Política educacional no Brasil: educação técnica e abandono escolar
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- Paula Avelar Guterres
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1 Política educacional no Brasil: educação técnica e abandono escolar Ana Zuleima Lüscher Aluna: Anna Carolina Martins
2 Introdução Este artigo aborda alguns aspectos da realização de uma pesquisa sobre a evasão estudantil na educação profissional técnica de nível médio no Brasil e em Minas Gerais, no período de 2001 a Neste artigo, são apresentadas,diferentes abordagens sobre a diversidade de situações que podem conduzir o estudante a permanecer na escola ou a abandoná-la. Em seguida, é focalizada a política educacional brasileira concernente à relação entre educação básica e educação técnica,especialmente sua influência sobre a permanência ou evasão escolar no nível técnico. Finalmentes, são apresentadas algumas conclusões preliminares.
3 O contexto teórico: a diversidade de situações de evasão e suas causas A evasão escolar tem sido associada a situações muito diversas.abrange indivíduos que nunca ingressaram em um determinado nível de ensino, especialmente na educação compulsória, bem como o estudante que conclui uma etapa do ensino, mas se comporta como um dropout A evasão na escola média geral ou na modalidade profissionalizante vincula-se ao maior ou ao menor grau de democratização do acesso da população a esse nível de ensino. De quem é o problema: da escola, do indivíduo ou do sistema de ensino? No caso da educação técnica de nível médio no Brasil, a evasão pode ser considerada sob várias perspectivas, o que torna mais difícil sua compreensão. Quando ela ocorre na educação técnica, torna-se uma das razões mais significativas para a baixa qualificação e habilitação profissionais apresentadas pelos jovens nas suas tentativas de ingresso no mercado de trabalho
4 O contexto da política educacional: a relação entre a educação básica e a educação técnica No caso da educação brasileira, o acesso e a permanência do estudante na escola técnica são definidos por políticas educacionais. Desde 1946 houve cinco tentativas de reformulação, oscilando entre a unificação e a dissociação com a formação geral Na década de 1990 se aprofundou a dualidade, e no séc. XXI se buscou reduzir a dicotomia Hoje, políticas governamentais de cunho educacional e/ou social e o programa Bolsa Família, contribuem para conter a evasão estudantil. Há gargalos significativos no fluxo escolar da educação básica: dos estudantes que concluíram o ensino fundamental (nove primeiras séries) em 2009, 42% deles não prosseguiram os estudos Nas escolas técnicas, as matrículas têm crescido mas ainda são pouco expressivas. Em 2009,o total de matrículas em escolas técnicas representava pouco mais de 10% das registradas para o conjunto do ensino médio. Para a população de jovens na faixa etária de 15 a 19 anos (quase 17 milhões) as matrículas no ensino técnico representam pouco mais de 5% daquela população
5 O contexto de informações sobre evasão no ensino técnico e sua repercussão na construção de indicadores Há escassez de informações sobre evasão no ensino técnico. Em pesquisa da Fundação Getúlio Vargas sobre a crise de permanência no ensino médio destacam-se dois motivos: falta de interesse/motivação (40,29%) falta de renda familiar (27,09%). Quanto ao ensino superior, nível socioeconômico dos estudantes dificuldades para conciliar estudo e trabalho desconhecimento do curso A partir de 2007, o processo de coleta de dados do Censo Escolar passou por alterações que permitem novas e mais complexas possibilidades de análise dos dados, com cadastramento por escola e também por aluno
6 O contexto empírico: ingresso e evasão na educação técnica no Brasil e em Minas Gerais Houve um crescimento de 124% das matrículas, em todo o País, entre 2001 e 2009,sendo que a rede federal foi a que mais cresceu: 161% Houve um relativo equilíbrio entre o setor público e o privado durante o período, sendo que, após 2006, houve grande aumento da participação da rede pública: de 45% em 2006 para 52% em 2009 Modalidade Subsequente segunda que mais aumentou no país: de 48% das matrículas em 2007 para 54% em % é da rede privada Modalidade Concomitante Teve crescimento negativo: em 2007 era 41% do total de matrículas do ensino téncico e em 2009, 30% Modalidade integrada: apresentou um crescimento de 104% no Brasil, o maior crescimento entre os três tipos de modalidade do ensino técnico. Ainda é a que tem menor participação no total de matrículas: em 2007 eram 11,2% do total e em 2009s subiram para 17%. 88% é da rede pública
7 O contexto empírico: ingresso e evasão na educação técnica no Brasil e em Minas Gerais Idade dos alunos modalidade integrada: 82% tem entre 15 e 19 anos, sendo que 66% estão na faixa etária correspondente a esse nível. modalidade subsequente: 58% tem entre 20 e 29 anos, e apenas 15% estão na faixa etária correspondente A diferença entre as faixas etárias permite supor que os estudantes dos cursos subsequentes são trabalhadores em busca de qualificação profissional para ampliar suas oportunidades de inserção no mercado de trabalho e que podem financiar sua qualificação. Considerando evasão apenas como abandono, no Brasil houve pouca variação nas taxas de abandono nas modalidades concomitante e subsequente: entre 8% e 9%. qualquer abandono na educação técnica torna-se relevante do ponto de vista das condições de permanência oferecidas aos estudantes pelo sistema de ensino. Além disso, no interior das áreas de formação e/ou eixos tecnológicos, elas podem se mostrar bem mais elevadas
8 O contexto empírico: ingresso e evasão na educação técnica no Brasil e em Minas Gerais Nos cursos concomitantes os maiores índices de abandono se dão nos cursos de: recursos pesqueiros, mineração, telecomunicações e comércio Nos cursos subsequentes as taxas de abandono são muito superiores, o que sugere que jovens trabalhadores que financiam seus próprios estudos foram os que mais abandonaram a escola técnica no período em questão No monitoramento realizado pela SEE-MG, foram identificadas12 principais causas para o abandono estudantil: emprego/trabalho (36,5%) sem qualquer justificativa (20,9%) horário incompatível (9,1%)
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