HIGIENE OCUPACIONAL. Câncer e Trabalho. Desafiando o silêncio e a inação. AFT Luiz Alfredo Scienza
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1 HIGIENE OCUPACIONAL Câncer e Trabalho Desafiando o silêncio e a inação AFT Luiz Alfredo Scienza
2 Câncer como flagelo mundial Um dos principais fatores de morbidade/mortalidade no mundo milhões de novos casos / ano, 8,2 milhões de mortes relacionadas Esperado aumento de novos casos, 70% ao longo das próximas duas décadas Determinismo social: 60% dos casos ocorrerão na África, Ásia e América Central e do Sul FONTE: World Cancer Report 2014 / edited by Bernard W. Stewart and Christopher P. Wild, IARC/OMS
3 Prevenção primária reduz ocorrências em até 30 % INCA/MS POLÍTICAS PÚBLICAS DEVEM SE FUNDAMENTAR NA PREVENÇÃO Higiene do Trabalho / LAS
4 Carcinogênicos humanos Um agente, substância ou mistura de substâncias é classificado como cancerígeno se capaz de aumentar a incidência das neoplasias malignas, se reduzir sua latência ou se aumentar gravidade ou multiplicidade FONTE: A review of human carcinogens. Part F: Chemical agents and related occupations / IARC Working Group on the Evaluation of Carcinogenic Risks to Humans, 2009: Lyon, France
5 BEIJING - CHINA Limitações para a prevenção da carcinogênese no trabalho: Identificação de toxicantes químicos ambivalentes, presentes tanto na ocupação do indivíduo quanto no meio ambiente em geral e meios de consumo - Benzeno (C 6 H 6 ) e amianto
6 Benzeno Seria uma condição de igual risco??
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8 CONSTATAÇÃO: CHEMICAL WORLD
9 Mais limitações para a prevenção Câncer é uma forma lenta e insidiosa de toxicidade, decorrente da exposição a agentes químicos, físicos ou biológicos classificados como cancerígenos para humanos Agravo fortemente multifatorial!
10 A B ORGANIZAÇÃO TRABALHO CALOR FUMOS METÁLICOS GASES CARÁTER MULTIFATORIAL DO PROCESSO DE ADOECIMENTO
11 Para a prevenção, talvez pouco importe a classificação Câncer ocupacional: existe relação direta e específica com a exposição no trabalho Ex: mesotelioma amianto Câncer relacionado ao trabalho: frequência, surgimento ou gravidade modificados pelo exercício do trabalho Ambos com caracterização essencialmente epidemiológica
12 Especificamente câncer e trabalho Aproximadamente 440 mil pessoas morreram no mundo como consequência da exposição a cancerígenos no trabalho (2005) Cerca de 315 mil pessoas por câncer relacionado ao trabalho Maior nº de casos de câncer decorrente do trabalho teve como causa a exposição ao amianto FONTE: Organização Internacional do Trabalho (OIT), 2009; EUROGIP, 2010
13 Mais limitações: programas para mera validação
14 Alguém pode legitimar esta condição de exposição? FUMOS DE SOLDA: GRUPO 2A DA LINACH - SUFICIENTE EVIDÊNCIA DE MELANOMA OCULAR EM SOLDADORES Higiene Ocupacional / LAS
15 A maior limitação para a prevenção do câncer ocupacional É a simples negação do risco!!!
16 Não reconhecer o risco câncer é...
17 Etiologia do câncer 80% dos casos estão relacionados a fatores ambientais, em maior ou menor grau evitáveis. Esses fatores envolvem água, terra, ar, ambiente de consumo (alimentos, medicamentos, fumo, álcool e produtos domésticos), ambiente cultural (estilo, costumes e hábitos de vida) e ambiente ocupacional Para o câncer do pulmão, o segundo tipo mais incidente entre homens no Brasil, as estatísticas europeias projetam que um em cada dez casos desse câncer pode ser decorrente do trabalho (EUROGIP, 2010) Isso representa casos de câncer do pulmão decorrentes do trabalho no Brasil, em 2010 FONTE: Diretrizes para a vigilância do câncer relacionado ao trabalho / Instituto Nacional de Câncer (Inca), 2012
18 Caracterização da exposição no trabalho Para todos os fins preventivos, éticos e legais, considerase a existência de exposição ocupacional a um carcinógeno o contato com agente, em local de trabalho, que apresenta dados epidemiológicos consistentes acerca do risco câncer entre trabalhadores
19 Efeito câncer Não há limiares de não efeito para a maioria dos carcinógenos humanos conhecidos, ou seja... Para cada dose interna, está associado determinado risco de acometimento do efeito Parco conhecimento sobre o mecanismo de ação das substâncias cancerígenas mais ainda questionável aplicação isolada dos limites de exposição
20 AS DIVERSAS PERCEPÇÕES SOCIAIS DO RISCO
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22 NOVO MARCO REGULATÓRIO PARA FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
23 Lista LINACH - PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 4/2014
24 Classificação em três grandes grupos Grupo 1 - carcinogênicos para humanos Grupo 2A - provavelmente carcinogênicos para humanos Grupo 2B - possivelmente carcinogênicos para humanos BASE MONOGRAFIAS DO IARC/OMS 2013
25 A regra é a mistura, a multiplicidade de agentes EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL COMO PINTOR GRUPO 1 DA LINACH Higiene Ocupacional / LAS
26 APOSENTADORIA ESPECIAL E RISCO CARCINOGÊNICO
27 Reflexões acerca da aposentadoria especial A ideia, em suma, seria atribuir, isonomicamente, maiores encargos aos empregadores que provocam maiores despesas ao sistema, ao permitir as aposentadorias precoces de segurados expostos a agentes nocivos...
28 Previdência Social Memo Circ Conjunto nº 2, Uniformiza procedimentos para análise de atividade especial referente à exposição aos agentes nocivos reconhecidamente cancerígenos, biológicos e ruído Exposição a agente reconhecidamente cancerígenos, remete para os listados no Grupo 1 da LINACH
29 Previdência Social Memo Circ Conjunto nº 2, Simples presença no ambiente de um cancerígeno, com possibilidade de contato, será suficiente para comprovação da efetiva exposição Utilização de EPC e EPI não elide a exposição, ainda que reconhecidamente eficazes Enquadramento a partir de
30 UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO AUDITORIA DO TRABALHO NO RS
31 Proposta da Auditoria do Trabalho no RS, em 2016 Se a LINACH é expressamente concebida para o fomento de políticas públicas de prevenção: Por que não a formação de forças-tarefa multidisciplinares, com foco no potencial adoecimento (câncer)? Priorizando setores onde esta situação de exposição é esperada
32 Proposta da Auditoria do Trabalho no RS, em 2016 Intervenções como forma de trazer o risco de indução do câncer à luz e à prioridade na prevenção
33 Exposição ao amianto na construção civil
34 Exposição ao formaldeído
35 Exposição ao benzeno
36 Exposição ao cromo hexavalente
37 Cenários encontrados pela Auditoria do Trabalho Como regra, risco carcinogênico ignorado, negado ou minimizado PCMSO PPRA LTCAT
38 Medidas adotadas Entre outras providências, empresas alvo autuadas por não controlar seus riscos subitem da NR-9 Análise, avaliação e aplicação da medida de enforcement mais eficaz da Auditoria do Trabalho, a interdição cautelar de atividades Em 100 % das intervenções ocorreu a interdição, por caracterização da condição de risco grave e iminente
39 Natureza da interdição administrativa cautelar
40 Tríade para o Embargo / Interdição
41 Conceitos maliciosamente manipulados: a iminência do risco Iminente é a exposição ao risco, não os efeitos decorrentes A própria expressão doença relacionada ao trabalho (NR-3 do MTb) obrigatoriamente inclui efeitos no curto, médio e longo prazos Efeito neoplásico
42 Propostas da Auditoria do Trabalho para minimização do risco Retirada de agentes cancerígenos nas formulações (como o cromo hexavalente) e/ou sua substituição (amianto, nas telhas de fibrocimento) Se inviável, redução dos seus teores percentuais (resinas uréia-formaldeído para fabricação de placas de MDP e MDF )
43 Propostas da Auditoria do Trabalho para minimização do risco Se não comprovadamente exequíveis, projetar e instalar medidas de ordem coletiva, como o isolamento e hermetização do processo produtivo Adoção de medidas complementares: adequação da gestão dos riscos ambientais (reconhecimento do risco câncer), do PCMSO, ao GHS, das vestimentas de trabalho, EPI e outros
44 Outros impactos Em alguns casos, implicou mudança da base tecnológica. Migração de uma classe para outra com menor teor de formaldeído livre (fabricação de placas de MDF e MDP) Igualmente, impactos na própria organização do trabalho. Em especial, o fim da terceirização de atividades em algumas áreas de risco
45 Por que muitos querem uma Auditoria do Trabalho menor?
46 Agradecemos a atenção e a paciência de todos! Luiz Scienza luiz.scienza@mte.gov.br
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