me sinto membro; Ao Orientador Rogério Dultra por me acompanhar nesta caminhada com imensa atenção e conhecimento, pelas trocas de idéias fundamentais que abriram horizontes e me encaminharam ao crescimento; Aos meus amigos, em especial Leonardo de Oliveira Garcia, que mesmo de forma indireta se mostraram presentes desde o início se interessando e questionando sobre o trabalho, sendo compreensivos nas diversas vezes em que não os dei a devida dedicação e desejando sorte; A todos os funcionários dos órgãos em que pesquisei pelo tempo e trabalho cedidos, os quais sem estes não teria conseguido concretizar a pesquisa; A Ana Paula Gonçalves Pedroso e a Grasiella Murara por todas as vezes que me ajudaram com extrema educação e eficiência; E por fim, a todos que de alguma forma, cooperaram para a realização desta etapa tão especial da minha vida. 5

6 Todo homem deveria ser o que parece ser, ou pelo menos, não ser o que não parece. William Shakespeare 6

7 SUMÁRIO RESUMO...9 INTRODUÇÃO PRINCÍPIOS OFICIAIS DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA PENAL ESCOLAS PENAIS NA MODERNIDADE Escola Clássica Escola Positiva Escola Técnico-Jurídica SISTEMATIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS OFICIAIS DO SISTEMA PENAL DO LABELLING APPROCH À CRIMINOLOGIA CRÍTICA SISTEMATIZAÇÃO DAS CRÍTICAS DOS PRINCÍPIOS OFICIAIS DO SISTEMA PENAL CARACTERÍSTICAS OPERACIONAIS/FUNCIONAIS DO SISTEMA PENAL CIFRA NEGRA DA CRIMINALIDADE SELETIVIDADE PRIMÁRIA E SELETIVIDADE SECUNDÁRIA ESTIGMATIZAÇÃO ANÁLISE DA SELETIVIDADE SECUNDÁRIA NA LEI DOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL (LEI Nº 7.492/86) CONFIGURAÇÃO HISTÓRICA DA INSTITUCIONALIZAÇÃO DA REPRESSÃO AOS CRIMES CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL NO BRASIL A LEI E SEUS INSTITUTOS PENAIS E PROCESSUAIS AS CONCLUSÕES DA ANÁLISE DOS MECANISMOS DE SELEÇÃO DA CRIMINALIDADE CONTRA O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ELABORADO POR ELA WIECKO V. DE CASTILHO COMPARAÇÃO ENTRE O PROCESSAMENTO DOS CRIMES DE COLARINHO BRANCO NO PERÍODO DE JANEIRO DE 1987 A JULHO DE 1995 E JANEIRO DE 1997 A abril DE 2005 NO BANCO 7

8 CENTRAL DO BRASIL E NO JUDICIÁRIO E DE 2004 A 2005 NO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL E A POLÍCIA FEDERAL DE SANTA CATARINA Banco Central do Brasil Polícia Ministério Público Judiciário...79 CONSIDERAÇÕES FINAIS...83 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...90 ANEXO

9 RESUMO O presente trabalho ocupa-se em verificar a seletividade secundária como processo de criminalização nos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional desde meados de 1990 aos dias atuais, devido à problemática estabelecida entre a programação e a real operação do Sistema Penal, bem como, a disparidade entre seus fundamentos legais e sua função prática realizada dia a dia. Este estudo foi dividido em três capítulos, o primeiro apresenta os fundamentos históricos do Sistema Penal desde o seu nascimento filosófico, passando pela construção da Ciência Jurídico-Penal e do moderno Direito Penal até a sua deslegitimação com a negação dos princípios da defesa social pela Criminologia Crítica; no segundo capítulo são abordadas as teorias da cifra negra da criminalidade, seletividade primária e secundária e da estigmatização ou rotulação, as quais caracterizam a operacionalidade do Sistema Penal como seletiva; finalmente, no último capítulo busca-se atualizar a perspectiva da construção social da criminalidade econômica com a comparação da pesquisa realizada pela Sub- Procuradora Ela Wiecko V. De Castilho denominada O Controle Penal nos Crimes Contra o Sistema Financeiro Nacional, no período de 1987 a Com a presente pesquisa elaborada nos órgãos de controle formal responsáveis em fiscalizar, investigar, denunciar e julgar as condutas lesivas a economia do Estado, busca-se identificar a criminalidade econômica atual, com a comparação das pesquisas observa-se se houve melhorias ou não em relação a quantidade de crimes financeiros conhecidos, julgados e a utilização de mecanismos de seleção. 9

10 INTRODUÇÃO A problemática da operacionalidade do Sistema Penal é um assunto polêmico e o modo como aplica sua funcionalidade se caracteriza como estigmatizante, discriminador e seletivo. As instâncias formais agem utilizando mecanismos de seleção, escolhendo, assim, determinados grupos de indivíduos e tipos penais que deverão ser perseguidos e enquadrados ou ainda, que ficarão impunes e imunes. Na presente pesquisa, pretendeu-se estudar a seletividade secundária como construção social da criminalidade contra o Sistema Financeiro Nacional, bem como realizar uma análise da repressão dos órgãos de controle formal aos crimes financeiros contra o Estado, numa comparação com a pesquisa realizada pela Sub-Procuradora Ela Wiecko V. De Castilho - a investigação empírica do processo da seletividade secundária, nos primeiros oito anos de vigência da Lei n 7.492/86 - para verificar as mudanças ocorridas no controle penal dos crimes do colarinho branco, de meados da década de noventa até os dias atuais. A questão a ser desenvolvida na pesquisa servirá para atualizar a noção de distribuição da seletividade nos crimes financeiros no Banco Central do Brasil, na Polícia Federal de Santa Catarina, no Ministério Público Federal de Santa Catarina e no Judiciário. Entretanto, o objetivo principal foi o de demonstrar a existência da construção social da criminalidade financeira no Brasil através dos mecanismos de seleção utilizados pelos órgãos de controle dos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional. O objetivo específico será alcançado com a comparação das pesquisas e a apresentação do resultado sobre a criminalidade secundária nos últimos anos. O método utilizado na pesquisa foi o estatístico sistemático, pela utilização de tabelas, quadros (ou gráficos), a apresentação dos dados em colunas verticais ou fileiras horizontais para ajudar na distinção de diferenças, relações e semelhanças, por meio da objetividade que a apresentação de tabela oferecem às classificações. 10

11 O estudo está dividido em três capítulos. No primeiro capítulo, analisam-se os princípios oficiais do funcionamento do Sistema Penal, sendo estudadas as Escolas Penais, em especial, a Escola Clássica e a Escola Positiva. O aparecimento da Escola Clássica dá-se, na Europa, no fim do século XVIII, com a obra de Beccaria, que causou grande impacto devido às duras críticas aos métodos exagerados de punição da Idade Média. A escola de ideologia liberal é fundada no direito natural e define o crime como ente jurídico. Alicerçada no método dedutivo, defende que o delito é resultado do livre-arbítrio atribuído ao indivíduo de cometer crimes e descumprir o pacto de paz feito com a sociedade no Contrato Social. Assim, considera que a liberdade de agir e a consciência da violação servem de requisitos para a culpabilidade. A Escola Clássica tem como objeto de estudo o fato-crime, que vai ser tipificado, dando início à positivação. Já a Escola Positiva, objeto de estudo posterior, vai contrariar a Escola Clássica. Fundamentada no direito positivo, substitui a idéia da liberdade do homem pela ciência da sociedade: agora, a livre vontade constitui o próprio delito. Os seus pensadores utilizam o método científico ou indutivo para observar o indivíduo, como criminoso, com o objetivo de encontrar características comuns nos delinqüentes e chegar a um determinado tipo. Acreditam que, alcançando as causas da criminalidade, poderão controlá-la. Assim, o crime não é mais caracterizado como ente jurídico, mas como fato social cometido por um indivíduo anormal, de personalidade perigosa e irrecuperável, abrindo espaço para o intervencionismo do Estado, aumentando a segurança pública em defesa social. Portanto, as penas, neste período, tornaram-se mais duras. Também são estudadas, no primeiro capítulo, a Escola Técnico-Jurídica ou Neo- Clássica, que vai emergir das idéias e dos conflitos entre as Escolas Clássicas e Positivas, adotando a responsabilidade penal à responsabilidade moral da Escola Clássica, apesar de suas peculiaridades. E da Escola Positiva, vai utilizar a Sociologia Criminal, colocando em foco o criminoso. A seguir, continua-se a analisar os fundamentos teóricos do Sistema Penal. A ideologia liberal foi construída pela Ciência Penal, porém, com a evolução dos tempos, esta ideologia não bastaria como ideologia da Dogmática-Jurídico-Penal, então, Alessandro Baratta uniu as idéias liberais aos discursos escolares e constituiu a ideologia dominante da Ciência Penal, da Criminologia até o homem como cidadão. Dando amplitude à visão do crime e da pena, essa ideologia denominou-se ideologia da defesa social e foi desenvolvida através da sistematização dos princípios oficiais do instituto, que são: Princípio do bem e do 11

12 mal, Princípio da culpabilidade, Princípio da legitimidade, Princípio da igualdade, Princípio do interesse Social e do delito natural e o Princípio do fim e da prevenção. Após os últimos anos de 1960, agravou-se o descontentamento com o Sistema Penal, mais precisamente com relação à discrepância entre a programação e a operacionalidade do Sistema. Diante desta insatisfação, o Instituto começa a ser desconstruído. Diante da negação da ideologia da defesa social, surge a construção do saber crítico do Sistema Penal, com a crítica sociológica do labelling approch, também denominada teoria do etiquetamento, desenvolvendo-se o paradigma criminológico da reação social, que vai se basear nas investigações das condições da criminalização. Desse modo, a Criminologia Crítica vai dar enfoque aos mecanismos de controle social e ao processo de criminalização (estigmatização). Entretanto, tornou-se possível a desestruturação dos princípios sistematizados pela ideologia da defesa social, os quais foram todos deslegitimados e refutados, pela falta de congruência entre a teoria Jurídico-Penal e a realidade da prática funcional dos órgãos de controle penal. O segundo capítulo trata das características operacionais/funcionais do Sistema Penal. Primeiramente, é abordado o tema referente à cifra negra da criminalidade. Este conceito serve de questionamento à Criminologia Tradicional ou Positivista, que busca, através de estatísticas, explicar o fenômeno da delinqüência. A cifra oculta coloca em dúvida as estatísticas, pois são falhas. Logo, torna-se arriscado confiar nas estatísticas como levantamento de dados da criminalidade e de seu controle. Assim, ao confrontar a criminalidade legal, a criminalidade aparente e a criminalidade real os criminólogos comprovam a existência da cifra negra, ou seja, da existência de crimes que vagam sem serem computados nos registros oficiais. Logo após, estuda-se a seleção no processo de criminalização, bem como a seletividade primária, que se caracteriza na produção das normas que definem a criminalidade, e a seletividade secundária, que diz respeito à imposição das leis penais, instauradas nos órgãos de controle formal, como a Polícia, o Ministério Público e o Judiciário. Então, passa-se a tratar da teoria da estigmatização ou da rotulação, a qual se interessa pelo modo como a sociedade reage a determinados comportamentos, tanto na definição e criação das regras quanto na sua imposição. Quanto menor for o nível de interação entre o infrator criminal e a sociedade em que ele vive, maior será a estigmatização. Finalmente, no último capítulo, realiza-se uma pesquisa nas instâncias formais, a fim de verificar a seletividade nos crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, no período de 12

13 1997 a 2005, e ainda, de janeiro de 2004 a marco/maio de 2005, em comparação com a pesquisa concluída pela autora Ela Wiecko V. De Castilho O Controle Penal nos Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, há uma década. O objetivo dessa comparação é averiguar quais foram as modificações que ocorreram no controle penal dos delitos contra o sistema financeiro, nos últimos anos, e ainda, a atualização da perspectiva da seleção utilizada pelos órgãos de controle formal. 13

14 1 PRINCÍPIOS OFICIAIS DO FUNCIONAMENTO DO SISTEMA PENAL Serão analisados, neste capítulo, os princípios oficiais do funcionamento do Sistema Penal. Porém, antes de se tratar especificamente destes princípios oficiais, torna-se necessário demonstrar a trajetória histórica do saber penal, desde a Escola Clássica, passando pela Escola Positiva até a Escola Técnico-Jurídica ou Neoclássica. Dessas escolas emerge a ideologia da defesa social que resulta na sistematização dos princípios oficiais. Surge, portanto, a Ciência Penal, que posteriormente passará por uma mudança de paradigma em Criminologia e, ao final, estes princípios serão desestruturados devido a sua incapacidade operacional, desde o labelling approach até a Criminologia Crítica. No decorrer dos tempos, houve diversas modificações ideológicas, metodológicas, funcionais e objetivas advindas da evolução da Ciência Jurídica-Penal. 1.1 ESCOLAS PENAIS NA MODERNIDADE Escola Clássica Com a transição estrutural da sociedade e do Estado que passa do sistema feudal e Estado absolutista para o sistema capitalista e Estado de Direito Liberal, em meados do século XVIII, denominado século das luzes, na Europa, surge a Escola Clássica, com a obra marcante do filósofo italiano, Cesare Beccaria, Dos Delitos e das Penas (1764). Esta obra causou grande impacto sobre os intelectuais da época e foi como um primeiro passo desbravador das garantias individuais e dos direitos humanos. (Andrade, 1997, p.45-46). Na produção do saber clássico observa-se uma peculiaridade, que se inicia com um saber fundacional, marcado por uma concepção filosófica que questiona e critica as formas arbitrárias de poder de punir do Estado, trazendo para o Direito Penal o movimento transformador do Iluminismo europeu. Porém, a partir do desenvolvimento econômicocapitalista e da valorização da ciência, houve a produção de um novo saber na Escola Clássica: o saber jurídico e a necessidade de mudar para uma concepção filosófica, mas da 14

15 Ciência do Direito Penal. Ou seja, o classicismo de início é marcado por uma dimensão crítico-negativa do Direito Penal, fundado em idéias de um momento transformador da reforma penal e, mais tarde, por uma dimensão construtiva, fundada na construção de um Direito Penal Jurídico, advindo das conseqüências do Contrato Social. (Andrade, 1997, p, 46). Dessa forma, o primeiro período é essencialmente filosófico, pois seus pensadores indagam e criticam o Direito Penal da época, arraigados não em pesquisas e análises científicas, mas no pensamento humanista, na defesa do indivíduo visivelmente discriminado. Este período é marcado inicialmente por Cesare Beccaria ( ), Gaetano Filangieri ( ), Giandomenico Romagnosi ( ), Jeremias Bentham ( ), Pablo Anselmo Von Feuerbach ( ) entre outros. O segundo momento reproduz o período jurídico, devido à construção de legitimidade do Direito Penal e da iniciação da codificação. Seus principais representantes são exclusivamente Francesco Carrara ( ), Giovanni Carmignani ( ), Pellegrino Rossi ( ) e outros, que são precursores destes. (Andrade, 1997, p. 45). A notável unidade ideológica desta Escola está alicerçada no seu fundamento liberal. Também denominada ideologia do garantismo, baseia -se nos direitos individuais face ao exacerbado poder de punição das instituições do Antigo Regime, projetando-se na humanização, na racionalização do poder e na política liberal. (Andrade, 1997, p. 47). A ideologia liberal advém dos princípios liberais do contrato social, no qual o indivíduo livre opta por viver em harmonia social. Neste contrato, em que uma das partes é o homem e a outra é a sociedade consensualmente pacificada, o crime é considerado uma afronta à ordem contratual, consistindo na extinção do pacto de paz com a sociedade. Contudo, por ser o homem possuidor do livre-arbítrio, segundo esta posição teórica, podendo expressar sua vontade livremente, a violação do direito é voluntária, o indivíduo tem a plena consciência de que está infringindo a lei e usufruindo a liberdade individual que lhe é concedida. (Dornelles, 1992, p. 23). A concepção de Ciência Penal veio sendo construída, na Escola Clássica, partindo da premissa jusnaturalista de que o homem provém da natureza e de que suas leis, que suas regras estão acima do homem, advindas de Deus. Por isso, devem ser sempre respeitadas. Entretanto, seu método é dedutivo, lógico-abstrato, racionalista, de análise de seu objeto, com função investigadora e sistemática das suas leis, que ainda se revelam na criação do seu objeto. Portanto, as leis positivas apoiam-se na lei moral, no raciocínio coerente e na dedução. Por não haverem conceitos jurídicos anteriores, a dedução-lógica torna-se o modo de proceder 15

16 dos clássicos, tanto em Beccaria, com racionalidade do homem, como em Carrara, com a lei divina. (Andrade, 1997, p ). Constituindo uma crítica ferrenha aos métodos indignos de punição, a tortura e a pena de morte, Beccaria, propõe uma reforma no sistema penal feudal, que é marcado pelas constantes atrocidades a que é submetido o cidadão delinqüente, sinalizado como pecador das leis e dos princípios divinos, e penalizado com duras penas, em sua maioria físicas, como cicatrizes e mutilações. Esta transformação radical do Sistema Penal se basearia, como já se disse, em princípios liberais estabelecidos no contrato social. (Beccaria, 1991, p ). Como primeira conseqüência do contrato social fundado no princípio da divisão de poderes, em dividir o papel do legislador e do magistrado, veio a exigência de legalidade na função de punir. Sobre este princípio, esclarece Beccaria: só as leis podem decretar as penas dos delitos, e esta autoridade só pode residir no legislador, que representa toda a sociedade unida por um contrato social; nenhum magistrado (que é parte da sociedade) pode, com justiça, infligir penas contra outro membro dessa mesma sociedade. Mas uma pena superior ao limite fixado pelas leis correspondentes à pena justa mais uma outra pena; portanto, um magistrado não pode, sob qualquer pretexto de zelo ou bem comum, aumentar a pena estabelecida para um cidadão delinqüente. (Beccaria, 1991, p.46). Este princípio é utilizado até os dias de hoje, como princípio básico do Direito Penal, tipificado nos arts. 5º, XXXIX da Constituição Federal e 1º do Código Penal: não há crime, nem pena sem lei anterior que os defina e estabeleça (nullum crimen, nulla poena sine lege) (Feuerbach). Este é o chamado princípio da legalidade ou da reserva legal. Com isso, somente a lei poderá descrever e penalizar o crime, o que será produzido apenas pelo legislador que representa o bem consensual de toda a sociedade através do contrato social. O magistrado não tem, portanto, legitimidade de articular o texto da lei, mas de aplicá-la. (Beccaria, 1991, p. 46). A segunda conseqüência advinda dos princípios liberais do contrato social é a necessidade de separação das funções entre os Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo, pois não basta submeter à punição sem legalidade. Para melhor esclarecimento, Beccaria afirma: 16

17 o soberano, que representa a própria sociedade, só pode fazer leis gerais que obriguem a todos os membros, mas não pode julgar se um deles violou o contrato social, pois então a nação se dividiria em duas partes; uma representada pelo soberano, que afirmaria a violação do contrato, e a outra, pelo acusado, que a negaria. É, pois necessário que um terceiro julgue a verdade de fato. Eis, então, a necessidade de um magistrado cujas sentenças sejam inapeláveis e consistam em meras asserções ou negações de fatos particulares. (Beccaria, 1991, p.47). As leis devem ser comuns e escritas de forma simples para maior entendimento do povo e, em especial, do delinqüente e de seus familiares, buscando a veracidade dos fatos e a segurança jurídica. Ainda no contrato social, o filósofo encontra fundamento e legitimidade para descaracterizar os tipos de penas e o poder de punir vinculados ao sistema penal absolutista, trazendo a terceira conseqüência com a construção do princípio da proporcionalidade entre os delitos e as penas e o princípio da humanidade: Não só é interesse comum que não sejam cometidos delitos, mas também que estes sejam tanto mais raros quanto maior o mal que causam à sociedade. Portanto, devem ser mais fortes os obstáculos que afastam os homens dos delitos na medida em que estes são contrários ao bem comum e na medida dos impulsos que os levam a delinqüir. Deve haver, pois, uma proporção entre os delitos e as penas (...) Se o prazer e a dor são a força motora dos seres sensíveis, se entre os motivos que impelem os homens às ações mais sublimes foram colocados pelo Legislador invisível o prêmio e o castigo, a distribuição desigual destes produzirá a contradição, tanto menos evidente quanto mais é comum, de que as penas punem os delitos que fizeram nascer. (Beccaria, 1991, p ). No pensamento citado, percebe-se a preocupação com o poder de punição, especificamente com a proporcionalidade entre pena e delito e humanização da pena, em uma sociedade em que as autoridades não possuíam medidas das penas e selecionavam grupos de indivíduos que deveriam ser punidos. A descrença nestas leis sem força e o medo dos magistrados parciais levavam as pessoas a sobreviverem cada vez mais em um mundo paralelo e fugitivo. Destes princípios nasce a necessidade da utilidade da pena, que tem como objetivo a prevenção do crime. A pena jamais poderá ter a finalidade de sacrificar, torturar e nem de desfazer o delito, devendo ser proporcional ao dano causado à vítima e à sociedade, pois a punição exagerada produzirá um homem sem auto-estima, sublevado, incapaz de cumprir regras e de respeitar leis, as quais não lhe respeitaram. Deste modo, o objetivo da pena se inverte, pois um homem que tem o ego chicoteado pelo Estado jamais o obedecerá. Pelo contrário, se tornará um rebelde. (Beccaria, 1991, p ). 17

18 Outro princípio advindo do contrato social é o princípio utilitarista da máxima felicidade do maior número de pessoas, ou seja, do menor sacrifício possível da liberdade do indivíduo delinqüente: o que deve ser punido é o mal causado à sociedade e não a intenção de delinqüir. (Baratta, 1997, p. 34). Cesare Beccaria demonstrou a insanidade das leis penais de seu tempo e provou, com os princípios do contrato social, que o Direito Penal deve ser humano, que as penas devem ser proporcionais ao delito e que a elaboração da legislação e o poder de punir necessitam de legalidade e legitimidade, para alcançar a segurança jurídica. (Beccaria, 1991, p.52). Dá-se, então, o nascimento do Direito Penal Liberal jusracionalista ainda com bases jusfilosóficas; desde a desconstrução do Direito Penal filosófico à construção de um novo Direito Penal como Ciência-Jurídica. Assim, a escola projetou-se à construção de um Direito Penal, que produziria conceitos jurídicos, de crime, de responsabilidade penal e pena. (Andrade, 1997, p ). Nasce, portanto, a Ciência do Direito Penal, com o Programa do Curso de Direito Criminal, de Francesco Carrara. Modificando a concepção da Escola Clássica e iniciando a criação da Ciência Jurídico-Penal, o contrato social de Beccaria cede lugar às leis divinas de Carrara, com o mesmo sentido racionalizador/garantidor. (Andrade, 1997, p. 53). É nesta fase de transição que a Escola Clássica estabelece o seu objeto, com a fórmula sacramental de Carrara, da construçã o jurídica da teoria do delito, afirmando que o delito é um ente jurídico e não um ente de fato, pois viola regras jurídicas. Assim, Toda a imensa trama de regras que, ao definir a suprema razão de proibir, reprimir e julgar as ações dos homens circunscreve, dentro de limites devidos, o poder legislativo e judicial, deve (ao meu modo de entender) remontar, como à raiz mestra da árvore, a uma verdade fundamental.esta verdade é continua Carrara que o delito não é um ente de fato, mas um ente jurídico. O delito é um ente jurídico porque sua essência deve constituir, indeclinavelmente, na violação de um direito. (Carrara Apud Baratta, 1997, p. 36). A lei vem da natureza, de Deus. O homem deve respeito ao Criador que lhe deu a existência, por isso deve cumprir com suas obrigações, respeitando primeiramente a Lei moral, que antecede a Lei positiva. (Baratta, 1997, p. 36). Neste período, os clássicos começaram a tipificar as ações humanas que deveriam ser consideradas como delituosas, emergem para a tipificação do fato-crime, decompondo elementos constitutivos e dando início à positivação. Todas as ações humanas deveriam ser analisadas, como centro de investigação, para caracterizar os atos como crime ou não. (Andrade, 1997, p. 55). 18

19 Desde o início, a escola teve o livre-arbítrio como sua sustentação, pois o sujeito ativo da violação do Direito tem de ser livre para ser culpável: a liberdade de agir e o conhecimento da violação são requisitos da responsabilidade penal. Assim, a imputabilidade está ligada ao homem que comete o crime, pela sua liberdade e consciência de agir. Um incapaz não poderá ser punido, pois lhe falta consciência na vontade de delinqüir, no sentido de que ele não sabe o que é certo ou errado, não possui a capacidade de averiguar a gravidade do ato praticado, por isso não será punido. A responsabilidade penal fundamenta-se, por tanto, na responsabilidade moral ou imputabilidade moral. (Andrade, 1997, p. 56). Na Escola Clássica, foram apresentadas algumas teorias da pena. Entre elas encontramse as teorias relativas, que se classificam em teorias da prevenção especial e teorias da prevenção geral, que se subdividem, respectivamente, em teoria da prevenção especial negativa e positiva e teoria da prevenção geral negativa e positiva. (Andrade, 1997, p. 57). A teoria da prevenção geral negativa tinha como um de seus pensadores Beccaria, que acreditava a pena serviria como intimidação ao comportamento criminal e que jamais se poderia pensar na pena para desfazer o crime já cometido ou para castigar o criminoso, mas sim prevenir o delito através de leis claras, simples e de fácil acesso. Desse modo, o delinqüente não praticaria o crime novamente e ainda serviria como exemplo para todos os outros da sociedade que, conhecendo a lei, temeriam a pena e não cometeriam, ao menos levianamente, o crime. Sendo assim, a pena teria caráter preventivo e não punitivo, buscando a diminuição dos crimes e a ressocialização do delinqüente. (Beccaria, 1991, p. 65). A outra teoria, denominada teoria absoluta, que supera todas as demais e que também parte da premissa de que o homem possui o livre-arbítrio de delinqüir, de optar pelo bem ou pelo mal, e defende a retribuição da pena como uma repreensão, um pagamento pela opção da pratica criminal. É na liberdade de vontade que as teorias absolutas encontram a conseqüência lógica de retribuir a pena, sua própria justificação está em si mesma. Portanto, a pena não tem caráter preventivo, nem tampouco de ressocialização. É essencialmente reparatória e reafirmatória do Direito, pois ao homem cabe a escolha e, quando esta não for bem feita, a pena lhe será imposta como retribuição ao mal realizado contra a sociedade. (Andrade, 1997, p. 58). Francesco Carrara estava incluído como divulgador das teorias absolutas até apresentar uma nova afirmação para a teoria da pena, aludindo que sua função não é mais de retribuição ao crime, mas unicamente a defesa social. Afirmava ainda que a pena pode obter, como função acessória, a reeducação do delinqüente, mas não poderá ser esta sua finalidade. (Baratta, 1997, p. 37). 19

20 Após quase um século, constitui-se a Ciência do Direito Penal, e os clássicos acreditavam que tudo estava completo com a codificação das normas de repressão, que se haviam solucionado a questão do crime e da punição e que teriam construído um verdadeiro Direito Penal Liberal. Ademais, Enquanto os criminalistas teóricos (segundo as abstrações doutrinárias) ou práticos (interpretando as leis vigentes) consideravam o crime tão somente como uma infração e a pena como um castigo a ela proporcionada, toda a ciência penal se reduzia a uma única disciplina jurídica. E quando esta se esgotou a sua missão de anatomia jurídica do delito, Carrara recomendou aos novos o entregarem-se ao estudo do processo penal, pois que o capo do Direito Penal estava já gasto. (Ferri Apud Andrade, 1997, p. 59). Os clássicos estavam baseados na certeza de que a problemática do Direito Penal havia sido resolvida por eles, de que todos os problemas relativos ao crime seriam solucionados pela política criminal que funcionava formulando regras repressivas. O Direito Penal, neste momento, era considerado uma técnica jurídica avançada. (Andrade, 1997, p.59-60) Escola Positiva Na década de setenta do século XIX, na Itália, surge a Escola Positiva, advinda de diversas transformações, de novos fatores estatísticos, históricos e de ideologias políticas com fulcro social, durante a transição de uma economia capitalista liberal fundada no capital concorrencial para uma economia capitalista monopolista, veio a contrariar a Escola Clássica que, segundo a interpretação de Enrico Ferri se encontra em crise com o aumento da criminalidade. (Dornelles, 1992, p.25-26). Como essenciais propagadores e definidores deste período positivista estão os pensadores italianos Cesare Lombroso ( ), Enrico Ferri ( ) e Raffaele Garofalo ( ). (Andrade, 1997, p. 60). Com uma concepção positivista de Ciência, a Escola Positiva adveio da necessidade de seu tempo de modificar o Direito Penal Clássico; concentrava-se em desconsiderar o classicismo em dois pontos: primeiro, a defesa da liberdade individual, e segundo, o racionalismo. Fundamentava o declínio da Escola Clássica justamente na defesa individual, 20

21 pois, em defesa deste indivíduo, vítima das funestas atrocidades de seu tempo, ignorava a defesa social, aumentando o direito do indivíduo, porém oprimindo o direito da sociedade. Outro ponto que contribuiu, segundo a Escola Positiva para a decadência do Classicismo era o seu método racionalista que, advindo de uma orientação filosófica, tornava-se inadequado para a escola de orientação cientifica que pretendia se basear na realidade social. (Andrade, 1997, p. 61). A Escola Positiva também se preocupava em resolver os problemas do Direito Penal Clássico, almejando a segurança jurídica através da real prevenção do crime. Partindo de sua concepção científica, acreditava que o saber científico, em vez do livre-arbítrio, conseguiria decifrar as causas do crime, pretendendo ficar, assim, muito próximo de soluções eficazes para a extinção da criminalidade. Apoiava-se na Ciência, crendo na sua capacidade genuína e verdadeira de observação dos fatos. Era como se as causas do delito apontadas por ela estivessem infalivelmente corretas. (Andrade, 1997, p ). Apontando e criticando as razões que serviram de enfraquecimento e fracasso da Escola Clássica, o positivismo alicerçou sua ideologia. Delatou o contra-senso dos Clássicos, que resultou na diminuição dos direitos da sociedade, no aumento da criminalidade e da reincidência.os positivistas entenderam como primordial a criação de um programa de princípios de defesa da sociedade. (Filho, 1998, p. 39). Dessa maneira, houve a mudança do método racionalista, dedutivo e lógico-abstrato, que tinha como objeto o crime como ente jur ídico", para o método científico, experimental, empírico, indutivo e de observação de seu objeto, o criminoso. Tendo como método a observação do seu objeto, que se trata do indivíduo como delinqüente, os positivistas deslocaram o foco de análise do fato-crime para o homem, pois, se o direito tipifica a ação humana delituosa, não poderá jamais ignorar o homem delituoso dos estudos e pesquisas da Ciência do Direito Penal e muito menos da realidade social, uma vez que o crime, ou delito, e o delinqüente são dois objetos inseparáveis da lei penal. O objeto da lei penal não pode ser apenas a ação por ela proibida, mas é, e deve ser, inseparavelmente, também o homem que pratica esta ação, porque o crime não pode ser, senão, a ação de um homem. (Filho, 1998, p.37 ). A escola também desconstruiu a idéia do livre-arbítrio, considerando-a acientífica, porque a vontade não pode ser considerada como a causa do crime, mas como produto, como resultado, não podendo ser livre, pelo fato de que, se o crime é um fato natural ou social, causalmente determinado, a livre vontade se constituiria no próprio crime, devido ao 21

22 rompimento de uma série causal que determina o delito. Portanto, os positivistas optaram pelo determinismo, em que o crime é observado sob uma concepção determinista da realidade social em que o indivíduo se encontra. (Andrade, 1997, p ). Cesare Lombroso, médico italiano, apresenta como primeira resposta à causa do crime, no seu livro L uomo delinquente, O Homem Delinqüente, publicado em 1876, levantando a tese do criminoso nato. Após participar de estudos e pesquisas em manicômios e prisões, juntamente com Ferri, Lombroso concluiu que o estudo das causas do crime deveria centrarse na figura do criminoso, buscando saber quais os fatores que o levariam a prática do crime. Buscando estas respostas, nascem a Antropologia e a Sociologia criminal, que posteriormente agrupadas darão origem à Criminologia. (Baratta, 1997, p. 39). Com uma visão preponderantemente antropológica, Lombroso, em suas pesquisas nas prisões, procurou provar que as causas do delito advinham do próprio homem delinqüente, que foi analisado por ele em detalhes, na sua composição orgânica e fisiológica. Comparando os criminosos com os não-criminosos. Fortificou a hipótese de que os delinqüentes eram uma minoria anatômica e fisiologicamente diferente dos homens normais. Sua tese considerava o cidadão criminoso como um ser inferior biologicamente, fora dos padrões anatômico-fisiológicos, com algumas diferenças típicas, como cabelos encaracolados, e em sua maioria negros, pardos e orientais. Desenvolveu, assim, o tipo antropológico delinqüente, o qual possuía requisitos de comprovação de uma nova categoria predestinada a pratica do delito. (Dornelles, 1992, p ). Posteriormente, a tese de Lombroso do criminoso nato sofreu algumas modificações como o acréscimo às causas do delito (a epilepsia, a loucura moral e o atavismo). Esse novo indivíduo foi denominado como tipo lombrosiano. O pensador explicava a criminalidade pela anomalia do autor do desvio, sendo o crime um sintoma de determinadas doenças. (Andrade, 1997, p. 65). A obra de Lombroso representa a consolidação da Criminologia etiológica, com foco na investigação das causas que fazem o indivíduo cometer o delito. No ano de 1885, Rafaelle Garófalo apresenta sua obra denominada Criminologia: Estudo sobre o delito e a repressão penal. Nela, o pensador definiu o conceito de delito como um delito natural que, quando cometido, lesa os mais profundos sentimentos existentes no espírito humano, sentimentos estes que formam o senso moral, que nada mais é do que 22

23 instintos morais inatos compreendidos como necessários para a convivência em sociedade. Garófalo utilizou-se dos estudos de Darwin e Spencer para concluir que o senso moral não advém, ou ainda, que não pode ser constituído através do raciocínio individual, mas da hereditariedade e do tipo físico. Dito isso, concluiu que o senso moral é, pelo menos em parte, orgânico. Desenvolveu, então, a idéia de anomalia moral para o criminoso, constituindo-o em uma classe de seres moralmente degenerados. (Filho, 1998, p ). Com efeito, a obra Sociologia Criminale, (1900), é apresentada por Ferri como uma segunda resposta para as causas da criminalidade, ligando as idéias de fator antropológico de Lombroso com a Sociologia Criminal. Chegou Ferri a três causas, duas das quais já tinham sido levantadas: as causas individuais (fatores antropológicos) e as causas físicas (fatores físicos). A novidade seria a percepção das causas sociais (fatores sociológicos). (Baratta, 1997, p. 39). Em síntese, a responsabilidade penal desta Escola, para Ferri, está exclusivamente em defender a sociedade através do artifício da lei, fundindo as idéias de responsabilidade social e responsabilidade legal. Ferri considerava o fundamento da responsabilidade penal dos Clássicos uma verdadeira paralisia da justiça penal a favor do delinqüente perigoso, porque o homem vive em sociedade e deve ser responsabilizado por seus atos. (Andrade, 1997, p. 67). Para Ferri, o homem é sempre responsável de todo seu ato, somente porque e até que vive em sociedade. Vivendo em sociedade o homem recebe dela as vantagens da proteção e do auxílio para o desenvolvimento da própria personalidade física, intelectual e moral. Portanto, deve também suportar-lhe as restrições e respectivas sanções, que asseguram o mínimo de disciplina social, sem o que não é possível nenhum consórcio civilizado. (Ferri, Apud Andrade, 1997, p. 68). Devido ao determinismo de um tipo de indivíduo criminoso e à periculosidade do mesmo, serviram como fundamento da responsabilidade penal a responsabilidade social agrupada a responsabilidade legal, com a finalidade de defender a sociedade dos males de um ser diversificado e anormal através da lei material. (Andrade, 1997, p. 68). Neste contexto, a pena, na Escola Positiva, seguiu duas concepções: a retributiva e a utilitarista. Para alguns, a pena é um meio de defesa social, pois a Escola caracteriza o criminoso como um ser determinado que cometerá crime. Entretanto, a sociedade poderia 23

24 reagir em sua defesa preventiva através de reformulações pragmáticas na educação, na economia, na assistência familiar, na política e na administração. (Andrade, 1997, p. 68). A pena concentrou-se no papel utilitarista, considerando-se ainda como um meio de defesa da sociedade, porém em face da periculosidade criminal do criminoso. Desse modo, os positivistas contrapuseram-se novamente à Escola Clássica, negando um dos princípios de Beccaria, o princípio da proporcionalidade entre o delito e as penas, sendo a pena, neste autor, proporcional à periculosidade do agente criminoso. Ou seja, a pena tinha conformidade com um conjunto de condições que levavam à certeza de que o delinqüente iria agir outra vez. Nestas condições, a pena foi individualizada de acordo com a periculosidade de cada um dos delinqüentes. Nasce, portanto o princípio da individualização da pena, que se manifesta na aplicação, na cominação e na execução da pena. A Escola também admitia as medidas de segurança, mesmo que por tempo indeterminado. (Filho, 1998, p. 42). Sobre a pena no positivismo, Andrade conclui: Os positivistas deram ao criminoso um passado - de periculosidade e um futuro a recuperação, abrindo a porta das prisões e dos manicômios, mas também dos tribunais, para especialistas não-jurídicos doravante encarregados do seu tratamento. (1997, p. 70). Após o liberalismo clássico, abre-se espaço para um controle intervencionista sobre a criminalidade e o criminoso. Este intervencionismo trata da intervenção direta ou indireta do Estado nos negócios particulares, objetivando maior segurança no campo penal em defesa da sociedade. Este momento de luta entre as escolas demonstra uma redefinição do Direito Penal, passando por sua segunda reformulação, mudando de formas liberais para formas sócioliberais, deslocando seu foco de pesquisa do fato para o autor. (Andrade, 1997, p. 71). Desta forma, Andrade sustenta: O Direito Penal liberalmente modelado passa a receber uma complementar justificação social. Daí em diante convivem o discurso de garantia do indivíduo com o discurso da defesa social; o discurso do homem como limite do poder punitivo e o discurso do homem como objeto de intervenção positiva desse mesmo poder, em nome da sociedade. (1997, p. 73). Dito isso, o Direito Penal faz uma junção entre a defesa do indivíduo face ao poder punitivo e a defesa social perante o indivíduo perigoso. 24

25 Surge, então, o questionamento não mais apenas em relação ao objeto de estudo da Ciência Penal, mas também a discussão sobre sua real cientificidade e a relação com a criminologia. Pouco a pouco, se desloca o tema do saber penal e as diferenças das escolas vão ficando para trás, dando lugar à divisão de trabalho entre a criminologia e a dogmática penal. Assim, nas concepções positivistas só se poderia considerar Ciência a Criminologia, pois esta possuía um método causal-explicativo, e o Direito Penal ficaria reduzido a uma mera técnica legislativa utilizada pela criminologia. (Andrade, 1997, p. 75) Escola Técnico-Jurídica Com o intenso conflito entre as escolas clássicas e positivas, emerge uma terceira Escola, a Escola Técnico-Jurídica ou Neoclássica. Adotou da Escola Clássica, como fundamento da responsabilidade penal ligada a responsabilidade moral, com a peculiaridade de distinguir o criminoso imputável e o inimputável, admitindo que também destes a lei penal deve se ocupar, e da Escola Positiva utilizou-se da Sociologia Criminal, colocando como seu foco muito mais o criminoso do que o crime. Como representante desta Escola, Arturo Rocco defende para o estudo da Ciência Penal o método Técnico-Jurídico, mas não ignora que às vezes se torna necessário o uso da antropologia, da psicologia e da sociologia. (Filho, 1998, p ). Neste contexto, os juristas Cezar Roberto Bitencourt e Luiz Régis Prado resumiram as características da Escola Técnico-Jurídica: a) o delito é pura relação jurídica de conteúdo individual e social; b) a pena constitui uma reação e uma conseqüência do crime (tutela jurídica), com função preventiva geral e especial, aplicável aos imputáveis; c) a medida de segurança preventiva, aplicável aos inimputáveis; d) responsabilidade moral (vontade livre); e) método técnico-jurídico; e f) refuta o emprego da filosofia no campo penal. (1995, p. 36). A escola Técnico-Jurídica ou Neoclássica adota as premissas da origem natural da delinqüência da Escola Positiva e utiliza a Antropologia e a Sociologia Criminal, colocando em evidência o delinqüente. Sem levar em conta os conflitos das Escolas Clássica e Positiva, conservou o princípio da responsabilidade moral do classicismo, a diferenciação entre os que têm consciência do fato ilícito cometido e os que não tem, advertindo que também aos 25

26 homens inimputáveis dever-se-ia utilizar a penalização, porém como medidas de segurança, diversas das penas penais. Assim, a elaboração Técnico-Jurídica do Direito Penal Positivo busca, não apenas o conhecimento empírico, mas também o científico, por sua missão na vida social, de interpretar e aplicar o Direito como operadores jurídicos. (Filho, 1998, p ). 1.2 SISTEMATIZAÇÃO DOS PRINCÍPIOS OFICIAIS DO SISTEMA PENAL A ideologia liberal foi construída pelo saber penal, iniciado pela Escola Clássica, herdado pela Escola Positiva e pela Escola Técnico-Jurídica. Contudo, esta ideologia não bastaria como identidade ideológica da Dogmática Jurídico-Penal, pois, com a evolução do saber oficial, necessitaria de uma visão mais ampla do crime e da pena do que no discurso racionalizador/garantidor. (Andrade, 1997, p ). Neste sentido, Alessandro Baratta agrupou as idéias do discurso liberal, dos debates escolares e constituiu a ideologia dominante da Ciência Penal, da Criminologia, do Judiciário e também do senso comum do homem do povo, com uma visão atual do crime e da pena, e a denominou ideologia da defesa social, que foi construída através dos seguintes princípios: (Baratta, 1997, p ). a) Princípio do bem e do mal: o fato-crime representa um prejuízo causado à sociedade, e este prejuízo é atribuído ao sistema social através de uma ação negativa do delinqüente; portanto, o comportamento criminoso é o mal e a sociedade, em si, é o bem. b) Princípio da culpabilidade: a conduta criminosa consciente, que contraria as normas e os valores de um estado social, caracteriza-se como uma atitude interior reprovável, que deverá ser previamente sancionada pelo legislador. c) Princípio da legitimidade: o Estado está legitimado a reprimir o delito e agir em defesa social contra determinados indivíduos, representando legalmente à vontade da sociedade, através das instâncias oficiais de controle da criminalidade (instituições penitenciárias, legislação, magistratura, polícia). A operacionalidade destas instâncias expressa a legítima reação da sociedade, com a resistência, com a condenação do criminoso e com a reafirmação das normas e valores sociais. 26

27 d) Princípio de igualdade: a violação das normas penais, como comportamento de uma minoria criminosa, define a criminalidade, sendo que para todos os autores de ações criminosas, deve o Sistema Penal reagir de forma igualitária. O Direito Penal deve ser igual para todos. e) Princípio do interesse social e do delito natural: de qualquer modo, os interesses fundamentais são protegidos pelo Código Penal para a existência de uma vida em sociedade, assim resguardando os interesses comuns a todos os cidadãos, quando estes são violados (delitos naturais). Somente uma pequena parte dos delitos representa violações de ordem política e econômica, e a punição fica em função da consolidação dessas estruturas (delitos artificiais). f) Princípio do fim ou da prevenção: a pena possui como sua fundamentação a função de retribuir (punição) o delito, mas também de preveni-lo (intimidação). O poder de punição deve buscar uma justa contramotivação ao comportamento criminal com a função de ressociabilizar o indivíduo criminoso. Estes princípios são caracterizados como os princípios oficiais do Sistema Penal. Responsáveis pela fundamentação da legislação penal, processual penal e de execução penal hodierna, eles não representam e tampouco garantem a segurança jurídica da sociedade. 1.3 DO LABELLING APPROCH À CRIMINOLOGIA CRÍTICA Assiste-se a construção do moderno Sistema Penal até a década de 60 do século XX, porém, a partir deste momento, inicia-se a desconstrução e a deslegitimação deste mesmo sistema, o que foi denominado por Cohen de impulso desestruturador. (Andrade, 1997, p. 182). O descontentamento do Sistema Penal desta época, marcada por revoluções e movimentos de contracultura, surge quanto à relação de congruência entre programação e operacionalidade do sistema, através destas indagações: Será que a programação do Sistema Penal de fato se operacionalizou? Tem o Direito Penal conseguido a segurança jurídica por 27

28 ele prometida? As desigualdades sociais foram exterminadas ou ao menos diminuídas? E diante das respostas negativas o Sistema Penal começa a ser desconstruído. (Andrade, 1997, p. 169). No interior da dimensão desconstrutora, aparecem os principais pontos de construção de um saber crítico do Sistema Penal, sendo que este estudo irá se aprofundar na crítica sociológica do labelling approch, de que resulta o paradigma criminológico da reação social e a Criminologia Crítica. (Andrade, 1997, p ). Com a negação da ideologia da defesa social, que a própria Criminologia pós-positivista já levantara, o caminhar para a troca de paradigmas havia começado. Foi então, com a ascensão dos Estados Unidos na Sociologia Criminal, no decorrer do século XX, que se iniciaram mudanças significativas na história da Criminologia. (Andrade, 1997, p ). A desconstrução do labelling approch é modelada por duas correntes ligadas entre si, da Sociologia Criminal Americana: o interacionismo simbólico, inspirado em Charles Cooley (1902) e George H. Mead (1934), e a etnometodologia, inspirada na sociologia fenomenológica de Alfred Schutz: pode-se conhecer a realidade atual e a realidade possível. Primeiramente, o interacionismo simbólico que nega o pensamento determinista e os modelos estruturais e estáticos da sociedade e constitui-se sobre o pressuposto da interação social, de que o homem e a sociedade são inseparáveis. (Andrade, 1997, p. 204). E como segundo eixo do labelling approach a etnometodologia acredita ser a sociedade o produto de uma constr ução social, que não pode ser conhecida como uma realidade objetiva, pois é obtida mediante um processo de definição e de tipificação por parte dos indivíduos e seus diferentes grupos. Esta corrente representa a superação do determinismocausal positivista, ou seja, das concepções antropológicas e sociológicas da conduta humana, e aponta que a sociedade não deve ser considerada com estatísticas intactas e estruturas imutáveis. Portanto, os seres humanos constroem suas realidades num processo de interação com outros seres humanos. (Baratta, 1997, p. 87). Fundamentado nestas duas matrizes, surge o labelling approach como novo saber criminológico, que se encontra formulado na obra Outsiders (Os Estranhos), publicada em 1963, por Howard Becker. Para um melhor entendimento, pode-se dizer que: os grupos sociais criam o desvio ao fazer as regras cuja infração constitui o desvio e aplicar ditas regras a certas pessoas em particular e qualificá-las de marginais 28

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