Escolas Históricas Mais Importantes. Direito Penal do Inimigo. Aula 2

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1 Escolas Históricas Mais Importantes Direito Penal do Inimigo Aula 2

2 PREMISSA QUAL A FINALIDADE DA PENA? Retributiva Prevenção Geral A pena é um fim e si mesma. Serve como uma forma de retribuir o mal causado pelo criminoso. Sua preocupação não está na prevenção de futuros atos semelhantes praticados pelo agente ou outras pessoas. Teoria que vê a pena como um alerta para todas as pessoas, visando prevenir qualquer outro delito. A pena atua sobre toda a comunidade, dissuadindo seus membros de praticarem crimes. A intimidação ocorre em dois momentos distintos: na previsão abstrata do crime e na aplicação da pena. Prevenção Específica Pena tem a finalidade de prevenir que o criminoso pratique novos delitos. Isso ocorre com sua segregação no cárcere, bem como ressocializando-o na sociedade por meio do sistema penitenciário.

3 A sociedade em geral se satisfaz e, na verdade, busca tão somente fazer com que a pena tenha essa finalidade retributiva, pois tende a fazer com ela uma espécie de "pagamento" ou compensação ao condenado que praticou a infração penal, desde que, obviamente, a pena seja, pelo menos, privativa de liberdade. Se ao condenado for aplicada uma pena restritiva de direitos ou mesmo a de multa, a sensação, para a sociedade, é de impunidade, uma vez que o homem somente se contenta com o sofrimento causado pelo aprisionamento do infrator.

4 ESCOLA CLÁSSICA Século XVIII, com as obras de Cesare Beccaria (Dos Delitos e das Penas 1764) e Jeremy Bentham (Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação 1789) Baseava-se nos seguintes postulados: a) livre-arbítrio; b) dissuasão; c) prevenção; d) retribuição a) O que legitima a pena é a livre escolha que o ser humano tem entre o bem e o mal. b) A pena deve ser utilizada como fator de dissuasão nesta escolha. Na comparação entre a pena e o benefício do crime, a pena deve ser suficientemente alta para desestimular o agente. c) A pena deve ter a função preventiva geral e específica, impedindo o réu a cometer novos crime e os outros membros da sociedade e ingressar neste mundo. d) Por fim, a pena deve servir como instrumento da justiça, promovendo a punição do infrator.

5 ESCOLA POSITIVA No Século XIX, com Cesare Lombroso (O Homem Delinquente) e Enrico Ferri (Um novo horizonte do Direito e do Processo Penal) 1880 a) o crime é fenômeno natural e social, estando sujeito às influências do meio e aos múltiplos fatores que atuam sobre o comportamento. Exige, portanto, o método experimental ou o método positivo para explicação de suas causas; (b) a pena é exclusivamente medida de defesa social, visando à recuperação do criminoso ou à sua neutralização, nos casos irrecuperáveis; (c) o criminoso é sempre psicologicamente um anormal, de forma temporária ou permanente, apresentando também muitas vezes defeitos físicos ou características peculiares; Nega o Livre-arbítrio em alguns casos (d) os criminosos podem ser classificados em tipos (ocasionais, habituais, natos, passionais e enfermos)

6 Cesare Lombroso Lombroso desenvolveu um dos primeiros sistemas criminológicos. Ele traçava o perfil do infrator por meios antropométricos (medidas e proporções do nariz, orelhas; ângulo das sobrancelhas; formato dos dentes; largura da mandíbula). Isso possibilitou a criação de um estereótipo do criminoso, que era estabelecido por meio de perfis peculiares. A personalidade do agente era vista de uma perspectiva determinista e serve como influência direta na dosimetria da pena. O grau de periculosidade é outro ponto enraizado nas normas penais brasileiras, o que é hoje visto na reincidência. "Art 59 O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime"

7 Terceira Escola (Terza Scuola) No Século XX, em 1905 com Arturo Rocco. Ela tenta conciliar as teses das Escolas Clássica e Positiva a) Retoma da Escola Clássica o princípio da responsabilidade moral e a consequente distinção entre imputáveis e não imputáveis, mas exclui o fundamento do livre-arbítrio. b) O crime se apresenta como fenômeno individual e social. c) Apena tem por fim a defesa social, mas não perde o caráter aflitivo e se distingue essencialmente da medida de segurança d) Refuta o emprego da filosofia no campo penal.

8 Escola Moderna Alemã (Positivismo Crítico) Nos Séculos XIX e XX com Franz von Liszt (1888 a 1924). Afirmava que o Direito Penal é a barreira intransponível da Política Criminal. a) método lógico-jurídico para o direito penal e experimental para as ciências penais; b) distingue o imputável do inimputável, sem se fundar, porém, no livre-arbítrio, e sim na determinação normal do indivíduo; c) aceita a existência do estado perigoso; d) tem o crime como fato jurídico, mas também como fenômeno natural; e) a luta contra o crime far-se-á não só pela pena

9 Escola Moderna Alemã (Positivismo Crítico) Nos Séculos XIX e XX com Franz von Liszt (1888 a 1924). Afirmava que o Direito Penal é a barreira intransponível da Política Criminal. a) método lógico-jurídico para o direito penal e experimental para as ciências penais; b) distingue o imputável do inimputável, sem se fundar, porém, no livre-arbítrio, e sim na determinação normal do indivíduo; c) aceita a existência do estado perigoso; d) tem o crime como fato jurídico, mas também como fenômeno natural; e) a luta contra o crime far-se-á não só pela pena

10 Escola Correicionista Século XVIII com Carlos Davi Roeder, na Alemanha. a) A pena serve apenas para corrigir o infrator penal b) A pena não deveria ter tempo determinado, e deveria durar o tempo que fosse necessário para a correção do criminoso. c) O delito não se comete em razão de uma vontade livre, mas sim por outras causas que o Estado deve combater. d) Excluiu o caráter retributivo da pena

11 Escola da Nova Defesa Social Século XX, após a Segunda Guerra Mundial, com Filippo Gramatica a) A ação do Estado destinava-se a garantir a ordem social, mediante meios que importassem a supressão da ciência penal e dos sistemas penitenciários vigentes b) Desejava abolir o Direito Penal e as penas

12 DIREITO PENAL DO INIMIGO Conceito Exemplo Terrorista, criminoso contumaz, estuprador, integrante de facção criminosa. Tendências concretas no DP brasileiro Lei de Terrorismo, Abate de Aeronaves Hostis, Infiltração de Agentes, Flagrante Diferido. O Direito Penal do Inimigo (em alemão Feindstrafrecht) foi uma teoria desenvolvida pelo no século XIX e XX, e sistematizada pelo jurista Günter Jakobs. Para ele, algumas categorias de pessoas por voluntariamente se recusarem de forma sistemática a obedecer regras vitais de convivência social são consideradas inimigos da sociedade ou do Estado. Estes inimigos não detém todas as garantias penais e processuais penais que são dadas aos indivíduos comuns. Assim, há um direito penal do cidadão (Bürgerstrafrecht) - caracterizado pela manutenção destas garantias clássicas, e um direito penal do inimigo, em que são editados tipos penais e institutos probatórios diferenciados. Prevenção especial negativa Alexandre Rocha Almeida de Moraes Velocidades do Direito Penal

13 Promotor MPE-MS, 2013 a) O Direito Penal do Inimigo, idealizado por Günther Jakobs, pode ser entendido como um Direito Penal de quarta geração. Na sua concepção inimigo é aquele que afasta de modo permanente da norma. Segundo esta teoria, não deve ser ao criminoso conferido o status de cidadão. Defensor Público SP, 2015 e) a prevenção especial negativa tem um papel determinante na doutrina do direito penal do inimigo de Günther Jakobs.

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