EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ILMA. MINISTRA CARMEM LÚCIA

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1 1 EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, ILMA. MINISTRA CARMEM LÚCIA Ref. ADI 4395 Requerente: Associação Brasileira dos Frigoríficos - ABRAFRIGO Requeridos: Presidente da República e Congresso Nacional Relator: Min. Gilmar Mendes ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRIGORÍFICOS - ABRAFRIGO, pessoa jurídica de direito privado, já devidamente qualificada nos autos epigrafados, vem respeitosamente, por seus procuradores abaixo assinados, com endereço profissional indicado no rodapé, expor, e, ao final requerer o que segue. Cuida-se de ação direta de inconstitucionalidade em face do artigo 1º da Lei 8.540/92, que deu nova redação aos artigos 12, incisos I e VII, 25, incisos I e II e 30, incisos IV, da Lei 8.212/91, com redação atualizada pelas Leis 9.528/97, 9.876/99, /2001, /2002 e /2008. Sustenta-se, em síntese, a inconstitucionalidade da cobrança da Contribuição do FUNRURAL incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural do empregador rural pessoa física, na linha do que já decidiu o Plenário do Supremo Tribunal Federal no leading case denominado caso do MATABOI (RE /MG).

2 2 Serve a presente para registrar que, como é de vosso conhecimento que, além da epigrafada ADI, tramita perante este E. Tribunal o Recurso Extraordinário nº RS da Relatoria do Excelentíssimo Senhor Ministro Edson Fachin, cuja demanda: - (i) está com julgamento pautado para 29/03/2017, em 7ª Sessão ordinária, com início da sessão às 14:00 h, (ii) trata de matéria absolutamente idêntica àquela discutida nesta epigrafada ADI e (iii) a ora Requerente, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRIGORÍFICOS ABRAFRIGO, figura como Amicus Curiae, cf. extrato abaixo: PROCESSO RECURSO EXTRAORDINÁRIO ORIGEM: RS RELATOR(A): MIN. EDSON FACHIN REDATOR(A) PARA ACORDAO: RECTE.(S): UNIÃO PROC.(A/S)(ES): PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL RECDO.(A/S): JOSE CARLOS STANISZEWSKI ADV.(A/S): RAPHAEL DUARTE DA SILVA AM. CURIAE.: ASSOCIAÇÃO INDUSTRIAL DO PIAUÍ - AIP ADV.(A/S): LEONARDO E SILVA DE ALMENDRA FREITAS AM. CURIAE.: APASSUL - ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES E COMERCIANTES DE SEMENTES E MUDAS DO RIO GRANDE DO SUL ADV.(A/S): LEONARDO ORTOLAN GRAZZIOTIN AM. CURIAE.: ANDATERRA - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE DEFESA DOS AGRICULTORES PECUARISTAS E PRODUTORES DA TERRA ADV.(A/S): RAFAEL PELICIOLLI NUNES AM. CURIAE.: ABIEC - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES ADV.(A/S): IGOR MAULER SANTIAGO AM. CURIAE.: SOCIEDADE RURAL BRASILEIRA ADV.(A/S): MARCELO GUARITA BORGES BENTO AM. CURIAE.: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE FRIGORÍFICOS - ABRAFRIGO ADV.(A/S): FABRICCIO PETRELI TAROSSO AM. CURIAE.: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DO ARROZ - ABIARROZ ADV.(A/S): MAURÍCIO PEREIRA FARO AM. CURIAE.: ASSOCIACÃO BRASILEIRA DOS CRIADORES DE ZEBU ADV.(A/S): BRENO FERREIRA MARTINS VASCONCELOS AM. CURIAE.: SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM RURAL - ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DO PARANÁ/SENAR-PR ADV.(A/S): MARCIA CRISTINA STIER STACECHEN ADV.(A/S): FLAVIO DE SOUZA SENRA ADV.(A/S): GIOVANI MANICUCCI ADV.(A/S): GERSON TAROSSO ADV.(A/S): FRANCISCO DE GODOY BUENO ADV.(A/S): TIAGO CONDE TEIXEIRA ADV.(A/S): FELISBERTO ODILON CÓRDOVA ADV.(A/S): OSMAR ANTONIO FERNANDES ADV.(A/S): DANILO E SILVA DE ALMENDRA FREITAS ADV.(A/S): JULIANO LUIS ZANELATO PAUTA TEMÁTICA PAUTA: P.6 CONTRIBUIÇÕES TEMA: FUNRURAL SUB-TEMA: CONTRIBUIÇÃO DO PRODUTOR RURAL PESSOA FÍSICA EMPREGADOR OUTRAS INFORMAÇÕES

3 3 Data agendada: 29/03/2017 TEMA DO PROCESSO 1. Tema 1. Trata-se de recurso extraordinário, com apoio no artigo 102, inciso III, alínea "b", da CF/88, interposto contra acórdão da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região que, adotando entendimento firmado pela Corte Especial daquele Tribunal no julgamento do Incidente de Arguição de Inconstitucionalidade na Apelação Cível /PR, afirmou ser "indevido o recolhimento da contribuição para o Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (FUNRURAL) sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural de empregadores, pessoas naturais". Referido precedente declarou "inconstitucional a Lei nº /2001, com redução de texto, para abstrair do caput do art. 25 da Lei nº 8.212/91 as expressões "contribuição do empregador rural pessoa física, em substituição à contribuição de que tratam os incisos I e II do art. 22", e "na alínea 'a' do inciso V"". 2. A União sustenta, em síntese, que: "A) O RE nº /MG declarou apenas a inconstitucionalidade das Leis nº 8.540/92 e 9.528/97 e abrange somente o produtor rural pessoa física com empregados (art.12, V, "a", da Lei nº 8.212/91); B) Com relação ao segurado especial, a tributação do resultado da produção desde sempre foi admitida pelo texto constitucional (art.195, 8º, da CF); C) A Lei nº , publicada na vigência da EC nº 20/98, validamente instituiu exação sobre "receita ou faturamento", tornando constitucional - a partir daí - a contribuição devida pelo produtor rural produtor, conforme expressa observação do voto condutor nº /MG; D) O art.25, caput, da Lei nº 8.212/91, desde a redação da Lei nº 8.540/92, previa a cobrança do tributo com relação a: 1) produtores rurais "com empregados"; 2) produtores rurais "sem empregados" (segurado especial); E) O efeito projetado pelo precedente do STF, restringindo-se ao produtor rural empregador, diz respeito somente à exclusão de tal contribuinte do rol do caput do art.25 da Lei nº 8.212/91 ; F) Como a exação devida pelo segurado especial permaneceu hígida no decurso das alterações legislativas, em face da previsão específica do art. 195, 8º, da CF, é certo que os incisos I e II do art. 25 da Lei nº 8.212/91 nunca foram expungidos do ordenamento jurídico; G) Por tal motivo, a Lei nº /2001 limitou-se a reinserir o 'produtor rural com empregados' no âmbito da tributação prevista no art. 25 da Lei nº 8.212/91, não sendo necessário reescrever toda a regulamentação da contribuição que já regia o segurado especial, mas tão-só incluir o novo sujeito passivo em seu caput; H) É que, frise-se, a renovação do caput do art. 25 tem o condão de reincluir, nas bases de cálculo estatuídas nos incisos (e nunca revogadas), o produtor rural empregador ora (re)inserido no caput; I) É do rigor da técnica legislativa que os artigos desdobrem-se em parágrafos e incisos, na medida em que estes expressam os aspectos complementares à norma e/ou suas exceções (LC 95/98, art.10, II, e art. 11, III, "c" e "d"); J) Não há bitributação na espécie, a uma, porque a contribuição sobre folha de salários do empregador pessoa física não é recolhida, já que foi substituída pela contribuição sobre o resultado da comercialização (texto expresso do art. 25 da Lei nº 8.212/91). A duas, porque o produtor rural pessoa física efetivamente não é contribuinte da CONFINS; K) Não há qualquer ofensa ao princípio da isonomia pois os produtores rurais, com ou sem empregados, são tributados sobre a mesma base de cálculo e alíquota: 2% sobre o resultado da venda da produção rural". Dessa forma, pleiteia o provimento do recurso extraordinário para que seja declarada a constitucionalidade do art. 1º da Lei nº /2001, que alterou a redação do art. 25, caput, da Lei nº 8.212/ O recorrido apresentou contrarrazões pleiteando a manutenção do acórdão recorrido, que reconheceu a inconstitucionalidade do artigo 1º da Lei nº 8.540/92, que deu nova redação aos incisos V e VII do artigo 12, aos incisos I e II do artigo 25 e ao inciso IV do artigo 30, todos da Lei nº 8.212/91, tal com fez o Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE /MG, "ressaltando que a inconstitucionalidade da exação persiste mesmo na redação determinada pela Lei nº /2001". 4. Foram admitidos nos autos na condição de amicus curiae a Associação Industrial do Piauí - AIP; a APASSUL - Associação dos Produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul; a ANDATERRA - Associação Nacional de Defesa dos Agricultores Pecuaristas e Produtores da Terra; a ABIEC - Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes ; e a Sociedade Rural Brasileira. 5. O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. 2. Tese CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. FUNRURAL. EMPREGADOR RURAL PESSOA FÍSICA. RECEITA BRUTA. COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO. LEI 8.212/1991, ART.25, NA REDAÇÃO DADA PELO ARTIGO 1º DA LEI /2001. Saber se constitucionalmente legítima a exigência da contribuição do empregador rural pessoa física incidente sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção, conforme prevista no caput do art. 25 da Lei 8.212/1991, na redação conferida pela Lei /2001.

4 4 3. Parecer da PGR Pelo desprovimento do recurso extraordinário. 4. Informações Processo incluído em pauta de julgamento publicada no DJE em 4/9/2015. O Tribunal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada. Determinada a Suspensão Nacional nos termos do artigo 1.035, 5º, do CPC. Considerando-se ainda que, em todas as vezes (com exceção da pauta de 29/03/2017) que o referido RE foi pautado, nos mesmos editais também estava agendado o julgamento da ADI 4395, cf. extratos abaixo (porém, não houve início de julgamento por exiguidade de tempo):

5 5 Cabe, ainda, registrar que o aludido Recurso Extraordinário teve sua Repercussão Geral reconhecida por este Excelso Pretório, cf. abaixo: Tema Validade da contribuição a ser recolhida pelo empregador rural pessoa física sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção, nos termos do art. 1º da Lei /2001. Relator: MIN. EDSON FACHIN Leading Case: RE Há Repercussão? Sim Ver descrição [+] Recurso extraordinário interposto com fundamento no art. 102, III, b, da Constituição federal, em que se discute a constitucionalidade do art. 25 da Lei 8.212/1991, com a redação dada pelo art. 1º da Lei /2001, que reintroduziu, após a Emenda Constitucional 20/1998, a contribuição a ser recolhida pelo empregador rural pessoa física sobre a receita bruta proveniente da comercialização de sua produção, mantendo a alíquota e a base de cálculo instituídas por leis ordinárias declaradas inconstitucionais em controle difuso pelo Supremo Tribunal Federal. [-]

6 6 Ver tese [+] [-] Vale, ainda consignar que, na presente Ação Direta de Inconstitucionalidade, a Douta Procuradoria Geral da República, em manifestação datada de 27/06/2011, já havia exarado parecer pela procedência dos pedidos levados a efeitos pela ABRAFRIGO. E, por fim, Eminente Presidente deste E. STF, leve-se em conta que ambas as demandas tramitam nesta E. Casa há vários anos, aguardando uma solução por este D. Plenário. Ainda, cabe registrar que, em 07/03, a ora Requerente protocolizou petição endereçada ao Exmo. Min. Relator (Gilmar Mendes), requerendo a inclusão em pauta da ADI no mesmo dia do referido R.E. Muito embora o status da tramitação ainda conste como conclusos ao Relator, a assessoria de Gabinete deste Ministro informou que o D. Magistrado já teria liberado a ADI para julgamento, nos termos solicitados. Todavia, considera-se que, como prevê o Regimento Interno e também como informado pela assessoria da Presidência cabe à Vossa Excelência autorizar/determinar a inclusão em pauta de julgamento no Plenário, como se pugna. Ante o exposto, respeitosamente REQUER-SE: a) oficiar a diligente Secretaria do Plenário para incluir, na pauta de julgamentos do dia 29/03/2017, em 7ª Sessão ordinária, com início da sessão às 14:00 h a epigrafada ADI; b) Diante do fato de que a referida demanda (juntamente com o R.E ) - em 5 (cinco) outras ocasiões - foi pautada para julgamento pelo E. Plenário, roga-se que a presente ADI seja, se possível, alocada no início ( topo ) da pauta (ou, a critério

7 7 dos Relatores, chamadas no início da sessão), evitando-se com isso nova postergação por exiguidade de tempo. Nestes termos, Pede Deferimento. Curitiba, 24 de março de 2017.