SESSÃO 2 LITERATURA E CONTEMPORANEIDADE

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1 SESSÃO 2 LITERATURA E CONTEMPORANEIDADE

2 O GROTESCO NO SERTÃO E NA MONTANHA EM CONTOS DE JOÃO GUIMARÃES ROSA E MIGUEL TORGA Floriano Esteves da Silva Neto 1 Francisco Ferreira de Lima 2 Neste trabalho, a partir do conceito de grotesco, faz-se um exame dos contos Zingaresca publicado em Tutaméia, de João Guimarães Rosa e o Leproso presente em Novos Contos da Montanha de Miguel Torga. Tal conceito é apresentado de um lado, por Mikhail Baktin, como fenômeno essencialmente ligado à cultura popular na Idade Média, cuja degradação do sublime não tem um caráter formal ou relativo, e, de outro, por Wolfgang Kayser, como estranhamento daquilo que é familiar, ordenado, contraposto ao sublime, possibilitando uma visão do obscuro, deformado ou monstruoso. Deseja-se mostrar como emerge o grotesco, tanto em João Guimarães Rosa, quanto em Miguel Torga, considerando-os como autores que apresentam, em suas narrativas, uma forte preocupação com o ser humano, sertanejo aqui e transmontano lá. Pelas mãos habilidosas dos consagrados contistas, os leitores são conduzidos a bordo de uma viagem imagística, de intensa atividade, sobretudo, humana, sendo evidenciado o complexo das relações sociais, revelando o universo grotesco que delas emerge. Palavras-Chave: Grotesco; Sublime; Sertanejo; Transmontano; Contos. 1 Mestrando pelo Programa de Pós-graduação em Literatura e Diversidade Cultural (PpgLDC) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) 2 Doutorado em Letras (Literatura Portuguesa) pela Universidade de São Paulo (USP), Brasil (1996). Professor Pleno da UEFS, Brasil. 20

3 A TÊNUE LINHA ENTRE FICÇÃO E REALIDADE: UMA LEITURA DO CONTO "O QUE VEIO DE LONGE", DE RONALDO CORREIA DE BRITO Lidiane Carvalho Nunes 1 Para o filósofo Platão, que defendia o mundo real como sendo o mundo das ideias, o mundo em que vivemos não passava de uma imitação do ideal e a arte, a ficção, representaria a cópia da cópia, o simulacro inútil e perigoso que despertava fantasias no homem. E, por mais incrível que pareça, esse pensamento permanece. Muitas pessoas ainda avaliam um livro como bom ou ruim, de acordo com a interpretação de verdade ou falsidade que ele possa transmitir. No entanto, a literatura não se submete à prova da verdade, pois não é mentira, tampouco é verdade. Ademais, bastante complexo é saber o grau de ficcionalidade ou de realidade numa narrativa literária, o que tem suscitado acirradas discussões entre os estudiosos. Assim, essa dificuldade em se perceber até que ponto um texto é ficcional ou real, faz com que muitos leitores passem a acreditar que o que está lendo, sendo ficção, é realidade. Mas o contrário também acontece. Alguns indivíduos se sentem tão insatisfeitos com a sua vida real, que preferem torná-la ficção. Dessa forma, o presente artigo pretende discutir a frágil linha que separa a ficção literária da realidade, tendo como base os estudos de Umberto Eco, Vargas Llosa, Todorov, entre outros teóricos, utilizando como corpus de análise da temática em questão o conto O que veio de longe, do escritor Ronaldo Correia de Brito, presente em Livro dos homens (2005). Palavras-chave: Ficção; Realidade; Literatura; Ronaldo Correia de Brito; 1 Aluna do Mestrado em Literatura e Diversidade Cultural da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). 21

4 O AMOR IMORREDOURO E A VIDA QUE NÃO SE ATRASA : AS CONCEPÇÕES DE AMOR E OS ENTRAVES NA MODERNIDADE Helitânia dos Santos Pereira 1 Neste trabalho pretende-se aviltar considerações acerca da temática amorosa a partir da análise da crônica Amor Imorredouro, de Clarice Lispector. Para tanto, far-se-á um breve estudo das concepções de amor e da forma como este vem sendo compreendido nos diferentes tempos, povos e culturas. A análise da crônica permite ainda que se faça alusão aos mitos gregos nos quais o amor só o é enquanto falta, ausência; se vier a realizar-se, deixa de sê-lo. Faz-se oportuno também, no âmbito das discussões que serão suscitadas, evocar os conceitos de amor segundo Comte-Sponville (Eros, Filia e Ágape) numa tentativa de refletir sobre as manifestações do amor na modernidade. Palavras-Chave: Concepções de amor; Modernidade; Clarice Lispector. 1 Especialista em Estudos Linguísticos pela Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Mestranda em Literatura e Diversidade Cultural UEFS. 22

5 POMBA ENAMORADA OU UMA HISTÓRIA DE AMOR: SAÍDAS POSSÍVEIS PARA OS IMPASSES AMOROSOS Paula Rúbia Oliveira do Vale Alves 1 Profa. Dra. Alessandra Leilla Borges Gomes (Orientadora) 2 Profa. Dra. Rosana Ribeiro Patrício 3 No seu nascedouro, a Psicanálise bebeu da fonte da literatura buscando a matéria prima para sustentar seus postulados teóricos, a exemplo do complexo de Édipo, alicerçado na tragédia grega de Sófocles, Édipo rei; no romance Irmãos Karamazov, de Dostoiévski e em Hamlet, de Shakespeare, escritor citado de forma recorrente na obra de Freud, juntamente com Goethe, além de tantos outros. Assim, a literatura permite pensar e ilustrar a relação entre a prática clínica e os conceitos psicanalíticos, pois, na relação entre saber e verdade, assim como a literatura, a psicanálise também adota o tratamento ficcional como o status possível da verdade na construção do saber na clínica. (CALDAS, 2007, p.14). Seguindo a trilha aberta por Freud, surgiu o interesse em pesquisar as maneiras pelas quais a literatura pode ensinar à psicanálise as saídas humanamente possíveis, mais ou menos satisfatórias, criadas por cada um para fugir da infelicidade no amor. O conto Pomba enamorada ou uma história de amor, de Lygia Fagundes Telles, se mostra emblemático das saídas para os impasses amorosos: problematiza o mito do amor romântico, completo, idealizado, eterno, caracterizado como uma historia de amor com final feliz, fazendo um contraponto com o amor vivido, real, desmistificado, cotidiano. Palavras-Chave: Psicanálise. Literatura. Saídas. Impasses. 1 Mestranda em Literatura e Diversidade Cultural no Programa de Pós Graduação Literatura e Diversidade Cultural (PpgLDC) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). 2 Doutorada em Estudos Literários pela Faculdade de Letras da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Brasil (2008) Professor titular da UEFS, Brasil. 3 Doutorado em Literatura Brasileira pela Universidade de São Paulo (USP), Brasil (1998). Professor Pleno da UEFS, Brasil. 23

6 OH YEAH! ERA UMA VEZ A PORNOGRAFIA EROS, ARTE E VÍDEO PORNOGRÁFICO Aquilino Paiva Lins Junior 1 O sexo como o elemento primitivo constituinte de toda a elaboração sobre a sexualidade, nas artes, nos mitos e no conhecimento humano em geral é o ponto de partida da reflexão empreendida neste trabalho. A relação do elemento sexual como fronteira de todo a representação erótica e afetiva está presente na história da humanidade e tem suas implicações na arte. A pornografia se apresenta como o limite e parâmetro extremo da abordagem do sexo nas artes. A discussão tem como análise final o vídeo pornográfico atual como possível exemplo dessa relação e como o elemento místico pode ser utilizado em um olhar sobre tais expressões. Palavras-chave: Sexo; Eros; Arte; Pornografia. 1 Mestrando do Programa de Pós-graduação em Literatura e Diversidade Cultural (PpgLDC) da Universidade Estadual de Feira de Santana-BA (UEFS). 24