INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza

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1 INSTITUTO DE TECNOLOGIA PARA O DESENVOLVIMENTO Centro de Hidráulica e Hidrologia Prof. Parigot de Souza DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E SUBTERRÂNEA NA REGIÃO DO EMPREENDIMENTO UHE MAUÁ CONSÓRCIO ENERGÉTICO CRUZEIRO DO SUL - CECS Fevereiro 2011

2 LACTEC Instituto de Tecnologia Para o Desenvolvimento BR-116 KM 98 S/Nº Centro Politécnico da UFPR Jardim das Américas - Caixa Postal: Cep: EQUIPE TÉCNICA LACTEC Nicole Machuca Brassac Bióloga Marianne Schaefer França Eng. Ambiental Gheysa do Rocio Morais Pires Tecnóloga em Química Ambiental Letícia Uba da Silveira Eng. Ambiental Camila Ghilardi Cardoso Bióloga Tânia Lúcia Graf de Miranda Eng. Agrônoma EQUIPE TÉCNICA CONSULTORES André Virmond Bittencourt Geólogo Eduardo Chemas Hindi Geólogo Maria Regina Torres Boeger Bióloga Moacyr Serafim Júnior Biólogo Osneri Andrioli Eng. Civil Paulo Cavichiolo Franco Eng. Civil Rosemary A. Brogim Bióloga Thelma Alvim Veiga Ludwig Farmacêutica Priscila Izabel Tremarin Bióloga EQUIPE DE APOIO Adilson José de Lara Equipe de Campo/LACTEC Aerton Baade Equipe de Campo/LACTEC Ane Caroline Tancon Estagiária/DPRA Ana Paula Franco de Oliveira Estagiária/DPRA Guilherme Cardoso Borillo Estagiário/DPRA Marcus Vinicius R.F. dos Santos Estagiário/DPRA Priscila Tremarin Acqua Consultoria Ambiental Eduardo Gomes Freire Estagiário/Lab. Ficologia Divisão de Meio Ambiente - Departamento de Recursos Ambientais I

3 SUMÁRIO 1 Introdução Metodologia Área de Estudo Procedimentos Técnicos Sub-Programa de Monitoramento de Águas Superficiais Sub-Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas Sub-Programa de Monitoramento de Macrófitas Aquáticas Resultados Preliminares Sub-Programa de Monitoramento de Águas Superficiais Monitoramento de parâmetros físico-químicos e biológicos de qualidade de água Índice de Qualidade de Água IQA Índice de Estado Trófico IET Índices de Estabilidade da Água Monitoramento de Sedimentos Monitoramento da Comunidade Fitoplanctônica Monitoramento da Comunidade Zooplanctônica Monitoramento de Macroinvertebrados bênticos Monitoramento da Presença de Limnoperna fortunei (mexilhão dourado) Monitoramento Fluviométrico Sub-Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas Monitoramento dos poços freáticos Monitoramento dos poços tubulares profundos e uma nascente: variáveis obtidas no campo Monitoramento dos poços tubulares profundos e uma nascente: variáveis obtidas em laboratório Monitoramento dos poços tubulares profundos e uma nascente: caracterização hidrogeoquímica Sub-Programa de Monitoramento Macrófitas Aquáticas Avaliação da Assembléia de Macrófitas Aquáticas ii

4 4 Conclusões Referências Bibliográficas Anexos iii

5 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização da Área de Estudo Figura 2 Geologia da área onde se insere o reservatório da UHE Mauá. Fonte: MINEROPAR, 2006 modificada.4 Figura 3 - Localização das estações de amostragem de águas superficiais na área de estudo Figura 4 Estação E1, Rio Tibagi, a montante de Telêmaco Borba, e o RN (Referência de Nível) da estação Figura 5 Estação E2, Rio Tibagi, a jusante da Fábrica da Klabin Figura 6 - Estação E3, Rio Imbauzinho, próximo à foz Figura 7 - Estação E4, Rio Tibagi, na região do Salto Aparado Figura 8 - Estação E5, Rio Barra Grande Figura 9 - Estação E6, Rio Tibagi, a montante da barragem Figura 10 - Estação E7, Rio Tibagi, a jusante da casa de força Figura 11 - Estação E8, ribeirão das Antas, próximo à foz Figura 12 - Estação E9, Rio Tibagi, a jusante da barragem Figura 13 Equipamentos utilizados para as coletas quantitativas dos macroinvertebrados bênticos. A e B. Método de utilização do Petit Ponar e uma amostra coletada com este amostrador; C e D. Surber e método de coletas Figura 14 - Estações fluviométricas na região de estudo Figura 15 - Detalhes de piezômetros implantados. a) BP1 e b) BP Figura 16 - Localização dos poços de monitoramento dos aqüíferos profundos e situação das baterias de piezômetros BP1 e BP2, no contexto de um esboço dos compartimentos hidrogeológicos considerados pelo Instituto das Águas do Paraná (extinta SUDERHSA) Figura 17 - Aspectos de pontos de amostragem de água subterrânea nos poços P1, P2, P3, P4, P5 e na nascente P Figura 18 - Localização das regiões visitadas para o levantamento florístico da comunidade de macrófitas aquáticas na região do empreedimento Figura 19 Ocorrência (percentual) de conformidades e não conformidades dos valores medidos de coliformes termotolerantes na região de estudo em comparação com o limite de NMP.100mL -1 estabelecido pela Resolução CONAMA 357/ Figura 20 Ocorrência (percentual) de conformidades e não conformidades dos valores medidos de DBO na região de estudo em comparação com o limite de 5,00 mg.l -1 estabelecido pela Resolução CONAMA 357/ Figura 21 Variações espaciais e temporais do fósforo total na região de estudo Figura 22 Variações espaciais e temporais do nitrogênio total na região de estudo iv

6 Figura 23 Variações temporais de fenóis totais na estação E2, a jusante de Telêmaco Borba e da Indústria Klabin Papel e Celulose Figura 24 Variações espaciais e temporais do Índice de Qualidade de Água (IQA) na região de estudo Figura 25 Ocorrência (percentual) das categorias do Índice de Qualidade de Águas - IQA Figura 26 Variações espaciais e temporais do Índice de Estado Trófico (IET) na região de estudo Figura 27 Ocorrência (percentual) das categorias do Índice de Estado Trófico - IET Figura 28 Representantes do fitoplâncton no rio Tibagi e afluentes, na região do empreendimento UHE Mauá Figura 29 Representantes do fitoplâncton no rio Tibagi e afluentes, na região do empreendimento UHE Mauá Figura 30 Representantes do fitoplâncton no rio Tibagi e afluentes, na região do empreendimento UHE Mauá Figura 31 Riqueza percentual de táxons por classes na região estudada Figura 32 Riqueza de táxons por classes em cada estação de coleta analisada Figura 33 Contribuição percentual temporal da densidade celular média mensal das principais classes de algas no período entre dezembro/09 e dezembro/ Figura 34 Variação temporal das densidades celulares médias mensais do fitoplâncton entre dezembro/09 e dezembro/ Figura 35 Densidades celulares (valores mínimos e máximos, mediana e quartis) nas diferentes estações de coleta no período entre dezembro/09 e dezembro/ Figura 36 Clorofila-a (valores mínimos e máximos, mediana e quartis) nas diferentes estações de coleta no período entre dezembro/09 e dezembro/ Figura 37 Variação das elevadas densidades celulares da diatomácea Asterionella formosa em setembro/10, nas diferentes estações de coleta. Floração detectada na estação E Figura 38 Ocorrência de Cylindrospermopsis raciborskii nas estações da coleta de dezembro/09 a dezembro/ Figura 39 Número de táxons de Tecameba identificadas no rio Tibagi e afluentes, região da UHE Mauá Figura 40 Variabilidade espacial da riqueza de táxons de tecamebas Figura 41 Variabilidade temporal da riqueza de táxons de tecamebas Figura 42 Variabilidade espacial das abundâncias de tecamebas Figura 43 Variabilidade temporal das abundâncias de tecamebas Figura 44 Número de táxons de Rotifera identificados na área de influência da UHE de Mauá Figura 45 Variabilidade espacial da riqueza de táxons de rotíferos Figura 46 Variabilidade temporal da riqueza de táxons de rotíferos v

7 Figura 47 Variabilidade espacial das abundâncias de rotíferos Figura 48 Variabilidade temporal das abundâncias de rotíferos Figura 49 Número de táxons de Microcrustáceos identificados na área de influência da UHE Mauá Figura 50 Variabilidade espacial da riqueza de táxons de microcrustáceos Figura 51 Variabilidade temporal da riqueza de táxons de microcrustáceos Figura 52 Variabilidade espacial das abundâncias de microcrustáceos Figura 53 Variabilidade temporal das abundâncias de microcrustáceos Figura 54 Variação espacial das abundâncias de microcrustáceos Figura 55 Variação temporal das abundâncias de microcrustáceos Figura 56 Fotos do resíduo de celulose encontrado sob o fundo na estação E2 durante as coletas de maio de A. Resíduo concentrado em peneira de malha 0,5 mm; B. Amostra de macroinvertebrados na cuba para o procedimento de triagem Figura 57 - Gráficos das médias, desvios e erros padrão do Número de Táxons (táxons.m -2 ) dos macroinvertebrados aquáticos nas 9 estações de coletas na área sob a influência da Usina Hidrelétrica de Mauá, durante os meses de março a outubro de Figura 58 - Gráfico das médias, desvios e erros padrão da Densidade Total de Táxons (ind.m -2 ) dos macroinvertebrados aquáticos nas 9 estações de coletas na área sob a influência da Usina Hidrelétrica de Mauá, durante os meses de março e outubro de Figura 59 - Gráficos do número total de táxons (A) e das densidades (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E1, localizada no rio Tibagi a montante de Telêmaco Borba, durante os meses de março a outubro/ Figura 60 - Gráficos do número total de táxons (A) e das densidades (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E2, localizada no rio Tibagi a jusante da Fábrica Klabin, durante os meses de março a outubro/ Figura 61 - Gráficos do número total de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E3, localizada no rio Imbauzinho (PR), durante os meses de março a outubro/ Figura 62 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E4, localizada no rio Tibagi no Salto do Aparado (PR), durante os meses de março a outubro/ Figura 63 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E5, localizada no rio Barra Grande (PR), durante os meses de março a outubro/ vi

8 Figura 64 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E6, localizada no rio Tibagi (PR) a montante da barragem da UHE Mauá, durante os meses de março a outubro/ Figura 65 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E7, localizada no rio Tibagi (PR) a jusante da casa de força, durante os meses de março a outubro/ Figura 66 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E8, localizada no rio ribeirão das Antas (PR), durante os meses de março a outubro/ Figura 67 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E9, localizada no rio Tibagi (PR) a jusante da barragem, durante os meses de março a outubro/ Figura 68 - Resultados da Análise Canônica das características físicas, químicas e sedimentológicas das estações de monitoramento. (A) Agrupamentos das estações de coletas formados segundo seus atributos ambientais (características físicas e químicas da água, do sedimento e presença de macrófitas). Os números de 1 a 9 representam as estações. Observa-se a separação de quatro agrupamentos entre os locais de coletas; (B) Vetores dos atributos ambientais utilizados na ordenação espacial dos dados. O comprimento do vetor representa a importância na ordenação dos dados Figura 69 - Diagrama espacial da Análise Canônica correlacionando às densidades médias dos grupos de macroinvertebrados aquáticos numericamente dominantes no rio Tibagi com características físicas e químicas da água, do sedimento e presença de macrófitas. Os círculos verdes representam as densidades médias dos gêneros Figura 70 - Resultados do índice de Qualidade de Água BMWP através das famílias de Macroinvertebrados Aquáticos para as nove estações de coletas nas áreas de influência direta e indireta da Usina Hidrelétrica de Mauá, Paraná, durante março a outubro de Figura 71 - Ponto de coleta de amostra de água a jusante do futuro reservatório da UHE Mauá (4.Jus1) Figura 72 A. Vistoria em areeira no município de Rancho Alegre. B. Conchas de Mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) encontradas em rede de pesca utilizada no rio Paranapanema próximo a foz do rio Tibagi Figura 73 Composição de águas subterrâneas da área da UHE Mauá. Diagrama de Durov Modificado dos pontos de amostragem Figura 74 Composição de águas subterrâneas da área da UHE Mauá. Diagrama de Durov Modificado apresentando os polígonos de relações interiônicas correspondentes a cada um dos poços amostrados. vii

9 Constam também os dados obtidos nos quatro piezômetros e os pontos de águas superficiais amostrados na região próxima às minas de carvão da Klabin Figura 75 Ampliação dos segmentos do diagrama de Durov da Figura Figura 76 Aspecto geral de Azolla caroliniana Figura 77 Aspecto geral de Echinodorus sp Figura 78 Aspecto geral de Alternanthera philoxeroides Figura 79 Aspecto geral de Hydrocotyle sp Figura 80 Aspecto geral de Pistia stratiotes Figura 81 Aspecto geral de Commelina difusa Figura 82 Aspecto geral de Rhynchospora sp Figura 83 Aspecto geral de Eleocharis sp Figura 84 Aspecto geral de Lemna sp Figura 85 Aspecto geral de Nymphoides indica Figura 86 Aspecto geral de Nymphaea caerulea Figura 87 Aspecto geral de Ludwigia myrtifolia Figura 88 Aspecto geral de Podostemum irgangii Figura 89 Aspecto geral de Apinagia yguazuensis Figura 90 Aspecto geral de Polygonum hydropiperoides Figura 91 Aspecto geral de Pontederia cordata Figura 92 Aspecto geral de Eichornia crassipes Figura 93 Aspecto geral de Eichornia azurea Figura 94 Aspecto geral de Hedychium coronarium Figura 95 Aspecto geral de Typha domingensis Figura 96- Número de espécies encontradas por classe de formas de vida Figura 97- Margem do rio Tibagi desmatada (Ponto M6) Figura 98- Açudes com macrófitas aquáticas Figura 99- Riacho coberto por macrófitas aquáticas que desemboca no rio Barra Grande (Ponto M5) Figura Presença de macrófitas aquáticas no rio Barra Grande (ponto M5, Fazenda Santana).a. Indivíduos de Salvinia protegidos pela vegetação da margem do rio Barra Grande. b. Indivíduos de Eichhornia crassipes e Lemna sp, na margem do rio Barra Grande Figura Ficha de Eichhornia crassipes no sistema da Universidade da Flórida viii

10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Seqüência lito-estratigráfica da área de abrangência do reservatório da UHE Mauá... 3 Tabela 2 - Descrição e localização das estações de amostragem Tabela 3 - Variáveis de qualidade de água superficial Tabela 4 Pesos dos parâmetros do IQA Tabela 5 Classificação do Estado Trófico para rios Tabela 6 Variáveis que influenciam na tendência corrosiva e incrustante das águas, suas respectivas fontes e importâncias Tabela 7 Interpretação dos resultados do LSI Tabela 8 Interpretação dos resultados do RSI Tabela 9 Interpretação dos resultados do ILR Tabela 10 - Variáveis avaliadas no sedimento Tabela 11 Estações fluviométricas na região do empreendimento UHE Mauá Tabela 12 - Localização dos poços tubulares profundos utilizados para o monitoramento da qualidade da água subterrânea na área do reservatório da UHE Mauá Tabela 13 - Campanhas de amostragem de águas subterrâneas na região do empreendimento UHE Mauá Tabela 14 Variáveis para avaliação da qualidade das águas subterrâneas Tabela 15 - Descrição dos pontos de levantamento florístico de macrófitas aquáticas e respectivas coordenadas geográficas Tabela 16 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E1, no período de dezembro/09 a dezembro/ Tabela 17 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E2, no período de dezembro/09 a dezembro/ Tabela 18 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E3, no período de dezembro/09 a dezembro/ Tabela 19 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E4, no período de dezembro/09 a março/ Tabela 20 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E5, no período de dezembro/09 a dezembro/ Tabela 21 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E6, no período de dezembro/09 a dezembro/ Tabela 22 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E7, no período de dezembro/09 a dezembro/ ix

11 Tabela 23 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E8, no período de dezembro/09 a dezembro/ Tabela 24 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E9, no período de abril/10 a dezembro/ Tabela 25 Pluviosidade acumulada de 10 dias anteriores a cada evento de coleta, por estação Tabela 26 Valores médios de fósforo total, observados ao longo do monitoramento, a partir de 13 observações (resultados) Tabela 27 Valores médios de nitrogênio total, observados ao longo do monitoramento, a partir de 13 observações (resultados) Tabela 28 Resultados da primeira campanha de monitoramento de sedimentos (fevereiro e abril/10) Tabela 29 Resultados da segunda campanha de monitoramento de sedimentos (maio/10) Tabela 30 Resultados da terceira campanha de monitoramento de sedimentos (novembro/10) Tabela 31 Massa específica real dos grãos das amostras ensaiadas Tabela 32 Análise granulométrica Tabela 33 Listagem dos táxons identificados na região do empreendimento da UHE Mauá Tabela 34 Lista de táxons e freqüência de Tecameba registradas nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá Tabela 35 Lista de táxons e freqüência de Rotifera registrados nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá Tabela 36 Lista de táxons e freqüência de Microcrustáceos registrados nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá Tabela 37 - Lista de táxons de macroinvertebrados aquáticos amostrados nas 8 estações de coleta ao longo do rio Tibagi e tributários sob influência da construção da Usina Hidrelétrica Mauá, durante os meses de março/10 a outubro/ Tabela 38 Resultados das análises da possível presença de larvas de mexilhão dourado na região da UHE Mauá, no ano de Tabela 39 Níveis e vazões medidas nas estações localizadas na área do empreendimento UHE Mauá Tabela 40 - Níveis da água do aqüífero freático nos piezômetros da bateria BP1, na margem direita do rio Tibagi,em 22/12/10, e nos piezômetros da bateria BP2, na margem esquerda do rio Tibagi em 23/12/ Tabela 41 Variáveis obtidas no campo para águas coletadas em poços tubulares profundos, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá Tabela 42 Condutividade, ph, sólidos dissolvidos e alcalinidade obtidas em laboratório para águas coletadas em poços tubulares profundos e uma nascente, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá Tabela 43 Variáveis alumínio, antimônio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cobalto, cobre e cromo obtidas em águas de poços tubulares profundos na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá x

12 Tabela 44 Variáveis ferro, manganês, cálcio, magnésio, mercúrio, níquel, potássio, selênio e silício obtidas em águas de poços tubulares profundos e uma nascente, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá Tabela 45 (cont.)45 Variáveis ferro, manganês, cálcio, magnésio, mercúrio, níquel, potássio, selênio e silício obtidas em águas de poços tubulares profundos e uma nascente, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá Tabela 46 Variáveis zinco, nitrato, cloreto, sulfato, flúor, molibdênio e sódio obtidas em águas de poços tubulares profundos e uma nascente na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá Tabela 47 Elementos químicos presentes em águas de poços tubulares profundos e uma nascente na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá, analisados por ICP_MS em amostras coletadas na campanha de outubro de Tabela 48 Lista de espécies encontradas, por família, e respectivos hábitos Tabela 49 Distribuição das espécies por ponto amostral xi

13 1 INTRODUÇÃO O presente relatório refere-se ao acompanhamento do Programa de Monitoramento da Qualidade de Água do Projeto Básico Ambiental do Empreendimento Hidrelétrico UHE Mauá, localizado no rio Tibagi, desde seu início em dezembro/09 até o mês de dezembro/10. Este relatório corresponderia ao encerramento da Fase Rio, a qual contou com 13 campanhas mensais consecutivas. Contudo, em virtude do atraso no enchimento do reservatório da UHE Mauá, o Programa de Monitoramento da Fase Rio contará com campanhas complementares de temporalidade trimestral até que o reservatório seja formado, quando serão retomadas as coletas mensais (fase reservatório). Neste documento são apresentados resultados preliminares de três sub-programas inseridos no Programa supracitado. São eles: Sub-Programa de Monitoramento das Condições Limnológicas e da Qualidade da Água; Sub-Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas e Sub-Programa de Macrófitas Aquáticas. O Sub-Programa de Monitoramento das Condições Limnológicas e da Qualidade da Água apresenta dados físicos, químicos e biológicos da água superficial, além da avaliação de sedimentos e das comunidades de fitoplâncton, zooplâncton e macroinvertebrados bentônicos das águas do rio Tibagi na região do empreendimento. Também são apresentados resultados preliminares do monitoramento da possível ocorrência de Limnoperna fortunei (mexilhão dourado) na área de estudo. O Sub-Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas apresenta dados físicos e químicos das águas subterrâneas do freático da região, através da análise de dados coletados em piezômetros instalados na região do empreendimento, bem como do aqüífero Rio Bonito, a partir de dados coletados em poços profundos na área supracitada. O Sub-Programa Macrófitas Aquáticas apresenta os resultados do levantamento florístico sobre a vegetação aquática da região do rio Tibagi e adjacências, além de identificar entre as espécies ocorrentes, aquelas com potencial para crescimento excessivo em ambientes artificiais, como os reservatórios. Em 2002, um grupo de pesquisadores de Londrina-PR publicou o livro A bacia do rio Tibagi (MEDRI et al., 2002), que apresenta dados de qualidade de água e de algumas comunidades aquáticas 1

14 da região do rio Tibagi. Quando pertinente estes dados também foram utilizados como comparativo com a situação atual. 2 METODOLOGIA 2.1 Área de Estudo O empreendimento UHE Mauá (Figura 1) está situado no trecho médio do rio Tibagi, região centro-leste do Estado do Paraná. As nascentes do rio Tibagi localizam-se entre os municípios de Campo Largo, Palmeira e Ponta Grossa (Segundo Planalto Paranaense), no centro-sul do Estado, e tem sua foz na margem esquerda do rio Paranapanema, que faz divisa entre os estados do Paraná e São Paulo. Figura 1 - Localização da Área de Estudo. A barragem está situada nas coordenadas UTM (N) e (E) , na divisa dos municípios de Telêmaco Borba e Ortigueira. Este barramento situa-se a montante da atual PCH 2

15 Presidente Vargas (pertencente à empresa Klabin Papel e Celulose S.A.) e está acompanhado das estruturas do vertedouro e de uma casa de força complementar, que turbinará a vazão ecológica. A casa de força principal está projetada a jusante, próxima à foz do ribeirão das Antas. As cidades mais próximas do aproveitamento UHE Mauá são Curiúva e Ortigueira. O município de Curiúva possui habitantes, localizado à margem direita do rio Tibagi, com área total de 576 km 2. O município de Ortigueira, com aproximadamente habitantes (em sua área urbana), localiza-se à margem esquerda do rio e possui área total de km 2 (IBGE, 2010). A montante, cerca de 42 km da usina, localiza-se a cidade de Telêmaco Borba, que devido a sua melhor infraestrutura, será um dos principais pólos de abastecimento do empreendimento. No que concerne à geologia, a região da usina é imposta sobre um pacote sedimentar de rochas granulares, onde dominam as frações finas com alguns estratos mais grosseiros com características aqüíferas. Ocorrem alguns níveis pouco espessos contendo carbonatos, geralmente sob a forma de cimento carbonático. Todo este conjunto sedimentar foi seccionado por um sistema de fraturas que abrigam diques de diabásio, interrompendo a continuidade das unidades sedimentares. A geologia da área de influência direta do reservatório compreende as formações da Bacia Sedimentar do Paraná, apresentadas na Tabela 1 e Figura 2. Tabela 1 Seqüência lito-estratigráfica da área de abrangência do reservatório da UHE Mauá. Era Período Grupo Formação Litologias Predominantes Mesozóico Jurássico-Cretáceo São Bento Serra Geral Diabásio Teresina Siltitos acinzentados com intercalações de calcário. Neopermiano Passa Dois Serra Alta Lamitos e folhelhos cinzentos. Irati Argilitos; folhelhos cinzentos; folhelhos pirobetuminosos e intercalações de lentes de calcário. Paleozóico Eopermiano Guatá Palermo Rio Bonito Siltitos e siltitos arenosos de coloração cinza. Arenitos muito finos a grossos; siltitos; folhelhos com intercalações de carvão e de arenitos muito finos. Taciba Neocarbonífero- Eopermiano Itararé Campo Mourão Arenitos; diamictitos; ritmitos e folhelhos. Lagoa Azul Fonte: Schneider et al. (1974) 3

16 Figura 2 Geologia da área onde se insere o reservatório da UHE Mauá. Fonte: MINEROPAR, 2006 modificada. 4

17 Uma unidade aqüífera de grande interesse que ocorre na área é a Formação Rio Bonito, que apresenta camadas de arenitos finos a médios, um potencial aquífero alto, sendo aproveitado para abastecimento público e privado de água, através de poços com produção de até 50 m 3.h -1. A Formação Palermo, por ser constituída por sedimentos finos com predominância de silte, apresenta condutividade hidráulica muito baixa, por isso, não podendo ser considerada como um aquífero e sim como um aquitarde. Tal característica hidrogeológica restringe seu potencial hídrico de modo que os poços perfurados nessa formação são, ou improdutivos, ou apresentam vazões muito baixas e água com teor de sólidos dissolvidos relativamente alto, inviabilizando o seu aproveitamento para abastecimento humano. Cortando a seqüência sedimentar ocorrem, na área de interesse, corpos tabulares (diques) de diabásio, com larguras inferiores a 100 m. Esses diques apresentam propriedades hídricas limitadas, devido à forma de ocorrência e às características de permo-porosidades intrínsecas da rocha. No entanto, a intrusão desses diques pode ter causado modificações estruturais nas rochas encaixantes,e interferindo no fluxo subterrâneo, podendo em certos casos servir, indiretamente, como um agente favorável ao acúmulo de água em subsuperfície. 2.2 Procedimentos Técnicos Os procedimentos aqui adotados seguem as orientações descritas no PBA da UHE Mauá para o Programa de Monitoramento da Qualidade da Água, bem como os Sub-programas de Monitoramento das Condições Limnológicas e da Qualidade da Água, Monitoramento das Águas Subterrâneas e Macrófitas Aquáticas Sub-Programa de Monitoramento de Águas Superficiais Malha amostral e freqüência de amostragem Na fase rio, o Sub-Programa de Monitoramento de Águas Superficiais, que contou com análises físico-químicas e bacteriológicas da água, bem como análises das comunidades fitoplanctônica, zooplanctônica e de macroinvertebrados bênticos, teve duração de 13 meses consecutivos. O programa também contou com análises físico-químicas de sedimento, para tanto foram realizadas três campanhas. 5

18 A princípio, foram definidas para o monitoramento da qualidade de água oito estações de amostragem (E1 a E8). A descrição das estações de amostragem encontra-se na Tabela 2 e ilustrada na Figura 3. Tabela 2 - Descrição e localização das estações de amostragem. Estação Descrição Altitude Coordenadas (UTM) N E E1 Rio Tibagi, a montante de Telêmaco Borba E2 Rio Tibagi, a jusante da Fábrica da Klabin E3 Rio Imbauzinho, a montante do futuro reservatório E4* Rio Tibagi, na região do Salto Aparado E5 Rio Barra Grande, a montante do futuro reservatório E6 Rio Tibagi, a montante da barragem E7 Rio Tibagi, a jusante da casa de força E8 Ribeirão das Antas, próximo à foz E9** Rio Tibagi, a jusante da barragem * desativada em março/10; ** monitoramento iniciado em abril/10 Figura 3 - Localização das estações de amostragem de águas superficiais na área de estudo. Ainda com relação à definição da malha amostral, no mês de março/10, estas foram redefinidas, sendo a estação E4 excluída do plano de monitoramento e substituída pela estação E9, 6

19 localizada a jusante da barragem, para controle da qualidade da água da vazão ecológica. Esta alteração visou readequar a malha amostral aos padrões descritos no PBA da UHE Mauá. As imagens abaixo (Figura 4 a Figura 12) ilustram as características das estações de amostragem, descritas a seguir. A estação E1 encontra-se localizada no leito do rio Tibagi, a montante do município de Telêmaco Borba, em um trecho próximo ao bairro São Francisco. O rio nesta localidade possui cerca de 150 m de largura. O fundo do rio é rochoso e em algumas áreas ocorre deposição formando bancos de areia. O local é frequentemente impactado pela atividade de mineração para a extração de areia. As margens do rio nesta região apresentam mata ciliar bem preservada, com exceção de alguns segmentos onde foi construída uma estrada de acesso ao rio que estão cobertas apenas por gramíneas. Figura 4 Estação E1, Rio Tibagi, a montante de Telêmaco Borba, e o RN (Referência de Nível) da estação. A estação E2 localiza-se no rio Tibagi, a jusante do município de Telêmaco Borba, bem como da Fábrica Klabin Papel & Celulose S.A., dentro da área do Parque Municipal do Tibagi. O rio possui cerca de 200 m de largura na região. O fundo do rio é formado por rochas e lages. A margem direita apresenta áreas de assoreamento e presença de bancos de areia fina com pouca matéria orgânica. A vegetação marginal está fortemente impactada com presença apenas de gramíneas. A margem esquerda apresenta vegetação arbórea com presença de espécies exóticas como Pinus sp e Eucaliptus sp. Os principais agentes estressores estão associados aos efluentes da indústria de papel e celulose e de uma estação de tratamento de esgoto da cidade. 7

20 Figura 5 Estação E2, Rio Tibagi, a jusante da Fábrica da Klabin. A estação E3 encontra-se no rio Imbauzinho, um dos tributários do rio Tibagi no início do reservatório. O rio apresenta aproximadamente 15 m de largura na região de amostragem. As margens apresentam mata secundária e espécies utilizadas para o reflorestamento, além de grande quantidade de touceiras de bambu. O leito do rio é rochoso com as margens cobertas por sedimentos finos e lamosos. As águas do rio Imbauzinho estão sob a influência dos efluentes domésticos e de algumas indústrias do município de Imbaú. Cabe destacar que, por solicitação do Contratante, a estação E3 foi locada junto à estação fluviométrica Recanto Beira Rio (Código ANA ) e não junto à foz do rio, conforme previsto no PBA. O objetivo desta alteração foi possibilitar futuros cálculos de cargas afluentes ao reservatório. A mesma será realocada quando do início da fase reservatório para dentro do lago da usina, na região de remanso a ser formada no rio Imbauzinho. Figura 6 - Estação E3, Rio Imbauzinho, próximo à foz. 8

21 A estação E4 localiza-se no rio Tibagi na região do Salto do Aparado. A região é caracterizada por fortes corredeiras e pequenas cachoeiras. O leito do rio é rochoso, apresentando vegetação marginal bem preservada com presença de várias espécies de macrófitas. Figura 7 - Estação E4, Rio Tibagi, na região do Salto Aparado. A estação E5 localiza-se no rio Barra Grande, que deságua no rio Tibagi na porção mediana do futuro reservatório. Na região de coleta, o rio possui 13 m de largura, corrente fraca e águas barrentas. As margens apresentam mata ciliar degradada com a presença de poucas espécies sendo algumas exóticas, como o Pinus sp e bambuzais. A margem direita apresenta faixas sem vegetação arbórea com presença de apenas gramíneas utilizadas nas áreas de pastagens. O leito do rio é rochoso e as margens com bancos de sedimentos finos e lamosos. Cabe destacar que, por solicitação do Contratante, a estação E5 foi locada junto à estação fluviométrica Fazenda Santana (Código ANA ) e não junto à foz do rio, conforme previsto no PBA. O objetivo desta alteração foi possibilitar futuros cálculos de cargas afluentes ao reservatório. A mesma será realocada quando do início da fase reservatório para dentro do lago da usina, na região de remanso a ser formada no rio Barra Grande. Figura 8 - Estação E5, Rio Barra Grande. 9

22 A estação E6 localiza-se no rio Tibagi, a montante da barragem da UHE Mauá. O sedimento do leito do rio nesta localidade é lodoso. A margem esquerda encontra-se degradada com ausência de vegetação. O principal impacto na região está relacionado à construção do canteiro de obras e da barragem da usina. Figura 9 - Estação E6, Rio Tibagi, a montante da barragem. A estação E7 situa-se a jusante da barragem, próxima à casa de força da usina. O leito do rio é todo rochoso, sendo que em algumas porções possui extensas lajes. As margens possuem mata ciliar bem preservada, com exceção de alguns trechos na margem esquerda onde estão sendo realizadas as obras da casa de força da usina. Figura 10 - Estação E7, Rio Tibagi, a jusante da casa de força. A estação E8 localiza-se no ribeirão das Antas, próximo a sua desembocadura no rio Tibagi. Esta região localiza-se a jusante da casa de força da UHE Mauá. O leito do rio é rochoso e suas margens com sedimentos finos bem compactados. A vegetação da margem está bem degradada sendo que em alguns pontos está ausente. Nesta região os principais agentes estressores são as áreas de reflorestamento, agricultura e o canteiro de obras da usina. 10

23 Figura 11 - Estação E8, ribeirão das Antas, próximo à foz. A estação E9 situa-se no rio Tibagi a jusante da barragem, no trecho de rio que será atendido pela vazão remanescente da UHE Mauá. Esta região localiza-se a montante da Usina Presidente Vargas de propriedade da Klabin. Nesta região, o rio é rochoso com presença de lages. As margens estão cobertas por mata ciliar bem preservada. Figura 12 - Estação E9, Rio Tibagi, a jusante da barragem Análises Físico-Químicas e Bacteriológicas A metodologia de coleta de amostras de água seguiu o estabelecido por Santos et al. (2001). As amostras coletadas foram do tipo simples, caracterizado por uma única amostra coletada em um ponto, em um determinado instante e depositada em um frasco individual. Esse tipo de amostra representa somente o local específico, naquele determinado tempo em que a coleta foi realizada. As amostragens foram realizadas manualmente pela imersão de um frasco no corpo de água até a profundidade desejada, sendo o mesmo inclinado com a boca direcionada contra a corrente até se obter o volume desejado. Em seguida, os frascos foram devidamente vedados. 11

24 Quanto ao acondicionamento das amostras, os frascos utilizados são quimicamente inertes, a fim de evitar reações com as amostras. De acordo com a análise desejada, os frascos podem ser de polietileno, vidro neutro ou borossilicato âmbar. Os frascos foram devidamente identificados com etiquetas contendo o nome do projeto, o local de amostragem (estação de coleta), data e horário da coleta, tipo de preservação e parâmetro a ser determinado. Para transporte os mesmos foram acondicionados em caixas térmicas. As amostras para fins de determinação microbiológica (coliformes totais e termotolerantes) foram coletadas antes de qualquer outra amostra, para evitar risco de contaminação do local por frascos não-estéreis. Uma ficha de campo a ser preenchida pela equipe de coleta foi elaborada, contendo ass seguintes informações: procedência da amostra, data e hora de coleta, técnico responsável pela coleta, tipo de amostra coletada, descrição das condições climáticas no momento da coleta e no período de 48 horas anteriores, informações sobre a localização do ponto de amostragem incluindo as coordenadas geográficas, altitude, profundidade do local e de coleta, largura da seção transversal, medição de parâmetros no campo tais como ph, OD, temperatura do ar e da água, profundidade do disco de Secchi e leitura de nível (esta última, quando aplicável). Após a coleta, as amostras foram enviadas sob refrigeração para cada um dos laboratórios responsáveis pelas respectivas análises na maior brevidade possível, a fim de evitar alterações físicas, químicas ou biológicas no material coletado. Quanto ao diagnóstico da qualidade da água do rio Tibagi, na região do empreendimento UHE Mauá, tomou-se como base a análise de uma série de variáveis de qualidade de água (Tabela 3). Para tanto, os valores obtidos para as variáveis foram comparados com os limites dispostos pela legislação ambiental, quando pertinente. O diagnóstico também se valeu dos resultados obtidos a partir do Índice de Qualidade da Água (IQA), que incorpora nove parâmetros considerados relevantes para a avaliação da qualidade das águas e do Índice do Estado Trófico (IET), que tem por finalidade classificar corpos d água em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas ou ao aumento da infestação de macrófitas aquáticas (CETESB, 2010). Além desses dois índices, foram calculados os índices de estabilidade da água para verificar sua tendência corrosiva e incrustrante. 12

25 Tabela 3 - Variáveis de qualidade de água superficial DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Limite de Variável Metodologia Referência detecção APHA. Standard Methods for the Examination of Alcalinidade Método Titulométrico (Método Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, - total 2320 A) APHA. Standard Methods for the Examination of Absorção Atômica (Método 3111 Cálcio Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, < 0,1mg.L -1 D) Carbono POP PA 003 SMEWW 5310-B 0,5 mg.l -1 Método de Combustão em Alta Orgânico Temperatura Total Cloreto Condutivida de Coliformes Termotolera ntes e Totais DBO DQO Dureza Fenóis Fósforo Total Fósforo Reativo Magnésio Cromatografia iônica (Método 4110 C) Método de condutividade elétrica (Método 2510 B) Tubos Múltiplos (MULTIPLE-TUBE fermentation technique for members of the coliform group: method 9221: part 9000) Substrato enzimático (ENZYME substrate coliform test: method 9223: part 9000) Incubação 5 dias a 20 o C 5 DAY BOD Test (Método 5210 B e NBR 12614). Titulométrico - OPEN Reflux method (Método 5220 B) Dureza de Cálculo (Método 2340B) Método Colorimétrico (Método 5530 C) Método Colorimétrico (Método 4500-P D) Método Colorimétrico (Método 4500-P D) Absorção atomica (Método 3111 D) APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21 st. ed. Washington, p APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21 st. ed. Washington, p APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21 st. ed. Washington, p. 5:2-7. ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12614: águas determinação da demanda bioquímica de oxigênio (DBO) (método de incubação 20 C, cinco dias). Rio de Janeiro, p. APHA. Standard methods for the examination of water and wastewater. 21 st. ed. Washington, p. 5: APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, < 0,1 mg.l -1 - <1,8 NMP.100mL -1 <1,0 NMP.100mL -1 1,0 mg.l -1 1,0 mg.l -1 < 0,6mg.L -1 < 0,01mg.L -1 < 0,01 mg.l -1 < 0,01 mg.l -1 < 0,1mg.L -1 13

26 Tabela 3 (cont.) - Variáveis de qualidade de água superficial Variável Metodologia Referência Nitrato Nitrito Nitrogênio Amoniacal Nitrogênio Total ph Potássio Sódio Sólidos Totais Sulfato Turbidez Cromatografia Iônica (Método 4110 C) Cromatografia Iônica (Método 4110 C) Método Colorimétrico (Método do Salicilato) Método Colorimétrico (Método 4500 N C) Método Potenciométrico (Método 4500H + B) Flame Photometric method (Método 3500-K B) Flame Photometric method (Método 3500-Na B) Método Gravimétrico (Método 2540 B) Cromatografia Iônica (Método 4110 C) Método Nefelométrico (Método 2130 B) DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, Limite de detecção < 0,03 mg.l -1 < 0,03 mg.l -1 KIT HACH - Colorimetria UV-VIS < 0,08 mg.l -1 APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, Kit Hach APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, < 0,5 mg.l -1 - < 0,05mg.L -1 < 0,05mg.L -1 < 200 mg.l -1 < 0,1 mg.l -1 - Cabe destacar que as medições de concentração de oxigênio dissolvido são realizadas in situ por meio de sonda multiparamétrica modelo YSI a. Índice de Qualidade da Água (IQA) Na metodologia do IQA, que irá auxiliar no diagnóstico da qualidade da água do rio Tibagi, para cada uma das nove variáveis (ou parâmetros) de qualidade de água que compreendem o índice corresponde uma curva de variação da qualidade da água, que o correlaciona a um sub-índice q, e um peso de importância w (Tabela 4). 14

27 Tabela 4 Pesos dos parâmetros do IQA DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Parâmetro Peso (w) Oxigênio dissolvido (OD) 0,17 Coliformes fecais 0,15 ph 0,12 Demanda bioquímica de oxigênio (DBO) 0,10 Nitrogênio total 0,10 Fósforo total 0,10 Temperatura (desvio) 0,10 Turbidez 0,08 Sólidos totais 0,08 A formulação do índice é o produtório ponderado dos sub-índices (q i ) de cada parâmetro (i): w IQA q i 1 wi i A classificação da qualidade da água superficial pelo IQA é dividida em cinco classes: ÓTIMA (IQA: ); BOA (IQA: 52-79); ACEITÁVEL (IQA: 37-51); RUIM (IQA: 20-36) e PÉSSIMA (IQA: 0-19). b. Índice do Estado Trófico (IET) O Índice do Estado Trófico é composto pelo Índice do Estado Trófico para o fósforo IET(PT) e pelo Índice do Estado Trófico para a clorofila-a IET(CL), sendo estabelecidos para ambientes lóticos, segundo as equações: 0,42 0,36.lnPT IET( PT) ln2 0,7 0,6.lnCL IET( CL) ln2 onde: PT: concentração de fósforo total medida à superfície da água, em µg.l -1 ; CL: concentração de clorofila a medida à superfície da água, em µg.l -1 ; ln: logaritmo natural. O IET será a média aritmética simples dos índices relativos ao fósforo total e a clorofila-a, segundo a equação: 15

28 IET( CL) IET( PT) IET 2 a Tabela 5. A classificação do estado trófico para rios pelo IET é dividida em seis classes conforme mostra Tabela 5 Classificação do Estado Trófico para rios Classificação do Estado Trófico para rios Categoria estado trófico Ponderação Fósforo Total (µg.l -1 ) Clorofila-a (µg.l -1 ) Ultraoligotrófico IET 47 P 13 CL 0,74 Oligotrófico 47 < IET 52 13< P 35 0,74 < CL 1,31 Mesotrófico 52 < IET < P 137 1,31 < CL 2,96 Eutrófico 59 < IET < P 296 2,96 < CL 4,70 Supereutrófico 63 < IET < P 640 4,70 < CL 7,46 Hipereutrófico IET> < P 7,46 < CL c. Índices de Estabilidade da Água Analisar a tendência corrosiva ou incrustante das águas doces é um critério importante para a escolha, tratamento e manutenção de materiais que estão em contato com a água. As barragens e casas de forças de usinas hidrelétricas, as tubulações de captação e distribuição de água para abastecimento e as hidrovias são exemplos de atividades para as quais a análise dessa tendência seria relevante. A corrosão e incrustação das águas estão ligadas a uma série de variáveis físico-químicas apresentadas na Tabela 6. Tabela 6 Variáveis que influenciam na tendência corrosiva e incrustante das águas, suas respectivas fontes e importâncias Parâmetro Forma do constituinte Importância Sólidos dissolvidos e gases dissolvidos provindos Prevenção da corrosão e redução da dureza. ph da dissolução de rochas, absorção de gases da ph baixo indica potencial corrosivo e agressividade. atmosfera, oxidação da matéria orgânica, ph elevado possibilidade de incrustações fotossíntese e despejos domésticos e industriais Alcalinidade Sólidos Dissolvidos Dureza Totais Sólidos dissolvidos como os HCO - - 3, CO 3 e OH -, oriundos da dissolução de rochas, reação do CO 2 com a água e de despejos industriais Correspondem aos sais e à matéria orgânica dissolvida oriunda das impurezas físicas da água capazes de passar por um papel de filtro Sólidos Dissolvidos provindos da dissolução de minerais contendo cálcio e magnésio Indica a capacidade da água de neutralizar os ácidos. Assim como o ph, a alcalinidade é importante para prevenção da corrosão e da redução da dureza Influenciam as variações de ph, alcalinidade, condutividade e dureza Causa incrustações nas tubulações de água quente, caldeias e aquecedores devido a maior precipitação em temperaturas elevadas 16

29 Tabela 6 (cont.) Variáveis que influenciam na tendência corrosiva e incrustante das águas, suas respectivas fontes e importâncias Parâmetro Forma do constituinte Importância Condutividade Sólidos Dissolvidos correspondentes aos sais Representação indireta da quantidade de íons na água (HCO 3 -, Ca 2+, CO 3 -, Cl -, Mg 2+, NO 3 -, K +, Na +, SO 4 2- ) que por sua vez estão relacionados aos parâmetros acima Temperatura Transferência de calor com a atmosfera e com os despejos domésticos e industriais Temperatura elevada aumenta a solubilidade dos sólidos e diminui a solubilidade dos gases Velocidade Fluxo do Característica hidrodinâmica do curso d água Velocidades mais elevadas permitem uma maior troca gasosa de OD e outros gases Gases Dissolvidos Gases dissolvidos como o CO 2, O 2, H 2 S e outros que variam em virtude da degradação da matéria orgânica, fotossíntese das algas e trocas com a atmosfera O processo de corrosão é decorrente das reações de oxidação e redução. Portanto, elevadas taxas de gases dissolvidos favorecem as reações Condições Ambientais As características climáticas da região e atividades existentes interferem nas taxas dos parâmetros apresentados acima Fonte: VON SPERLING, 2005 Para quantificar a tendência corrosiva e incrustante da água diferentes índices foram desenvolvidos: c.1 Índice de Langelier (LSI) Langelier (1936) elaborou um índice que indica o grau de saturação do carbonato de cálcio (CaCO 3 ) na água através da seguinte equação: LSI = ph phs onde, ph representa o ph da água analisada; phs representa o ph de saturação da água com CaCO 3. O phs, por sua vez, é calculado pela relação abaixo: phs = (9,3 + A + B) (C + D) onde, A = (log 10 STD 1) /10 B = - 13,13 x log 10 (T + 273) + 34,55 C = log 10 (Dureza) D = log 10 (Alcalinidade) 17

30 STD: Sólidos Totais Dissolvidos [mg.l -1 ] T: Temperatura da água de análise [ C] Dureza [mg.l -1 de CaCO 3 ] Alcalinidade Total [mg.l -1 de CaCO 3 ] DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Em virtude de não se avaliar a variável sólidos totais dissolvidos durante a fase rio, os valores foram estimados a partir da equação proposta por Metcalf & Eddy (1991) que relaciona os sólidos totais dissolvidos [mg.l -1 ] com os valores de condutividade [ S.cm -1 ]: STD = 0,64 x Condutividade O LSI é um método que indica e não quantifica a tendência da força motriz do processo (corrosivo ou incrustante). A interpretação dos resultados é descrita na Tabela 7: Tabela 7 Interpretação dos resultados do LSI LSI LSI = 0 LSI < 0 Resultado Representa equilíbrio químico Eq Indica tendência a incrustação (dissolução de CaCO3 ) Ti LSI > 0 Indica tendência à corrosão Tc Fonte: MACHADO (2004) c.2 Índice de Ryznar (RSI) Assim como o Índice de Langelier, o Índice de Ryznar também considera as variáveis ph e phs. No entanto, Ryznar (1944) considera que é importante quantificar a equação de LSI para refinar a interpretação do índice. Nesse contexto, propôs a relação abaixo: RSI = 2 x phs ph O RSI é um índice quantitativo e qualitativo que avalia a tendência à deposição ou à dissolução do carbonato de cálcio de acordo com as características da água à temperatura limite de 93,34 C a partir de uma escala definida (RYZNAR, 1994). A escala foi determinada a partir de experimento laboratorial que analisou o nível de incrustação de águas com RSI semelhantes e diferentes. Considerando um intervalo de temperatura de 0 a 60 C, a interpretação dos resultados de RSI é descrita na Tabela 8: 18

31 Tabela 8 Interpretação dos resultados do RSI DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E RSI Resultado 4,0 < RSI < 5,0 Fortemente incrustante Fi 5,0 < RSI < 6,0 Ligeiramente incrustante Li 6,0 < RSI < 7,0 Ligeiramente corrosiva Lc 7,0 < RSI < 7,5 Significativamente corrosiva Sc 7,5 < RSI < 9,0 Fortemente corrosiva Fc RSI > 9,0 Intoleravelmente corrosiva Ic Fonte: APHA (1992) citado por OLIVEIRA &VARELA (2005) c.3 Índice de Larson-Skold (ILR) Este índice é baseado na qualidade de água da região dos Grandes Lagos, Canadá, e descreve a corrosão da água em contato com o aço através da razão entre a soma das concentrações dos sais de cloretos (Cl - ) e sulfatos (SO 2-4 ) com a soma das concentrações de carbonatos (CO 2-3 ) e hidrocarbonatos (HCO - 3 ), expressas em meq.l -1.: ILR = [Cl - ] + [SO 2-4 ]. [HCO - 3 ] + [ CO 2-3 ] Segundo Silbert (2006), o índice é limitado às águas que apresentam uma variação de ph na entre 6,6 a 8,5. De acordo com Larson & Skold (1958), a presença de compostos de cloros e de sulfatos aumenta a tendência de corrosão da água e a presença de bicarbonatos inibe a corrosão do aço, mesmo na ausência de compostos de cálcio. Os resultados são interpretados conforme a Tabela 9: Tabela 9 Interpretação dos resultados do ILR ILR ILR < 0,8 0,8 ILR < 1,2 ILR > 1,2 Resultado Fonte: SILBERT (2006) Cloretos e sulfatos não interferem na formação de uma película natural para proteger o aço = Não há corrosão Nc Cloretos e sulfatos dificultam a formação de uma película protetora. A taxa de corrosão do aço é observada = Corrosão significativa Cs Quanto maior o índice, maior a taxa de corrosão observada = Corrosão elevada Ce Análises de Sedimentos No presente estudo, os locais selecionados para coleta de sedimentos foram os mesmos utilizados para o monitoramento da qualidade de água, no entanto, com temporalidade diferente 19

32 (semestral). As amostras foram retiradas do fundo e, no caso de fundo rochoso, próximo à margem do rio. A coleta de sedimentos foi feita diretamente com o auxílio de uma pá ou, para as coletas de material sedimentar de fundo em ambientes submersos, foram empregados amostradores habitualmente denominados de dragas. No que concerne à análise do sedimento, foram avaliadas as variáveis relacionadas na Tabela 10. Nesta tabela também se encontram os métodos utilizados para a análise de cada variável. Tabela 10 - Variáveis avaliadas no sedimento Variável Método Referência Alumínio Cádmio Chumbo Carbono Inorgânico Carbono Orgânico Dissolvido Carbono Orgânico Total Cobalto Cobre Cromo Total Ferro Mercúrio Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 D). Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B). Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B). Gravimetria. Queima do Sedimento (previamente calcinado a C em mufla) a temperatura de C. A amostra é acidificada com Ácido Acético. O sedimento é previamente desaguado e lavado para remoção de Cloretos, posteriormente lixiviado em meio aquoso. O extrato lixiviado é então filtrado em membrana 0,45 µm e submetido ao teste de TOC via Dicromatometria. In vitro lacrado. Gravimetria. Queima do Sedimento Dess ecado em mufla à temperatura de C Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B). Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B). Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B). Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B). Espectrometria de absorção atômica com geração de vapor frio (Método 3112 B). APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, NCEA C 1282 EMASC 001 Abril 2002 Baseado no TOC/COD Refluxo Fechado com Leitura em Colorimetria. Método Baseado no Standard Methods, 20 th ed. método 5310 A (Modificado para Dicromatometria agente oxidante) NCEA C 1282 EMASC 001 Abril 2002 APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, Limite de detecção < 0,1 mg.l -1 < 0,005 mg.l -1 < 0,01 mg.l -1 0,01 mg.kg -1 0,01 mg.kg -1 0,01 mg.kg -1 < 0,01 mg.l -1 < 0,01 mg.l -1 < 0,01 mg.l -1 < 0,05 mg.l -1 < 0,0002 mg.l -1 20

33 Tabela 10 (cont.) - Variáveis avaliadas no sedimento Variável Método Referência Multiresíduos (Pesticidas Organoclora dos e Fosforados) Zinco - Os resíduos são extraídos das matrizes de solo ou sedimento com metanol. O extrato é concentrado à secura. - O extrato é dissolvido e as amostras são analisadas em cromatógrafo a gás equipado com detector de NPD. - O extrato é dissolvido e aplicado em coluna de extração em fase sólida SPE- Florisil, em seguida as amostras são analisadas em cromatógrafo a gás equipado com detector de ECD e NPD. Espectrometria de absorção atômica com atomização em chama (Método 3111 B). Baseado em PERES, T.B. et al. Métodos de extração de agrotóxicos de diversas matrizes. Srq. First. Biol.,São Paulo, v. 69, n. 4, p.87-94, out./ dez.2002 APHA. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 20 th ed. Washington, Limite de detecção 0,04 mg.kg -1 < 0,01 mg.l Análises da Comunidade Fitoplanctônica As amostras de fitoplâncton para estudo quali-quantitativo foram coletadas mergulhando-se um frasco de polietileno (1.000 ml) na sub-superfície da água e fixadas com solução de lugol acético a 1%. Alíquotas de 5 a 30 ml foram colocadas para sedimentar em câmaras de Ütermohl (ÜTERMOHL, 1958) e analisadas em microscópio ótico invertido Olympus BX70, sob aumento de 400 a 600x. A contagem dos organismos seguiu as indicações de Huszar & Giani (2004), que considera transectos e curva de estabilização de espécies. Recomenda-se que pelo menos 100 indivíduos da espécie mais freqüente sejam contados. Os resultados da densidade fitoplanctônica total e individual foram expressos de duas maneiras, em células e em indivíduos por ml. Foram considerados indivíduos: talos unicelulares, coloniais e filamentosos. Os diferentes grupos fitoplanctônicos (Cyanophyceae, Chlorophyceae, Zygnemaphyceae, Chlamydophyceae, Bacillariophyceae, Cryptophyceae, Euglenophyceae e outros) foram analisados, quantificados e identificados no menor nível táxonômico possível (gêneros e espécies). A densidade celular de cianobactérias potencialmente hepato ou neurotóxicas e presença ou ausência de florações foram destacadas. As análises de clorofila-a seguiram as recomendações da USEPA (1997). As amostras foram filtradas através de filtro de fibra de vidro GF/C e os pigmentos foram extraídos através de acetona alcalina 90% (hidróxido de amônia) e estimados em espectrofotômetro Hitachi U2001. O cálculo baseou-se no método tricromático de Humphrey & Jeffrey (1975). 21

34 Análises da Comunidade Zooplanctônica DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E As amostragens do zooplâncton foram realizadas com o auxílio de uma rede cônica com abertura de malha de 64 µm. As coletas foram realizadas utilizando um balde graduado de 20 litros, filtrando aproximadamente 200 litros de água por amostra próximo da margem do rio. O material coletado foi acondicionado em frascos plásticos de 500 ml, fixados com solução resfriada de sacarose e formaldeído a 4 % e tamponado com carbonato de cálcio. No laboratório, o material coletado tem sido transferido para frascos plásticos de 120 ml com adição de corante vital Rosa-de-Bengala, para posteriormente serem identificados e quantificados. Os grupos zooplanctônicos, rotíferos (pertencentes à Classe Monogononta) e os microcrustáceos (cladóceros e copépodos), foram quantificados e identificados a nível específico, utilizando bibliografia especializada. Os náuplios e copepoditos de Cyclopoida e Calanoida foram apenas quantificados. As análises quali-quantitativas do zooplâncton foram realizadas através de subamostragens com pipeta do tipo Stempell, sendo essas contadas em câmaras de Sedgwick-Rafter e placa de Petri, sob microscópios óptico e estereoscópico. Foram contados pelo menos 100 indivíduos de cada grupo zooplanctônico, e a densidade final foi expressa em indivíduos por m 3. As amostras com menores densidades foram analisadas em sua totalidade. Dados sobre a composição específica da comunidade zooplanctônica foram ordenados em tabelas considerando-se as famílias de cada grupo e a ocorrência dos táxons foi discriminada nos 8 pontos de amostragem nesta fase que antecede o represamento do rio Tibagi no trecho estudo Análises de Macroinvertebrados bênticos As estações de coletas utilizadas para o presente estudo foram as preestabelecidas pelo PBA da UHE Mauá, ou seja, acompanham as estações de monitoramento de águas superficiais. O início do estudo do monitoramento deu-se em março/10 em função da liberação da licença para as coletas fornecida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA). O plano amostral que segue foi elaborado de acordo com as recomendações de instituições ambientais internacionais, considerando a relação custo/benefício entre as possibilidades logísticas e confiabilidade dos dados gerados (NEEDHAM & NEEDHAM, 1978; PÉREZ, 1988; EPA, 1998). Para a coleta dos macroinvertebrados bênticos foram utilizadas várias técnicas de captura dependendo do substrato a ser amostrado e da profundidade (BICUDO & BICUDO, 2004). 22

35 Nas estações que apresentaram mais de 1,0 m de profundidade, a coleta dos macroinvertebrados bênticos foi realizada com o auxílio de um pegador de fundo do tipo Petit Ponar (Figura 13 A e B). Este amostrador também chamado de busca fundo, que coleta uma área conhecida por meio de sua penetração no mesmo em função do seu peso, foi utilizado nas estações 3, 5 e 6. Para a coleta das amostras de sedimento também foi utilizado o amostrador busca fundo. Para a coleta dos macroinvertebrados bênticos associados aos fundos rochosos foi utilizado um amostrador do tipo surber indicado para cursos de água pouco profundos (Figura 13 C e D). Nas duas técnicas quantitativas foram realizadas cinco réplicas amostrais em cada estação de coleta. Coletas manuais em troncos, restos de vegetação submersa e em raízes e partes aéreas de macrófitas foram realizadas para a obtenção de uma amostragem qualitativa dos organismos. Nos ambientes marginais, como gramíneas, macrófitas emersas ou baixios não vegetados, uma rede do tipo puçá, com malha de 0,5 mm de diâmetro, arrastada sobre a vegetação. As amostras foram fixadas em campo com uma solução de formalina a 10 %. A. B. C. D. Figura 13 Equipamentos utilizados para as coletas quantitativas dos macroinvertebrados bênticos. A e B. Método de utilização do Petit Ponar e uma amostra coletada com este amostrador; C e D. Surber e método de coletas. 23

36 Em laboratório as amostras foram lavadas em uma peneira com malha 0,5 mm e transferidas para cubas plásticas para o procedimento das triagens. Os animais foram coletados com auxílio de pinças e preservados em uma solução de álcool 70 %. Os organismos foram contados e identificados sob microscópio estereoscópico até a menor categoria taxonômica possível. Os exemplares serão tombados junto às coleções de invertebrados do Museu de História Natural Capão da Imbuia em Curitiba e ficará disponível para consultas Análises para verificação da presença de larvas de Limnoperna fortunei Para análise da possível presença de Limnoperna fortunei (mexilhão dourado) na área do empreendimento UHE Mauá foi realizado diagnóstico da região através do monitoramento de larvas e busca ativa. Para o monitoramento de larvas foram coletadas amostras de água através da técnica de arrasto com rede de plâncton de malha de 64 μm, pelo período de 5 minutos, as amostras foram concentradas, transferidas para recipientes adequados e fixadas em álcool 70%. Inicialmente amostras de água foram coletadas nas oito estações de coleta de qualidade de água e submetidas à análise sob microscópio estereoscópio. Depois de realizado diagnóstico geral da região, as coletas de água foram realizadas trimestralmente nas estações E2 (rio Tibagi, a jusante da Kablin) e E6 (rio Tibagi, a montante da barragem) e submetidas primeiramente à análise preliminar sob microscópio estereoscópio e, posteriormente, à análise molecular por meio de identificação do DNA do mexilhão dourado, segundo metodologia proposta por Boeger et al. (2007). Através dessa técnica, extremamente precisa, uma única larva de mexilhão em uma amostra de até litros de água é detectada, o processo é rápido e seguro. Trechos do rio Tibagi, a jusante da UHE Mauá, também foram vistoriados, foi coletada amostra de água em ponto estratégico e realizada busca ativa por vestígios de Limnoperna fortunei em diferentes pontos do rio e junto aos principais vetores de dispersão da espécie Procedimentos para a coleta de dados fluviométricos Na fase rio, foram realizadas, concomitantemente às coletas de água superficial, medições de vazão e leitura de nível nas estações fluviométricas localizadas nos rios Imbauzinho (estação Recanto Beira Rio, correspondente à estação de qualidade de água E3) e Barra Grande (estação Fazenda Santana, correspondente à estação de qualidade de água E5). Nas estações fluviométricas Telêmaco Borba (correspondente à estação de qualidade de água E1), Barra Ribeirão das Antas (correspondente 24

37 à estação de qualidade de água E7) e Salto das Antas (correspondente à estação de qualidade de água E8) foram realizadas apenas leituras de nível, com o registro de data e horário, uma vez que as medições de vazão nestas estações são contempladas através do Convênio entre a COPEL e Instituto das Águas (antiga SUDERHSA). Não há monitoramento de quantidade de água nas estações de qualidade de água E2, E4 e E6, as quais não possuem estações fluviométricas correspondentes. As estações fluviométricas que se situam na região do empreendimento foram listadas na Tabela 11 e ilustradas na Figura 14. Figura 14 - Estações fluviométricas na região de estudo. Tabela 11 Estações fluviométricas na região do empreendimento UHE Mauá. Estação de Qualidade de Água correspondente Código da Estação Fluviométrica Nome da Estação Fluviométrica Coordenadas UTM E N E Telêmaco Borba E Recanto Beira Rio E Fazenda Santana E Barra Ribeirão das Antas E Salto das Antas

38 Durante a fase rio, o LACTEC realizou medições mensais de vazão nas estações hidrométricas de Recanto Beira Rio (código ANA ), situada no rio Imbauzinho, e Fazenda Santana (código ANA ), localizada no rio Barra Grande. Estas medições foram realizadas pelo método convencional, com molinete hidrométrico modelo SIAP A determinação das profundidades em cada uma das verticais da medição de vazão foi realizada com guincho hidrométrico. Para a determinação dos pontos onde foram medidas as profundidades e tomadas as velocidades de fluxo da água, a largura do rio foi subdividida em verticais eqüidistantes, sendo que o posicionamento do molinete segue as normas estabelecidas em manuais de hidrometria, conforme SANTOS et al. (2001). As medidas de velocidades foram tomadas a 20% e 80% da profundidade, em que a média das duas medidas representa a velocidade média da vertical. As leituras do nível do rio foram realizadas no início e no término da medição, sendo a cota média da medição obtida pela média aritmética entre as duas leituras. Também foram anotadas no formulário da medição a hora inicial e final, a data da medição, a indicação da seção de medição, o número do molinete e da hélice e o nome dos hidrometristas. O cálculo da vazão pelo método convencional pode ser realizado através dos métodos numéricos da Seção Média e da Meia Seção. Nacionalmente, o método da Meia Seção é o mais utilizado, sendo adotado para o projeto, conforme SANTOS et al. (2001). Neste caso, a vazão total é obtida através do somatório das vazões dos diversos segmentos que compõem a medição. Convém destacar que o Instituto das Águas do Paraná, através de Convênio com a COPEL, realiza medições bimestrais de vazão nas estações relacionadas na Tabela Sub-Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas Malha amostral e freqüência de amostragem No que concerne ao monitoramento do aqüífero freático, este foi realizado através de duas baterias de poços de monitoramento, cada uma composta por 13 poços, com 20 m de profundidade, distanciados 1,25 m uns dos outros, ao longo de uma linha com cerca de 150 m de comprimento. As baterias de piezômetros estão localizadas na margem direita (BP1) e esquerda (BP2) do rio Tibagi. A bateria BP1 se localiza contígua a uma drenagem situada na margem direita do rio Tibagi, na estrada de acesso às minas desativadas da Klabin, logo após as linhas de transmissão de alta tensão que cruza a estrada. A bateria BP2 está localizada na área do segmento do reservatório 26

39 correspondente ao rio Barra Grande, nas proximidades onde está sendo construída a ponte sobre esse rio. a) b) Figura 15 - Detalhes de piezômetros implantados. a) BP1 e b) BP2. Os piezômetros do aqüífero freático implantados nas imediações das margens do futuro reservatório da UHE Mauá foram perfurados em rochas da Formação Palermo, sendo o substrato constituído folhelhos, cujas propriedades hidráulicas são desfavoráveis à infiltração da água e seu acúmulo em subsuperfície. Quanto ao monitoramento dos aqüíferos profundos, este está sendo realizado através de sete poços tubulares profundos existentes na região linderia ao futuro reservatório da UHE Mauá. A expectativa de que as propriedades hidráulicas da Formação Palermo sejam desfavoráveis ao acúmulo de água subterrânea se verificou pelo fato de que os poços implantados para o monitoramento do nível e da qualidade da água do aquífero freático, apesar da profundidade de 20 m, apresentaram-se secos até meados de novembro/10. Além disso, dos quatro poços profundos instalados no canteiro de obras da usina, apenas dois são aproveitados para captação e os outros são improdutivos. Ressalta-se que, devido à baixa vazão desses poços, o abastecimento de água da usina é complementado com água superficial. Foram selecionados sete poços tubulares profundos pela possibilidade de acesso sistemático a água dos aqüíferos paleozóicos, sendo dois mantidos pela J. Malucelli (JM) na área do canteiro de obras da UHE-Mauá e cinco em propriedades das Indústrias Klabin de Papel e Celulose IKPC para suprir a falta de dados sobre a qualidade da água do aquifero freático, durante o período em que os piezômetros implantados estavam secos, foram coletadas amostras de água em uma nascente localizada no canteiro de obras da usina. Essa nascente é intermitente e vazão em torno de 0,25 L.h

40 As características e coordenadas desses pontos de coleta são apresentados abaixo. Os poços da IKPC estão situados a sudeste da região a ser ocupada pelo reservatório da UHE Mauá, enquanto os poços da J. Malucelli se situam ao norte da região considerada (Figura 16). Tabela 12 - Localização dos poços tubulares profundos utilizados para o monitoramento da qualidade da água subterrânea na área do reservatório da UHE Mauá. Poço Local Situação UTM (N) UTM (E) P1 IKPC - Horto Harmonia Em produção P2 IKPC - Parque ecológico Em produção P3 IKPC - Pesquisa florestal Em produção P4 IKPC - Viveiro Poço 1 Em produção P5 IKPC - Viveiro Poço 2 Em produção P6 JM - Escritório Em produção P7 JM - Acesso Em produção P9 JM - Nascente Intermitente Observação: O poço P8 é um poço improdutivo e, como tal, não foi utilizado nesta fase do monitoramento. Poderá ser utilizado como piezômetro durante o enchimento do reservatório. Figura 16 - Localização dos poços de monitoramento dos aqüíferos profundos e situação das baterias de piezômetros BP1 e BP2, no contexto de um esboço dos compartimentos hidrogeológicos considerados pelo Instituto das Águas do Paraná (extinta SUDERHSA). 28

41 A Figura 16, além da localização dos poços monitorados, apresenta em ampla escala, os limites de duas províncias hidrogeológicas do estado do Paraná, delineadas pela SUDERHSA (atualmente Instituto das Águas do Estado do Paraná). O mapa da Figura 16 estabelece os limites dos aqüíferos de um modo mais difuso do que os limites das unidades geológicas constantes da Figura 2, mesmo porque são cartografadas as feições aflorantes. Além do mais o tectonismo que ocorreu na região, situada em plena zona do Arco de Ponta Grossa (SCHNEIDER et al., 1974), impôs uma maior complexidade nas relações espaciais entre as diversas unidades lito-estruturais. Até o momento foram realizadas 11 campanhas de amostragem nas datas e locais constantes da tabela seguinte: Tabela 13 - Campanhas de amostragem de águas subterrâneas na região do empreendimento UHE Mauá. Campanha Data Atividades de campo Locais /12/ /03/2010 Reconhecimento da área e identificação de alguns pontos de amostragem Locação das baterias de piezômetros e amostragem em poços profundos /05/2010 Campanha de amostragem e medidas em poços profundos 4 31/05-01/06/2010 Campanha de amostragem e medidas em poços profundos 5 17/06/2010 Campanha de amostragem e medidas em poços profundos 6 30/06-01/07/ /07/ /07/2010 Campanha de amostragem e medidas em poços profundos e em uma nascente Campanha de amostragem e medidas em poços profundos e em uma nascente Campanha de amostragem e medidas em poços profundos e em uma nascente /08/2010 Campanha medidas em poços profundos e em uma nascente /10/2010 Campanha medidas em poços profundos e em uma nascente /12/2010 Campanha de medições de nível de água e coleta de amostras nas baterias de poços de monitoramento do freático Toda a região BP1 e BP2 P6 e P7 P2, P3, P4, P6 e P7 P1, P2, P3, P4, P6 e P7 P1, P2, P3, P4, P5, P6 e P7 P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7 e P9 P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7 e P9 P1, P2, P3, P5, P6, P7 e P9 P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7 e P9 P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7 e P9 BP1 e BP2 As coletas de amostras foram feitas diretamente na boca dos poços e, na impossibilidade de tal procedimento, as coletas foram feitas na entrada do fluxo de água nos reservatórios ou caixas de água, estando estas relativamente próximas aos poços. As coletas de água na nascente foram procedidas no primeiro local que ofereceu condições para tal, ou seja, a cerca de um metro da surgência da água, como está registrado na Figura

42 Por ocasião da campanha de outubro/10, a coleta no ponto P2, que era realizada na entrada da caixa de água, passou a ser feita em uma torneira instalada pela Klabin no cavalete do poço, especialmente para tal fim. Em face das coletas nos pontos P6 e P7 estarem sendo feita nas respectivas caixas de água, é de se esperar diferenças nos valores registrados para a temperatura da água, certamente diferentes daqueles na saída dos poços. Coleta no poço P1 (28/10/2010) Ponto de coleta P2 (28/10/2010) Coleta no poço P3 (28/10/2010) Coleta no poço P4 (28/10/2010) Coleta no poço P5 (28/10/2010) Coleta na nascente P9 (28/10/2010) Figura 17 - Aspectos de pontos de amostragem de água subterrânea nos poços P1, P2, P3, P4, P5 e na nascente P9. 30

43 Análises Físico-Químicas As variáveis analisadas para avaliação da qualidade das águas subterrâneas, bem como o método utilizado para suas análises e o limite de detecção encontram-se na Tabela 14. Tabela 14 Variáveis para avaliação da qualidade das águas subterrâneas Variável Metodologia Referência Limite de detecção (mg.l -1 ) Alcalinidade POP PA 026/SMWW 2320B APHA 5 Alumínio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Antimônio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Arsênio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA Bário POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0005 Bicarbonato POP PA 026/SMWW 2320B APHA Ref. Alcalinid. Cádmio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Cálcio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,01 Carbonato POP PA 026/SMWW 2320B APHA Ref. Alcalinid. Chumbo POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0005 Cloreto POP PA032/USEPA SW ,1 APHA 5 Cobalto POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Cobre POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Cromo POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Ferro POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Flúor POP PA032/USEPA SW ,1 APHA 0,5 Magnésio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,01 Manganês POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Mercúrio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Molibdênio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Níquel POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Nitrato (N) SMEWW4500-NO-3 E-Cad.red.m. APHA 0,5 Potássio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,01 Selênio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0005 Silício POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,005 Sódio POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,2 STD POP PA 009/SMWW2540C APHA 2 Sulfato USEPA SW ,1 APHA 5 Zinco POP PA 038/SMWW 3215 B,USEPA 6020 APHA 0,0001 Observações: a)todas as variáveis foram detectadas em amostras filtradas; b) APHA - Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, 21st Edition, 2005; c) Exceto o ph, condutividade e temperatura, que foram determinadas em campo, as variáveis constantes do quadro acima foram determinadas pela BIOAGRI AMBIENTAL. 31

44 2.2.3 Sub-Programa de Monitoramento de Macrófitas Aquáticas DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Malha amostral e freqüência de amostragem O objetivo desse estudo foi realizar um levantamento florístico sobre a vegetação aquática da região do rio Tibagi e adjacências e identificar entre as espécies ocorrentes, aquelas com potencial para crescimento excessivo em ambientes artificiais, como os reservatórios. Todas as espécies de plantas aquáticas e semi-aquáticas, ocorrentes nas margens dos rios Tibagi, Imbauzinho, Barra Grande e ribeirão das Antas e áreas adjacentes, em contato com a água, parcialmente emersas ou totalmente submersas foram observadas e registradas nos pontos ilustrados na Figura 18. Figura 18 - Localização das regiões visitadas para o levantamento florístico da comunidade de macrófitas aquáticas na região do empreedimento. A descrição das regiões visitadas para o levantamento florístico da comunidade de macrófitas aquáticas e as respectivas coordenadas geográficas encontram-se na Tabela

45 Tabela 15 - Descrição dos pontos de levantamento florístico de macrófitas aquáticas e respectivas coordenadas geográficas. Ponto Amostral M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10 M11 M12 M13 M14 M15 M16 M17 M18 M19 M20 Coordenadas Geográficas S W S W S W S W S W S W ,46 S , S ,7 W ,9 S W ,11 S ,1 W S ,6 W S ,4 W ,2 S ,6 W S ,4 W S W ,99 S , ,38 S , ,4 S ,2 W S W S ,8 W Descrição Rio Tibagi, a montante de Telêmaco Borba. Margem em alguns pontos sem vegetação, arenosa. Em alguns pontos, o solo está revolvido devido à dragagem. Em outras áreas, mata ciliar preservada (presença de Araucária). Parte do solo coberto por gramíneas Rio Tibagi, a jusante da Fábrica da Klabin. Mata ciliar preservada, alguns pontos da margem bem poluídos (lixo doméstico), margem bem íngreme. Rio Imbauzinho. Margem com mata ciliar preservada Salto Aparato rio Tibagi. Encachoeirado. Locais protegidos com presença de macrófitas. Local poluído, devido a atividades de pescaria. Rio Barra Grande, próximo a foz. Margem pouco preservada, em algumas áreas. O ponto está localizado dentro de uma fazenda. (Fazenda Santana). Margens com bambus, gramíneas e outras áreas com mata ciliar Rio Tibagi, próximo ao eixo da futura barragem. Local bastante alterado pelas obras da usina. Margens com o solo totalmente exposto, vegetação arbórea morta. Vegetação herbácea parcialmente removida. Rio Tibagi, a jusante da casa de força. Margem preservada, com floresta ciliar e presença de rochas. Açude na estrada Ortigueira-Lajeado Bonito. Açude recoberto por vegetação aquática, com folhas flutuantes, parcialmente assoreado com a presença de taboa. Estrada de terra para Lageado Bonito, provavelmente um antigo tanque de piscicultura, localizado na margem da estrada. O local está totalmente coberto por macrófitas aquáticas emergentes. Estrada de terra para Lageado Bonito. Lagoa rasa localizada na entrada de uma fazenda, pelo desvio de um córrego. Vegetação aquática emergente e com folhas fllutuantes Rio Barra Grande, perto da ponte. Rio encachoeirado, raso e com fundo rochoso. Nas áreas de cachoeiras, presença de vegetação aquática submersa, fortemente aderida às rochas. ribeirão Piquiri sem vegetação aquática, devido a margem bem preservada, com mata ciliar. Estrada de terra para Lageado Bonito. Lago parcialmente assoreado, devido ao represamento de um riacho que atravessa a estrada. Presença de vegetação aquática emergente. Estrada de terra secundária em direção à Lageado Bonito. Pequeno riacho represado, raso, coberto por vegetação aquática emergente. Rio Barra Grande, sem vegetação aquática, devido à margem bem preservada, com mata ciliar. Usina Presidente Vargas. Rio Tibagi, a jusante da barragem, com cachoeiras, margem com mata ciliar preservada. Rio ribeirão das Antas. Rio raso, pedregoso, com margem parcialmente degradada, recoberta por gramíneas. Rio Tibagi, próximo a foz do Rio ribeirão das Antas, com cachoeiras, margem com mata ciliar preservada de um lado e na outra margem, presença de um paredão rochoso. Foz do rio Imbauzinho. Rio com pouca profundidade, água transparente, margem bem preservada. Rio Tibagi, no parque próximo a cidade de Tibagi, pouco profundo, com água transparente e pequenas cachoeiras. 33

46 Procedimentos para o Levantamento Florístico DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E As macrófitas aquáticas constituem um grupo ecológico importante dos corpos de água naturais ou artificiais formado por vegetais macroscópicos que se encontram submersos, parcialmente submersos, flutuantes ou emergentes. Ocorrem desde lagoas temporárias, rios, reservatórios até ambientes salobros. Representam um importante componente na dinâmica dos ecossistemas aquáticos, devido à sua alta produtividade primária (WESTLAKE, 1975). Quando os ambientes aquáticos sofrem perturbações, antrópicas ou não, a proliferação de algumas espécies, em detrimento de outras, pode ocorrer. O crescimento excessivo de algumas espécies pode causar sérios danos, impedindo o uso da água. Existem vários relatos na literatura sobre os problemas causados pelo crescimento excessivo de plantas aquáticas tanto emersas como submersas (THOMAZ & BINI, 2003; THOMAZ et al., 2003). Neste estudo, as macrófitas aquáticas foram classificadas da seguinte maneira (POTT & POTT, 2000): Planta anfíbia: plantas que vivem em áreas alagadas, de hábito arbustivo, arbóreo ou herbáceo. Planta emergente: planta enraizada no fundo, parcialmente submersa. Planta enraizada com folhas flutuantes: planta enraizada no fundo, com caule e/ou ramos e/ou folhas flutuantes. Planta flutuante livre: planta não enraizada no fundo, podendo ser levada pela correnteza. Planta submersa livre: planta não enraizada no fundo, totalmente submersa. Planta submersa fixa: planta enraizada no fundo, com caule e folhas submersas. 34

47 3 RESULTADOS PRELIMINARES 3.1 Sub-Programa de Monitoramento de Águas Superficiais Monitoramento de parâmetros físico-químicos e biológicos de qualidade de água As tabelas a seguir mostram os resultados das análises físicas, químicas e microbiológicas das amostras de água coletadas mensalmente nas estações de amostragem localizadas no rio Tibagi e afluentes, além dos respectivos Índices de Qualidade das Águas IQA, referentes ao período monitorado entre os meses de dezembro/09 e dezembro/10. Cabe ressaltar que até o mês de março/10, eram monitoradas as estações E1 a E8, quando a estação E4, na região do Salto Aparado, foi desativada e a estação E9, a jusante da barragem, foi incluída na malha amostral. No que tange à avaliação de fenóis totais nas águas superficiais, cabe destacar que de acordo com o contrato estabelecido entre o LACTEC e a COPEL, as coletas de água deveriam ser realizadas apenas na estação E2 em função da sua proximidade ao município de Telêmaco Borba e da indústria Klabin de Papel e Celulose. No entanto, na primeira e na segunda campanha (dezembro/09 e janeiro/10) foram realizadas coletas em todas as oito estações de amostragem, a fim de avaliar amplamente o local quanto à presença deste poluente. A partir da coleta realizada em fevereiro/10, foram avaliados então apenas dados da estação E2, conforme definição do termo de referência que acompanha a Ordem de Serviço GER-017. Espacialmente observou-se que a estação E2, localizada a jusante de Telêmaco Borba e também da Indústria Klabin Papel e Celulose, foi a que apresentou qualidade de água mais degradada. Naquele local foram comuns desacordos com a Resolução CONAMA 357/05, especialmente com relação à concentração de coliformes termotolerantes, que variaram entre 540 NMP.100mL -1 (novembro/10) e NMP.100mL -1 (fevereiro/10). Também ultrapassaram o limite da Resolução em algum momento, naquela estação, DBO, clorofila-a, turbidez e fósforo total. Este último foi registrado com valor máximo de 0,41 mg.l -1, mais de quatro vezes acima do limite de 0,1 mg.l -1 para ambientes lóticos, também no mês de fevereiro/10. A concentração de fenóis totais, medida nesta estação ultrapassou o limite da Resolução, de 0,003 mg.l -1 em todos os meses de monitoramento, chegando a 0,32 mg.l -1, 100 vezes acima do limite, em junho/10. 35

48 Tabela 16 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E1, no período de dezembro/09 a dezembro/10 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites* E1 Data da coleta - 8/12/ /1/ /2/ /3/ /4/ /5/ /6/ /7/ /8/ /9/ /10/ /11/ /12/2010 Profundidade de Coleta (m) - 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 1,10 1,00 1,20 1,00 1,00 T água ( C) - 23,1 24,0 25,0 23,3 20,1 16,7 16,3 17,1 16,7 20,1 20,6 20,9 21,5 OD (mg.l -1 ) 5,00 10,20 10,60 6,97 8,39 9,13 10,25 9,26 12,29 10,69 10,73 12,37 11,59 4,63 OD sat (%) - 128,8 136,1 91,1 106,3 100,2 104,9 93,9 126,6 109,2 117,6 137,0 129,2 52,2 Secchi (m) - 0,4 0,3 0,5 0,3 0,2 0,3 0,7 0,5 1,0 0,7 0,4 0,6 0,2 ph 6,0 a 9,0 7,3 7,3 7,2 7,4 6,9 6,8 7,3 7,2 7,6 7,5 7,3 7,0 7,1 Condutividade (µs.cm -1 ) P Total (mg.l -1 ) 0,10 ** 0,08 0,11 0,05 0,05 0,10 0,05 0,02 0,06 0,03 0,03 0,11 0,03 0,16 P Reativo (mg.l -1 ) - 0,05 0,09 0,04 0,04 0,04 0,03 0,02 0,03 0,02 0,02 0,03 0,03 0,13 N Total (mg.l -1 ) 2,18 *** 3,0 2,2 1,3 1,9 3,0 1,1 1,7 0,7 1,7 1,2 1,9 1,2 1,2 Amônia (mg.l -1 ) **** < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,11 0,11 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,08 Nitrito (mg.l -1 ) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 Nitrato (mg.l -1 ) 10 0,63 0,40 0,60 0,50 0,65 0,50 0,41 0,65 0,21 0,65 0,78 0,78 0,82 Sólidos Totais (mg.l -1 ) Turbidez (NTU) Sulfato Total (mg.l -1 ) 250 0,80 0,60 0,90 0,70 0,70 0,70 0,70 1,40 0,40 1,70 1,30 1,20 1,20 Cloreto Total (mg.l -1 ) 250 2,10 1,80 2,10 1,50 1,60 1,40 1,10 2,00 0,60 2,20 2,30 2,50 2,50 Sódio (mg.l -1 ) - 3,20 0,90 1,15 3,60 2,35 1,40 2,10 2,25 2,05 2,85 2,30 2,25 1,55 Magnésio (mg.l -1 ) - 1,40 1,00 1,20 1,00 1,00 1,10 1,10 1,10 1,30 1,40 1,30 1,40 1,70 Potássio (mg.l -1 ) - 1,50 1,00 1,65 2,30 2,00 1,40 0,65 1,50 1,10 1,45 1,80 1,80 1,50 Cálcio (mg.l -1 ) - 1,30 1,60 1,70 1,80 2,00 1,40 1,60 2,20 1,60 2,30 1,80 1,90 4,20 Alcalinidade Total (mg.l -1 ) - 14,00 22,00 18,00 13,00 16,00 13,00 18,00 13,00 20,00 24,00 21,00 18,00 17,00 Dureza Total (mg.l -1 ) - 9,20 7,70 9,00 8,40 9,10 8,00 8,50 10,10 9,30 11,50 9,80 10,50 17,50 Coliformes Totais (NMP.100mL -1 ) Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL -1 ) DBO (mg.l -1 ) 5,00 < 1,00 2,26 1,10 5,61 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 1,00 5,56 < 1,00 < 1,00 1,73 DQO (mg.l -1 ) - 13,33 19,09 10,13 33,16 9,04 11,16 8,06 8,06 3,04 30,15 9,10 5,05 21,11 Clorofila-a (10 6 g.l -1 ) 30 1,17 1,15 2,02 2,40 1,57 1,00 0,96 1,06 1,33 22,50 2,08 1,63 2,54 N/P Carbono Orgânico Total (mg.l -1 ) - - 6,0 10,0 < 0,5 < 0,5 23,0 5,1 2,8 <1,0 3,8 < 1,0 < 1,0 < 1,0 Fenóis Totais (mg.l -1 ) 0,003 0,05 0, IQA IET * Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. ** Limite estabelecido para ambientes lóticos. *** Limite estabelecido pela Resolução somente quando o Nitrogênio for o fator limitante ao cresciimento da comunidade fitoplanctônica. **** Limite de 3,7 mg.l -1 em águas de ph 7,5; de 2,0 mg.l -1 em águas de ph entre 7,5 e 8,0; de 1,0 mg.l -1 em águas de ph entre 8,0 e 8,5; de 0,5 mg.l -1 em águas de ph> 8,5. 36

49 Tabela 17 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E2, no período de dezembro/09 a dezembro/10 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites* E2 Data da coleta - 8/12/ /1/ /2/ /3/ /4/ /5/ /6/ /7/ /8/ /9/ /10/ /11/ /12/2010 Profundidade de Coleta (m) - 0,35 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,70 1,22 1,10 1,00 T água ( C) - 23,8 23,8 24,6 22,9 19,6 17,0 16,9 17,4 17,0 20,7 19,6 21,9 23,5 OD (mg.l -1 ) 5,00 10,92 10,92 6,55 8,58 10,48 10,11 9,79 12,39 9,82 10,23 11,38 11,54 9,72 OD sat (%) - 139,5 139,4 84,9 107,8 113,7 104,0 100,5 128,5 101,1 113,5 123,5 130,9 113,9 Secchi (m) - 0,4 0,3 0,1 0,3 0,2 0,4 0,5 0,3 1,0 0,6 0,3 0,6 0,2 ph 6,0 a 9,0 7,3 7,2 7,2 7,4 6,9 7,1 7,1 6,8 7,4 7,5 7,4 7,1 7,2 Condutividade (µs.cm -1 ) P Total (mg.l -1 ) 0,10 ** 0,09 0,10 0,41 0,09 0,13 0,05 0,04 0,08 0,04 0,03 0,05 0,04 0,18 P Reativo (mg.l -1 ) - 0,04 0,06 0,09 0,03 0,06 0,03 0,02 0,03 0,03 0,02 0,01 0,02 0,16 N Total (mg.l -1 ) 2,18 *** 2,4 1,4 2,3 3,1 1,9 1,1 1,2 1,0 2,3 0,8 2,9 2,7 1,2 Amônia (mg.l -1 ) **** < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,16 0,12 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,11 Nitrito (mg.l -1 ) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 Nitrato (mg.l -1 ) 10 0,66 0,45 0,58 0,69 0,58 0,80 0,84 0,91 0,76 0,63 0,42 0,74 0,79 Sólidos Totais (mg.l -1 ) Turbidez (NTU) Sulfato Total (mg.l -1 ) 250 2,40 1,60 2,20 3,10 1,40 2,00 3,70 2,70 4,10 7,50 1,10 4,30 2,90 Cloreto Total (mg.l -1 ) 250 2,70 2,10 2,80 4,80 2,00 2,70 2,70 3,10 3,40 3,80 0,60 3,40 3,00 Sódio (mg.l -1 ) - 5,40 1,65 2,70 6,95 2,65 2,50 3,50 3,40 9,05 8,20 2,15 4,10 2,90 Magnésio (mg.l -1 ) - 1,30 1,10 1,50 1,00 1,00 1,10 1,20 1,20 1,30 1,50 1,30 1,40 1,30 Potássio (mg.l -1 ) - 1,60 0,80 1,90 2,45 2,10 1,50 0,75 0,80 1,30 1,85 1,75 1,90 1,60 Cálcio (mg.l -1 ) - 1,60 2,00 3,10 2,10 2,10 1,70 2,00 2,70 1,80 2,90 1,80 2,10 5,00 Alcalinidade Total (mg.l -1 ) - 18,00 18,00 17,00 13,00 18,00 13,00 20,00 11,00 25,00 25,00 23,00 19,00 20,00 Dureza Total (mg.l -1 ) - 9,40 9,50 14,00 9,40 9,40 8,90 9,90 11,70 9,80 13,40 9,80 11,00 17,80 Coliformes Totais (NMP.100mL -1 ) Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL -1 ) DBO (mg.l -1 ) 5,00 3,67 3,01 7,50 2,09 5,75 < 1,00 1,60 < 1,00 4,68 1,29 1,89 < 1,00 < 1,00 DQO (mg.l -1 ) - 18,46 18,09 45,57 14,57 19,05 9,13 8,06 14,21 24,36 9,05 2,02 9,10 15,08 Clorofila-a (10 6 g.l -1 ) 30 1,34 1,40 2,31 3,29 1,40 0,58 1,40 1,36 0,69 32,40 1,57 1,69 1,74 N/P Carbono Orgânico Total (mg.l -1 ) - - 5,5 13,0 < 0,5 < 0,5 27,1 2,1 3,9 1,3 3,7 < 1,0 1,5 7,4 Fenóis Totais (mg.l -1 ) 0,003 0,18 0,01 0,24 0,14 0,16 0,13 0,32 0,15 0,14 0,09 0,06 0,03 0,01 IQA IET * Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. ** Limite estabelecido para ambientes lóticos. *** Limite estabelecido pela Resolução somente quando o Nitrogênio for o fator limitante ao cresciimento da comunidade fitoplanctônica. **** Limite de 3,7 mg.l -1 em águas de ph 7,5; de 2,0 mg.l -1 em águas de ph entre 7,5 e 8,0; de 1,0 mg.l -1 em águas de ph entre 8,0 e 8,5; de 0,5 mg.l -1 em águas de ph> 8,5. 37

50 Tabela 18 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E3, no período de dezembro/09 a dezembro/10 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites* E3 Data da coleta - 17/12/ /1/ /2/ /3/ /4/ /5/ /6/ /7/ /8/ /9/ /10/ /11/ /12/2010 Profundidade de Coleta (m) - 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20-1,22 1,60 1,80 T água ( C) - 21,8 21,3 22,5 21,0 20,0 16,7 14,7 16,0 14,9 18,8 19,6 20,1 17,9 OD (mg.l -1 ) 5,00 12,01 11,74 7,15 8,85 10,13 8,66 9,46 11,78 10,11 12,13 11,38 11,57 4,46 OD sat (%) - 148,4 143,7 89,6 107,7 110,9 88,5 92,7 118,7 99,4 129,5 123,5 126,8 46,7 Secchi (m) - 0,5 0,2 0,2 0,2 0,2 0,6 0,9 0,9 1,2 0,8 0,3 0,7 0,2 ph 6,0 a 9,0 7,5 7,2 7,2 7,7 7,2 7,3 7,2 7,4 7,6 7,1 7,4 7,3 7,0 Condutividade (µs.cm -1 ) P Total (mg.l -1 ) 0,10 ** 0,05 0,11 0,12 0,07 0,07 0,02 0,05 0,02 0,02 0,02 0,05 0,03 0,12 P Reativo (mg.l -1 ) - 0,02 0,05 0,05 0,07 0,06 0,01 < 0,01 0,01 0,02 0,02 0,01 0,01 0,09 N Total (mg.l -1 ) 2,18 *** 0,8 1,7 1,3 2,0 3,0 1,2 < 0,5 < 0,5 1,7 1,0 2,9 0,9 2,7 Amônia (mg.l -1 ) **** < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,18 0,15 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 Nitrito (mg.l -1 ) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 Nitrato (mg.l -1 ) 10 0,27 0,32 0,36 0,21 0,38 0,21 0,24 0,24 0,15 0,23 0,42 0,22 0,83 Sólidos Totais (mg.l -1 ) Turbidez (NTU) Sulfato Total (mg.l -1 ) 250 0,50 0,40 0,70 0,50 0,80 0,60 1,10 1,00 0,80 2,00 1,10 0,70 1,30 Cloreto Total (mg.l -1 ) 250 1,50 0,50 0,40 0,18 0,70 0,40 0,50 0,70 0,50 2,30 0,60 0,50 1,80 Sódio (mg.l -1 ) - 3,00 1,90 2,55 1,70 2,55 1,90 2,25 3,15 2,40 2,60 2,15 2,25 1,45 Magnésio (mg.l -1 ) - 1,50 1,10 1,40 1,40 1,00 1,30 1,90 1,60 1,60 1,90 1,30 1,50 1,00 Potássio (mg.l -1 ) - 1,70 0,95 1,75 2,25 2,50 1,20 1,15 1,15 1,15 1,70 1,75 1,65 1,20 Cálcio (mg.l -1 ) - 2,00 2,50 3,60 1,60 2,20 2,40 1,80 3,90 2,20 3,90 1,80 2,60 3,30 Alcalinidade Total (mg.l -1 ) - 28,00 18,00 19,00 20,00 17,00 23,00 26,00 27,00 28,00 27,00 23,00 46,00 17,00 Dureza Total (mg.l -1 ) - 11,20 10,80 14,60 9,80 9,60 11,60 12,30 16,30 12,10 17,60 9,80 12,70 12,40 Coliformes Totais (NMP.100mL -1 ) Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL -1 ) DBO (mg.l -1 ) 5,00 1,00 1,76 < 1,00 1,69 1,30 < 1,00 < 1,00 < 1,00 1,10 < 1,00 1,89 < 1,00 1,81 DQO (mg.l -1 ) - 10,53 18,09 5,06 13,00 14,03 5,02 9,13 3,04 21,31 14,07 2,02 3,03 10,06 Clorofila-a (10 6 g.l -1 ) 1,22 0,92 1,07 1,89 1,55 0,53 0,61 2,01 1,09 2,85 1,57 1,58 1,35 N/P Carbono Orgânico Total (mg.l -1 ) - - 9,5 6,5 12,1 < 0,5 23,9 1,2 2,9 1,3 9,3 < 1,0 < 1,0 < 1,0 Fenóis Totais (mg.l -1 ) 0,003 0,15 0, IQA IET * Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. ** Limite estabelecido para ambientes lóticos. *** Limite estabelecido pela Resolução somente quando o Nitrogênio for o fator limitante ao cresciimento da comunidade fitoplanctônica. **** Limite de 3,7 mg.l -1 em águas de ph 7,5; de 2,0 mg.l -1 em águas de ph entre 7,5 e 8,0; de 1,0 mg.l -1 em águas de ph entre 8,0 e 8,5; de 0,5 mg.l -1 em águas de ph> 8,5. 38

51 Tabela 19 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E4, no período de dezembro/09 a março/10 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites* E4 Data da coleta - 15/12/ /1/ /2/ /3/2010 Profundidade de Coleta (m) - 0,20 0,20 0,45 0,20 T água ( C) - 24,3 23,4 24,9 23,3 OD (mg.l -1 ) 5,00 10,36 9,98 6,53 8,00 OD sat (%) - 132,2 125,3 84,2 100,2 Secchi (m) - 0,3 0,2 0,2 0,2 ph 6,0 a 9,0 7,3 7,1 7,3 8,0 Condutividade (µs.cm -1 ) P Total (mg.l -1 ) 0,10 ** 0,06 0,16 0,12 0,06 P Reativo (mg.l -1 ) - 0,05 0,16 0,05 0,06 N Total (mg.l -1 ) 2,18 *** 1,4 1,5 1,0 1,9 Amônia (mg.l -1 ) **** < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,14 Nitrito (mg.l -1 ) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 Nitrato (mg.l -1 ) 10 0,58 0,50 0,67 0,56 Sólidos Totais (mg.l -1 ) Turbidez (NTU) Sulfato Total (mg.l -1 ) 250 2,00 0,70 2,30 2,30 Cloreto Total (mg.l -1 ) 250 3,50 1,00 2,50 2,20 Sódio (mg.l -1 ) - 3,55 2,35 1,45 6,35 Magnésio (mg.l -1 ) - 1,10 1,40 1,20 1,00 Potássio (mg.l -1 ) - 1,60 1,15 1,60 2,40 Cálcio (mg.l -1 ) - 2,10 4,50 1,90 2,10 Alcalinidade Total (mg.l -1 ) - 16,00 19,00 16,00 21,00 Dureza Total (mg.l -1 ) - 9,80 17,00 9,40 9,40 Coliformes Totais (NMP.100mL -1 ) Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL -1 ) DBO (mg.l -1 ) 5,00 1,20 2,60 1,10 5,45 DQO (mg.l -1 ) - 19,99 21,10 15,19 39,00 Clorofila-a (10 6 g.l -1 ) 1,17 2,24 2,01 1,63 N/P Carbono Orgânico Total (mg.l -1 ) ,0 27,5 40,8 Fenóis Totais (mg.l -1 ) 0,003 0,08 0, IQA IET * Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. ** Limite estabelecido para ambientes lóticos. *** Limite estabelecido pela Resolução somente quando o Nitrogênio for o fator limitante ao cresciimento da comunidade fitoplanctônica. **** Limite de 3,7 mg.l -1 em águas de ph 7,5; de 2,0 mg.l -1 em águas de ph entre 7,5 e 8,0; de 1,0 mg.l -1 em águas de ph entre 8,0 e 8,5; de 0,5 mg.l -1 em águas de ph> 8,5. 39

52 Tabela 20 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E5, no período de dezembro/09 a dezembro/10 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites* E5 Data da coleta - 16/12/ /1/ /2/ /3/ /4/ /5/ /6/ /7/ /8/ /9/ /10/ /11/ /12/2010 Profundidade de Coleta (m) - 0,20 0,20 0,25 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 1,27 1,39 1,50 1,50 T água ( C) - 22,4 20,9 21,4 20,7 20,1 16,7 14,2 16,1 14,4 18,9 18,9 18,1 18,4 OD (mg.l -1 ) 5,00 11,30 10,55 6,46 7,34 7,74 7,60 8,41 11,91 10,31 10,37 10,56 11,58 3,73 OD sat (%) - 140,9 127,7 79,0 88,5 84,9 77,7 81,6 120,3 100,3 110,9 112,9 121,8 39,5 Secchi (m) - 0,6 0,2 0,2 0,3 0,3 0,8 0,8 0,9 1,0 0,8 0,5 0,4 0,2 ph 6,0 a 9,0 7,5 7,2 7,0 7,1 7,0 7,1 7,2 7,1 7,3 7,1 7,2 7,0 6,9 Condutividade (µs.cm -1 ) P Total (mg.l -1 ) 0,10 ** 0,05 0,16 0,20 0,04 0,05 0,04 0,04 0,03 0,04 0,04 0,05 0,05 0,10 P Reativo (mg.l -1 ) - 0,04 0,14 0,07 0,03 0,03 0,02 0,02 0,03 0,03 0,04 0,05 0,05 0,09 N Total (mg.l -1 ) 2,18 *** 1,5 2,1 1,3 1,3 1,9 1,3 0,7 0,5 1,8 0,9 2,7 1,9 2,1 Amônia (mg.l -1 ) **** < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,15 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,10 < 0,08 < 0,08 < 0,08 Nitrito (mg.l -1 ) 1 < 0,03 < 0,03 <0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 Nitrato (mg.l -1 ) 10 0,56 0,07 0,48 0,54 0,63 0,39 0,52 0,48 0,44 0,48 0,28 0,63 0,50 Sólidos Totais (mg.l -1 ) Turbidez (NTU) Sulfato Total (mg.l -1 ) 250 0,60 0,20 0,70 0,80 0,80 0,60 1,30 1,30 1,20 1,70 0,40 1,00 1,00 Cloreto Total (mg.l -1 ) 250 1,30 0,20 0,60 1,20 2,00 0,50 1,20 1,40 1,30 2,00 0,50 1,90 0,60 Sódio (mg.l -1 ) - 2,90 2,20 1,65 5,20 2,95 2,15 2,80 4,00 3,85 4,60 2,85 3,75 2,00 Magnésio (mg.l -1 ) - 1,40 1,00 1,50 1,50 1,30 1,50 1,50 2,00 2,20 3,10 1,80 1,80 1,60 Potássio (mg.l -1 ) - 1,80 0,70 2,25 3,15 2,10 1,50 1,65 1,80 1,80 2,90 2,50 3,15 1,90 Cálcio (mg.l -1 ) - 2,90 2,20 3,60 4,50 3,70 3,90 3,40 2,80 4,90 8,90 4,00 4,50 9,60 Alcalinidade Total (mg.l -1 ) - 32,00 30,00 24,00 12,00 27,00 28,00 35,00 32,00 43,00 26,00 32,00 30,00 25,00 Dureza Total (mg.l -1 ) - 13,00 9,60 15,00 17,00 14,60 16,00 14,70 15,20 21,30 35,00 17,40 18,60 30,60 Coliformes Totais (NMP.100mL -1 ) Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL -1 ) DBO (mg.l -1 ) 5,00 1,40 3,23 < 1,00 1,19 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 1,19 < 1,00 < 1,00 1,20 DQO (mg.l -1 ) - 12,63 20,10 10,13 9,04 9,02 4,02 9,13 7,10 4,06 13,06 6,07 9,10 10,05 Clorofila-a (10 6 g.l -1 ) 1,02 1,19 0,85 1,23 1,04 0,37 0,39 1,20 3,23 1,59 1,33 1,31 1,56 N/P Carbono Orgânico Total (mg.l -1 ) ,0 16,0 < 0,5 < 0,5 16,8 2,0 2,1 <1,0 4,2 < 1,0 < 1,0 < 1,0 Fenóis Totais (mg.l -1 ) 0,003 0,13 0, IQA IET * Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. ** Limite estabelecido para ambientes lóticos. *** Limite estabelecido pela Resolução somente quando o Nitrogênio for o fator limitante ao cresciimento da comunidade fitoplanctônica. **** Limite de 3,7 mg.l -1 em águas de ph 7,5; de 2,0 mg.l -1 em águas de ph entre 7,5 e 8,0; de 1,0 mg.l -1 em águas de ph entre 8,0 e 8,5; de 0,5 mg.l -1 em águas de ph> 8,5. 40

53 Tabela 21 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E6, no período de dezembro/09 a dezembro/10 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites* E6 Data da coleta - 10/12/ /1/2010 1/3/ /3/ /4/ /5/ /6/ /7/ /8/ /9/ /10/ /11/ /12/2010 Profundidade de Coleta (m) - 0,30 0,20 0,35 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 3,90 2,10 1,20 3,40 1,50 T água ( C) - 26,0 24,0 22,8 23,7 20,7 17,0 16,7 17,4 17,4 20,8 20,9 22,2 23,2 OD (mg.l -1 ) 5,00 11,12 10,25 7,12 7,90 10,32 8,57 9,43 11,88 10,60 10,51 11,35 10,98 8,65 OD sat (%) - 146,1 129,8 88,2 99,6 114,4 88,2 96,5 123,2 110,0 116,7 126,5 125,4 100,7 Secchi (m) - 0,3 0,2 0,2 0,3 0,2 0,4 0,6 0,4 0,8 0,6 0,4 0,3 0,2 ph 6,0 a 9,0 7,8 7,1 8,0 7,3 7,1 7,6 7,2 7,1 7,5 7,8 7,1 7,1 7,0 Condutividade (µs.cm -1 ) P Total (mg.l -1 ) 0,10 ** 0,05 0,13 0,04 0,07 0,06 0,06 0,03 0,05 0,04 0,04 0,09 0,06 0,13 P Reativo (mg.l -1 ) - 0,04 0,11 0,04 0,05 0,04 0,03 0,02 0,03 0,02 0,03 0,03 0,04 0,11 N Total (mg.l -1 ) 2,18 *** 2,4 1,6 1,0 1,0 2,0 1,1 1,1 1,0 1,3 1,0 3,9 1,4 1,1 Amônia (mg.l -1 ) **** < 0,08 < 0,08 0,13 0,14 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,08 Nitrito (mg.l -1 ) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 Nitrato (mg.l -1 ) 10 0,61 0,51 0,61 0,63 0,66 0,50 0,65 0,88 0,74 0,44 0,74 1,00 0,78 Sólidos Totais (mg.l -1 ) Turbidez (NTU) Sulfato Total (mg.l -1 ) 250 2,30 1,40 1,70 2,30 1,60 1,20 1,90 2,70 4,50 6,20 3,30 3,60 3,10 Cloreto Total (mg.l -1 ) 250 2,50 2,10 2,00 2,60 1,80 1,50 1,70 2,50 3,40 3,50 2,50 2,80 2,80 Sódio (mg.l -1 ) - 2,30 1,35 2,10 5,80 2,85 2,35 2,90 3,40 5,05 6,80 3,30 3,35 3,15 Magnésio (mg.l -1 ) - 1,30 0,90 1,30 1,00 1,00 1,20 1,10 1,20 1,30 1,50 1,30 1,50 1,30 Potássio (mg.l -1 ) - 1,55 0,70 1,80 2,35 2,10 1,40 0,70 1,20 1,50 1,80 1,65 2,65 1,70 Cálcio (mg.l -1 ) - 1,50 1,80 2,20 2,20 2,20 1,80 1,80 14,70 1,80 2,80 1,80 2,30 6,10 Alcalinidade Total (mg.l -1 ) - 18,00 21,00 20,00 14,00 20,00 13,00 19,00 14,00 20,00 30,00 23,00 19,00 20,00 Dureza Total (mg.l -1 ) - 9,30 8,20 10,80 9,60 9,60 9,30 9,40 14,70 9,80 13,20 9,80 11,90 20,60 Coliformes Totais (NMP.100mL -1 ) Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL -1 ) DBO (mg.l -1 ) 5,00 5,37 3,79 1,88 1,00 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 1,10 3,36 1,20 2,98 1,11 DQO (mg.l -1 ) - 13,20 17,08 17,13 12,06 5,01 5,07 2,01 4,03 4,06 20,10 12,13 17,19 20,10 Clorofila-a (10 6 g.l -1 ) 0,96 0,95 0,99 1,99 1,47 1,30 1,76 1,06 5,33 51,80 1,86 1,72 1,98 N/P Carbono Orgânico Total (mg.l -1 ) ,0 6,5 20,3 < 1,0 5,0 5,7 3,9 1,1 3,1 < 1,0 1,1 < 1,0 Fenóis Totais (mg.l -1 ) 0,003 0,14 0, IQA IET * Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. ** Limite estabelecido para ambientes lóticos. *** Limite estabelecido pela Resolução somente quando o Nitrogênio for o fator limitante ao cresciimento da comunidade fitoplanctônica. **** Limite de 3,7 mg.l -1 em águas de ph 7,5; de 2,0 mg.l -1 em águas de ph entre 7,5 e 8,0; de 1,0 mg.l -1 em águas de ph entre 8,0 e 8,5; de 0,5 mg.l -1 em águas de ph> 8,5. 41

54 Tabela 22 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E7, no período de dezembro/09 a dezembro/10 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites* E7 Data da coleta - 10/12/ /1/ /2/ /3/2010 3/5/ /5/ /6/ /7/ /8/ /9/ /10/ /11/ /12/2010 Profundidade de Coleta (m) - 0,40 0,20 0,30 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,90 0,90 1,30 4,50 2,00 T água ( C) - 24,9 24,0 23,9 22,4 19,6 17,1 15,7 17,1 17,1 21,4 21,7 22,1 20,8 OD (mg.l -1 ) 5,00 15,51 14,95 7,26 8,47 9,69 7,76 9,82 11,87 12,79 12,28 11,88 10,56 5,86 OD sat (%) - 198,2 188,0 91,1 103,3 105,1 80,1 98,2 122,4 131,9 138,0 134,5 120,4 65,1 Secchi (m) - 0,4 0,2 0,2 0,2 0,2 0,4 0,7 0,5 0,9 0,6 0,3 0,4 0,2 ph 6,0 a 9,0 7,8 7,1 7,1 8,1 7,1 6,9 7,6 7,4 7,9 7,9 7,6 7,7 7,3 Condutividade (µs.cm -1 ) P Total (mg.l -1 ) 0,10 ** 0,06 0,19 0,09 0,09 0,06 0,05 0,03 0,05 0,02 0,06 0,10 0,06 0,17 P Reativo (mg.l -1 ) - 0,03 0,14 0,02 0,08 0,06 0,02 0,02 0,02 0,01 0,04 0,03 0,03 0,15 N Total (mg.l -1 ) 2,18 *** 2,1 3,4 0,7 1,1 2,1 1,8 0,7 0,8 2,2 0,6 3,3 0,9 1,3 Amônia (mg.l -1 ) **** < 0,08 < 0,08 0,14 0,19 0,10 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,11 < 0,08 < 0,08 Nitrito (mg.l -1 ) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 Nitrato (mg.l -1 ) 10 0,58 0,47 0,81 0,57 0,44 0,50 0,38 0,67 0,53 0,54 0,92 0,74 0,78 Sólidos Totais (mg.l -1 ) Turbidez (NTU) Sulfato Total (mg.l -1 ) 250 2,00 1,50 1,50 1,50 1,00 1,40 1,70 2,20 2,80 13,00 3,30 3,30 2,30 Cloreto Total (mg.l -1 ) 250 2,30 2,00 1,60 1,40 1,30 1,50 1,10 1,80 2,40 3,40 2,90 2,40 2,60 Sódio (mg.l -1 ) - 2,30 1,70 2,05 5,05 2,75 2,60 3,00 3,65 3,30 11,30 3,55 3,65 2,50 Magnésio (mg.l -1 ) - 1,30 1,00 1,40 1,20 1,10 1,30 1,60 1,60 2,00 1,60 1,50 1,40 1,20 Potássio (mg.l -1 ) - 1,40 0,75 1,70 2,90 2,30 1,45 0,85 1,25 1,50 2,55 2,00 2,20 1,40 Cálcio (mg.l -1 ) - 1,70 2,20 2,60 3,40 2,30 2,40 3,40 4,00 3,70 3,40 1,90 2,10 5,20 Alcalinidade Total (mg.l -1 ) - 15,00 17,00 23,00 18,00 20,00 23,00 30,00 20,00 30,00 31,00 24,00 25,00 16,00 Dureza Total (mg.l -1 ) - 9,60 9,60 12,10 13,40 10,00 11,60 15,50 16,60 17,50 15,10 10,90 11,00 17,90 Coliformes Totais (NMP.100mL -1 ) Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL -1 ) < 1, DBO (mg.l -1 ) 5,00 5,87 5,53 < 1,00 < 1,00 1,30 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 4,13 < 1,00 2,95 3,61 DQO (mg.l -1 ) - 19,29 26,13 9,11 11,08 7,05 13,06 2,52 5,04 2,03 19,09 14,15 21,23 0,00 Clorofila-a (10 6 g.l -1 ) 0,89 1,49 1,74 1,91 1,15 1,10 0,83 1,19 2,11 57,90 2,26 2,63 1,58 N/P Carbono Orgânico Total (mg.l -1 ) ,0 12,0 6,0 < 0,5 23,7 1,6 4,2 1,5 6,2 < 1,0 1,0 < 1,0 Fenóis Totais (mg.l -1 ) 0,003 0,21 0, IQA IET * Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. ** Limite estabelecido para ambientes lóticos. *** Limite estabelecido pela Resolução somente quando o Nitrogênio for o fator limitante ao cresciimento da comunidade fitoplanctônica. **** Limite de 3,7 mg.l -1 em águas de ph 7,5; de 2,0 mg.l -1 em águas de ph entre 7,5 e 8,0; de 1,0 mg.l -1 em águas de ph entre 8,0 e 8,5; de 0,5 mg.l -1 em águas de ph> 8,5. 42

55 Tabela 23 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E8, no período de dezembro/09 a dezembro/10 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites* E8 Data da coleta - 10/12/ /1/2010 2/3/ /3/2010 3/5/ /5/ /6/ /7/ /8/ /9/ /10/ /11/ /12/2010 Profundidade de Coleta (m) - 0,20 0,20 0,55 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,70 0,60 0,70 1,00 1,90 T água ( C) - 21,8 21,6 20,0 21,0 17,8 15,4 15,1 15,7 15,9 20,0 20,6 20,0 18,5 OD (mg.l -1 ) 5,00 11,14 11,05 7,99 9,37 9,40 8,14 9,78 12,01 12,73 12,61 12,44 11,00 4,33 OD sat (%) - 134,3 132,7 92,9 111,3 98,4 80,9 96,7 120,1 127,8 137,9 137,8 120,3 46,0 Secchi (m) - 0,4 0,3 0,2 0,1 0,3 0,6 0,8 0,9 0,7 0,5 0,6 0,1 0,2 ph 6,0 a 9,0 7,6 7,4 7,7 7,6 7,6 7,3 7,8 7,6 7,9 7,8 7,2 8,8 7,6 Condutividade (µs.cm -1 ) P Total (mg.l -1 ) 0,10 ** 0,05 0,07 0,02 0,29 0,02 0,03 0,02 0,03 0,03 0,03 0,04 0,45 0,13 P Reativo (mg.l -1 ) - 0,05 0,04 0,03 0,12 0,02 0,02 < 0,01 0,01 0,02 0,03 0,02 0,11 0,08 N Total (mg.l -1 ) 2,18 *** 2,2 1,3 < 0,5 7,1 1,2 0,7 0,6 0,6 1,3 1,4 1,3 1,7 1,5 Amônia (mg.l -1 ) **** < 0,08 < 0,08 < 0,08 0,54 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 < 0,08 Nitrito (mg.l -1 ) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 Nitrato (mg.l -1 ) 10 0,43 0,45 0,43 0,54 0,50 0,30 0,24 0,31 0,23 0,38 0,45 0,56 0,56 Sólidos Totais (mg.l -1 ) Turbidez (NTU) Sulfato Total (mg.l -1 ) 250 1,20 0,90 0,80 1,00 1,10 1,00 0,90 1,20 1,00 2,50 1,30 9,10 1,50 Cloreto Total (mg.l -1 ) 250 0,60 1,50 0,70 0,40 0,60 0,40 0,40 0,60 0,60 0,90 0,70 0,90 0,80 Sódio (mg.l -1 ) - 3,10 1,60 1,90 1,95 2,40 2,70 2,90 3,45 3,20 3,15 3,10 3,80 2,10 Magnésio (mg.l -1 ) - 1,50 1,50 1,70 2,30 1,60 1,90 1,70 1,50 2,10 2,50 2,20 4,60 1,40 Potássio (mg.l -1 ) - 2,10 0,80 1,70 3,15 1,40 1,65 0,90 1,50 1,50 2,25 2,45 3,60 2,30 Cálcio (mg.l -1 ) - 3,70 5,20 3,70 3,20 4,30 4,60 3,80 5,00 3,80 6,10 4,40 17,50 8,50 Alcalinidade Total (mg.l -1 ) - 30,00 31,00 30,00 18,00 34,00 33,00 34,00 35,00 38,00 41,00 35,00 58,00 33,00 Dureza Total (mg.l -1 ) - 15,40 19,20 16,20 17,50 17,30 19,50 16,50 18,40 17,80 25,60 20,00 62,60 27,00 Coliformes Totais (NMP.100mL -1 ) Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL -1 ) < 1, DBO (mg.l -1 ) 5,00 < 1,00 < 1,00 1,40 17,25 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 3,73 2,44 4,64 2,26 DQO (mg.l -1 ) - 18,95 10,05 7,05 56,00 3,02 14,07 5,04 4,03 3,04 16,08 18,20 20,22 26,13 Clorofila-a (10 6 g.l -1 ) 1,70 1,20 1,82 1,35 0,47 0,73 0,65 0,76 0,59 1,34 1,13 1,03 1,45 N/P Carbono Orgânico Total (mg.l -1 ) - - 2,0 20,0 64,7 < 0,5 24,5 6,2 3,5 1,2 3,6 < 1,0 < 1,0 < 1,0 Fenóis Totais (mg.l -1 ) 0,003 0,17 0, IQA IET * Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. ** Limite estabelecido para ambientes lóticos. *** Limite estabelecido pela Resolução somente quando o Nitrogênio for o fator limitante ao cresciimento da comunidade fitoplanctônica. **** Limite de 3,7 mg.l -1 em águas de ph 7,5; de 2,0 mg.l -1 em águas de ph entre 7,5 e 8,0; de 1,0 mg.l -1 em águas de ph entre 8,0 e 8,5; de 0,5 mg.l -1 em águas de ph> 8,5. 43

56 Tabela 24 - Resultados analíticos de qualidade de água na estação E9, no período de abril/10 a dezembro/10 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites* E9 Data da coleta - 28/4/ /5/ /6/ /7/ /8/ /9/ /10/ /11/ /12/2010 Profundidade de Coleta (m) - 0,20 0,20 0,20 0,20 2,40 1,95 1,80 2,20 0,80 T água ( C) - 20,6 17,1 16,8 17,4 17,6 20,9 21,0 22,4 23,0 OD (mg.l -1 ) 5,00 10,25 8,51 9,84 11,97 11,28 10,64 12,24 11,35 9,71 OD sat (%) - 113,4 87,8 100,8 124,2 117,6 118,4 136,6 130,2 112,7 Secchi (m) - 0,2 0,3 0,8 0,4 0,7 0,6 0,3 0,3 0,2 ph 6,0 a 9,0 7,1 7,5 7,3 7,1 7,4 7,9 7,2 7,5 7,0 Condutividade (µs.cm -1 ) P Total (mg.l -1 ) 0,10 ** 0,08 0,06 0,03 0,06 0,05 0,04 0,05 0,06 0,19 P Reativo (mg.l -1 ) - 0,04 0,03 0,02 0,03 0,03 0,02 0,02 0,03 0,17 N Total (mg.l -1 ) 2,18 *** 1,7 1,5 1,3 1,3 1,9 0,8 1,7 1,8 1,7 Amônia (mg.l -1 ) **** 0,09 < 0,08 < 0,08 0,08 < 0,08 < 0,08 0,09 < 0,08 0,10 Nitrito (mg.l -1 ) 1 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 < 0,03 Nitrato (mg.l -1 ) 10 0,56 0,52 0,52 0,90 0,10 0,44 0,74 1,00 0,78 Sólidos Totais (mg.l -1 ) Turbidez (NTU) Sulfato Total (mg.l -1 ) 250 1,50 1,30 1,60 2,60 0,70 6,00 3,10 3,40 3,00 Cloreto Total (mg.l -1 ) 250 1,70 1,50 1,40 2,50 0,50 3,40 2,50 2,80 2,90 Sódio (mg.l -1 ) - 3,05 2,35 2,90 3,10 5,15 6,25 3,30 3,30 3,00 Magnésio (mg.l -1 ) - 1,00 1,20 1,10 1,10 1,30 1,50 1,40 1,50 1,40 Potássio (mg.l -1 ) - 2,00 1,45 0,70 1,40 1,30 1,80 1,75 2,40 1,65 Cálcio (mg.l -1 ) - 2,30 1,80 1,70 3,00 1,80 2,90 1,70 2,20 5,70 Alcalinidade Total (mg.l -1 ) - 19,00 14,00 21,00 15,00 18,00 55,00 22,00 19,00 17,00 Dureza Total (mg.l -1 ) - 9,90 9,30 8,80 12,00 9,80 13,40 10,00 11,70 20,00 Coliformes Totais (NMP.100mL -1 ) Coliformes Termotolerantes (NMP.100mL -1 ) DBO (mg.l -1 ) 5,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 < 1,00 1,70 7,50 < 1,00 4,10 < 1,00 DQO (mg.l -1 ) - 9,02 13,19 5,54 5,04 4,06 42,21 6,07 18,20 19,10 Clorofila-a (10 6 g.l -1 ) 2,13 0,79 1,32 1,32 5,22 86,80 2,46 1,32 2,25 N/P Carbono Orgânico Total (mg.l -1 ) ,8 1,2 4,0 2,0 5,6 < 1,0 1,3 < 1,0 IQA IET * Limites estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. ** Limite estabelecido para ambientes lóticos. *** Limite estabelecido pela Resolução somente quando o Nitrogênio for o fator limitante ao cresciimento da comunidade fitoplanctônica. **** Limite de 3,7 mg.l -1 em águas de ph 7,5; de 2,0 mg.l -1 em águas de ph entre 7,5 e 8,0; de 1,0 mg.l -1 em águas de ph entre 8,0 e 8,5; de 0,5 mg.l -1 em águas de ph> 8,5. 44

57 Temporalmente, observou-se que os meses de janeiro/10, fevereiro/10 e dezembro/10, com maior pluviosidade acumulada de 10 dias anteriores à coleta (Tabela 25), foram aqueles em que se registraram maiores variações de qualidade de água, e picos de aportes de poluentes, conforme observado na estação E2, citada anteriormente. A série completa de dados pluviométricos encontrase disponível no anexo deste documento. Tabela 25 Pluviosidade acumulada de 10 dias anteriores a cada evento de coleta, por estação. Estação Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez E1 14,8 68,0 49,0 3,0 3,2 0,2 0,0 5,4 0,0 49,4 76,8 85,2 80,0 E2 14,8 67,2 76,0 2,8 3,2 0,2 21,0 5,4 0,0 46,8 76,8 30,8 97,8 E3 96,0 115,0 75,6 2,8 3,2 60,6 21,0 5,4 0,0 49,0 76,8 30,8 80,0 E4 71,4 67,2 76,0 2, E5 82,6 115,0 75,6 2,8 3,2 60,6 21,0 5,4 0,0 49,0 76,8 30,8 80,0 E6 37,4 75,2 65,4 2,8 3,2 49,4 21,0 5,4 0,0 49,4 76,8 85,2 80,0 E7 37,4 75,2 92,4 2,8 11,4 60,8 21,0 4,6 0,0 39,2 76,8 85,0 104,6 E8 37,4 75,2 65,4 38,8 11,4 60,8 21,0 4,6 0,0 39,2 76,8 85,0 104,6 E ,2 49,4 21,0 5,4 0,0 49,4 76,8 85,2 80,0 Com relação às variáveis de qualidade de água analisadas, coliformes termotolerantes (Figura 19) foi a que mais freqüentemente esteve acima dos limites da Resolução CONAMA 357/05, de NMP.100mL -1 (Figura 19). Especialmente na estação E2, a jusante de Telêmaco Borba e da Indústria Klabin Papel e Celulose, a concentração de coliformes termoleterantes esteve acima do limite da resolução em 85% dos eventos de amostragem (ou seja, em 11 dos 13 eventos de amostragem). Também na estação E3, localizada no rio Imbauzinho, não conformidades foram registradas em 54% dos eventos de amostragem (7 dos 13 eventos). Apesar dos valores mostrados na Figura 19 indicarem o mesmo para a estação E4, no rio Tibagi na região do Salto Aparado, vale ressaltar que a mesma avaliação inclui apenas quatro coletas, uma vez que a estação foi desativada nos primeiros meses de monitoramento. A presença de coliformes termotolerantes indica a ocorrência de fezes de animais de sangue quente na água. A existência de animais silvestres e mesmo domesticados nas proximidades do corpo hídrico pode influenciar na medida desta variável, uma vez que fezes dos mesmos podem ser carreadas pelas chuvas para o rio. Ainda assim, os valores elevados encontrados nas estações da área de estudo sugerem o aporte de esgotos domésticos não tratados ou com tratamento deficiente nas 45

58 águas do rio Tibagi, situação esta que prejudica a manutenção dos usos múltiplos do recurso hídrico na região. 100% Porcentagem de conformidade para Coliformes Termotolerantes 80% 60% 40% 20% 0% E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 em conformidade Resolução CONAMA 357/05 Fora de Conformidade Figura 19 Ocorrência (percentual) de conformidades e não conformidades dos valores medidos de coliformes termotolerantes na região de estudo em comparação com o limite de NMP.100mL -1 estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05. A matéria orgânica presente em corpos de água e nos esgotos é uma característica de primordial importância para a caracterização da qualidade da água, sendo a causadora do principal problema de poluição das águas: o consumo de oxigênio dissolvido pelos microorganismos nos seus processos metabólicos de utilização e estabilização da matéria orgânica. Os principais componentes orgânicos são os compostos de proteína, carboidratos, gorduras e óleos, além da uréia, surfactantes, fenóis, pesticidas e outros de menor quantidade (VON SPERLING, 2005). A demanda bioquímica de oxigênio (DBO) é uma das formas de avaliação da presença de matéria orgânica em rios e lagos. Durante o presente estudo observou-se que a DBO esteve dentro dos limites da resolução CONAMA 357/05, ou seja, igual ou inferior a 5,00 mg.l -1, na maior parte do período monitorado, conforme pode ser observado na Figura 20. Pico na concentração de DBO foi registrado na estação de monitoramento localizada na foz do ribeirão das Antas (E8), no mês de março/10, quando valor de 17,25 mg.l -1 foi registrado. Os demais desacordos observados foram sempre inferiores a 7,5 mg.l

59 Porcentagem de conformidade para DBO 100% 80% 60% 40% 20% 0% E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 em conformidade Resolução CONAMA 357/05 Fora de Conformidade Figura 20 Ocorrência (percentual) de conformidades e não conformidades dos valores medidos de DBO na região de estudo em comparação com o limite de 5,00 mg.l -1 estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05. O fósforo é um elemento de grande importância em sistemas biológicos. Isto se deve à sua participação em processos fundamentais do metabolismo dos seres vivos, tais como: armazenamento de energia (ATP) e estruturação da membrana celular (fosfolipídios). Na maioria das águas continentais, o fósforo é o principal fator limitante de produtividade. Além disto, tem sido apontado como o principal responsável pela eutrofização artificial destes ecossistemas (ESTEVES, 1998). Na região em estudo, o limite estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 é de 0,1 mg.l -1, que corresponde a ambientes lóticos de Classe 2. As concentrações medidas nas estações E1 a E9 apresentaram-se dentro deste limite na maior parte do monitoramento, no entanto, o mesmo foi ultrapassado em algum momento, em todas as estações de amostragem. Estas não conformidades foram registradas, de forma geral, em períodos de maior pluviosidade acumulada 10 dias anteriores à coleta. Os valores médios de fósforo total para as estações de monitoramento são apresentados na Tabela 26. Tabela 26 Valores médios de fósforo total, observados ao longo do monitoramento, a partir de 13 observações (resultados). Ponto E1 E2 E3 E4* E5 E6 E7 E8 E9* Valores médios de Fósforo Total (mg.l -1 ) 0,07 0,10 0,06 0,10 0,07 0,07 0,08 0,09 0,07 *E4: média calculada a partir de quatro observações; *E9: média calculada a partir de nove observações. Observa-se que os valores médios apresentam-se dentro dos limites da Resolução CONAMA 357/05. No entanto, vale ressaltar que situações de concentrações fortemente elevadas foram 47

60 registradas nas estações E2 e E8. Na estação localizada na foz do ribeirão das Antas, E8, concentração de 0,45 mg.l -1 foi registrada no mês de novembro/10. Na estação a jusante de Telêmaco Borba e da Indústria Klabin Papel e Celulose, E2, concentração de 0,41 mg.l -1 foi registrada no mês de fevereiro/10, quando também outros desacordos foram observados, indicando forte comprometimento da qualidade da água (Turbidez = 102 NTU; Coliformes totais= NMP.100mL -1 ; Coliformes termotolerantes = NMP.100mL -1 ; DBO = 7,50 mg.l -1 ). Conforme pode ser observado pela Figura 21, na maioria das observações, a estaçõe E2 apresentou a maior concentração mensal medida entre as estações de amostragem. 0,50 0,45 0,40 0,35 0,30 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 Fósforo Total (mg.l -1 ) 0,00 dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 Limite máximo da Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2 Figura 21 Variações espaciais e temporais do fósforo total na região de estudo. Assim como o fósforo, o nitrogênio também é um elemento de grande relevância para o metabolismo dos ecossistemas aquáticos. Esta importância se deve principalmente à sua participação na formação de proteínas, um dos componentes básicos da biomassa. Quando presente em baixas concentrações, pode atuar como fator limitante na produção primária de um ecossistema aquático. As principais fontes naturais de nitrogênio a um corpo hídrico podem ser: chuva, material orgânico e inorgânico de origem alóctone e a fixação de nitrogênio molecular dentro do próprio ecossistema aquático (ESTEVES, 1998). Para o nitrogênio total, a Resolução CONAMA 357/05 determina valores máximos apenas quando este macronutriente for definido como fator limitante ao crescimento da comunidade fitoplanctônica. Nesta situação, para ambientes lóticos de Classe 2 o limite é de 2,18 mg.l -1 e para ambientes lênticos de 1,27 mg.l -1. Apesar deste não ser o caso do rio Tibagi e afluentes na região do 48

61 empreendimento, os valores de ambientes lóticos podem ser tomados como referência para avaliação do nitrogênio total. Através da observação dos dados apresentados na Tabela 27, observa-se que os valores médios registrados nas estações de amostragem foram relativamente baixos para a variável nitrogênio total. Tabela 27 Valores médios de nitrogênio total, observados ao longo do monitoramento, a partir de 13 observações (resultados). Ponto E1 E2 E3 E4* E5 E6 E7 E8 E9* Concentração Média de Nitrogênio Total (mg.l -1 ) 1,70 1,88 1,55 1,45 1,54 1,53 1,62 1,65 1,52 *E4: média calculada a partir de quatro observações; *E9: média calculada a partir de nove observações. No entanto, picos de nitrogênio total foram observados nas estações E1 (3,0 mg.l -1 em dezembro/09 e em abril/10), E2 (3,1 mg.l -1 em março/10), E3 (3,0 mg.l -1 em abril/10), E6 (3,9 mg.l -1 em outubro/10), E7 (3,4 mg.l -1 em janeiro/10 e 3,3 mg.l -1 em outubro/10) e especialmente na estação E8, concentração fortemente elevada, de 7,1 mg.l -1 foi registrada no mês de março/10, conforme pode ser observado na Figura 22. Nitrogênio Total (mg.l -1 ) 8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 Figura 22 Variações espaciais e temporais do nitrogênio total na região de estudo. Sendo o nitrogênio um macronutriente que pode influenciar o desenvolvimento do fitoplâncton, a continuidade de seu monitoramento é de grande relevância para o acompanhamento de possíveis alterações da qualidade da água. 49

62 A análise da relação molar N/P (nitrogênio total/fósforo total) indicou que o fósforo, na maior parte do período monitorado, foi o nutriente limitante ao desenvolvimento da comunidade fitoplanctônica no rio Tibagi e afluentes na região do empreendimento, visto que N/P > 12 (JORGENSEN; VOLLENWEIDER, 1989). Outro poluente que tem se destacado pelos valores observados na avaliação dos dados de qualidade de água na região de estudo é a concentração de fenóis totais, avaliado especialmente na estação E2, localizada a jusante de Telêmaco Borba e também da Indústria Klabin Papel e Celulose (Figura 23). 0,4 Fenóis Totais (mg.l -1 ) 0,3 0,3 0,2 0,2 0,1 0,1 0,0 dez-09 jan-10 fev-10 mar-10 abr-10 mai-10 jun-10 jul-10 ago-10 set-10 out-10 nov-10 dez-10 E2 Limite máximo da Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2 Figura 23 Variações temporais de fenóis totais na estação E2, a jusante de Telêmaco Borba e da Indústria Klabin Papel e Celulose. Os fenóis e seus derivados aparecem nas águas naturais através das descargas de efluentes industriais. Podem também ser encontrados em pequenas concentrações em águas superficiais por serem constituintes das plantas, podendo também ser formados durante os processos de humificação no solo (YABE et al., 2000). Indústrias de processamento da borracha, colas e adesivos, resinas impregnantes, componentes elétricos (plásticos) e as siderúrgicas, entre outras, são responsáveis pela presença de fenóis nas águas naturais. Os fenóis são encontrados também em efluentes de indústrias que não tem como base principal de produção o fenol ou seus derivados. Exemplos de indústrias que tem fenóis em seus efluentes são a de papel e celulose, têxtil, cerâmica, mineradoras de carvão, coquerias entre tantas outras (BARBOSA et al., 1994 citado por CESCONETTO-NETO, 2002). São 50

63 também liberados no ambiente pela degradação de pesticidas com estrutura fenólica (YABE et al., 2000). Nas águas naturais, os padrões para os compostos fenólicos são bastante restritivos. Na Resolução CONAMA 357/05, o limite estabelecido é de 0,003 mg.l -1. Nas águas tratadas, os fenóis reagem com o cloro livre formando os clorofenóis que produzem sabor e odor na água (CETESB, 2009). Nos meses de dezembro/09 e janeiro/10, todas as estações de monitoramento foram avaliadas com relação à concentração de fenóis. Este levantamento indicou que este poluente foi observado em valores que superam o limite de 0,003 mg.l -1 disposto na Resolução CONAMA 357/05 para rios de Classe 2. A partir do mês de fevereiro/10, o monitoramento desta variável foi mantido apenas para a estação E2. As concentrações variaram entre 0,01 mg.l -1 (janeiro/10 e dezembro/10) e 0,32 mg.l -1 (junho/10). Os fenóis têm sido definidos como poluentes devido à sua toxicidade e persistência à biodegradação Índice de Qualidade de Água IQA Os índices de qualidade das águas (Figura 24) indicam uma classificação para a qualidade dos corpos hídricos a partir da integração de variáveis de qualidade específicas, de acordo com os múltiplos usos desse recurso (CETESB, 2009). Durante o período monitorado, os valores de IQA variaram entre aceitável e ótima. Na estação E1, localizada a montante do município de Telêmaco Borba, os valores de IQA variaram entre 54 (dezembro/10) e 88 (agosto/10), caracterizando as águas do local como de qualidade boa e ótima. Os menores valores observados foram registrados na estação E2, localizada a jutante do município de Telêmaco Borba, em função das altas concentrações de coliformes termotolerantes ali encontradas, bem como de fósforo e nitrogênio. Nesta estação os valores do índice variaram entre 37 (fevereiro/10) e 65 (maio/10 e novembro/10), caracterizando suas águas como de qualidade aceitável a boa. Na estação E3, situada no rio Imbauzinho, os valores observados variaram entre 47 (abril/10) e 91 (agosto/10), sendo o menor valore registrado em abril/10 em função de alterações na turbidez e nos valores elevados de coliformes termotolerantes observados. 51

64 Péssima Ruim Aceit. Boa Ótima DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E A estação E4, localizada no rio Tibagi, na região do Salto Aparado, apresentou valores variando entre 51 (janeiro/10) e 72 (fevereiro/10), podendo ser consideradas de qualidade aceitável a ótima. De acordo com os valores de IQA, as águas do rio Barra Grande, na região da estação E5, foram consideradas de qualidade aceitável a ótima, com valores de IQA variando entre 50 (dezembro/10) e 86 (agosto/10). Na região a montante da barragem, onde se localiza a estação E6, os valores de IQA variaram entre 61 (dezembro/09 e janeiro/10) e 85 (junho/10). Com base na metodologia do índice, as águas em questão foram classificadas de qualidade boa a ótima. Na estação E7, localizada a jusante da casa de força, os valores de IQA variaram entre 42 (janeiro/10) e 92 (junho/10). Em janeiro/10, variáveis que influenciaram negativamente o índice foram fósforo total, turbidez, coliformes termotolerantes e DBO. Com base na metodologia do IQA, as águas da estação E7 foram classificadas como de qualidade aceitável a ótima. As águas do ribeirão das Antas apresentaram, na região da estação E8, qualidade aceitável a ótima, em função dos valores de IQA que variaram entre 37 (março/10) e 92 (maio/10). Fatores influenciadores do IQA em março/10 foram fósforo total, turbidez, coliformes termotolerantes e DBO. Em E9, estação localizada no rio Tibagi a jusante da barragem da UHE Mauá, a qualidade da água apresentou-se de boa a ótima, com valores de IQA variando entre 65 (abril/10 e novembro/10) e 83 (agosto/10). 100 IQA dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 Figura 24 Variações espaciais e temporais do Índice de Qualidade de Água (IQA) na região de estudo. 52

65 Na Figura 25 podem ser observadas as ocorrências das categorias do IQA, variando entre aceitável e ótima. 100% Porcentagem de ocorrência das categorias do IQA 80% 60% 40% 20% 0% E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 Ótima Boa Aceitável Ruim Péssima Figura 25 Ocorrência (percentual) das categorias do Índice de Qualidade de Águas - IQA Índice de Estado Trófico IET O Índice de Estado Trófico (IET) tem por finalidade classificar os corpos d água em diferentes graus de trofia (Figura 26) 80 IET - Índice de Estado Trófico Hipereutrófico Supereutrófico Eutrófico M esotrófico Oligotrófico Ultraoligotrófico dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 Figura 26 Variações espaciais e temporais do Índice de Estado Trófico (IET) na região de estudo. 53

66 Assim, o IET avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo de cianobactérias, algas e macrófitas aquáticas. O Índice de Estado Trófico foi calculado com base nos valores de Fósforo Total e Clorofila-a obtidos para as estações de monitoramento. Conforme se pode observar pela representação gráfica apresentada na Figura 27, o rio Tibagi e afluentes na região do empreendimento apresentaram característica mesotrófica na maior parte do monitoramento. Além disto, as estações E1, E2, E6, E7 e E9, todas localizadas no rio Tibagi, apresentaram-se nas categorias eutrófico, supereutrófico e hipereutrófico em algum período do monitoramento. 100% Porcentagem de ocorrência para as categorias do IET 80% 60% 40% 20% 0% E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 Ultraoligotrófico Oligotrófico Mesotrófico Eutrófico Supereutrófico Hipereutrófico Figura 27 Ocorrência (percentual) das categorias do Índice de Estado Trófico - IET Índices de Estabilidade da Água Foram utilizados três índices de estabilidade da água LSI, RSI ILR - apresentados no item para averiguar a situação referente à tendência corrosiva e incrustante das águas do rio Tibagi e afluentes na região do empreendimento UHE Mauá a partir da coleta mensal de amostras de água realizadas durante o período de dezembro/09 a dezembro/10. Os valores encontrados e apresentados no Anexo II apontaram os seguintes pontos: 54

67 Todas as amostras das nove estações apresentaram valores negativos para o LSI (Índice de Langelier), indicando tendência corrosiva, com exceção da amostra da estação E8 para o mês de novembro/10, que apresentou valor de 0,58 (tendência incrustante); Todas as amostras das nove estações apresentaram valores maiores que 9 para o RSI (Índice de Ryzsnar), o que representa características intoleravelmente corrosivas, com exceção da amostra da estação E8 para o mês de novembro/10, que apresentou valor igual a 7,63 (características fortemente corrosivas); Em relação ao ILR (Índice de Larson-Skold) apenas a amostra de março/10 da estação E2 apresentou valor maior que 0,8, o que é interpretado como corrosão significativa. Em todas as outras amostras das nove estações, os valores foram inferiores a 0,8, indicando que não há corrosão. Vale lembrar que esse índice está relacionado com a corrosão/incrustação do aço. Embora os valores de LSI e RSI indiquem tendência corrosiva, os valores estimados de sólidos totais dissolvidos (STD) estiveram dentro do permitido pela Resolução CONAMA 357/05 para o padrão de qualidade de águas doces para rios de Classe II, limitada em 500 mg.l -1. O máximo valor estimado de sólidos totais dissolvidos foi de 53,12 mgl -1, correspondente a amostra de agosto do ponto E5. As concentrações máximas de cloretos e sulfatos encontradas nas amostras analisadas foram de 4,8 mg.l -1 e 4,5 mg.l -1, respectivamente para as estações E2, no mês de março/10, e E6, em novembro/10. Esses valores estão de acordo com o estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05 (250 mg.l -1 para ambos os parâmetros). Convém destacar, caso a água do reservatório venha ser utilizada para o resfriamento das unidades geradoras, a importância de se realizar um pré-tratamento da água para evitar problemas futuros, haja vista os resultados obtidos através dos índices de estabilidade da água Monitoramento de Sedimentos Análises químicas Neste item são apresentados os resultados das análises laboratoriais realizadas nas amostras de sedimento coletadas nas estações de amostragem localizadas no rio Tibagi e afluentes nos meses de fevereiro/10 (Tabela 28), maio/10 (Tabela 29) e novembro/10 (Tabela 30). De acordo com a periodicidade descrita no PBA, a coleta de sedimentos deve ser realizada semestralmente. Devido a problemas técnicos em campo, a primeira campanha que deveria ter sido 55

68 realizada em dezembro/09 foi realocada para o mês de fevereiro/10 contando com análises de série de carbono, metais e multi-resíduos no sedimento (Tabela 28). Na análise de multiresíduos no sedimento foram avaliadas as seguintes moléculas: Acilalaninato, Anilida, Bis (arilformamidina), Cloroacetanilida, Clorociclodieno, Dicarboximida, Dinitroanilina, Fenilsulfamida, Fosforotioato de heterociclo, Organoclorados, Organofosforados, Piretróides, Pirimidinil carbinol, Tiocarbamato, Triazol, Triazina. Especificamente para as análises de nitrogênio total e fósforo total, a primeira campanha foi realizada no mês de abril/10 e a segunda em maio/10 em virtude da logística laboratorial. A segunda campanha de monitoramento de multiresíduos, série de carbono e metais também ocorreu no mês de maio/10 (Tabela 29). Cabe destacar que em abril/10, não foram realizadas análises de nitrogênio e fósforo total na estação E4 (rio Tibagi, região do Salto Aparado) em razão de sua desativação no mês de março/10. Assim, essas análises foram transferidas para a estação E9 (rio Tibagi, jusante da barragem), que em 28/04/10 apresentou concentrações de 955 mg.kg -1 para o nitrogênio total e 71 mg.kg -1 para o fósforo total (Tabela 28). Os resultados das análises de qualidade dos sedimentos, coletados nos pontos localizados na área do futuro reservatório da UHE Mauá, foram comparados com o disposto pela Resolução CONAMA 344/04. Cabe ressaltar que, no Brasil, não há resolução ou legislação que trate especificamente da qualidade de sedimento de fundo, seja de rios ou de reservatórios. Assim, os valores dispostos na Resolução CONAMA 344/04, aplicável para sedimentos dragados, foram utilizados neste relatório somente como referência comparativa. A Resolução CONAMA 344/04 utiliza para efeitos de classificação do material dragado - definido pela referida resolução como o material a ser retirado ou deslocado do leito dos corpos d'água decorrente da atividade de dragagem (desde que esse material não constitua bem mineral) - a definição de critérios de qualidade a partir de dois níveis quanto à concentração de metais: nível 1, que representa o limiar abaixo do qual se prevê baixa probabilidade de efeitos adversos à biota, e, nível 2, que representa o limiar acima do qual se prevê um provável efeito adverso à biota. Para a avaliação da concentração de macronutrientes e carbono orgânico total nas amostras de sedimento, utilizou-se como parâmetro os limites do valor alerta da Resolução 344/04, que é descrito como o valor acima do qual existe possibilidade de se causar prejuízos ao ambiente na área, que no presente estudo foi relacionada à porção do corpo hídrico de onde o material foi retirado. 56

69 A resolução supracitada adotou os mesmos critérios estabelecidos pelo Canadian Council of Ministers of the Environment (CCME, 2001) para a avaliação do grau de contaminação química do sedimento, com vistas à proteção da vida aquática, considerando as concentrações de metais, PCBs e hidrocarbonetos poliaromáticos. Destaca-se que a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental de São Paulo (CETESB) também utilizou a Resolução CONAMA 344/04 como critério de avaliação da qualidade de sedimento quando do Relatório de Qualidade das Águas Superficiais do Estado de São Paulo. Conforme pode ser observado nas tabelas a seguir, os resultados da avaliação dos metais chumbo, cobre, cromo e mercúrio indicaram valores inferiores aos limites estabelecidos para o nível 1 da Resolução CONAMA 344/04, em ambas as campanhas, indicando baixa probabilidade de efeitos adversos à biota segundo estas variáveis. Na avaliação das amostras coletadas durante a primeira e a segunda campanha, o limite de deteccção de cádmio no sedimento utilizado foi de < 1 mg.kg -1, o que não permitiu afirmar com clareza se as concentrações eram inferiores ao nível 1 (0,6 mg.kg -1 ). Deste modo, quando da avaliação das amostras concernentes à terceira campanha (novembro/10), o limite de detecação do método foi alterado para um mais preciso que permitisse fazer tal comparação. Nesta situação, as concentrações de cádmio encontradas no sedimento foram inferiores ao novo limite de detecção do método de 0,3 mg.kg -1 em todas as oito estações e, portanto, inferiores ao nível 1. Na segunda campanha, todas as estações de monitoramento apresentaram concentrações de zinco superiores à concentração limite referente ao nível 1 de 123 mg.kg -1, com concentração máxima de 270 mg.kg -1 registrada na estação E8. Na primeira (fevereiro/10) e na terceira (novembro/10) campanha, foram observados valores de zinco inferiores ao nível 1, não passando de 50 mg.kg

70 Tabela 28 Resultados da primeira campanha de monitoramento de sedimentos (fevereiro e abril/10). DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E PONTO Limites 1 Primeira Campanha E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 Data da coleta Nível 1 Nível 2 Valor Alerta 2 22/02/10 23/02/10 24/02/10 23/02/10 24/02/10 01/03/10 25/02/10 02/03/10 28/04/10 Multiresíduos ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 - Ferro (% em massa) ,35 0,34 0,86 0,42 1,56 3,15 0,87 1,33 - Alumínio (% em massa) ,65 0,16 0,23 0,23 0,65 1,55 0,18 0,51 - Cobre (mg.kg -1 ) 35, Chumbo (mg.kg -1 ) 35 91,3 - < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 - Cádmio (mg.kg -1 ) 0,6 3,5 - < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 - Zinco (mg.kg -1 ) Cromo (mg.kg -1 ) 37, Cobalto (mg.kg -1 ) < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 < 1 - Mercúrio (mg.kg -1 ) 0,17 0,49 - < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 - Carbono Orgânico Solúvel (mg.kg -1 ) ,84 643,07 159,92 235,85 237,01 267,77 319,53 349,81 - Carbono Orgânico Total (%w.w -1 ) ,00 1,00 3,76 1,39 12,84 9,57 4,80 2,42 - Carbono Inorgânico (%w.w -1 ) ,05 0,04 0,03 0,05 0,05 0,03 0,03 0,02 - Nitrogênio Total Kjeldahl (mg.kg -1 ) Fósforo (mg.kg -1 ) Limites estabelecidos pela Resolução CONAM A 344/04. 2 Valor Alerta: valor acima do qual representa possibilidade de causar prejuízo ao ambiente da área de disposição 3 Acilalaninato, Anilida, Bis (arilformamidina), Cloroacetanilida, Clorociclodieno, Dicarboximida, Dinitroanilina, Fenilsulfamida, Fosforotioato de heterociclo, Organoclorados, Organofosforados, Piretróides, Pirimidinil carbinol, Tiocarbamato, Triazol, Triazina. 4 ILQ: Inferior ao Limite de Quantificação (0,04 mg/kg) 5 Coletas realizadas de 26/04/2010 a 03/05/

71 Tabela 29 Resultados da segunda campanha de monitoramento de sedimentos (maio/10). DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Segunda Campanha PONTO Limites 1 E1 E2 E3 E5 E6 E7 E8 E9 Valor Data da coleta Nível 1 Nível 2 Alerta 2 24/05/10 24/05/10 26/05/10 26/05/10 25/05/10 27/05/10 27/05/10 25/05/10 Multiresíduos ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 Ferro (% em massa) ,36 0,35 0,48 1,00 1,35 0,88 0,96 0,22 Alumínio (% em massa) ,29 0,21 0,22 0,50 0,21 0,19 0,12 0,16 Cobre (mg.kg -1 ) 35, Chumbo (mg.kg -1 ) 35 91,3 - < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 Cádmio (mg.kg -1 ) 0,6 3,5 - < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 Zinco (mg.kg -1 ) Cromo (mg.kg -1 ) 37, Cobalto (mg.kg -1 ) < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 < 1,0 11,00 < 1,0 < 1,0 Mercúrio (mg.kg -1 ) 0,17 0,49 - < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 Carbono Orgânico Solúvel (mg.kg -1 ) ,60 147,78 156,78 286,71 339,91 336,39 202,49 119,28 Carbono Orgânico Total (%w.w -1 ) ,10 1,70 2,44 6,70 8,70 4,30 1,00 0,50 Carbono Inorgânico (%w.w -1 ) ,07 0,04 0,06 0,12 0,10 0,07 0,05 0,05 Nitrogênio Total Kjeldahl (mg.kg -1 ) Fósforo (mg.kg -1 ) Limites estabelecidos pela Resolução CONAM A 344/04. 2 Valor Alerta: valor acima do qual representa possibilidade de causar prejuízo ao ambiente da área de disposição 3 Acilalaninato, Anilida, Bis (arilformamidina), Cloroacetanilida, Clorociclodieno, Dicarboximida, Dinitroanilina, Fenilsulfamida, Fosforotioato de heterociclo, Organoclorados, Organofosforados, Piretróides, Pirimidinil carbinol, Tiocarbamato, Triazol, Triazina. 4 ILQ: Inferior ao Limite de Quantificação (0,04 mg/kg) 59

72 Tabela 30 Resultados da terceira campanha de monitoramento de sedimentos (novembro/10). DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Terceira Campanha PONTO Limites 1 E1 E2 E3 E5 E6 E7 E8 E9 Valor Data da coleta Nível 1 Nível 2 Alerta 2 17/11/10 18/11/10 18/11/10 18/11/10 17/11/10 16/11/10 16/11/10 17/11/10 Multiresíduos ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 ILQ 4 Ferro (% em massa) ,23 1,30 3,88 2,80 3,50 1,00 1,55 0,33 Alumínio (% em massa) ,05 0,40 0,80 0,80 1,80 0,46 0,22 0,07 Cobre (mg.kg -1 ) 35, < 0, Chumbo (mg.kg -1 ) 35 91,3 - < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 Cádmio (mg.kg -1 ) 0,6 3,5 - < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 Zinco (mg.kg -1 ) Cromo (mg.kg -1 ) 37, < 0, < 0,3 Cobalto (mg.kg -1 ) < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 < 0,3 Mercúrio (mg.kg -1 ) 0,17 0,49 - < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 Carbono Orgânico Solúvel (mg.kg -1 ) ,20 158,32 163,25 292,31 386,21 352,15 221,32 121,38 Carbono Orgânico Total (%w.w -1 ) ,20 2,10 3,04 7,10 9,60 5,80 1,20 0,62 Carbono Inorgânico (%w.w -1 ) ,09 0,05 0,05 0,15 0,18 0,11 0,11 0,08 Nitrogênio Total Kjeldahl (mg.kg -1 ) Fósforo (mg.kg -1 ) Limites estabelecidos pela Resolução CONAM A 344/04. 2 Valor Alerta: valor acima do qual representa possibilidade de causar prejuízo ao ambiente da área de disposição 3 Acilalaninato, Anilida, Bis (arilformamidina), Cloroacetanilida, Clorociclodieno, Dicarboximida, Dinitroanilina, Fenilsulfamida, Fosforotioato de heterociclo, Organoclorados, Organofosforados, Piretróides, Pirimidinil carbinol, Tiocarbamato, Triazol, Triazina. 4 ILQ: Inferior ao Limite de Quantificação (0,04 mg/kg) 60

73 Quanto aos valores registrados de teor de COT (carbono orgânico total) no sedimento, a estação E5 (rio Barra Grande, próximo à foz) na primeira campanha foi a única a apresentar teor acima do valor alerta de 10%w.w -1 com registro de 12,84%w.w -1. A estação E6 (rio Tibagi, eixo da futura barragem), na mesma campanha, apresentou valor próximo ao valor alerta sendo igual a 9,57%w.w -1. Na segunda campanha e na terceira, as estações E5 e E6 também apresentaram valores mais elevados, mas não superiores ao valor alerta. Nas demais estações, o teor de COT no sedimento não ultrapassou o valor de 5,80 %w.w -1 (estação E7) em todo o período monitorado. No que concerne à concentração de nitrogênio total Kjeldhal, o valor máximo registrado ocorreu na estação E3, rio Imbauzinho, sendo igual a mg.kg -1 na terceira campanha (novembro/10), mas inferior ao valor alerta de mg.kg -1 para esta variável. Os resultados da avaliação de fósforo no sedimento também indicaram concentrações inferiores ao limite de mg.kg -1, com valor máximo registrado de mg.kg -1 na estação E6, na primeira campanha. As variáveis ferro, cobalto e alumínio não possuem limites definidos nesta resolução. Os mesmos são amplamente encontrados na composição dos solos e rochas, sendo que sua presença não necessariamente indica contaminação antrópica na água ou no sedimento. Os resultados obtidos na determinação de multiresíduos (pesticidas organoclorados e organofosforados) indicaram que os mesmos estiveram abaixo do limite de quantificação do método, que é de 0,04 mg.kg Análises físicas Foram realizadas análises físicas das amostras de sedimento coletadas nas estações E2, E3, E5, E6 e E8, nos meses de maio/10 e novembro/10, visando obter a massa específica real dos grãos das amostras ensaiadas e sua composição granulométrica. Cabe destacar que não foram realizadas as análises de sedimentos das estações E1, E7 e E9, visto que estas possuem fundo lajeado Massa específica real dos grãos A massa específica real dos grãos foi determinada conforme as recomendações da norma NBR 6508/84 Massa Específica Real dos Grãos de Solo. Os resultados obtidos encontram-se na Tabela

74 Tabela 31 Massa específica real dos grãos das amostras ensaiadas Análise granulométrica DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Massa específica real dos grãos (g/cm³) Estação Maio/10 Dezembro/10 E2 2,669 2,66 E3 2,686 2,679 E5 Coleta 1 2,628 2,494 E5 Coleta 2 2,649 - E6 2,615 2,502 E8 2,649 2,684 A composição granulométrica dos sedimentos ensaiados foi determinada de acordo com a norma NBR 7181/84 Análise granulométrica com sedimentação. Os resultados obtidos encontramse na Tabela 32. Tabela 32 Análise granulométrica Maio/10 Amostra % Pedra % Pedregulho % Areia grossa % Areia média % Areia fina % Silte % Argila Classificação ABNT E5 coleta 1 0,0 0,0 0,3 1,5 15,5 50,4 32,3 Silte Argiloso Arenoso E2 2,1 0,8 0,4 36,1 48,3 5,0 7,3 Areia Argilo Siltosa E3 0,0 0,3 0,6 12,7 26,2 34,4 25,8 Areia Silto Argilosa E5 coleta 2 0,0 0,0 0,2 0,8 7,4 54,0 37,7 Silte Argiloso Arenoso E6 0,0 0,0 0,3 1,6 16,4 43,2 38,6 Silte Argiloso Arenoso E8 0,6 0,5 0,2 6,9 36,8 33,4 21,6 Areia Silto Argilosa Dezembro/10 Amostra % Pedra % Pedregulho % Areia grossa % Areia média % Areia fina % Silte % Argila Classificação ABNT E2 0,0 0,2 22,3 45,6 17,6 5,4 8,9 Areia Argilo Siltosa E3 0,0 0,0 1,4 45,5 30,7 10,3 12,1 Areia Argilo Siltosa E5 0,0 0,0 0,1 0,7 3,2 56,2 39,8 Silte Argiloso Arenoso E6 0,0 0,0 0,4 2,2 13,7 46,3 37,5 Silte Argiloso Arenoso E8 12,7 4,4 15,3 35,7 20,1 4,2 7,7 Areia Argilo Siltosa Monitoramento da Comunidade Fitoplanctônica A comunidade fitoplanctônica foi representada pelas seguintes classes de algas: Cyanophyceae, Chlorophyceae, Prasinophyceae, Chlamydophyceae, Zygnemaphyceae, Bacillariophyceae, Cryptophyceae, Chrysophyceae, Euglenophyceae, Dinophyceae, Xanthophyceae e 62

75 Craspedomonadophyceae. Um total de 262 táxons infra-genéricos foram determinados (Tabela 1) e os mais abundantes encontram-se ilustrados nas Figura 28 a Figura 30. Cyanophyceae Aphanocapsa delicatissima Aphanocapsa incerta Merismopedia sp.1 Chroococcus sp. Aphanizomenon gracile Cylindrospermopsis raciborskii Bacularia gracilis Raphidiopsis sp.1 Raphidiopsis sp.2 Ocillatoriales sp. Phormidium sp.2 Aphanizomenon sp.1 Planktolyngbia limmetica Planktothrix sp.1 Pseudoanabaena sp.1 Pseudoanabaena sp.2 cyanophyceae sp.1 cyanophyceae sp.2 cyanophyceae sp.3 cyanophyceae sp.4 Craspedomonadophyceae Chlamydophyceae cyanophyceae sp.6 Salpingoeca vaginicola Chlamydomonas sp.2 Chlamydomonas sp.4 Spermatozoopsis exsultans Figura 28 Representantes do fitoplâncton no rio Tibagi e afluentes, na região do empreendimento UHE Mauá. 63

76 Cryptophyceae Xanthophyceae Cryptomonas brasiliensis Chlorophyceae Cryptomonas sp.2 Rhodomonas lacustris Tetraëdriella jovetii Xanthophyceae sp. Dyctiosphaerium pulchellum Dyctiosphaerium sp. Oocystis lacustris Crucigeniella crucifera Tetrastrum triangulare Ankistrodesmus gracilis Monoraphidium contortum Monoraphidium arcuatum Monoraphidium minutum Geminella pulchra Eutetramorus fottii Coelastrum reticulatum Scenedesmus acuminatus Euglenophyceae Scenedesmus sp.46 Desmodesmus sp.44 Dinophyceae Desmodesmus sp.17 Desmodesmus pseudohelveticus Euglena sp.1 Trachelomonas sp.2 Peridinium sp.1 Figura 29 Representantes do fitoplâncton no rio Tibagi e afluentes, na região do empreendimento UHE Mauá. 64

77 Figura 30 Representantes do fitoplâncton no rio Tibagi e afluentes, na região do empreendimento UHE Mauá. As classes que apresentaram maior riqueza foram Chlorophyceae (35%) e Bacillariophyceae (25%), totalizando cerca de 60% dos táxons identificados. Cianobactérias (11%), crisofíceas (8%) e desmídias (8%) também foram bem representadas em sua composição florística (Figura 31 e Figura 32). A título de comparação com os resultados encontrados, consultou-se o trabalho de Bittencourt- Oliveira (2002). O referido trabalho está relacionado à comunidade fitoplanctônica do rio Tibagi com base em amostras coletadas em duas estações de amostragem (próximo à Telêmaco Borba e à Sapopema) nos anos de 1990 e Nesta publicação foram registrados 202 táxons de microalgas em amostras coletadas com rede, sendo a comunidade caracterizada pelo prodomínio das euglenofíceas e clorofíceas. 65

78 Segundo Round (1979), diatomáceas e clorofíceas cocóides tendem a ser as algas mais comuns em ambientes riverinos, cuja turbulência e turbidez das águas podem tornar-se fatores limitantes para outros grupos de algas. Esta predominância qualitativa foi evidenciada na totalidade das estações monitoradas (Figura 32). Bittencourt-Oliveira (2002), analisando amostras do rio Tibagi encontrou predominância de 48,5% de Zygnemaphyceae, 25% de Bacillariophyceae e 10% de Chlorophyceae. Figura 31 Riqueza percentual de táxons por classes na região estudada. 32). Esta predominância qualitativa foi evidenciada na totalidade das estações monitoradas (Figura Chlorophyceae Bacillariophyceae Cyanobacteria Chrysophyceae Zygnemaphyceae Euglenophyceae Chlamydophyceae Cryptophyceae Prasinophyceae Dinophyceae Xanthophyceae Craspedomonadophyceae 0 E1 E2 E4 E6 E7 E9 E3 E5 E8 Figura 32 Riqueza de táxons por classes em cada estação de coleta analisada. 66

79 Tabela 33 Listagem dos táxons identificados na região do empreendimento da UHE Mauá. Táxons CYANOPHYCEAE CHLOROPHYCEAE (cont.) CHLOROPHYCEAE (cont.) Aphanocapsa delicatissima Desmodesmus granulatus Monoraphidium circinale Aphanocapsa incerta Desmodesmus intermedius Monoraphidium contortum Aphanocapsa sp.2 Desmodesmus lefevrei Monoraphidium minutum Aphanizomenon gracile D. opoliensis var. mononensis Monoraphidium nanum Bacularia gracilis D. pseudodenticulatus Monoraphidium sp.3 Chroococcus sp. D. pseudohelveticus Nephrochlamys subsolitaria Cyanogranis ferruginea Desmodesmus quadricauda Nephrochlamys willeana Cylindrospermopsis raciborskii Desmodesmus serratus Nephrochlamys sp.2 Komvophoron sp.1 Desmodesmus sp.1 Nephrocytium sp.1 Komvophoron sp.3 Desmodesmus sp.8 Oocystis lacustris Merismopedia sp.1 Desmodesmus sp.17 Oocystis naegelii Phormidium sp.1 Desmodesmus sp.20 Oocystis sp. Phormidium sp.2 Desmodesmus sp.25 Pediastrum duplex Planktolyngbya limnetica Desmodesmus sp.29 Polyedriopis spinilosa Planktothrix sp.1 Desmodesmus sp.32 Quadriococcus sp. Pseudoanabaena sp.1 Desmodesmus sp.33 Scenedesmus acuminatus Pseudoanabaena sp.2 Desmodesmus sp.34 Scenedesmus dimorphus Raphidiopsis sp.1 Desmodesmus sp.38 Scenedesmus disciformis Raphidiopsis sp.2 Desmodesmus sp.42 Scenedesmus verrucosus Synechococcus sp. Desmodesmus sp.44 Scenedesmus sp.2 cyanophyceae sp.1 Dichotomococcus curvatus Scenedesmus sp.24 cyanophyceae sp.2 Dimorphococcus lunatus Scenedesmus sp.31 cyanophyceae sp.3 Dyctiosphaerium pulchellum Scenedesmus sp.46 cyanophyceae sp.4 D. ehrenbergianum Schroederia sp. Cyanophyceae sp.6 Dyctiosphaerium sp. Selenastrum gracile cyanophyceae sp.7 Dydimocystis sp. Sphaerocystis sp. Cyanophyceae sp.10 Elakatothrix sp.1 Tetrastrum staurogeniaeforme cyanophyceae sp.12 Eutetramorus fottii Tetrastrum triangulare Ocillatoriales sp. Eutetramorus sp. Treubaria triappendiculata CHLOROPHYCEAE Franceia javanica Chlorophyceae sp.6 Acanthosphaera sp. Franceia sp.1 Chlorophyceae sp.8 Ankyra sp. Franceia sp.2 Chlorophyceae sp.10 Ankistrodesmus fusiformis Geminella mutabilis PRASINOPHYCEAE Binuclearia sp. Geminella pulchra Nephroselmis sp. Botryococcus sp. Golenkinia sp. Pedinomonas sp. Chlorella sp. Golenkiniopsis sp. Tetraselmis sp.1 Chlorotetraedron incus Hyaloraphidium sp. CHLAMYDOPHYCEAE Closteriopsis sp. Keratococcus sp. Carteria sp.1 Coelastrum astroideum Kirchneriella aperta Chlamydomonas sp.1 Coelastrum reticulatum Kirchneriella obesa Chlamydomonas sp.2 Crucigenia tetrapedia Kirchneriella roselata Chlamydomonas sp.3 Crucigeniella crucifera Kirchneriella sp.1 Chlamydomonas sp.4 Crucigeniella sp. Micractinium bornhemiense Chlamydomonas sp.6 Desmodesmus bicaudatus Micractinium pusillum Pyrobotrys sp. Desmodesmus brevispina Monoraphidium arcuatum Spermatozoopsis exsultans 67

80 Tabela 33 (cont.) Listagem dos táxons identificados na região do empreendimento da UHE Mauá. Táxons CHLAMYDOPHYCEAE (cont.) BACILLARIOPHYCEAE (cont.) EUGLENOPHYCEAE chlamydophyceae sp.2 F. capucina var. fragilarioides Euglena sp.1 ZYGNEMAPHYCEAE Fragilaria sp.1 Euglena sp.2 Actinotaenium perminutum Fragilaria longifusiformis Phacus suecicus Actinotaenium sp. Geissleria aikenensis Phacus sp.1 Closterium gracile Geissleria lateropunctata Strombomonas sp.2 Closterium sp.1 Gomphonema gracile Strombomonas sp.3 Closterium sp.2 Gomphonema lagenula Strombomonas sp.4 Closterium sp.3 Gomphonema parvulum Trachelomonas sp.1 Cosmarium sp.1 Gomphonema sp.2 Trachelomonas sp.2 Cosmarium sp.2 Gyrosigma scalproides Trachelomonas sp.3 Cosmarium sp.6 Melosira varians Trachelomonas sp.4 Staurodesmus triangularis Navicula cryptocephala Trachelomonas sp.6 Staurodesmus sp.1 Navicula cryptotenella Euglenophyceae sp.4 Staurodesmus sp.4 Navicula rostellata DINOPHYCEAE Staurastrum cristatum Navicula schroeterii Peridinium sp.1 Staurastrum leptocladum Navicula sp.1 CHRYSOPHYCEAE Staurastrum sp.1 Nitzschia acicularis Chromulina aff. Gyrans Staurastrum sp.8 Nitzschia brevissima Chrysamoeba sp. Staurastrum sp.10 Nitzschia clausii Chrysococcus sp. Staurastrum sp.12 Nitzschia gracilis Dinobryon divergens Teilingia granulata Nitzschia linearis Dinobryon sp.2 XANTHOPHYCEAE Nitzschia palea Dinobryon sp.3 Tetraëdriella jovetii Nitzschia sp.1 Dinobryon sp.4 Tetraëdriella sp.2 Nitzschia sp.2 Dinobryon sp.5 Xanthophyceae sp. Nupela praecipua Kephyrion sp.1 BACILLARIOPHYCEAE Planothidium dubium Kephyrion sp.2 Achnanthidium minutissimum Planothidium lanceolatum Kephyrion sp.3 Adlafia drouetiana Rhizosolenia eriensis var. pusilla Mallomonas akrokomos Asterionella formosa Sellaphora seminulum Mallomonas sp.1 Aulacoseira ambigua Staurosirella sp. Mallomonas sp.2 A. ambigua var. ambigua f. spiralis Surirella angusta Mallomonas sp.3 Aulacoseira granulata Surirella tenuissima Mallomonas sp.4 A. granulata var. angustissima Synedra goulardii Mallomonas sp.5 Aulacoseira pusilla Ulnaria acus Mallomonas sp.6 Aulacoseira tenella Ulnaria ulna Mallomonas sp.7 Aulacoseira sp.2 Urosolenia eriensis Ochromonas sp.1 Aulacoseira sp.3 vista pleural 2 Navicula sp. Synura uvella Cocconeis placentula var. lineata vista pleural 3 Eunotia sp.1 Synura sp.2 Cyclotella meneghniana vista pleural 4 Encyonema CRASPEDOMONADOPHYCEAE Diadesmis contenta vista pleural 5 Eunotia sp.2 Salpingoeca vaginicola Diploneis sp. Vista pleural 6 Gomphonema Salpingoeca sp. Discostella stelligera vista pleural 7 Pinnularia Encyonema minutum vista pleural 8 Nitzschia Encyonema perpusilum CRYPTOPHYCEAE Encyonema silesiacum Cryptomonas brasiliensis Eolimna minima Cryptomonas sp.2 Fragilaria crotonensis Rhodomonas lacustris Fragilaria capucina var. gracilis Rhodomonas minuta 68

81 Além do inventário das algas fitoplanctônicas de corpos d água da região de abrangência do empreendimento da UHE Mauá, realizaram-se estudos quantitativos e estimativa da clorofila-a. Quando se consideraram as densidades celulares, as espécies do grupo das cianobactérias foram proporcionalmente mais numerosos de dezembro/09 a maio/09, perfazendo de 48,8% a 90,5% do total de células contadas (Figura 33). Esta alteração de predominância em relação aos estudos qualitativos deveu-se às formas de vida coloniais ou filamentosas das espécies de cianobactérias encontradas em maior quantidade, cuja contagem de cada organismo resulta em dezenas de células. Já os fitoflagelados, diatomáceas e até clorofíceas cocóides possuem organismos unicelulares ou coloniais, com poucas células. Portanto, a contribuição das cianobactérias pode ser bastante representativa na densidade celular final fitoplanctônica, mesmo quando o número de indivíduos deste grupo não foi tão expressivo. Nos meses seguintes, com o estabelecimento de temperaturas mais frias, Bacillariophyceae, fitoflagelados e clorococales cocóides coloniais predominaram a partir de junho/10, quando as cianobactérias passaram a ficar mais raras (Figura 33). Segundo Chorus & Bartram (1999), as cianobactérias apresentam taxas de crescimento mais altas em temperaturas acima de 25 o C, sendo favorecidas em estações mais quentes do ano (verão e outono). Cianobactérias potencialmente tóxicas foram constatadas, mas em baixas densidades celulares, consideradas constituintes habituais da microflora local: Raphidiopsis, Planktothrix, Aphanizomenon, Planktolyngbya sp. Entretanto, é preocupante o registro de maiores quantidades de células de Cylindrospermopsis raciborskii, espécie potencial produtora de toxina comum na formação de florações em reservatórios brasileiros, entre os meses de fevereiro/10 e maio/10, além de dezembro/10. 69

82 Figura 33 Contribuição percentual temporal da densidade celular média mensal das principais classes de algas no período entre dezembro/09 e dezembro/10. As análises quantitativas do fitoplâncton e da clorofila-a apresentaram elevada correlação (r = 0,99). Os valores médios foram relativamente baixos, comparados às densidades de ambientes aquáticos lênticos, e estão de acordo com o esperado para ambientes reófilos, onde as algas encontram maior dificuldade de sobrevivência pela turbulência e turbidez das águas. Juntamente com a temperatura da água, a privação de luminosidade e a velocidade de corrente das águas são os principais responsáveis pela dinâmica sazonal do fitoplâncton em rios (PETTS & CALOW, 1996). Entretanto, a maior abundância de cianobactérias e clorofíceas cocóides coloniais reflete a maior disponibilidade de nutrientes de um ambiente mesotrófico, ou seja, reflete certo grau de degradação na qualidade da água. As densidades celulares médias do fitoplâncton apresentaram-se mais baixas em julho/10 e mais elevadas em setembro/10 (Figura 34) Densidade celular média (cél.ml -1 ) dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 Figura 34 Variação temporal das densidades celulares médias mensais do fitoplâncton entre dezembro/09 e dezembro/10. 70

83 Analisando as densidades celulares e as concentrações de clorofila-a nas diferentes estações de coleta (Figura 35 e Figura 36), observou-se que valores superiores foram registrados naquelas localizadas no rio Tibagi (E1, E2, E6, E7, E9), destacando-se E9, onde a menor velocidade de corrente possibilitou o estabelecimento de maiores concentrações do fitoplâncton. A maioria dos demais valores estiveram abaixo de cél.ml -1 e de 2 µg.l -1 A concentração de algas planctônicas nas estações localizadas nos outros rios foram inferiores às do rio Tibagi. Figura 35 Densidades celulares (valores mínimos e máximos, mediana e quartis) nas diferentes estações de coleta no período entre dezembro/09 e dezembro/10. Figura 36 Clorofila-a (valores mínimos e máximos, mediana e quartis) nas diferentes estações de coleta no período entre dezembro/09 e dezembro/10. Dois eventos registrados durante o monitoramento da fase rio do empreendimento da UHE Mauá devem ser destacados, pois demonstram certa degradação da qualidade das águas dos rios amostrados: 71

84 a) as elevadas densidades de Asterionella formosa (Bacillariophyceae) em setembro/10, b) a presença da cianobactéria potencialmente tóxica Cylindrospermopsis raciborskii principalmente no rio Tibagi. Estas espécies são freqüentes formadoras de florações em ambientes lênticos e, possivelmente serão encontradas no reservatório a ser formado em densidades mais elevadas Considerações sobre Asterionella formosa Registraram-se elevadas biomassas (acima de cél.ml -1 ), em setembro/10, ao longo das estações amostradas no rio Tibagi (Figura 34, Figura 35 e Figura 36). Na estação E9, as densidades configuraram floração (acima de cél.ml -1 ), conforme observado na Figura 37. Figura 37 Variação das elevadas densidades celulares da diatomácea Asterionella formosa em setembro/10, nas diferentes estações de coleta. Floração detectada na estação E9. Asterionella formosa é uma diatomácea planctônica que vive em forma de colônias estreladas e possuem uma das menores taxas de sedimentação entre as algas deste grupo (Figura 30). É uma espécie comum, de ampla distribuição geográfica pelo mundo, característica de lagos e reservatórios ricos em nutrientes e degradados por eutrofização antropogênica. Formam elevadas biomassas, geralmente na primavera, em ambientes lênticos de vários países. A população de A. formosa pode crescer rapidamente e resultar em depleção de nutrientes (nitrato, fosfato e silicato) no ambiente, e o declínio das populações desta diatomácea ocorre pela falta principalmente de fonte de sílica (KRIVTSOV, 2000; DORGELO et al., 1981). No Brasil, Beyruth & Pereira (2002) constataram uma 72

85 floração de Asterionella formosa em reservatório para abastecimento público de São Paulo e atribuíram o forte odor de BHC (hexacloreto de benzeno) na água tratada à diatomácea. Asterionella produz forte odor de gerânio e de peixe à água, quando em elevadas densidades. Também, interferem na floculação e na obstrução de filtros durante os processos de tratamento de água para distribuição pública (PALMER, 1980; BRANCO, 1986) Considerações sobre Cylindrospermopsis raciborskii Cylindrospermopsis raciborskii, cianobactéria potencial produtoras de toxinas, foi detectada nas amostras coletadas em fevereiro/10, março/10, abril/10, maio/10 e dezembro/10 (Figura 38). Figura 38 Ocorrência de Cylindrospermopsis raciborskii nas estações da coleta de dezembro/09 a dezembro/10. Cylindrospermopsis raciborskii é uma espécie potencialmente tóxica freqüente em sistemas límnicos brasileiros eutrofizados. Várias cepas produtoras de saxitoxinas e neosaxitoxinas já foram identificadas no país. Estas neurotoxinas estão entre as mais potentes já analisadas (SANT ANNA et al., 2008; CALIJURI et al., 2006; BOUVY et al., 2000). A ocorrência de florações de Cylindrospermopsis raciborskii tem sido constantemente relatada em águas superficiais para abastecimento público, caracterizando sérios problemas às estações de tratamento, riscos à saúde e comprometimento da qualidade da água (FUNASA, 2003; TUCCI & SANT ANNA, 2003). Segundo Beyruth & Pereira (2002), Cylindropermopsis raciborskii foi associada à mortandade de peixes em vários reservatórios paulistas. Sua permanência nos ambientes está associada às eficazes estratégias de sobrevivência que possuem 73

86 e alta capacidade de adaptação. Estes organismos conseguem migrar na coluna d água, buscando as melhores condições de vida, estocando boa quantidade de fósforo em suas células. Desenvolvem-se bem sob baixa luminosidade e temperaturas mais elevadas. São impalatáveis ao zooplâncton, não sendo sensíveis à herbivoria, podendo inclusive oferecer certa toxicidade a esta biocenose. Os tricomas finos e alongados não promovem sombreamento como outras cianobactérias (Microcystis spp), permitindo a coexistência de outras espécies (TUCCI & SANT ANNA, 2003). Há grande probabilidade de ocorrerem problemas de superpopulação de Cylindrospermopsis raciborskii no reservatório da UHE Mauá, pois com a diminuição da velocidade das águas do rio, após instalação da barragem, acredita-se que haverá maior concentração de nutrientes e consequente eutrofização do sistema, condições ideais para ocorrência de florações. Salienta-se que, na bacia do Tibagi, Cylindrospermopsis raciborskii tem sido registrada em elevadas concentrações nos reservatórios de UHEs instaladas no rio Pitangui (UHE São Jorge e UHE Pitangui). O conhecimento das condições que favorecem o desenvolvimento desta espécie, potencialmente neurotóxica e fortemente competitiva, dará suporte às decisões de manejo no caso de florações de Cylindrospermopsis. Silva et al. (2005) realizaram trabalho no rio Tocantins, com registro de Cylindrospermopsis raciborskii e atribuíram a presença desta espécie de cianobactérias num ambiente lótico à existência de reservatórios a montante das estações de coleta, pois não é comum a ocorrência desta cianobactéria em ambientes lóticos. Entretanto, a espécie que vinha sendo detectada em sistemas lênticos pode ser encontrada em ambientes lóticos também, ou pela baixa vazão do rio, ou originada de açudes próximos e reservatórios a montante Monitoramento da Comunidade Zooplanctônica Os componentes do zooplâncton, apesar de ser uma comunidade morfológica, funcional e filogeneticamente diversa, têm em comum a função precípua de transferir grande parte da energia para níveis tróficos superiores em ambientes aquáticos continentais. Engloba um grupo diversificado de proto e metazoários de grande amplitude de tamanho de corpo, de poucos micrômetros até alguns milímetros, o que contribui para a diversidade estrutural do ambiente e implica em uma grande quantidade de hábitos que são importantes para seu funcionamento (BOZELLI & HUSZAR, 2003). 74

87 Estudos sobre a composição e abundância do zooplâncton em ecossistemas aquáticos continentais, constituem um poderoso instrumento para avaliar modificações causadas nos ecossistemas aquáticos por atividades impactantes como introdução de espécies exóticas, assoreamento e contaminação por esgotos domésticos e industriais, entre outras. Estes invertebrados se destacam pela sua riqueza de espécies e importância ecológica, pois participam ativamente no metabolismo dos ecossistemas aquáticos, como ciclagem de nutrientes e manutenção das cadeias tróficas (são um elo fundamental entre a cadeia de produtores e os níveis alimentares (BARBOSA et al., 2006). Um dos aspectos mais evidentes é a carência de estudos sobre estes organismos em ecossistemas fluviais. Apesar de possuir grandes bacias hidrográficas, o Brasil não tem ainda um conhecimento adequado de seu potamoplâncton. Segundo Bozelli & Huszar (2003) possivelmente esta pobreza de estudos em rios é resultado de um misto de razões históricas relativas à origem da Limnologia, de dificuldades metodológicas e da plácida aceitação de que o plâncton não exerce papel relevante em águas correntes. Em ecossistemas lóticos, o zooplâncton apresenta um número reduzido de táxons e baixa biomassa, com a predominância de formas de tamanho pequeno, como protozoários, rotíferos, cladóceros pertencentes à família Chydoridae e larvas e juvenis de copépodes (PAGGI & JOSE DE PAGGI, 1990). Nesses ecossistemas, os fatores que interferem na composição e abundância deste grupo de invertebrados aquáticos, geralmente incidem em duas categorias: (i) fatores que afetam a deriva desses organismos de áreas de remansos, canais laterais, lagoas marginais e represas onde se desenvolvem grandes populações; e (ii) fatores que afetam a sua reprodução e o seu crescimento como, por exemplo, a alta carga de sedimento transportada pelo rio pode inibir a produção fitoplanctônica e reduzir a disponibilidade de recursos para o zooplâncton (WINNER, 1975). No período monitorado foram coletadas 104 amostras, nas quais foi registrado um total de 135 táxons zooplanctônicos. Os rotíferos dominaram numericamente nas amostras, seguidos pelas tecamebas e microcrustáceos. A inclusão das tecamebas nas análises quali-quantitativas se deve a freqüência e abundância desses organismos nas amostras do zooplâncton. Entre os microcrustáceos os cladóceros registraram o maior número de táxons e os náuplios e copepoditos de copépodes as maiores densidades. As amebas testáceas contribuíram com 43 táxons distribuídos em sete Famílias. Estes organismos estão presentes em uma grande variedade de habitats úmidos e de água doce. Algumas 75

88 vivem em lençóis freáticos e poucas ocorrem em ambientes salobros ou marinhos (OGDEN & HEDLEY, 1980). Aproximadamente 80% das espécies vivem associadas à vegetação marginal e ao fundo dos corpos de água, embora sejam comumente encontradas no plâncton de ambientes oligotróficos a eutróficos, sendo o restante distribuído em ambientes com disponibilidade hídrica variável tais como na película de água que cobre partículas de solos, folhas de musgos e turfeiras (HYNES, 1972 e WETZEL, 1993). A presença de tecamebas nas amostras de plâncton de rios deve-se ao processo de ressuspensão desses organismos de seus hábitats característicos (sedimento e a vegetação marginal) para a coluna de água, a partir da elevada velocidade de corrente desses ambientes. Segundo Lansac-Tôha et al. (2000) protozoários têm sido estudados em diferentes hábitats aquáticos do Brasil (sedimentos, fauna associada à vegetação aquática, plâncton e em Sphagnum de turfeiras). A despeito de serem freqüentes e muitas vezes dominantes nas amostras do plâncton de rios, as tecamebas têm sido negligenciadas em muitos trabalhos (ROLLA et al., 1992; LANSAC-TÔHA et al., 2004). As Famílias mais representativas foram Difflugidae (18 táxons), Centropyxidae (10 táxons) e Arcellidae (8 táxons) (Figura 39 e Tabela 34). Centropyxis aculeata, C. ecornis, C. discoides, Arcella discoides, A. vullgaris, Difflugia oblonga e Lesquereusia spiralis foram os táxons mais freqüentes nas amostras. Estas famílias têm sido destacadas pela alta diversidade em outros estudos de plâncton de água doce (GREEN, 1975; LANSAC-TÔHA et al., 2008). Tabela 34 Lista de táxons e freqüência de Tecameba registradas nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá. TECAMEBA Arcellidae TÁXONS Freq. % Arcella conica 44 A. costata 32 A. dentata 26 A. discoides 80 A. gibbosa 25 A. hemisphaerica 1 A. vulgaris 73 Arcella sp. 7 Centropyxidae Centropyxis aculeata 100 C. aerophilica 40 76

89 Tabela 34 Lista de táxons e freqüência de Tecameba registradas nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá. TÁXONS Freq. % C. cassis 32 C. cf. constricta 14 C. ecornis 70 C. discoides 88 C. hirsuta 57 C. marsupiformes 38 C. platistoma 71 Centropyxis sp. 38 Difflugidae Difflugia acuminata 23 D. cf. avellana 29 D. capreolata 3 D. corona 38 D. curvicaulis 38 D. echinulata 6 D. elegans 42 D. gramen 59 D. cf. globulosa 1 D. lanceolata 6 D. lithophila 7 D. lobostoma 34 D. oblonga 68 D. urceolata 7 Difflugia sp. 19 Curcubitella sp. 1 Pontigulasia compressa 27 Pontigulasia sp Hyalospheniidae Nebella sp.1 25 Lesquereusia modesta 22 L. spiralis 71 Plagiopyxidae Plagiopyxis sp. 27 Trigonopyxidae Cyclopyxis cf. eurystoma 1 C. impressa 10 C. kahli 27 Cyclopyxis sp

90 Figura 39 Número de táxons de Tecameba identificadas no rio Tibagi e afluentes, região da UHE Mauá. Os dados obtidos para a riqueza de táxons de tecamebas mostraram que o ponto E4 apesar de ter sido amostrada durante cinco meses (dezembro/09 a abril/10), registrou a maior riqueza de táxons seguido do ponto E8. A menor riqueza ocorreu no ponto 5 (Figura 40). S (Riqueza) Tecameba Média ±SE Min-Max Pontos Figura 40 Variabilidade espacial da riqueza de táxons de tecamebas. A variabilidade temporal da riqueza de tecamebas foi influenciada pelas diferenças de pluviosidade, ou seja, os maiores valores médios foram constatados no período chuvoso com maiores médias e máximas nos meses de fevereiro e abril/10, e as menores nos mês de janeiro, junho e agosto/10 (Figura 41). 78

91 S (Riqueza) Tecameba Média ±SE Min-Max dez jan f ev mar abr mai jun jul ago set out nov dez1 Mês Figura 41 Variabilidade temporal da riqueza de táxons de tecamebas. Os valores médios para as abundâncias das tecamebas nos pontos de amostragens apresentaram um padrão mais homogêneo, exceto para os pontos E4 e E9 onde foram registrados os maiores e menores valores, respectivamente (Figura 42) Tecameba 9000 Média ±SE Min-Max Abundância (Org./m 3 ) Pontos Figura 42 Variabilidade espacial das abundâncias de tecamebas. O aumento da vazão dos rios foi importante para o aumento das abundâncias de tecamebas, sendo os maiores valores médios verificados no período chuvoso (Figura 43); fato esse associado, provavelmente, mais uma vez, à ressuspensão e ao arraste dos organismos do sedimento e da região marginal para a região pelágica. A Família Centropyxidae foi a mais abundante com dominância de C. aculeta. O sucesso do gênero Centropyxis, presente entre as espécies dominantes e constantes (C. 79

92 aculeata e C. discoides), se deve a seu caráter oportunista, tolerante a condições ambientais adversas, como temperaturas baixas e pouca disponibilidade de nutrientes (COLLINS et al., 1990) Tecameba Média ±SE Min-Max 8000 Abundância (Org./m 3 ) dez jan f ev mar abr mai jun jul ago set out dez1 nov Mês Figura 43 Variabilidade temporal das abundâncias de tecamebas. Os protozoários de água doce podem contribuir significativamente para a produtividade dos ecossistemas aquáticos, desempenhando um importante papel na transferência de energia junto aos primeiros níveis tróficos e na ciclagem de nutrientes (ARNDT, 1993). Todavia, a consideração dos protozoários no zooplâncton não é recomendada por alguns autores (PACE & ORCUTT, 1981), principalmente devido à metodologia de coleta (tamanho da abertura de malha da rede e fixação) diferenciada da utilizada para obtenção de rotíferos, cladóceros e copépodes. A maior riqueza de táxons foi registrada para os rotíferos (72 táxons), que foram representados por 19 famílias. Para Brachionidae foram identificados 16 táxons, seguido de Lecanidae com 15 táxons e Trichocercidae com nove táxons, sendo estas famílias as mais representativas para este grupo no período estudado (Figura 44 e Tabela 35). 80

93 Figura 44 Número de táxons de Rotifera identificados na área de influência da UHE de Mauá. Os táxons Monogononta mais freqüentes nas amostras foram Kellicottia bostoniensis, Keratella cochlearis, Lecane bulla e L. lunaris. A Ordem Bdelloeidea registrou 100 % de freqüência nas amostras, porém como comentado no item , estes organismos foram apenas quantificados devido a dificuldades encontradas na identificação das espécies, que só é possível quando o animal está vivo. A maioria dos táxons de rotíferos identificados neste trabalho são freqüentemente registrados em amostras de plâncton de rios (PAGGI & JOSE DE PAGGI, 1990; SERAFIM-JUNIOR et al., 2010) (Tabela 35). A maioria dos táxons tem ampla distribuição (cosmopolitas), mas alguns são considerados endêmicos para a região Neotropical, como Hexarthra intermedia braziliensis. Tabela 35 Lista de táxons e freqüência de Rotifera registrados nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá. ROTIFERA Collothecidae TÁXONS Freq. % Collotheca sp. 14 Fililiidae Filinia longiseta (Ehrenberg, 1834) 18 Floscularidae Ptygura sp. 3 Hexarthridae Hexarthra intermedia braziliensis (Hauer 1953) 5 Testudinellidae T. patina (Hermann, 1783) 4 Asplanchnidae Asplanchna (A.) sieboldi (Leydig, 1854) 1 81

94 Tabela 35 (Cont.) Lista de táxons e freqüência de Rotifera registrados nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá. Brachionidae TÁXONS Freq. % Anuraeopsis naviculata Rousselet, Brachionus angularis Gosse, B. cf. bidentata Anderson, B. calyciflorus Pallas, B. dolabratus Harring, B. caudatus f. personatus Ahlstrom, B. falcatus Zacharias, B. mirus reductus (Koste, 1972) 13 Brachionus sp. 1 Keratella americana Carlin, K. cochlearis Gosse, K. lenzi (Hauer, 1953) 21 K. tropica (Apstein, 1907) 20 Kellicottia bostoniensis (Rousselet, XXX) 69 Platyias quadricornis (Ehrenberg, 1832) 17 P. patulus patulus (O. F. Müller, 1786) 8 Colurellidae L. ovalis (O. F. Müller, 1786) 10 L. patella (O. F. Müller, 1786) 9 Dicranophoridae Aspelta cf. angusta Harring & Myers, Encentrum sp. 4 Epiphanidae Epiphanes clavulata (Ehrenberg, 1832) 2 Euchlanidae Dipleuchlanis propatula propatula (Gosse, 1886) 1 Euchlanis dilatata Ehrenberg, E. meneta Myers, Euchlanis sp. 3 Manfredium eudactylota (Gosse, 1886) 1 Gatropodidae A. saltans Bartsch, Gastropus hyptopus Ehrenberg, Lecanidae Lecane bulla (Gosse, 1851) 62 L. cornuta (O.F. Müller, 1786) 14 L. closterocerca (Schmarda, 1859) 1 L. hamata (Stokes, 1896) 14 L. hornemanni (Ehrenberg, 1834) 1 82

95 Tabela 35 (Cont.) Lista de táxons e freqüência de Rotifera registrados nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá. TÁXONS Freq. % L. leontina (Turner, 1892) 5 L. luna (O. F. Müller, 1776) 11 L. lunaris lunaris (Ehrenberg, 1832) 54 L. ludwigii f. ludwigii (Eckstein, 1883) 5 L. quadridentata (Ehrenberg, 1832) 6 L. signifera (Jennings, 1896) 1 L. stichaea Harring, L. stenroosi (Meissner, 1908) 3 Lecane sp.1 13 Lecane sp.2 10 Mytilinidae Mytilina ventralis (Ehrenberg, 1832) 10 Mytilina bisulcata (Lucks, 1912) 1 Notommatidae Cephalodella gibba (Ehrenberg, 1838) 18 Cephalodella sp. 18 Monommata sp. 3 Notommata sp. 30 Proalidae Proales sp. 9 Synchaetidae Ploesoma truncata (Levander, 1894) 3 Polyarthra dolichoptera Idelson, P.vulgaris Carlin, Sychaeta longipes Gosse, Trichocercidae Trichocerca similis grandis (Hauer, 1965) 4 T. capucina Wierzejski & Zacharias, T. cylindrica chattoni De Beauchamp, T. cf. fusiformes (Levander, 1894) 2 T. insignis (Herrick, 1885) 3 T. pusilla (Lauterborn, 1898) 1 T. lomgiseta (Schrank, 1802) 4 T. scipio Pejler, Trichocerca sp. 7 Trichotriidae Macrochaetus sericus (Thorpe, 1893) 4 Trichotria tetractis (Ehrenberg, 1830) 25 Bdelloidea

96 Vários estudos apontam os rotíferos como o grupo que apresenta o maior número de táxons no zooplâncton (AOYAGUI & BONECKER, 2004; SERAFIM-JUNIOR, 2005; 2010). O maior número de táxons registrados para os rotíferos em relação aos demais grupos é um padrão para a maioria dos ecossistemas aquáticos continentais (NOGRADY et al., 1993). Quanto às principais famílias registradas para os rotíferos, Barchionidae, Lecanidae e Trichocercidae, são consideradas como as mais representativas para a região neotropical (LANSAC-TÔHA, 2009; SERAFIM-JUNIOR, 2010). A maior riqueza de táxons de rotíferos foi registrada nos pontos E4 e E5 e a menor no ponto E9. Como observado para as tecamebas o ponto E4 também foi representativo para os rotíferos em termos de riqueza. Os valores máximos ocorreram no ponto E5 e o mínimo no ponto E8 (Figura 45). S (Riqueza) Rotif era Média ±SE Min-Max Pontos Figura 45 Variabilidade espacial da riqueza de táxons de rotíferos. Considerando que os rios não são favoráveis para o estabelecimento de grandes populações planctônicas, a conectividade entre os canais laterais, pequenas lagoas marginais e áreas de remansos, desempenha um papel importante para o incremento da riqueza de rotíferos nos rios (BONECKER & LANSAC-TÔHA, 1996, SERAFIM-JUNIOR, 2002). Os valores médios obtidos nesse estudo são similares aos registrados por Lansac-Tôha et al. (2004) para a planície de inundação do alto rio Paraná. O padrão de variação temporal da riqueza de rotíferos foi influenciado pela pluviosidade, assim como verificado para as tecamebas. As maiores médias nos meses de março/10 e abril/10 e a menor no mês de junho/10. O valor máximo para este atributo da comunidade ocorreu no mês de outubro/10 quando foi registrado um total de 20 táxons no ponto E5 (Figura 46). 84

97 22 Rotif era 20 Média ±SE Min-Max S (Riqueza) dez jan f ev mar abr mai jun jul ago set out nov dez1 Mês Figura 46 Variabilidade temporal da riqueza de táxons de rotíferos. Os rotíferos apresentaram suas maiores abundâncias nos pontos E7 e E9 e as menores nos pontos E1, E3 e E8 (Figura 47). O táxon responsável pelos picos de abundância foi Trichotria tetractis que somou um total de org./m³, no ponto E7, e org./m 3, no ponto E9. Outros táxons abundantes foram K. bostoniensis, K. cochlearis e Lecane sp.1. Este último táxon registrou elevadas abundâncias nos pontos E2, E6 e E9, fato este que pode ter contribuído para as maiores médias desses pontos em relação ao demais. Entre os táxons abundantes, K. bostoniensis merece destaque por ser considerada exótica para os corpos de água da região Neotropical (SERAFIM-JUNIOR, 2002) Rotif era Média ±SE Min-Max Abundância (Org./m 3 ) Pontos Figura 47 Variabilidade espacial das abundâncias de rotíferos. 85

98 A variação temporal das abundâncias de rotíferos seguiu o mesmo padrão observado para a riqueza, onde os maiores valores ocorreram no período chuvoso. Porém, os maiores picos de abundância foram registrados entre os meses de agosto/10 e setembro/10, período em que os índices pluviométricos foram inferiores aos constatados nos meses de abril/10 e maio/10 (Figura 48) Rotif era Média ±SE Min-Max Abundância (Org./m 3 ) dez jan f ev mar abr mai jun jul ago set out dez1 nov Mês Figura 48 Variabilidade temporal das abundâncias de rotíferos. A dominância numérica dos rotíferos no plâncton em riqueza de espécies e abundância, principalmente sobre os microcrustáceos, na maioria dos ambientes aquáticos continentais (rios, lagos, reservatórios e poças), é um padrão comum para a região tropical (ROCHA et al., 1995; SERAFIM-JUNIOR, 2010). Esse fato pode ser atribuído as elevadas taxas de reprodução desses organismos, os quais podem desenvolver grandes populações transitórias, permitindo o desenvolvimento de inúmeras espécies em ambientes instáveis (ALLAN, 1976). Os rotíferos alimentam-se tanto de algas como de detritos e bactérias através de vibrações da coroa ciliada. Uma ampla variedade de predadores é observada entre esse grupo, entretanto, somente Asplanchna e, em menor grau, Ploesoma, são conhecidos como importantes predadores de pequenos rotíferos (STEMBERG & GILBERT, 1987). Entre os microcrustáceos, os cladóceros apresentaram maior riqueza de táxons. Foram identificados 20 táxons distribuídos em sete Famílias. Chydoridae foi a mais representativa para este grupo com o registro de dez táxons no total de amostras analisadas. Por outro lado, Cyclopidae foi a única Família de copépodes presente nas amostras com quatro táxons identificados (Figura 49 e Tabela 36). 86

99 Figura 49 Número de táxons de Microcrustáceos identificados na área de influência da UHE Mauá Os táxons de cladóceros mais freqüentes nas amostras foram Bosmina hagmanni e Alona monachantha. Entre os copépodes, a Ordem Harpacticoida foi a mais freqüente e Thermocyclops decipiens para os Cyclopoida (Tabela 36). Tabela 36 Lista de táxons e freqüência de Microcrustáceos registrados nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá. CLADOCERA Sididae TÁXONS Freq. % Diaphanosoma birgei Korinek, Daphniidae Ceriodaphnia cornuta Sars, Daphnia gessneri Herbst, Sarcilatona sp. 2 Simocephalus sp. 3 Moinidae Moina minuta Hansen, Macrothricidae Macrothrix sp. 9 Ilyocryptidae Ilyocryptus spinifer Herrick, Chydoridae Acroperus harpae (Baird 1835) 5 Alona eximia Kiser, A. fasciculata Daday, A. intermedia Sars,

100 Tabela 36 Lista de táxons e freqüência de Microcrustáceos registrados nas amostras de zooplâncton na área de influência da UHE de Mauá. Chydoridae (cont.) TÁXONS Freq. % A. monacantha Sars, Alona sp. 12 Chydorus eurynotus Sars, Chydorus sp. 2 Disparalona dadayi (Birge, 1910) 5 Oxyurella sp. 1 Bosminidae Bosminopsis deitersi Richard, Bosmina hagmanni Stingelin, COPEPODA Ordem Cyclopoida Mesocyclops sp. 1 Microcyclops anceps anceps (Richard, 1897) 9 Thermocyclops decipiens (Kiefer, 1929) 10 Paracyclops chiltoni (Thomson, 1882) 2 Ordem Harpacticoida 70 A maioria dos táxons de Chydoridae está associada ao substrato. Sua presença nas amostras de plâncton indica a ressuspensão partículas dos sedimentos e vegetais e possivelmente a eclosão de ovos de resistência a partir do alagamento de áreas marginais dos rios (SERAFIM-JUNIOR et al., 2003). Outro fator que pode explicar a maior riqueza deste grupo é a habilidade que alguns táxons possuem para discriminar o material particulado inorgânico na coluna da água (JOSÉ DE PAGGI, 1994). Os valores encontrados para riqueza de táxons de microcrustáceos na maioria dos pontos amostrados foi baixa se comparada aos rotíferos e tecamebas, porém dentro do esperado para corpos de água da região tropical. Como comentado anteriormente, as tecamebas e os rotíferos apresentam elevadas taxas de reprodução nesses ambientes. Os pontos E1, E5 e E8 registram as maiores médias e os pontos E2 e E9 as menores (Figura 50). 88

101 10 Microcrustáceos 9 Média ±SE Min-Max 8 7 S (Riqueza) Pontos Figura 50 Variabilidade espacial da riqueza de táxons de microcrustáceos. Os Cladocera responsáveis pelo maior número de táxon entre os microcrustáceos apresentam ampla distribuição geográfica, alguns sendo realmente cosmopolitas. O endemismo entre os Cladocera muito mais raro que entre os Copepoda ou Rotifera, os outros dois grupos importantes dentro do plâncton de água doce. Em rios os copépodes apresentam baixa diversidade por serem mais seletivos em relação ao seu alimento e estratégias reprodutivas. As Ordens Calanoida e Cyclopoida apresentam grande endemismo em ecossistemas aquáticos continentais brasileiros. A maioria das espécies de Calanoida ocorre restrita a estreita faixa latitudinal (MATSUMURA-TUNDISI, 1986). No Brasil, alguns gêneros estão restritos à região Amazônica, como Rhacodiaptomus, Calodiaptomus e Aspinus. Para os Cyclopoida, a maioria das espécies tem ampla distribuição latitudinal, ocorrendo entre as zonas subtropical sul e subtropical norte do Brasil. São conhecidas, em nível mundial, espécies de Calanoida e Cyclopoida planctônicos de água doce, ou seja, 491 e 559, respectivamente. No Brasil, há registro de 76 espécies, sendo 47 de Calanoida e 29 de Cyclopoida. A Ordem Harpacticoida, bastante frequente na área de estudo, são pouco estudados no Brasil. Dos aproximadamente 950 táxons que compõem a ordem, somente 55 ocorrem no Brasil, 16 deles no estado de São Paulo (ROCHA, 2011). Os valores médios registrados para a riqueza de microcrustáceos no período monitorado seguiram o padrão observado para todos os demais grupos zooplanctônicos, ou seja, com maiores médias registradas durante o período chuvoso. No mês de outubro/10, foi registrado o número 89

102 máximo de táxons no ponto E5 (Figura 51). Este ponto apresentou maior riqueza para os rotíferos e microcrustáceos. 10 Microcrustáceos 9 Média ±SE Min-Max 8 7 S (Riqueza) dez jan f ev mar abr mai jun jul ago set out nov dez1 Mês Figura 51 Variabilidade temporal da riqueza de táxons de microcrustáceos. As maiores abundâncias de cladóceros e copépodes ocorreram nos pontos E4 e E5 (Figura 52). Como constatado para as tecamebas, os microcrustáceos também registraram médias elevadas no ponto E4, o qual foi amostrado entre os meses de dezembro/09 a abril/10. Bosmina hagmanni e Alona monachanta foram os táxons mais abundante entre os cladóceros e Thermocylops decipiens entre os copépodes Média ±SE Min-Max Microcrustáceos 800 Abundância (Org./m 3 ) Pontos Figura 52 Variabilidade espacial das abundâncias de microcrustáceos. O padrão registrado para a dinâmica temporal dos microcrustáceos se apresentou similar ao dos rotíferos que tiveram seus picos de abundância nos meses de setembro/10 e outubro/10 e a 90

103 menor densidade no mês de julho/10 (Figura 62). Porém, as maiores médias ocorreram nos meses de janeiro/10 e fevereiro/10, respondendo melhor às variações dos indíces pluviométricos Microcrustáceos Média ±SE Min-Max 1000 Abundância (Org./m 3 ) dez jan f ev mar abr mai jun jul ago set out nov dez1 Mês Figura 53 Variabilidade temporal das abundâncias de microcrustáceos. Os baixos valores encontrados para a riqueza de táxons e abundância de microcrustáceos nas amostras nesta fase de monitoramento pode ser atribuída ao hábito alimentar desses organismos. Como citado anteriormente, os microcrustáceos são preferencialmente herbívoros. Em ecossistemas lóticos, a grande quantidade de material particulado ressuspendido pela correnteza reduz a produtividade primária, que representa seu principal item alimentar (SERAFIM et al. 2010). Os cladóceros são excelentes filtradores e sua alimentação básica se constitui de fitoplâncton e detritos. A taxa de filtração está diretamente relacionada ao tamanho do animal e partícula a ser ingerida. Os itens alimentares com maior valor nutricional, como algas vivas, são melhores aproveitados (ESTEVES, 1998). Os copépodos são mais seletivos e podem apresentar três tipos de hábito alimentar, dependendo da estrutura do aparelho bucal: filtrador, carnívoro e raptorial. Estes organismos são filtradores mais seletivos, podendo discriminar seu alimento e decidir qual é o mais palatável (LAMPERT, 1987). Para os copépodos calanóides, o nanofitoplâncton é a principal fonte de energia e as bactérias e os detritos podem funcionar como fonte adicional e, às vezes, alternativa (SIPAÚBA-TAVARES & ROCHA, 2003). Os náuplios e copepoditos de copépodes foram mais abundantes que as formas adultas registrando suas maiores médias nas estações E5, E7 e E9 e as menores, nas estações E1 e E8 seguindo o mesmo padrão dos rotíferos (Figura 54). 91

104 Média ±SE Min-Max Náuplios e Copepoditos 2500 Abundância (Org./m 3 ) Pontos Figura 54 Variação espacial das abundâncias de microcrustáceos. A variação temporal observado para as abundâncias das formas jovens de copépodes também acompanhou o mesmo padrão apresentado pelos rotíferos com picos registrados nos meses de setembro/10 e outubro/10 (Figura 55). Esses resultados apresentaram uma correlação significativa com as densidades do fitoplâncton total e a clorofila-a obtidas no mesmo período de monitoramento Média ±SE Min-Max Náuplios e Copepoditos 2500 Abundância (Org./m 3 ) dez jan f ev mar abr mai jun jul ago set out nov dez1 Mês Figura 55 Variação temporal das abundâncias de microcrustáceos. A dominância das formas jovens de Copepoda é freqüentemente registrada em ecossistemas aquáticos. Alguns trabalhos relataram uma menor densidade de formas adultas de copépodos em ambientes lóticos (PANARELLI, 2004; CASANOVA, 2005). Esse fato pode ser atribuído a uma estratégia reprodutiva do grupo, onde as fêmeas portam um grande número de ovos, especialmente Cyclopoida. Também, deve-se ressaltar a importância constituída pelos copépodes adultos como item alimentar 92

105 para muitas larvas de peixes e outros invertebrados. Alguns estudos apontam que embora os rotíferos sejam dominantes numericamente na maioria dos ambientes aquáticos, os microcrustáceos contribuem com maior participação relativa em termos de biomassa (MELÃO, 1999). A estrutura das assembléias zooplanctônicas depende de uma série de fatores. Estes incluem condições morfométricas da bacia hidrográfica e climáticas regionais, as quais governam importantes características físicas dos corpos de água; e químicas, que geralmente são determinadas pela cobertura vegetal e condições edáficas do solo (MARGALEF, 1983). Fatores biogeográficos podem influenciar na colonização de espécies e interações bióticas, principalmente na competição por recursos (DeMOTT, 1989; ROCHA et al., 1999). Os resultados obtidos até o momento mostraram que a estrutura das assembléias zooplanctônicas respondeu às variações dos índices pluviométricos, apresentando maiores densidades nos meses em que estes índices foram elevados. Segundo Vannote et al. (1980), ambientes lóticos caracterizam-se por um movimento unidirecional em direção à foz, no qual existem níveis variados de descarga de água e outros parâmetros associados, tais como velocidade da correnteza, profundidade, largura, turbidez, turbulência contínua e mistura da camada da água A complexa interação da biota com o ambiente físico e químico nesses sistemas é bastante influenciada pela velocidade da correnteza, onde ocorrem processos ecossistêmicos da dinâmica de transporte de energia e ciclagem de materiais. O represamento de um rio resulta em grandes transformações nas comunidades biológicas a jusante e montante da barragem (STRASKRABA & TUNDISI, 1999). A importância de estudar as comunidades biológicas existentes nos trechos de rios a serem represados, além de fornecer informações básicas sobre o papel ecológico que essas comunidades desempenhavam antes da formação do reservatório, constitui-se, também, em um banco de dados importante para o manejo do futuro reservatório. Outro fator relevante nesses estudos é a possibilidade de quantificar os impactos causados pelo represamento sobre os componentes dessas comunidades, como por exemplo, conhecer quais espécies estavam presentes na área de influência e foram excluídas com a formação do reservatório (SERAFIM-JUNIOR, 2002). Através das análises do zooplâncton foi possível identificar ou evidenciar prováveis problemas que poderão surgir com a formação do reservatório da UHE de Mauá. As maiores riquezas registradas para os rotíferos e microcrustáceos no ponto de amostragem E5 (rio Barra Grande) mostraram que o rio apresenta condições favoráveis para o desenvolvimento desses organismos. Entre estas condições 93

106 pode ser citada a baixa vazão e a presença de bancos de macrófitas aquáticas. Outro fator relevante identificado no monitoramento foram os picos de abundância de rotíferos e juvenis de copépodes nos meses de setembro/10 e outubro/10, coincidindo com período de maior estiagem. Esses picos foram favorecidos pelas florações do fitoplâncton e ocorreram nos pontos E7 e E9, ambos localizados no rio Tibagi. Após a formação do reservatório, o fluxo da água diminui e surgem ambientes lênticos antes inexistentes. O zooplâncton rapidamente coloniza esse ambiente e geralmente se reproduz numa alta taxa para manter suas populações, com a taxa reprodutiva maior do que a dispersiva (MARZOLF, 1990). Algumas características comuns aos reservatórios, como flutuações no fluxo e no nível da água, entrada de tributários e o tempo de retenção da água, são variáveis importantes a atuarem sobre as assembléias zooplanctônicas (THORNTON et al., 1990; LOPES et al., 1997; MARZOLF, 1990; PERBICHE- NEVES, 2008). A sucessão do zooplâncton é evidenciada por espécies r estrategistas, como protozoários e rotíferos, que podem estabelecer assembléias em um curto período de tempo após o represamento (ROCHA et al., 1999; SERAFIM-JUNIOR, 2002). Os atributos da comunidade zooplanctônica apresentados neste relatório constituem uma base de dados importantes para estudos futuros sobre o zooplâncton dessa bacia hidrográfica, devido à escassez de informações e referências especializadas sobre o tema e o uso de bioindicadores para avaliar a qualidade ambiental da área monitorada. O zooplâncton tem sido utilizado freqüentemente como indicador do estado trófico de lagos e reservatórios por vários autores (GANNON & STEMBERG, 1978; RAVERA, 1996, SERAFIM-JUNIOR et al., 2005; PINTO-COELHO et al., 2005), provavelmente porque o zooplâncton também responde a outros fatores ambientais, tais como a característica química da água, distúrbios provocados nas áreas próximas ao reservatório, e uso do solo da bacia hidrográfica (PINEL-ALLOUL et al. 1990). Por exemplo, entre os grupos do zooplâncton, a riqueza de espécies de copépodos Calanoida é menor em ecossistemas eutróficos do que oligotróficos, em ambas as regiões temperadas e tropicais, como relatado previamente em regiões temperadas (PACE, 1986). Isto porque esses organismos são mais seletivos em relação ao seu aliemento, como comentado anteriormente. Uma dificuldade encontrada no período monitorado foi a grande quantidade de sedimento ressuspendido encontrado nas amostras decorrente da vazão do rio associada às chuvas que ocorreram entre os meses de janeiro a maio/10. 94

107 3.1.8 Monitoramento de Macroinvertebrados bênticos DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Neste item são apresentados os resultados do monitoramento da comunidade de macroinvertebrados bênticos do rio Tibagi e afluentes na região do empreendimento UHE Mauá, referentes às coletas realizadas nos meses de março/10 a outubro/10. Até o momento, já foram analisadas 265 amostras. O número de animais avaliados até o momento foi de Nos meses referentes ao outono, o número de exemplares capturados foi de 545 exemplares em março/10, 494 em abril/10 e em maio/10. No inverno, em junho/10 foram coletados exemplares, em julho/ e em agosto Na primavera, exemplares foram capturados em setembro/10 e 771 em outubro/10. Ao todo foram coletados 90 táxons distribuídos em 7 filos. No mês de março/10 foram coletados 43 táxons, 47 em abril/10, 47 em maio/10, 29 em junho/10, 46 em julho/10, 41 em agosto/10, 46 em setembro/10 e 36 em outubro/10 (Tabela 37). Embora as coletas durante o outono tenham sido realizadas nos meses com maior pluviosidade, o número de táxons coletados foi semelhante aos demais meses dos outros períodos de coletas. O filo com maior número de táxons foi Insecta com 74 táxons, seguido de Mollusca (6 táxons), Crustacea (3 táxons), Nematoda, Annelida e Chelicerata (com 2 táxons cada) e Turbellaria (1 táxon) (Tabela 37). Dentre as ordens de Insecta, Odonata com 15 táxons foi a que apresentou maior diversidade. Coleoptera apresentou 14 táxons, Diptera e Ephemeroptera apresentaram 12 táxons, Trichoptera 9 táxons, Hemiptera 6 táxons, Plecoptera 2 táxons e Lepidoptera, Megaloptera e Collembola com 1 táxons (Tabela 37). Tabela 37 - Lista de táxons de macroinvertebrados aquáticos amostrados nas 8 estações de coleta ao longo do rio Tibagi e tributários sob influência da construção da Usina Hidrelétrica Mauá, durante os meses de março/10 a outubro/10. Família Táxons Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Turbellaria X X Nematoda X X X X X X Oligochaeta X X X X X X X X Hirudinea X X X X Bivalvia Corbiculidae Corbicula fluminea X X X X X X X Sphaeriidae Pisidium sp X X X X X X 95

108 Tabela 37 (cont.) - Lista de táxons de macroinvertebrados aquáticos amostrados nas 8 estações de coleta ao longo do rio Tibagi e tributários sob influência da construção da Usina Hidrelétrica Mauá, durante os meses de março/10 a outubro/10. Família Táxons Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Gastropoda Ancylidae Ferrisia sp X X X X X X Hydrobiidae Potamolithus sp X X X X X Planorbiidae Drepanotrema sp X X X X Physidae Stenophysa sp X X X X X X Insecta Diptera Chironomidae Chironominae X X X X X X X X Ortocladinae X X Tanypodinae X X X X X X Chironomidae (pupa) X X X X X Culicidae Culicidae (pupa) X Limonicola sp X X Simulidae Lutzsimulium sp (pupa) X Simulium sp X X X X X X X X Simulium sp (pupa) X X X X Empididae Empididae sp X X X Psychodidae Psychodidae sp X X X Tabanidae Tabanidae sp X X X Tipulidae Tipula sp X X X X Collembola X X X Coleoptera Dysticidae Dysticidae sp X X X Dryopidae Dryopidae sp X Elmidae Heterelmis sp X X X X X Heterelmis sp (adulto) X X X Larva A X Larva B X Macrelmis sp X X X X Macrelmis sp (adulto) X Neoelmis sp X X X X X X X X Neoelmis sp (adulto) X X X X X Hexanchorus sp X X X X X Phanocerus sp X X X Phanocerus sp (adulto) X X Xenelmis sp X Gyrinidae Gyrinus sp X Lutrochidae Lutrochidae sp X X Staphilinidae Staphilinidae sp X X X Psephenidae Psephenus sp X X X Ephemeroptera Baetidae Baetis sp X X X X X X X X Baetodes sp X X X X X X X X Cloeodes sp X X Polymirtacidae Campsurus sp X X X X X X X Leptophleibiidae Farrodes sp X X X X X X X X Helyster sp X Perissopleiboides sp X Thraulodes sp X X X X X Traveryphes sp X 96

109 Tabela 37 (cont.) - Lista de táxons de macroinvertebrados aquáticos amostrados nas 8 estações de coleta ao longo do rio Tibagi e tributários sob influência da construção da Usina Hidrelétrica Mauá, durante os meses de março/10 a outubro/10. Família Táxons Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Ephemeroptera Leptohyphidae Leptohyphes sp X X X X X X X X (cont.) Tricorythodes sp X X X X X X X X Tricorythopsis sp X Hemiptera Belostomatidae Belostoma sp X X X Helotrepidae Helotrepidae sp X Naucoridae Pelocoris sp X Mesovelidae Mesovelia sp X X Veliidae Rhagovelia sp X X X Stridulivelia sp X Lepidoptera Pyralidae Pyralidae sp X X X X X X X X Pyralidae (pupa) X X Odonata Aeshnidae Aeshna sp X Coryphaeshna sp X Rhionaeshna sp X Calopterygidae Hetaerina sp X X X Coenagrionidae Argia sp X Acantagrion sp X Gomphidae Phyllocycla sp X X X X Phylogomphoides sp X X Praevigomphus sp X Progomphus sp X Idiogomphoides sp X X Libellulidae Elasmothemis sp X X X Planiplax sp X Megapodagrionidae Oxystigma sp X X Perilestidae Perilestis sp X X Plecoptera Perlidae Anacroneuria sp X X X X X X Paragrypopteryx sp X X X Trichoptera Hydrobiosidae Atopsyche sp X X X X X X X Helichopsychidae Helichopsyche sp X X X X X X Phylopotamidae Chimarra sp X Hydropsychidae Leptonema sp X X X X X X Smicridae sp X X X X X Macrostemum sp X Polycentropodidae Polycentropus sp X X X X X X Leptoceridae Oecetis sp X X X X X Glossosomatidae Mortoniela sp X X X Megaloptera Corydalidae Corydalus sp X Crustacea Amphipoda Hyalellidae Hyalella curvispina X X X X X X Isopoda Isopoda sp X Decapoda Aeglidae Aegla sp X Chelicerata Araneae Aranae sp X X X X X X Acari Hydracarina sp X X 97

110 Número de táxons O número de táxons variou significativamente entre as estações de coletas (p= 0) e na interação das estações de coletas e os meses do ano (p= 0). O número médio de táxons não ultrapassou 13,60 táxons.m -2 registrado na estação 4, no Salto do Aparado, durante o mês de abril/10. Nesta estação, em especial, foram observadas algumas espécies de macrófitas o que diversifica os substratos explorados pelos animais além de apresentar uma ótima oxigenação em função das quedas de água no local. Outro fator importante é o bom estado de preservação ambiental das matas ciliares garantindo o aporte de matéria orgânica para o sistema (Figura 57). Os valores médios do número de táxons registrados em todas as estações durante o período do monitoramento foi inferior ao apresentado por Jorcin & Nogueira (2008) em uma estação situada na foz do rio Tibagi. Contudo as percentagens dos grandes grupos taxonômicos foram semelhantes. De maneira geral as estações E1, E7, E8 e E9 foram as estações que apresentaram maior número de táxons durante o período amostrado (Figura 57). Estas estações estão localizadas em ambientes lóticos com boa oxigenação e apresentam relativa heterogeneidade de substrato pela presença das macrófitas associadas proporcionando assim maior riqueza dos organismos bênticos. Na estação E1, além das características físicas e químicas da água, a atividade de mineração realizada com freqüência na região interfere negativamente nos padrões temporais de distribuição dos macroinvertebrados bênticos. A atividade de mineração no rio Tibagi é bastante antiga fazendo parte dos processos de alteração ambiental e ocupação humana na área da bacia hidrográfica. A estação E9 só foi inserida no programa de monitoramento a partir do mês de abril/10, quando foram suprimidas as coletas na estação E4. Na estação E8, as mudanças verificadas no número de táxons não podem ser atribuídas à variação sazonal. Nesta estação os locais de coletas foram ao longo dos meses otimizados em função da diminuição da vazão do rio. No mês de março/10, em função do período de chuvas que antecedeu a campanha não foi possível realizar as amostragens. Nesta estação foi verificada a presença de conchas vazias da espécie exótica Corbicula fluminea e da espécie nativa Diplodon sp indicando que estas espécies podem estar utilizando os mesmos nichos e competindo pelos mesmos recursos. Embora tenham sido verificadas conchas de Diplodon sp em campo, a espécie não foi citada na lista de táxons pelo fato de não terem sido coletados indivíduos vivos. 98

111 A espécie exótica Corbicula fluminea foi coletada em praticamente todas as estações ao longo do rio Tibagi e suas conchas também foram frequentes no ribeirão das Antas (estação E8). A estação E2, embora seja uma porção do rio com boa oxigenação em função das corredeiras, apresentou baixo número de táxons durante todo o período do monitoramento (Figura 57). A qualidade do ambiente é muito baixa em função da presença de vários agentes estressores na região, como uma fábrica de papel e celulose, a estação de tratamento de esgoto da cidade, presença de grande quantidade de lixo sólido e deterioração da vegetação marginal. Em alguns meses de monitoramento foi verificada a presença de grande quantidade de celulose formando uma manta sob o substrato (Figura 56). A. B. Figura 56 Fotos do resíduo de celulose encontrado sob o fundo na estação E2 durante as coletas de maio de A. Resíduo concentrado em peneira de malha 0,5 mm; B. Amostra de macroinvertebrados na cuba para o procedimento de triagem. A estação E6, situada a montante da barragem da UHE Mauá, a estação E3, no rio Imbauzinho, e a estação E5, localizada no rio Barra Grande, foram as localidades que obtiveram os menores valores do número ao longo do período estudado. Nas estações 3, 5 e 6 o substrato é predominante de lama e areia, já sendo esperada baixa riqueza diante de poucos nichos a serem explorados. A estação E5 apresentou um acréscimo do número de táxons nos meses de abril/10 e julho/10 quando os bancos de macrófitas invasoras, como Eichhornia spp, estavam mais desenvolvidos nas margens do rio. Várias espécies de moluscos, odonatas e anfípoda estão diretamente associadas à presença deste substrato suplementar. Segundo Hynes (1974), a distribuição dos insetos aquáticos é bastante influenciada pela alimentação, condições físicas e químicas da água, mudanças naturais e antropogênicas no ambiente. 99

112 Kleine & Tivinho-Strixino (2005) estudaram a composição taxonômica de vários organismos bênticos com diferentes níveis de ocupação urbana e observaram um ganho na biodiversidade aquática, em regiões onde ainda não ocorreu a desestruturação do ambiente físico, químico e alteração da dinâmica natural das comunidades biológicas Número de táxons (táxons.m -2 ) Março Junho Abril Julho Maio Agosto média erro padrão desvio padrão Setembro Outubro Estações de coletas Figura 57 - Gráficos das médias, desvios e erros padrão do Número de Táxons (táxons.m -2 ) dos macroinvertebrados aquáticos nas 9 estações de coletas na área sob a influência da Usina Hidrelétrica de Mauá, durante os meses de março a outubro de

113 Densidade A densidade média nas estações de coletas ao longo do período estudado variou de 10 ind.m -2 na estação E7, em março/10, a 2.611,8 ind.m -2 na estação E5, durante o mês de julho/10 (Figura 58). Houve diferença significativa entre os valores médios das densidades entre as estações de coletas e durante os períodos amostrais. O baixo valor na densidade da estação E8, durante o mês de abril/10, deveu-se mais à dificuldade de amostragem no local em função do período chuvoso que antecedeu à coleta do que à variação sazonal de organismos. As maiores densidades médias foram observadas nas estações E3, E5, E6, E7, E8 e E9 (Figura 58). Em geral, as estações que apresentaram maiores densidades foram às estações de ambiente lêntico que favorece o crescimento da espécie exótica Corbicula fluminea e Oligochaeta. Estes dois táxons são muito tolerantes a ambientes alterados reproduzindo-se durante todo o ano mesmo com poucas condições ideais. Jorcin & Nogueira (2008) também verificaram que C. fluminea e ao oligochaeta Branchiura sowerbyi foram os táxons que mais contribuíram nas altas densidades no rio Paranapanema e seus tributários. As altas densidades observadas nas estações E7, E8 e E9 foram decorrentes ao período de reprodução dos Diptera como será tratado abaixo. Na estação E5, as altas densidades obtidas em julho/10 estão relacionadas ao crescimento dos bancos de macrófitas, que favorece o maior desenvolvimento das espécies associadas. Além dos dípteros, os Ephemeroptera Baetodes sp e Baetis sp foram bem frequentes e contribuíram para abundância na maioria das estações. Apesar de Ephemeroptera ser considerada uma ordem de ambientes com boa qualidade de água, a família Baetidae é utilizada para pontuar organismos resistentes a ambientes alterados. Os demais táxons estiveram presentes em baixas densidades. 101

114 Março Abril Maio Densidade (ind.m -2 ) Junho Julho Agosto média erro padrão desvio padrão Setembro Outubro Estações de coletas Figura 58 - Gráfico das médias, desvios e erros padrão da Densidade Total de Táxons (ind.m -2 ) dos macroinvertebrados aquáticos nas 9 estações de coletas na área sob a influência da Usina Hidrelétrica de Mauá, durante os meses de março e outubro de Para avaliar quais os táxons que mais contribuíram com o número de táxons e densidade em cada estação de coletas os táxons foram agrupados em 17 grupos zoológicos que correspondem a filos e às ordens de Insecta Estações Estação E1 Não houve diferença significativa entre o número de táxons ao longo dos meses amostrados na estação E1. Durante o mês de agosto/10 o número de táxons atingiu 8,0 táxons.m -2 (Figura 57). As densidades médias na estação E1 foram maiores durante os meses de agosto/10 e setembro/10 com 212 e 214 ind.m -2, respectivamente (Figura 58). 102

115 A estação E1 apresentou predominância de Insecta na composição de sua comunidade. O grupo com maior número de táxons foi Ephemeroptera com 6 táxons.m -2 durante os meses de março/10 e agosto/10 (Figura 59 A). Os grupos Odonata, Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera que estão associados a ambientes com boa qualidade ambiental estiveram presentes quase que na totalidade dos meses amostrados. Embora nesta localidade ocorra atividade de mineração que provoca alterações no ambiente a comunidade bêntica aparentemente consegue se restabelecer em função da diversidade de hábitats presentes nesta região. Das estações de coletas estudadas, a estação E1 é a que apresenta melhor integridade ambiental, podendo ser utilizada como referência para o monitoramento por apresentar ambientes favoráveis à colonização dos macroinvertebrados aquáticos. Em maio/10, houve um aumento no número de táxons de Diptera em função possivelmente do período reprodutivo de algumas espécies. As densidades médias dos grupos taxonômicos foram baixas quando comparadas às demais estações de coletas e aos estudos de Jorcin & Nogueira (2008) na foz do rio Tibagi. Os grupos dominantes foram Diptera e Ephemeroptera na maioria do período estudado (Figura 59 B). Os grupos com maior densidade foram Chironomidae, Simulium sp, Baetis sp, Baetodes sp, Farrodes sp, Smicridea sp e Anacroneuria sp. Número táxons (táxons.m -2 ) Lepidoptera Chelicerata Hemiptera Collembola Ephemeroptera Trichoptera Gastropoda Annelida Diptera Mar/10 Abri/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 1 (A) Plecoptera Odonata Megaloptera Nematoda Coleoptera Bivalvia Crustacea Turbellaria Densidade (ind.m -2 ) Lepidoptera Chelicerata Hemiptera Collembola Ephemeroptera Trichoptera Gastropoda Annelida Diptera Mar/10 Abr/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 1 (B) Plecoptera Odonata Megaloptera Nematoda Coleoptera Bivalvia Crustacea Turbellaria Figura 59 - Gráficos do número total de táxons (A) e das densidades (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E1, localizada no rio Tibagi a montante de Telêmaco Borba, durante os meses de março a outubro/

116 Estação E2 O número de táxons médio na estação E2 não apresentou diferença significativa durante o período amostrado (Figura 57). O grupo que apresentou maior número de táxons foi Ephemeroptera. Diptera foi um grupo frequente ao longo do período amostrado, apresentando 4 táxons no mês de maio/10, que provavelmente seja o mês de reprodução desta ordem de insetos. Plecoptera só foi registrado no mês de março/10. Outros grupos considerados mais tolerantes a ambientes com maior contaminação de matéria orgânica foram freqüentes nesta estação, como Oligochaeta e Coleoptera (Figura 60 A). A estação E2 apresentou os maiores valores de coliformes fecais durante todo período amostrado. O bivalve Corbicula fluminea foi muito freqüente nesta estação mostrando-se muito resistente à menor qualidade ambiental da região. A densidade média de agosto na estação E2 foi a maior registrada durante o período do monitoramento (Figura 58). O grupo que mais contribuiu com a densidade total foi Ephemeroptera apresentando mais de 200 ind.m -2. Esta densidade pode ser atribuída quase que unicamente à Baetis sp que representa um gênero tolerante à ambientes com altos teores orgânicos. Os demais grupos estiveram presentes em baixas densidades. Número táxons (táxons.m -2 ) Lepidoptera Chelicerata Hemiptera Collembola Ephemeroptera Mar/10 Abri/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 2 (A) (B) Figura 60 - Gráficos do número total de táxons (A) e das densidades (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E2, localizada no rio Tibagi a jusante da Fábrica Klabin, durante os meses de março a outubro/

117 Estação E3 O número médio de táxons variou significativamente na estação E3. O mês de abril/10 foi o que apresentou o maior valor, com 3,8 táxons.m -2 (Figura 57). Apenas 10 grupos foram registrados nesta estação. Oligochaeta (Annelida) e Diptera foram os mais frequentes e com as maiores densidades durante todos os meses. Dentre os Diptera Tanypodinae e Chironominae foram os grupos com maior densidade. Além destes dois grupos, o Ephemeroptera Campsurus sp também foi frequente em baixas densidades em quase todos os meses (Figura 61 A e B). Não houve diferença entre as densidades médias na estação E3 ao longo do monitoramento. A baixa riqueza e altas densidades dos dois grupos tolerantes (Oligochaeta e Diptera) à contaminação orgânica se devem à estação E3 se localizar na região do rio Imbauzinho a jusante da cidade de Imbaú, a qual possui pouco saneamento básico e algumas indústrias que lançam seus efluentes diretamente no rio. Número Táxons (táxons.m -2 ) Mar/10 Abri/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 3 (A) (B) Figura 61 - Gráficos do número total de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E3, localizada no rio Imbauzinho (PR), durante os meses de março a outubro/10. Estação E4 A estação E4 foi a que apresentou o maior número de táxons em todo monitoramento (Figura 57). Este fato revela que mesmo tendo recebido toda carga orgânica vinda dos efluentes industriais e do esgoto doméstico de Telêmaco Borba, o rio apresentou uma melhora ambiental nesta região. 105

118 Possivelmente isto esteja associado à presença de mata ciliar bem preservada e à presença de macrófitas endêmicas presentes na região. Os grupos com mais representantes foram Ephemeroptera, Diptera e Coleoptera. Os grupos indicadores de boa qualidade de água (Plecoptera, Odonata e Trichoptera) estiveram presentes nas amostras (Figura 62 A). As densidades médias foram baixas nesta estação. Os grupos dominantes foram os Ephemeroptera Baetis sp, Baetodes sp, Cloedes sp, Farrodes sp, o Trichoptera Smicridea sp, o Diptera Simulium sp e o Amphipoda (Crustacea) Hyalella sp. Número Táxons (táxons.m -2 ) Mar/10 Abri/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 4 (A) Figura 62 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E4, localizada no rio Tibagi no Salto do Aparado (PR), durante os meses de março a outubro/10. (B) Estação E5 Na estação E5 tanto o número de táxons como a densidade variaram significativamente entre os períodos amostrados. Os meses de abril/10 e julho/10 foram os que apresentaram maior número de táxons com 6,2 e 11,0 táxons.m -2, respectivamente (Figura 57). Nesta estação o aumento do número de táxons pode ser atribuído ao aumento e estruturação dos bancos de macrófitas flutuantes que se formam após períodos de estiagem. Os macroinvertebrados utilizam-se destes bancos para alimentar-se da matéria orgânica que fica retida nas raízes e nas bases das folhas. Além disto, as macrófitas representam um ótimo refúgio contra predadores. 106

119 Os grupos com maior número de táxons foram os Diptera, Coleoptera, Odonata, Trichoptera e Gastropoda (Figura 63 A). O mês de julho/10 foi o que apresentou maior densidade atingindo 2.611,8 ind.m -2 (Figura 63 B). Os grupos dominantes foram Diptera representados pelos Chironomidae e Tanypodinae, Gastropoda por Stenophysa sp, Trichoptera por Polycentropus sp e Oecetes sp e pelo Crustacea Hyalella curvispina. Número Táxons (táxons.m -2 ) Mar/10 Abri/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 5 A) ( (B) Figura 63 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E5, localizada no rio Barra Grande (PR), durante os meses de março a outubro/10. Estação E6 Na estação E6 o número de táxons não variou ao longo do período amostrado. Apenas seis grupos zoológicos foram representados sendo que em nenhum mês ultrapassou 3,2 táxons.m -2 grupos taxonômicos (Figura 57). Os grupos mais representativos foram Diptera, Ephemeroptera e Bivalvia. Olygochaeta foi o grupo mais frequente na amostra (Figura 64 A). As densidades médias foram bem altas durante todo o período estudado. A maior densidade foi alcançada durante o mês de março/10, com 1.529,4 ind.m -2, e a menor foi no mês de abril/10, com apenas 47,1 ind.m -2 (Figura 64 B). Os táxons que contribuíram nas altas densidades na maioria dos meses foram apenas C. fluminea e Oligochaeta. 107

120 reservatório. DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E A estação E6 pode ser considerada a que mais se assemelha ao ambiente formado no futuro C. fluminea também foi muito abundante nos reservatórios do rio Paranapanema e no reservatório de Rosana (JORCIN & NOGUEIRA, 2008). Segundo Bagatini et al. (2003), as altas densidades de C. fluminea no reservatório de Rosana (PR/SP) estão relacionadas com o aumento da concentração de clorofila na coluna d água. Número Táxons (táxons.m -2 ) Mar/10 Abri/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 6 (A) (B) Figura 64 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E6, localizada no rio Tibagi (PR) a montante da barragem da UHE Mauá, durante os meses de março a outubro/10. Estação E7 Não houve diferença significativa no número de táxons na estação E7, localizada próxima à Casa de Força da usina. O número de táxons não ultrapassou 5,8 táxons.m -2 (Figura 57). Os grupos que mais contribuíram com a riqueza do local foram Ephemeroptera e Diptera. Trichoptera, Plecoptera e Odonata estiveram presentes em mais de um mês de amostragem demonstrando que este ambiente lótico mais oxigenado e com as margens preservadas representa uma melhora ambiental (Figura 65 A). As densidades médias foram baixas na maioria do período estudo. Com exceção do mês de julho/10 que apresentou altas densidades de Diptera (Figura 65 B). Apenas dois grupos representaram quase que a totalidade da densidade nesta estação, Diptera e Ephemeroptera (Figura 65 B). O Diptera que contribuiu com as maiores densidades foi Simulium sp que apresentou mais de 600 ind.m -2 no mês de julho/

121 Simulium sp é um borrachudo com aproximadamente 0,5 cm de comprimento. As larvas preferem ambientes de cachoeiras, rios e córregos de água limpa. São filtradores não seletivos de algas e matéria orgânica de origem vegetal e animal em suspensão. O gênero apresenta importância sanitária e será tratado nas próximas seções. Dos Ephemeroptera presentes Baetis sp e Baetodes sp foram responsáveis pelo maior número de exemplares registrados na estação. Possivelmente as águas provenientes do reservatório da UHE Presidente Vargas sejam ricas de alimento fazendo com que o recurso alimentar não seja um fator limitante para suas larvas. Além disso, na região foi verificada a presença de bancos da macrófita Apinagia sp. Esta macrófita apresenta as folhas finas e longas e se instala nas porções mais oxigenadas do leito do rio. A presença física das macrófitas aumenta a área superficial das rochas e representam um bom substrato para as larvas. Grande quantidade de larvas foi registrada aderida às macrófitas. Número Táxons (táxons.m -2 ) Lepidoptera Chelicerata Hemiptera Collembola Ephemeroptera Trichoptera Gastropoda Annelida Diptera Mar/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 7 (A) Plecoptera Odonata Megaloptera Nematoda Coleoptera Bivalvia Crustacea Turbellaria (B) Figura 65 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E7, localizada no rio Tibagi (PR) a jusante da casa de força, durante os meses de março a outubro/10. Estação E8 Na estação E8, tanto o número de táxons como as densidades médias ao longo do período amostrado apresentaram diferenças significativas. Os meses que apresentaram os maiores números de táxons foram julho/10 (6,6 táxons.m -2 ), agosto/10 (9,2 táxons.m -2 ), setembro/10 (9,8 táxons.m -2 ) e outubro/10 (9,6 táxons.m -2 ) (Figura 57). 109

122 Nesta estação todos os grupos taxonômicos foram amostrados. Os grupos com maior representatividade foram os Ephemeroptera, Trichoptera e Diptera (Figura 66 A). A macrófita Apinagia sp também foi registrada nesta localidade servindo de abrigo e alimentação par a muitos táxons de invertebrados aquáticos. As maiores densidades foram registradas em agosto/10 e setembro/10, sendo atribuídas apenas ao aumento da abundância de Ephemeroptera (Baetis sp, Baetodes sp, Farrodes sp e Leptohyphes sp) e Diptera (Chironominae e Simulium sp) (Figura 66 B). Número Táxons (táxons.m -2 ) Mar/10 Abri/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 8 (A) (B) Figura 66 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E8, localizada no rio ribeirão das Antas (PR), durante os meses de março a outubro/10. Estação E9 Na estação E9, o número de táxons e as densidades médias apresentaram diferenças significativas entre os meses de coletas. O maior número de táxons foi verificado no mês de maio/10 (9,6 táxons.m -2 ) e o menor em março/10 (1,6 táxons.m -2 ) após longo período chuvoso (Figura 57). A maioria dos grupos taxonômicos foi coletada nesta estação. Os grupos que se apresentaram mais diversos foram Ephemeroptera, Diptera, Coleoptera e Trichoptera (Figura 67A). A presença de Plecoptera, Odonata, Ephemeroptera e Trichoptera em mais de um mês de coletas representa uma melhora da qualidade de água após o reservatório da UHE Presidente Vargas. Assim como na estação E7, nesta estação foram verificados vastos bancos da macrófita Apinagia sp com muitas espécies de macroinvertebrados associados a eles. 110

123 A estação E9 merece uma atenção especial nos próximos meses de monitoramento por ser a estação que apresentou as maiores densidades. Apenas Diptera e Ephemeroptera representaram quase que a totalidade dos organismos coletados. Durante todo o período monitorado o Diptera Simulium sp esteve presente em altas densidades (Figura 67 B). Possivelmente a proximidade da estação com o vertedouro da UHE Presidente Vargas seja o principal aspecto para o favorecimento das larvas de Simulium que estariam se alimentando da matéria orgânica estocada no reservatório. A importância sanitária dos simulídeos será tratada no item Espécies de Interesse Sanitário. Número Táxons (táxons.m -2 ) Mar/10 Abri/10 Mai/10 Jun/10 Jul/10 Ago/10 Set/10 Out/10 Estação 9 (A) (B) Figura 67 - Gráficos do número de táxons (A) e das densidades médias (B) dos grupos de macroinvertebrados aquáticos na estação E9, localizada no rio Tibagi (PR) a jusante da barragem, durante os meses de março a outubro/ Parâmetros bióticos X Parâmetros abióticos Para visualizar quais os parâmetros que mais influenciaram na distribuição espacial e temporal dos macroinvertebrados aquáticos os atributos do ambiente foram correlacionados com as densidades dos táxons dominantes. Para tal efeito foi utilizada uma análise de correspondência canônica. A Análise de Correspondência Canônica foi utilizada para correlacionar as densidades dos 17 táxons numericamente dominantes com os parâmetros abióticos do ambiente. Esta análise combina a ordenação e regressão múltipla apresentando as correlações entre as varáveis ambientais e os eixos 111

124 fatoriais. Os dados sofreram transformação prévia do tipo log 10 para redução da variância e melhor interpretação dos resultados. Nos diagramas das análises canônicas, as variáveis ambientais são representadas pelas setas ou vetores e apontam na direção dos valores máximos obtidos nas amostragens e seu comprimento é proporcional à correlação com os eixos plotados. Os dados de qualidade da água foram obtidos com a equipe responsável pela área. Segundo as análises, os dois primeiros eixos foram responsáveis por 74% da variação dos dados da fauna. Na Figura 68, as estações de coletas foram agrupadas segundo seus atributos ambientais. Quatro grupos podem ser visualizados. O primeiro grupo foi formado por todos os meses de coletas das estações E3 e E6. Estas estações foram caracterizadas por apresentarem sedimentos areia argilo siltosa na estação E3 e silte argilo arenosa na estação E6 e valores altos de coliformes totais e fecais. O segundo grupo foi formado pelas amostras da estação E2 que apresentou os maiores valores de coliformes totais e fecais durante todo o período do monitoramento. Bancos arenosos estão presentes nas margens desta estação. O terceiro grupo foi formado basicamente pelas estações lóticas E1, E4, E7, E8 e E9, caracterizadas pelos maiores valores de oxigênio dissolvido, demanda biológica de oxigênio e por apresentarem fundo rochoso com presença de macrófitas. A estação E5 formou o quarto grupo caracterizado pela presença de bancos de macrófitas flutuantes e substrato composto com sedimentos silte argilo arenoso. 112

125 (A) (B) Figura 68 - Resultados da Análise Canônica das características físicas, químicas e sedimentológicas das estações de monitoramento. (A) Agrupamentos das estações de coletas formados segundo seus atributos ambientais (características físicas e químicas da água, do sedimento e presença de macrófitas). Os números de 1 a 9 representam as estações. Observa-se a separação de quatro agrupamentos entre os locais de coletas; (B) Vetores dos atributos ambientais utilizados na ordenação espacial dos dados. O comprimento do vetor representa a importância na ordenação dos dados. 113

126 A Figura 69 mostra os táxons dominantes nos quatro grupos de estações. As estações E3 e E6 foram caracterizadas pelas maiores densidades de C. fluminea e Oligochaeta. Estes táxons estão associados à maior tolerância a ambientes lênticos, menos oxigenados e com altos teores de matéria orgânica. Figura 69 - Diagrama espacial da Análise Canônica correlacionando às densidades médias dos grupos de macroinvertebrados aquáticos numericamente dominantes no rio Tibagi com características físicas e químicas da água, do sedimento e presença de macrófitas. Os círculos verdes representam as densidades médias dos gêneros. Na estação E2, os táxons com maiores densidades foram C. fluminea, Oligochaeta, Chironominae e Baetis sp, Baetodes sp e Smicridea sp. Estes táxons são típicos de ambientes contaminados por efluentes orgânicos. Nas estações E1, E4, E7, E8 e E9, os táxons com as densidades mais altas foram Chironomidae, Simulium sp, Pyralidae, Neoelmis sp, Thraulodes sp, Atopsyche sp, Baetis sp, Baetodes sp, Farrodes sp, Leptohyphes sp, Trichorythodes sp, Smicridea sp e Anacroneuria sp. O maior número de táxons dominante representa um ambiente de melhor qualidade que apresenta diferentes nichos para serem explorados pelos animais. Na estação E5, os táxons Stenophysa sp, Tanypodinae, Oxystigma sp e Hyalella sp apresentaram maiores densidades. Estes táxons foram coletados associados aos bancos de macrófitas flutuantes demonstrando ser um incremento para muitas espécies de macroinvertebrados nesta região, em especial para os dípteros. 114

127 Espécies de Interesse Sanitário Dos táxons registrados na área de influência da Usina Hidrelétrica Mauá os que apresentam interesse sanitário são os Diptera. Do ponto de vista da medicina humana e veterinária, nenhum outro grupo de insetos supera os dípteros em sua importância. Nesta ordem incluem-se as moscas, mosquitos, pernilongos, mutucas, borrachudos entre outros, compreendendo mais de uma centena de famílias. Das famílias registradas neste estudo que exigem maior atenção e monitoramento periódico são: Simulidae e Culicidae, pois foram muito freqüentes e/ou dominantes na comunidade. A importância epidemiológica dos mosquitos culicídeos é muito considerável. Os culicídeos hematófagos disseminam, entre os homens, agentes etiológicos de sérias enfermidades como, a malária, febre amarela, dengue, encefalites e a filariose bancroftiana. Destas doenças as que representam maior atenção na área de estudo são a dengue que vem sendo um foco de preocupação e prevenção no estado do Paraná e a filariose. A filariose no Brasil tem sido enfrentada como doença desde 1910 sendo detectados focos em vários estados com transmissão ativa. No Paraná, o principal foco da doença ocorreu em Ponta Grossa, que representou 14,5% dos casos no Brasil (BONFIN et al., 2003). A campanha nacional para o combate à doença iniciou-se em 1951 e teve 19 anos de atuação. Somente em estudos de realizados de 1979 a 1983 é que foi constatada que a doença não apresentava mais tanta gravidade (MEDEIROS et al., 2003). Diante do histórico da doença no estado e da proximidade do foco erradicado com a área da usina, vale ressaltar maior atenção a possíveis aumentos nas densidades de culicídeos nos locais monitorados. Outra família de Diptera que desempenha importante papel na medicina humana e veterinária é a Simulidae. Não só pela reação que suas picadas provocam, mas também pelo fato dos borrachudos serem veiculadores de certas filárias, que afetam o homem e os animais domésticos. Muitas espécies de Simulium veiculam diferentes organismos patogênicos aos homens e animais (SERVICE, 1997; CROSSKEY, 1993). Por essa razão, espécies desse gênero têm suscitado investigações de ordem bionômica, ecológica, taxonômica e sobre métodos de controle químico e bacteriológico e técnicas de manejo mecânico (MARDINI et al., 2000). Várias espécies de Simulium veiculam aos humanos a filária Onchocerca volvulus (LEUCKART, 1893). A oncocercose constitui um sério problema de saúde pública por determinar cegueira irreversível em indivíduos oncocercóticos. Cabe também aos simulídeos a responsabilidade da 115

128 transmissão de um hematozoário causador da moléstia que afeta várias espécies de aves, silvestres e domésticas, às vezes benigna, outras vezes grave e com alta mortalidade (CARRERA, 1991). No litoral norte de São Paulo a Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) realiza o controle dos simulídeos através de larvicida biológico a base de Bacillus. O gastrópode Biomphalaria tenagophila, transmissor da esquistossomose citado no EIA-Rima (2004) na área de abrangência da usina não foi amostrado em nenhuma estação de coletas durante o período monitorado Espécies Exóticas Durante todo o período do monitoramento foi amostrado o bivalve Corbicula fluminea considerado espécie exótica invasora. Os espécimes foram coletados junto das margens que apresentavam zona de remanso e deposição de sedimento ou em áreas lênticas mais profundas. C. fluminea é uma espécie introduzida, originária do sudeste asiático com capacidade de reprodução rápida, atingindo em poucos anos capacidade de ind.m -2, ocasionando uma diminuição drástica das espécies nativas. A espécie foi identificada pela primeira vez na bacia do Jacuí junto à bacia do Guaíba em 1978, na época identificada como Corbicula manilensis (PHILIPPI, 1844), sinônimo júnior de C. fluminea (MÜLLER, 1774). Então, concluiu-se pelo material estudado que a espécie foi introduzida na década de Com o registro de C. fluminea para as bacias do Guaíba e do Jacuí, fica uma interrogação sobre como teria chegado este bivalve asiático aqui. Possivelmente tenha sido trazido dos Estados Unidos, através do homem ou de aves migratórias (Instituto Hórus, Em todas as bacias ocupadas por C. fluminea, a espécie passou a apresentar em poucos anos (aproximadamente cinco anos de ocupação de uma área) uma maior densidade populacional que os Corbiculidae nativos e demais espécies de bivalves de água doce autóctones (Hyriidae, Mycetopodidae, Sphaeriidae). A espécie já foi reportada para a Bacia do Paranapanema por Jorcin & Nogueira (2008) que contemplou amostragens em vários tributários incluindo o rio Tibagi. Neste estudo os autores registraram altas densidades de C. fluminea ocorrendo na estação do rio Tibagi. C. fluminea que é uma espécie filtradora de plâncton e aparentemente requer elevados níveis de oxigênio dissolvido neste estudo esteve presente nas estações com menor demanda de oxigênio como a estação E4. 116

129 Esta espécie prefere águas doces correntes e não poluídas, com fundos de sedimento fino ou médio, ainda que possa tolerar níveis ligeiros de salinidade (5-8 ). O principal impacto ecológico é que a espécie exótica compete com os bivalves nativos por espaço e alimento disponível. Em densidades elevadas reduz significativamente a turbidez da água. O impacto econômico da espécie é que em grande quantidade pode ser levada para as tubulações hidráulicas e sistemas de ventilação das centrais elétricas, exigindo a sua substituição. Em vista destes argumentos apresentados, sugere-se maior cautela na avaliação e acompanhamento das densidades desta espécie ao longo das estações selecionadas para este estudo. Nenhuma ocorrência de Limnoperna fortunei (mexilhão-dourado) foi registrada durante o período do monitoramento Índice de Qualidade de Água (IQA) através das famílias de Macroinvertebrados Aquáticos segundo BMWP (Biological Monitoring Working Party) O uso dos macroinvertebrados como indicadores de qualidade de água basea-se na maneira dos organismos ocuparem um determinado habitat e a quais exigências ambientais estejam adaptados. Qualquer alteração nas condições ambientais de um local refletirá na estrutura das comunidades que ali habitam. Sob condições adversas, os organismos se adaptam ou perecem, portanto, o tipo de comunidade que se encontra em um dado ecossistema, deve refletir as condições ambientais que ali estão prevalecendo. Para a obtenção da qualidade da água foi utilizado o índice BMWP (Biological Monitoring Working Party) que se baseia na utilização da frequência de ocorrência das famílias de macroinvertebrados aquáticos nas amostras. Este índice ordena as famílias de macroinvertebrados aquáticos em 9 grupos, seguindo um gradiente de menor a maior tolerância dos organismos quanto à poluição orgânica. Cada família recebeu uma pontuação, que oscila de 1 a 10. As famílias mais sensíveis à contaminação receberam as pontuações maiores. As famílias próximas ao valor 1 são mais tolerantes. O conteúdo e descrição detalhada da técnica podem ser consultados no Portal do Instituto Ambiental do Paraná ( 117

130 Neste estudo foram utilizadas as tabelas das famílias dos macroinvertebrados aquáticos com os equivalentes ecológicos e a de Graus de Contaminação associada à qualidade de água adaptada pela equipe da Seção de Limnologia do Instituto Ambiental do Paraná em Na Figura 70 é apresentada a classificação do Índice de Qualidade de Água que cada estação de monitoramento obteve durante os meses de março/10 a outubro/10, segundo a composição dos macroinvertebrados aquáticos. As águas do rio Tibagi durante todo o período monitorado não atingiu em nenhuma estação de monitoramento os níveis de qualidade de água aceitável (Classe III), boa (Classe II) e ótima (Classe I) do Índice BMWP. Por este motivo na Figura 70 estas Classes não apresentam resultados e duas delas nem foram representadas graficamente. Deste modo, as estações na referida figura foram classificadas dentre cinco categorias: Fortemente Poluída (FPol.), Muito Poluída (MPol.), Poluída (Pol.), Duvidosa (Du.) e Aceitável (Ac.) Através dos resultados da ocorrência dos macroinvertebrados aquáticos foi possível constatar que a qualidade da água do rio Tibagi e seus tributários apresentam claramente sinais de poluição. Nenhuma estação de coletas durante os oito meses analisados atingiu a classificação I, II e III do Índice BMWP que atribui qualidade de água de aceitável a ótima. Quando comparados os resultados do índice de qualidade ambiental que avalia os parâmetros físicos e químicos da água com os índices bióticos observam-se algumas divergências. Isto se deve provavelmente ao fato de o índice biótico refletir, além das características físicas e químicas da água, as alterações pontuais relacionadas ao sedimento, desestruturação das margens dos rios estudados, que de certa forma acarretam a destruição de hábitat e, conseqüentemente, a redução do número de espécies. Desta forma, em locais sujeitos a extrações mecânicas como, dragagens para extração de areia e cascalho, lançamentos ou lixiviação de resíduos de mineração, assoreamento dos cursos de água, podem ocorrer resultados bastante diversos em relação aos padrões de qualidade de água registrados através das análises físicas e químicas, que consideram somente as características da água para a classificação da qualidade da água. Os macroinvertebrados bênticos apresentaram grande sensibilidade aos diversos tipos de impactos, como poluentes domésticos e industriais, represamentos, uso do solo, mineração dentre outros que ocorrem no meio ambiente. O monitoramento dos ecossistemas através dos macroinvertebrados ainda continua sendo uma boa estimativa das influências deletérias ao ambiente. 118

131 Figura 70 - Resultados do índice de Qualidade de Água BMWP através das famílias de Macroinvertebrados Aquáticos para as nove estações de coletas nas áreas de influência direta e indireta da Usina Hidrelétrica de Mauá, Paraná, durante março a outubro de Monitoramento da Presença de Limnoperna fortunei (mexilhão dourado) Visando realizar um diagnóstico geral da região do empreedimento, nas duas primeiras campanhas, realizadas entre os dias 08 e 17 de dezembro/09 e 25 e 27 de janeiro/10, optou-se por realizar as coletas de água para análise da possível presença de Limnoperna fortunei nas oito estações de coleta (E1 - Montante de Telêmaco Borba, E2 - A jusante da Klabin, E3 - Próximo ao eixo da futura barragem, E4 - Casa de força/canal de fuga, E5 A jusante da casa de força, E6 - Foz do rio Imbauzinho, E7 - Foz do rio Barra Grande e E8 - Foz do rio das Antas). Em todas as amostras, a análise sob microscópio estereoscópico não identificou a presença de larvas de Limnoperna fortunei (Tabela 38). Nas demais campanhas foram amostradas as estações E2 e E6, sendo realizadas de forma trimestral nos meses de fevereiro/10 (3.E2 coletada dia 25/02/2010 e 3.E6 coletada dia 01/03/2010), maio/10 (4.E2 coletada dia 24/05/2010 e 4.E6 coletada dia 25/05/2010), agosto/10 (5.E2 coletada dia 23/08/2010 e 5.E6 coletada dia 25/08/2010) e novembro/10 (6.E2 coletada dia 18/11/2010 e 6.E6 coletada dia 17/11/2010). Todas as amostras apresentaram resultado negativo para a presença de 119

132 larvas de Limnoperna fortunei tanto em análise preliminar sob microscópio estereoscópico quanto em análise molecular buscando o DNA da espécie (Tabela 38). Na análise molecular, as amostras 3.E2, 3.E6 e 4.E6 apresentaram DNA mal conservado, fato que diminui a confiabilidade da análise, tal falha foi reparada nas campanhas subsequentes. No mês de maio/10, além das coletas trimestrais de água, no dia 27 foi realizada coleta em um ponto a jusante da área do futuro reservatório da UHE Mauá (4.Jus1), localizado no município de Jataizinho PR (coordenada em UTM 22K ) (Figura 71). Tal coleta teve como objetivo diagnosticar a presença/ausência de larvas de mexilhão dourado em áreas próximas a usina de Mauá, para verificação da possibilidade de invasão da área de interesse. Em análise sob microscópio estereoscópico o resultado foi negativo para a presença de larvas de Limnoperna fortunei (Tabela 38). A análise molecular também apresentou resultado negativo, contudo o DNA da amostra se mostrou mal conservado. Além da coleta foram realizadas vistorias em dois pontos próximos à foz do rio Tibagi, em uma areeira (Figura 72 A) no município de Rancho Alegre (coordenadas em UTM 22K ) e próximo a PR 323, em trecho do reservatório da UHE Capivara (coordenadas em UTM 22K ). Não foi encontrado indício da presença do mexilhão dourado em nenhum dos pontos vistoriados. Figura 71 - Ponto de coleta de amostra de água a jusante do futuro reservatório da UHE Mauá (4.Jus1) Embora o rio Paranapanema, onde o rio Tibagi deságua, apresente mexilhão dourado em alta densidade, até o momento não foram encontradas evidências da presença deste molusco em nenhum trecho do rio Tibagi. No entanto, diante da proximidade de seu leito com áreas já invadidas, 120

133 existe risco de invasão. Em entrevista com pescador da região foi encontrada uma rede de pesca com conchas de mexilhão dourado (Figura 72 B). Segundo o pescador a rede foi utilizada no rio Paranapanema, em ponto próximo ao rio Tibagi, esta atividade pode ser um vetor de dispersão do mexilhão dourado do rio Paranapanema para o rio Tibagi. B. A. Figura 72 A. Vistoria em areeira no município de Rancho Alegre. B. Conchas de Mexilhão dourado (Limnoperna fortunei) encontradas em rede de pesca utilizada no rio Paranapanema próximo a foz do rio Tibagi. Tabela 38 Resultados das análises da possível presença de larvas de mexilhão dourado na região da UHE Mauá, no ano de Coleta Local Data Resultado microscópio estereoscópio Resultado análise molecular Observações 1.E1 Montante de Telêmaco Borba 08/12/2009 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 1.E2 A jusante da Klabin 08/12/2009 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 1.E3 Próximo ao eixo da futura barragem 10/12/2009 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 1.E4 Casa de força/canal de fuga 10/12/2009 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 121

134 Tabela 38 (cont.) Resultados das análises da possível presença de larvas de mexilhão dourado na região da UHE Mauá, no ano de Coleta Local Data Resultado microscópio estereoscópio Resultado análise molecular Observações 1.E5 Jusante da casa de força 15/12/2009 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 1.E6 Foz do rio Imbauzinho 17/12/2009 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 1.E7 Foz do rio Barra Grande 16/12/2009 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 1.E8 Foz do rio das Antas 15/12/2009 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 2.E1 Montante de Telêmaco Borba 25/01/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 2.E2 A jusante da Klabin 01/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 2.E3 Próximo ao eixo da futura barragem 27/01/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 2.E4 Casa de força/canal de fuga 26/01/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 2.E5 Jusante da casa de força 28/01/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 2.E6 Foz do rio Imbauzinho 28/01/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 2.E7 Foz do rio Barra Grande 27/01/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 2.E8 Foz do rio das Antas 27/01/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Não realizada* Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 3.E2 A jusante da Klabin 25/02/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo DNA mal conservado Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 3.E6 Próximo ao eixo da futura barragem 01/03/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo DNA mal conservado Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 4.E2 A jusante da Klabin 24/05/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Ausência de larvas de bivalves 4.E6 Próximo ao eixo da futura barragem 25/05/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo DNA mal conservado Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) 4.Jus1 Jataizinho 27/05/2010 Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo DNA mal conservado Ausência de larvas de bivalves 122

135 Tabela 38 (cont.) Resultados das análises da possível presença de larvas de mexilhão dourado na região da UHE Mauá, no ano de Coleta Local Data 5.E2 A jusante da Klabin 23/08/ E6 Próximo ao eixo da futura barragem 25/08/ E2 A jusante da Klabin 18/11/ E6 Próximo ao eixo da futura barragem 17/11/2010 Resultado microscópio estereoscópio Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Resultado análise molecular Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Negativo Larvas de L. fortunei ausentes Observações Ausência de larvas de bivalves Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) Larvas de bivalve (provavelmente Corbicula sp.) *Nas duas primeiras campanhas (realizadas em dezembro de 2009 e janeiro de 2010) não foi realizada análise molecular, sendo priorizada a realização de diagnóstico mais amplo da região de estudo, amostras das oito estações de amostragem foram analisadas sob microscópio estereoscópio Monitoramento Fluviométrico Durante a fase rio, o monitoramento fluviométrico, com leitura de réguas linimétricas e medição de vazão, foi realizado nas estações Recanto Beira Rio (rio Imbauzinho, correspondente à estação de qualidade de água E3), Fazenda Santana (rio Barra Grande, correspondente à estação de qualidade de água E5). Nas estações Telêmaco Borba (rio Tibagi, correspondente à estação de qualidade de água E1), Barra Ribeirão das Antas (rio Tibagi, correspondente à estação de qualidade de água E7) e Salto das Antas (ribeirão das Antas, correspondente à estação de qualidade de água E8) o monitoramento fluviométrico se restringiu à leitura das réguas linimétricas, no dia da coleta, sendo os dados de nível anotados nas fichas de campo. Os referidos dados são apresentados na seqüência na Tabela

136 Estação de Qualidade de Água correspondente Código da Estação Fluviométrica E E E E E Nome da Estação Fluviométrica Telêmaco Borba Recanto Beira Rio Fazenda Santana Barra Ribeirão das Antas Salto das Antas Dados 1ª Coleta 2ª Coleta 3ª Coleta 4ª Coleta 5ª Coleta 6ª Coleta 7ª Coleta 8ª Coleta 9ª Coleta 10ª Coleta 11ª Coleta 12ª Coleta 13ª Coleta dez/09 jan/10 fev/10 mar/10 abr/10 mai/10 jun/10 jul/10 ago/10 set/10 out/10 nov/10 dez/10 Data 08/12/09 25/01/10 22/02/10 22/03/10 26/04/10 24/05/10 21/06/10 28/07/10 25/08/10 28/09/10 20/10/10 17/11/10 14/12/10 Nível (cm) Data 17/12/09 28/01/10 24/02/10 29/03/10 27/04/10 26/05/10 29/06/10 27/07/10 24/08/10 29/09/10 19/10/10 18/11/10 15/12/10 Nível (cm) Vazão (m³.s -1 ) 7,74 15,16 9,08 15,77 17,80 6,50 3,14 2,45 1,85 1,67 8,01 3,47 21,615 Data 16/12/09 28/01/10 24/02/10 24/03/10 27/04/10 26/05/10 29/06/10 27/07/10 24/08/10 29/09/10 19/10/10 18/11/10 15/12/10 Nível (cm) Vazão (m³.s -1 ) 5,17 22,81 25,06 4,75 11,75 3,17 1,67 1,92 0,90 1,30 2,62 3,57 15,462 Data 10/12/09 27/01/10 25/02/10 25/03/10 03/05/10 27/05/10 23/06/10 29/07/10 26/08/10 30/09/10 21/10/10 16/11/10 16/12/10 Nível (cm) Data 15/12/09 27/01/10 02/03/10 30/03/10 03/05/10 27/05/10 23/06/10 29/07/10 26/08/10 30/09/10 21/10/10 16/11/10 16/12/10 Nível (cm) Tabela 39 Níveis e vazões medidas nas estações localizadas na área do empreendimento UHE Mauá 124

137 3.2 Sub-Programa de Monitoramento de Águas Subterrâneas DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Os dados e resultados aqui apresentados foram obtidos a partir da análise físico-química de amostras de água coletadas em sete poços tubulares profundos (P1 a P7), em uma nascente (P9) e em quatro poços de monitoramento do aqüífero freático (baterias de piezômetros BP1 e BP2), o piezômetro mais a montante e o piezômetro mais a jusante foram selecionados para serem também poços de monitoramento da qualidade de água, ou seja, neles está sendo procedida a coleta de amostras de água para análise laboratorial. Conforme citado anteriormente, o poço P8 é um poço improdutivo e, como tal, não foi utilizado nesta fase do monitoramento. Em face do retardamento no cronograma de implantação do Reservatório da UHE Mauá, as atividades correspondentes à Fase Rio se desenvolveram em todo o período, fato que tornou possível a obtenção de um volume maior de dados hidroquímicos, em relação ao previsto inicialmente. O monitoramento das condições de nível potenciométrico nas duas baterias de piezômetros construídas para este fim, que estavam prejudicadas pela ausência de água nos poços, passou a ser possível a partir da última campanha, realizada em dezembro/10. Outro fato a ser anotado é que no período, passou-se utilizar facilidades laboratoriais que viabilizaram a obtenção de um elenco maior de dados de qualidade de água em cada ponto de monitoramento, como está descrito neste relatório. No que diz respeito aos resultados referentes aos aqüíferos, na medida em que está sendo configurado um conjunto de análises para cada ponto de amostragem, vai sendo possível identificar eventuais inconsistências em valores obtidos, seja em campo ou laboratório. Quando de posse de mais dados será possível uma análise de consistência mais elaborada. Todavia, comparações entre variáveis medidas em campo e também em laboratório validaram as medições realizadas in situ. Com base nos dados obtidos até o momento neste programa de monitoramento, podem-se extrair algumas conclusões que serão apresentadas na seqüência Monitoramento dos poços freáticos Entre os dias 22 e 23 de dezembro/10, os níveis de água observados nos poços de monitoramento do freático das baterias BP1 e BP2 constam da Tabela 40. As localizações dos poços foram realizadas por meio de equipamento GARMIN GPSMAP 60GSX. O posicionamento exato dos pontos bem como a altimetria serão determinados por topografia de precisão. 125

138 Tabela 40 - Níveis da água do aqüífero freático nos piezômetros da bateria BP1, na margem direita do rio Tibagi,em 22/12/10, e nos piezômetros da bateria BP2, na margem esquerda do rio Tibagi em 23/12/10. BP1 Coleta em 22/12/10 BP2 Coleta em 23/12/10 PM UTM E (m) UTM N (m) N.A. (m) PM UTM E (m) UTM N (m) N.A. (m) , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,81 A simples observação da variação dos níveis de água nos piezômetros indica heterogeneidades nas características de porosidade e condutividade hidráulica do substrato, com conseqüentes alterações no fluxo subterrâneo. Na próxima fase dos trabalhos os levantamentos privilegiarão a obtenção de dados de nível piezométrico e de qualidade da água nas duas baterias de piezômetros Monitoramento dos poços tubulares profundos e uma nascente: variáveis obtidas no campo Através das variáveis físico-químicas obtidas em campo (Tabela 41) foram identificados dois grandes grupos de água, que corresponderam em termos gerais às unidades aqüíferas Paleozóica Média Superior (poços P1 a P5) e Paleozóica Superior (poços P6 e P7), conforme mapa do Instituto da Águas do Paraná SUDERHSA (Figura 16). Pela condutividade elétrica da água, ficaram bem delineados o grupo correspondente às águas captadas nos poços P1 a P5, relacionadas ao Grupo Itararé com condutividades entre 55 µs.cm -1 e inferiores a 206 µs.cm -1, e o grupo correspondente às águas dos poços P6 e P7, perfurados na Formação Palermo, com condutividades entre 854 e µs.cm -1. As condutividades medidas na nascente, nas proximidades dos poços P6 e P7, por ocasião de quatro campanhas, situaram-se na faixa entre 216 µs.cm -1 e 261 µs.cm -1. Ficou evidenciada uma forte tendência de diminuição com o tempo, dos valores de condutividade medidos nos poços P6 e P7. Este aspecto está diretamente relacionado às condições do aqüífero explorado. Trata-se de um reservatório que está em regime de superexplotação sendo extraída, inicialmente, água mais concentrada, que foi sendo gradativamente substituída por soluções mais diluídas proveniente de níveis aqüíferos comunicantes, porém anteriormente equilibrados com 126

139 material mineral menos solúvel. Os conjuntos de análises de condutividade correspondentes aos outros poços não mostraram o mesmo comportamento de decréscimo constante, no período avaliado. A nascente P9 apresentou um comportamento inverso, ou seja, aumento da condutividade com a diminuição da vazão ao longo das medições, possivelmente em função de condições de menor diluição pela pluviosidade decrescente. A tendência geral entre os poços P1 a P5 é de um aumento médio na concentração de solutos na seqüência: P1, P2, P3, P4 e P5. O ph varia de 6,37 no ponto P1, até 9,06 no ponto P5, havendo o predomínio de ph alcalino. A temperatura da água varia entre 19 e 23,6 o C. Valores inferiores anotados provavelmente sofreram influência da temperatura externa, em face da distância entre o poço e o ponto de coleta. Tabela 41 Variáveis obtidas no campo para águas coletadas em poços tubulares profundos, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. Ponto Data da coleta ph Cond. (µs.cm -1 ) Temp. ( o C) /01/2010 7,65 100,7 17,4 17/06/2010 7,17 72,4 21,2 30/06/2010 6,50 55,5 20,1 15/07/2010 7,29 81,3 18,5 29/07/2010 7,37 71,4 21,4 30/08/2010 6,79 73,0 23,2 29/09/2010 6,37 57,7 22,2 28/10/2010 6,55 21,1 24/05/2010 6,60 96,7 06/01/2010 7,55 153,5 17/06/2010 6,31 143,9 07/01/2010 6,93 76,6 15/07/2010 7,36 114,9 29/07/2010 7,41 110,7 30/08/2010 7,19 103,9 29/09/2010 6,70 100,3 24/05/2010 7,85 134,8 19,7 06/01/2010 7,49 172,0 21,1 17/06/2010 8,65 143,7 23,2 07/01/2010 9,01 138,8 23,0 15/07/2010 8,12 129,1 19,7 29/07/2010 8,40 143,5 21,7 30/08/2010 8,71 138,5 24,4 29/09/2010 7,86 131,3 23,4 28/10/2010 8,32 142,4 22,4 127

140 Tabela 42 (cont.) Variáveis obtidas no campo para águas coletadas em poços tubulares profundos, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. Ponto Data da coleta ph Cond. (µs.cm -1 ) Temp. ( o C) /05/2010 6,48 151,5 19,5 06/01/2010 6,82 119,0 15,4 17/06/2010 6,63 147,6 21,9 07/01/2010 7,35 133,5 22,0 15/07/2010 7,46 151,7 19,2 30/08/2010 7,26 137,2 24,6 29/09/2010 6,86 133,5 24,5 28/10/2010 7,06 137,1 21,3 06/01/2010 8,43 206,0 20,3 06/01/2010 8,43 206,0 20,3 17/06/2010 9,06 177,0 23,0 07/01/2010 9,05 161,9 23,8 15/07/2010 9,06 159,7 20,4 29/07/2010 8, ,4 30/08/2010 8,55 160, /09/2010 8,61 158,9 23,4 28/10/2010 8,86 169,8 22,7 30/03/2010 8, ,0 24,9 20/05/2010 8, ,0 23,6 31/05/2010 8, ,0 21,8 17/06/2010 8, ,0 22,3 07/01/2010 8, ,0 23,9 15/07/2010 8, ,0 21,0 28/07/2010 8, ,0 20,9 31/08/2010 7, ,0 23,1 30/09/2010 8, ,0 24,1 20/10/2010 8, ,0 22,6 30/03/2010 8,32 952,0 24,9 20/05/2010 8,67 935,0 23,6 31/05/2010 8,91 921,0 21,9 17/06/2010 8,82 883,0 22,4 07/01/2010 8,55 896,0 22,9 15/07/2010 8,80 884,0 22,3 28/07/2010 8,76 856,0 21,9 31/08/2010 8,18 854,0 23,3 30/09/2010 8,62 879,0 23,6 28/10/2010 8,58 888,5 22,7 07/01/2010 6,95 216,0 16,0 15/07/2010 7,51 242,0 14,6 28/07/2010 8,13 256,0 18,3 31/08/2010 6,59 261,0 22,0 30/09/2010 6,77 259,0 17,7 28/10/2010 7,25 254,5 18,2 128

141 3.2.3 Monitoramento dos poços tubulares profundos e uma nascente: variáveis obtidas em laboratório Medidas de ph e condutividade obtidas em campo e laboratório foram realizadas para a verificação da correção das medidas em campo e em função de alterações nas características das amostras entre a coleta e a análise laboratorial. A condutividade medida em campo apresentou uma ótima correlação com os dados de laboratório (R 2 = 0,999), o que serviu para validar os procedimentos observados em campo. O ph, por sua vez, apresentou uma dispersão considerável de pontos. Em determinados pontos de amostragem houve uma razoável correlação entre os valores de campo e de laboratório, como em P7 e P9. Nos pontos P6 e P1, com exceção de uma medição em cada um, a correlação foi também razoável. Em alguns locais de amostragem, todavia, não foi possível estabelecer qualquer tipo de correlação confiável. Procurar-se-á estudar e abordar melhor estes fatos na seqüência deste programa. Tabela 42 Condutividade, ph, sólidos dissolvidos e alcalinidade obtidas em laboratório para águas coletadas em poços tubulares profundos e uma nascente, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. Ponto P1 P2 P3 Data da coleta ph Cond. STD med. (mg.l -1 ) Alc. total CaCO 3 (mg.l -1 ) Alc. bic. CaCO 3 (mg.l -1 ) Alc. carb. CaCO 3 (mg.l -1 ) 06/01/2010 7,51 53, /06/2010 6,7 55, /06/2010 6,07 51, ,35 21, /07/2010 6,68 62, ,4 25,4 0 29/07/2010 6,1 48, ,62 23, /08/2010 6,75 47, ,38 27, /09/ ,3 28/10/2010 6,53 42, ,72 22, /05/2010 7,2 103, /01/2010 7,4 84, /06/2010 7,2 119, /01/2010 6,2 78, ,53 40, /07/2010 6,75 107, ,48 53, /07/2010 6,66 108, ,66 54, /08/2010 6,95 101, ,99 51, /09/ ,6 29/10/2010 7,08 129, ,78 61, /05/2010 7,4 131, /06/2010 8,4 130, /06/2010 8,1 142, ,5 01/07/2010 7,96 141, ,72 75, /07/2010 7,75 126, ,61 59, /07/2010 7,75 128, ,58 70, /08/2010 8,66 143, ,65 72, /09/ ,8 28/10/2010 8,69 139, ,09 83,

142 Tabela 43 (cont.) Condutividade, ph, sólidos dissolvidos e alcalinidade obtidas em laboratório para águas coletadas em poços tubulares profundos e uma nascente, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. Ponto P4 P5 P6 P7 P9 Data da coleta ph Cond. STD med. (mg.l -1 ) Alc. total CaCO 3 (mg.l -1 ) Alc. bic. CaCO 3 (mg.l -1 ) Alc. carb. CaCO 3 (mg.l -1 ) 24/05/2010 6,9 145, /06/2010 7,9 147, /06/2010 6,9 140, /07/2010 6,57 144, ,5 77,5 0 15/07/2010 6,9 136, ,03 66, /09/ ,0 28/10/2010 6,85 142, ,97 67, /01/2010 9,2 166, /06/2010 8,5 169, /07/2010 8,1 168, ,15 81, /07/2010 8,47 159, ,37 63,17 8,2 29/07/2010 8,58 165, ,95 72, /08/2010 8,71 164, ,7 29/09/ ,3 28/10/2010 8,7 162, ,88 30/03/2010 7,2 1240, ,5 5,25 20/05/2010 8,1 1207, ,5 31/05/2010 8,6 1236, /06/2010 8,3 1201, /07/2010 7, , ,33 126, /07/2010 7, , ,67 122, /07/2010 7, , ,33 126, /09/ ,0 28/10/2010 8, , ,35 122, /03/2010 7,2 959, ,5 159, /05/2010 8,1 922, /05/2010 8,9 929, /06/2010 8,5 911, /07/2010 8,1 912, ,92 126, /07/2010 8,21 876, ,97 148, /08/ /09/ ,0 28/10/2010 8, , /07/2010 6,69 220, ,94 90, /07/2010 6,93 244, ,47 88, /07/2010 7,31 258, ,39 95, /08/2010 7,11 243, ,75 101, /09/ ,0 28/10/2010 7,63 250, ,45 101,45 0 A condutividade apresentou a seguinte correlação com os sólidos totais dissolvidos no total das medições em todos os pontos de amostragem, conforme dados da Tabela 42: STD = 0,535 condutividade + 35,92 (R² = 0,977) 130

143 Trata-se de uma boa correlação, o que valida se ter na condutividade um indicador da concentração de solutos. A alcalinidade anotada está diretamente ligada ao ph das soluções e é praticamente toda devida aos componentes carbônicos do sistema. Domina a alcalinidade devida ao íon bicarbonato, sendo que alcalinidade devida ao carbonato foi anotada em P6, P7, P3 e P5. Dos elementos da Tabela 43, o cádmio e o cobalto estiveram sempre abaixo dos limites de detecção de 0,0001 mg.l -1 para ambos. O valor mais elevado para o alumínio em solução foi anotado em P5 (0,0246 mg.l -1 ), o segundo maior valor foi registrado em P1 (0,0068 mg.l -1 ). Também em P1 foi anotado o único valor de antimônio (0,0002 mg.l -1 ) superior ao limite de detecção de 0,0001 mg.l -1. O bário foi detectado em todas as amostras, sendo o máximo (0,4983 mg.l -1 ) registrado em P2 e o mínimo (0,0154 mg.l -1 ) em P6. Normalmente valores mínimos de bário são encontrados em águas com valores elevados de sulfato, o que é o caso. Observe-se que a legislação apresenta como limite superior de potabilidade para o bário, o valor de 0,7 mg.l -1. Foi detectado chumbo acima do limite de detecção de 0,0005 mg.l -1 em uma única amostra P6 (0,0006 mg.l -1 ). O valor máximo analisado para o cobre foi de 0,0121 mg.l -1 em P4 e P5. No caso do cromo o máximo encontrado foi de 0,0002 mg.l -1 em P3. Tabela 43 Variáveis alumínio, antimônio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cobalto, cobre e cromo obtidas em águas de poços tubulares profundos na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. Ponto P1 P2 Data da Al Sb As Ba Cd Pb Co Cu Cr coleta (mg.l -1 ) (mg.l -1 ) (mg.l -1 ) (mg.l -1 ) (mg.l -1 ) (mg.l -1 ) (mg.l -1 ) (mg.l -1 ) (mg.l -1 ) 01/06/2010 0,0011 <0,0001 <0,0001 0,0781 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0, /06/2010 0,0017 <0,0001 <0,0001 0,2403 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 0, /5/2010 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,0688 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0, /6/2010 0,0019 <0,0001 < ,0579 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0, /6/2010 0,0068 0,0002 0,0002 0,077 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0, /05/2010 0,0081 <0,0001 <0,0001 0,1484 <0,0001 <0,0005 <0,0001 < <0,0001 P3 P4 P5 01/06/2010 0,0012 <0,0001 <0,0001 0,1095 <0,0001 <0,0005 <0,0001 < <0, /06/2010 0,0024 <0,0001 0,0056 0,2526 <0,0001 <0,0005 <0,0001 < , /5/2010 0,0019 <0,0001 <0,0001 0,0806 <0,0001 <0,0005 <0,0001 0,001 <0, /6/2010 0,0016 <0,0001 <0,0001 0,0654 <0,0001 <0,0005 <0,0001 0,0121 <0, /6/2010 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,2297 <0,0001 <0,0005 <0,0001 0,0014 <0,0001 1/6/2010 0,0032 <0,0001 0,0043 0,179 <0,0001 <0,0005 <0,0001 0,0121 <0, /6/2010 0,0246 <0,0001 <0,0001 0,4983 <0,0001 <0,0005 <0,0001 0,0017 <0,

144 Tabela 44 (cont.) Variáveis alumínio, antimônio, arsênio, bário, cádmio, chumbo, cobalto, cobre e cromo obtidas em águas de poços tubulares profundos na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. P6 P7 30/3/2010 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,0167 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0, /5/2010 0,0025 <0,0001 <0,0001 0,0197 <0,0001 0,006 <0,0001 <0,0001 <0, /5/2010 0,0008 <0,0001 <0,0001 0,0154 <0,0001 <0,0005 <0,0001 0,0019 <0, /6/2010 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,0589 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0, /3/2010 0,0089 <0,0001 <0,0001 0,018 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0, /5/2010 0,0046 <0,0001 <0,0001 0,0306 <0,0001 <0,0005 <0,0001 <0,0001 <0, /5/2010 0,0048 <0,0001 <0,0001 0,026 <0,0001 <0,0005 <0,0001 0,0003 <0, /6/2010 <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,187 <0,0001 <0,0005 <0,0001 0,0007 <0,0001 Da Tabela 44, que apresenta ferro, manganês, cálcio, magnésio, mercúrio, níquel, potássio, selênio e silício, o mercúrio, o níquel e o selênio não foram detectados. Para os dois primeiros o limite e detecção é 0,0001 mg.l -1 e para o selênio 0,0005 mg.l -1. Cálcio, magnésio, potássio e silício são macro-constituintes da solução, os primeiros predominantemente com íons isolados e o silício sob a forma de ácido silícico H 4 SiO 4. Destes, os metais alcalino-terrosos, o potássio juntamente com o sódio (Tabela 46) serão tratados de modo conjunto no item deste relatório que trata da classificação geoquímica das águas. O ferro em solução variou entre o máximo de 4,95 mg.l -1 em P1 e a < 0,01mg.L -1 em algumas determinações. Valores elevados em ferro geralmente estão relacionados não a sua fonte, porém a condições físico-químicas da água, tais como ph e Eh, pois este é um elemento abundante nas rochas. O manganês apresentou um máximo de 0,534mg.L -1 também em P1 e inferior ao limite de detecção em alguns pontos. Considere-se que o poço correspondente a amostra P1 não está sendo atualmente utilizado. Ele tem sido acionado praticamente por ocasião das amostragens para este projeto, quando apresenta material particulado amarelado, constituído de ferro oxidado que também pode conter manganês. Este material particulado diminui durante a purga do poço, porém certamente está também relacionado a teores relativamente elevados dos metais em solução. O zinco apresentou um máximo de 0,2086 mg.l -1 em P3 e um mínimo de 0,0083 mg.l -1 em P2 (Tabela 46). Este é um constituinte minoritário bastante comum nas águas, em função de sua grande solubilidade. O molibdênio, por sua vez, variou desde valores inferiores ao limite de detecção de 0,0001 mg.l -1 até 0,0056 mg.l -1 no ponto P7. No que tange aos ânions sulfato, nitrato e cloreto, o sulfato é o predominante, pelas características mineralógicas das rochas sedimentares que constituem os aqüíferos regionais. Este íon é geralmente originado na decomposição dos sulfetos, notadamente a pirita, presentes em rochas formadas em ambientes subaquáticos carentes de oxigênio. O valor máximo de sulfato, 368 mg.l -1, foi 132

145 detectado no P6, vindo em seguida o P7 com um máximo de 330 mg.l -1. O mínimo nestes dois pontos foi de 224 mg.l -1 no P6 e 136 mg.l -1 no P7. Quanto aos outros pontos, o máximo detectado para o sulfato foi de 13,1mg.L -1 no P3 e valores inferiores a 0,01 mg.l -1 no P4. A nascente P9 apresentou valores entre 12,6 mg.l -1 e 36,9 mg.l -1. O cloreto apresentou concentrações desde valores inferiores a 1,0 mg.l -1 em alguns pontos da unidade aqüífera Paleozóica Média Superior da área até 92,7 mg.l -1 no P6. O flúor é um elemento que impõe condicionantes ao uso direto das águas do P6 e P7. Enquanto o valor máximo permissível para uso sem restrições é 1,5 mg.l -1 (BRASIL, 2008), no ponto P6 a concentração máxima detectada foi de 2,4 mg.l -1 e no P7 daquela unidade aqüífera, foram anotadas concentrações de até 7,1 mg.l -1 de fluoreto. Por outro lado todos os outros pontos analisados apresentaram concentrações de fluoreto abaixo de 1,5 mg.l -1. Tabela 44 Variáveis ferro, manganês, cálcio, magnésio, mercúrio, níquel, potássio, selênio e silício obtidas em águas de poços tubulares profundos e uma nascente, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. Ponto P1 P2 P3 Data da coleta Fe (mg,l -1 ) Mn (mg,l -1 ) Ca 2+ (mg,l -1 ) Mg 2+ (mg,l -1 ) Hg (mg,l -1 ) Ni (mg,l -1 ) K + (mg,l -1 ) Se (mg,l -1 ) Si (mg,l -1 ) 01/06/2010 0,1797 0,0425 0,9795 0,7936 < < ,4 < ,8 17/06/2010 3,7 0,0534 2,2 0,7496 < < ,1 < ,1 30/06/2010 2,03 1,45 1,5 2,1 23, /07/2010 1,12 1,48 1,25 2,6 5, /07/2010 4,96 0,5 0,57 2,3 23, /08/2010 0,14 2,12 1,05 1,9 28/10/2010 3,37 4,56 0,57 0,9 24/05/2010 <0,0001 0,0027 3,2 2,5 < < ,9 < ,3 01/06/2010 0,0372 0,0022 2,7 1,7 < < ,3 < ,6 17/06/2010 0,0226 0,0005 5,4 0,1595 < < ,7776 < ,5 01/07/2010 <0.01 5,44 2,37 1,9 20, /07/2010 <0.01 6,03 2,44 1,9 18, /07/2010 6,26 1,87 1,8 18, /08/2010 <0,01 7,08 1,54 1,8 29/10/2010 <0,01 12,13 1,99 0,8 24/05/2010 0,0096 0,0028 4,7 2,5 < < ,9875 < ,5 01/06/2010 0,0273 0,0024 7,1 1,9 < < ,3 < /06/2010 0,0307 0, ,2 0,9091 < < ,8237 < ,2 01/07/2010 <0.01 6,71 1,18 0,6 12, /07/2010 < ,12 2,33 1,6 18, /07/2010 <0.01 9,95 1,67 0,8 16, /08/2010 <0,01 6,42 0,58 0,4 28/10/2010 <0,01 8,3 0,59 0,5 133

146 Tabela 45 (cont.)45 Variáveis ferro, manganês, cálcio, magnésio, mercúrio, níquel, potássio, selênio e silício obtidas em águas de poços tubulares profundos e uma nascente, na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. Ponto P4 P5 P6 P7 P9 Data da coleta Fe (mg,l -1 ) Mn (mg,l -1 ) Ca 2+ (mg,l -1 ) Mg 2+ (mg,l -1 ) Hg (mg,l -1 ) Ni (mg,l -1 ) K + (mg,l -1 ) Se (mg,l -1 ) Si (mg,l -1 ) 24/05/2010 0,0388 0,0134 6,1 6 < < ,9 < ,5 01/06/2010 0,0223 0,0008 8,7 4,4 < < ,6 < ,1 17/06/2010 0,0783 0, ,1 4,1 < < ,1 < ,6 01/07/2010 < ,6 5,32 1,2 20,3 15/07/2010 < ,01 4,69 2,4 20,2 28/10/2010 <0,01 18,8 3,7 0,8 06/01/2010 0,0064 0,0007 2,4 0,3901 < < ,4616 < ,1 17/06/2010 0,0234 0,0042 6,1 0,3611 < < ,6594 < /07/2010 <0.01 6,12 1,06 0,5 10, /07/2010 <0.01 5,45 0,89 0,6 10, /07/2010 <0.01 4,34 0,76 0,4 10, /08/2010 <0,01 4,87 0,6 0,5 28/10/2010 <0,01 8,37 0,66 0,3 30/03/2010 0,0264 < ,3 1,1 < < ,3 < ,7 20/05/2010 0,0779 0,0014 4,3 1,2 < < ,6 < ,4 31/05/2010 0,0652 0,0004 6,1 0,8791 < < ,3 < ,8 17/06/2010 0,0169 0,0003 7,5 0,2314 < < ,7916 < ,7 01/07/2010 < ,11 1,39 1,6 7, /07/2010 < ,18 1,43 1,3 7, /07/2010 < ,94 1,34 1,1 7, /10/2010 <0,01 17,33 1,39 0,7 30/03/2010 0,0181 < ,5 0,3811 < < ,1 < ,5 20/05/2010 0,0334 0,0011 2,2 0,5054 < < ,9123 < ,5 31/05/2010 0,0146 < ,3 0,4045 < < ,8868 < ,9 17/06/2010 0,0293 0,0028 8,5 1,7 < < ,2 < ,4 01/07/2010 0,02 7,29 0,95 3,1 7,6 28/07/2010 0,29 4,95 0,62 0,8 28/10/2010 <0,01 10,57 0,64 0,5 01/07/2010 < ,16 7,98 1,9 20, /07/2010 0,63 32,61 7,77 2,5 21, /07/2010 0,27 28,84 10,3 2,1 22, /08/2010 0,13 26,25 7,74 1,5 30/09/ /10/2010 0,12 34,6 8,86 1,4 134

147 Tabela 46 Variáveis zinco, nitrato, cloreto, sulfato, flúor, molibdênio e sódio obtidas em águas de poços tubulares profundos e uma nascente na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. Ponto P1 P2 P3 P4 P5 P6 Data da coleta Zn (mg,l -1 ) NO 3 - (N) (mg,l -1 ) Cl - (mg,l -1 ) SO 4 2- (mg,l -1 ) F - (mg,l -1 ) Mo (mg,l -1 ) Na + (mg,l -1 ) 01/06/2010 0,0286 0,8 <1 <1.0 <0.1 < ,7 17/06/2010 0,0648 1,2 1,9 1,8 0,30 < ,2 30/06/2010 4,39 <1.0 0,06 6,8 15/07/2010 1,83 <1.0 <0.01 8,2 29/07/2010 0,48 0,4 < /08/2010 0,03 1 0,09 5,1 28/10/2010 1,7 <0,1 <0,01 4,1 24/05/2010 0,0083 0,9 <1 3,2 <0.1 < ,1 01/06/2010 0, <1 1,6 <0.1 < ,4 17/06/2010 0,0403 0,6 <1 4,1 <0.1 0, /07/2010 0,89 <1.0 0,15 10,2 15/07/2010 2,94 5,6 0,02 16,6 29/07/2010 0,67 3,1 0,15 15,3 30/08/2010 0,17 3,8 0,20 11,8 29/10/2010 0,04 3,8 <0,01 10,5 24/05/2010 0,2086 0,7 3,2 <1 <0.1 < ,3 01/06/2010 0, <1 2 <0.1 < /06/2010 0,0632 <0.5 <1 3,3 <0.1 0, ,3 01/07/2010 0,72 <1.0 0, /07/2010 1,96 1,4 1,28 14,9 29/07/2010 0,63 13,1 0,76 19,8 30/08/2010 0,03 4,2 0,20 30,9 28/10/2010 0,04 3,2 0,15 28,8 24/05/2010 0,0123 2,1 3,1 <1 <0.1 < ,8 01/06/2010 0,0203 2,3 <1 <1 <0.1 < ,1 17/06/2010 0,0617 1,6 <1 <1 <0.1 < ,5 01/07/2010 1,41 <1 0,04 7,3 15/07/2010 2,3 <0.01 0,11 7,9 28/10/2010 0,54 0,5 <0,01 4,8 06/01/2010 0,0112 0,6 <1 8,1 <0.1 < ,1 17/06/2010 0,0873 0,5 <1 10,2 <0.1 < ,8 01/07/2010 0,85 9,3 0,28 33,2 15/07/2010 1,58 5,7 0,05 32,8 29/07/2010 0,5 8,3 0,18 33,9 30/08/2010 0,03 6,9 0,23 34,7 28/10/2010 0,04 8,1 <0,01 22,7 30/03/2010 0,0723 0,5 86, < /05/2010 0,0791 0,8 81, ,6 0, /05/2010 0,0254 0,6 86, ,40 0, /06/2010 0,0197 <0.5 92, ,30 0, /07/ , ,22 242,2 135

148 Tabela 46 (cont.) Variáveis zinco, nitrato, cloreto, sulfato, flúor, molibdênio e sódio obtidas em águas de poços tubulares profundos e uma nascente na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá. Ponto P6 (cont.) P7 P9 Data da coleta Zn (mg,l -1 ) NO 3 - (N) (mg,l -1 ) Cl - (mg,l -1 ) SO 4 2- (mg,l -1 ) F - (mg,l -1 ) Mo (mg,l -1 ) Na + (mg,l -1 ) 15/07/ , , /07/ , , /10/ , ,02 129,6 30/03/2010 0,0558 <0.5 42, ,8 < /05/2010 0,0359 0,7 42, ,8 0, /05/2010 0,0234 2,6 42, ,10 0, /06/2010 0,0423 0,5 41, ,90 0, ,2 01/07/ ,69 190,8 2,35 155,2 28/07/ , , /10/ ,7 >100 1,96 01/07/2010 1,45 12,6 0,55 7,2 15/07/2010 2,47 27,3 0, /07/2010 0,24 36,9 0,56 9,2 31/08/2010 0,26 30,6 0,58 5,5 28/10/2010 0,04 33,4 0,61 4,9 Para uma melhor análise do quimismo dos corpos hídricos da região, foi decidido proceder análises com limites de detecção mais baixo, para o que se passou obter dados de concentrações na ordem de partes por bilhão (ppb), obtidas por espectrometria de emissão de plasma associada a espectrometria de massa ICP-MS. Os dados obtidos com amostras coletadas nas campanhas do dia 29 de outubro/10 para os pontos P1 a P5 e P9, sendo que para os pontos P6 e P7 foram analisadas amostras da campanha do dia 28 de outubro/10. Tabela 47 Elementos químicos presentes em águas de poços tubulares profundos e uma nascente na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá, analisados por ICP_MS em amostras coletadas na campanha de outubro de Ponto Ag Al As Au B Ba Be Bi Br Ca PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPM 1 < <0.5 <0.05 <5 37,69 <0.05 <0.05 <5 1,19 2 < ,2 <0.05 <5 56,53 <0.05 <0.05 <5 6,52 3 < ,4 <0.05 <5 66,83 <0.05 <0.05 <5 3,86 4 < ,2 <0.05 <5 109,57 <0.05 < ,60 5 < ,8 <0.05 <5 137,61 <0.05 <0.05 <5 3,72 6 < <0.5 0, ,47 <0.05 < ,39 7 < ,5 0, ,67 <0.05 < ,09 9 < ,7 < ,37 <0.05 < ,34 136

149 Tabela 47 (cont.) Elementos químicos presentes em águas de poços tubulares profundos e uma nascente na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá, analisados por ICP_MS em amostras coletadas na campanha de outubro de Ponto Cd Ce Cl Co Cr Cs Cu Dy Er Eu PPB PPB PPM PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB 1 <0.05 <0.01 <1 <0.02 <0.5 0,02 0,8 <0.01 <0.01 < <0.05 <0.01 <1 <0.02 <0.5 0,04 1,0 <0.01 <0.01 < <0.05 <0.01 <1 <0.02 <0.5 0,02 0,6 <0.01 <0.01 < ,07 <0.01 <1 <0.02 <0.5 0,01 1,9 <0.01 <0.01 < <0.05 <0.01 <1 <0.02 <0.5 0,03 0,8 <0.01 <0.01 < <0.05 0,02 70 <0.02 <0.5 0,15 1,3 <0.01 <0.01 < <0.05 < <0.02 <0.5 0,09 0,9 <0.01 <0.01 < ,07 < <0.02 <0.5 0,09 1,7 <0.01 <0.01 <0.01 Ponto Fe Ga Gd Ge Hf Hg Ho In K La PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPM PPB 1 <10 <0.05 <0.01 <0.05 <0.02 <0.1 <0.01 <0.01 1,60 < <10 <0.05 <0.01 <0.05 <0.02 <0.1 <0.01 <0.01 1,13 < <10 <0.05 <0.01 0,15 <0.02 <0.1 <0.01 <0.01 0,36 < <10 <0.05 <0.01 <0.05 <0.02 <0.1 <0.01 <0.01 1,35 < <10 <0.05 <0.01 0,19 <0.02 <0.1 <0.01 <0.01 0,40 < <10 0,08 <0.01 1,03 <0.02 <0.1 <0.01 <0.01 0,99 0,01 7 <10 0,17 <0.01 2,41 <0.02 <0.1 <0.01 <0.01 0,70 < <10 <0.05 <0.01 <0.05 <0.02 <0.1 <0.01 <0.01 2,03 <0.01 Ponto Li Lu Mg Mn Mo Na Nb Nd Ni P PPB PPB PPM PPB PPB PPM PPB PPB PPB PPB 1 3,5 <0.01 0,78 0,30 0,3 5,43 <0.01 <0.01 0,3 <20 2 5,8 <0.01 2,35 5,01 0,4 14,19 <0.01 <0.01 0, ,8 <0.01 0,41 0,45 0,7 23,55 <0.01 <0.01 < ,7 <0.01 5,40 1,34 0,8 8,24 <0.01 <0.01 0, ,5 <0.01 0,47 0,21 2,0 34,04 <0.01 <0.01 0,2 < ,9 <0.01 0,96 0,82 2,0 240,10 <0.01 0,01 < ,3 <0.01 0,46 0,23 6,0 191,03 <0.01 <0.01 <0.2 < ,5 < ,06 0,45 0,6 7,65 <0.01 <0.01 0,5 48 Ponto Pb Pd Pr Pt Rb Re Rh Ru S Sb PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPM PPB 1 0,1 <0.2 <0.01 <0.01 2,86 <0.01 <0.01 <0.05 <1 < ,2 <0.2 <0.01 <0.01 1,04 <0.01 <0.01 < ,11 3 0,2 <0.2 <0.01 <0.01 0,43 <0.01 <0.01 <0.05 <1 < ,2 <0.2 <0.01 <0.01 1,09 <0.01 <0.01 <0.05 <1 0,16 5 0,2 <0.2 <0.01 <0.01 0,74 <0.01 <0.01 < ,09 6 0,2 <0.2 <0.01 <0.01 1,73 <0.01 0,02 < < <0.1 <0.2 <0.01 <0.01 1,15 <0.01 0,01 < < ,2 <0.2 <0.01 <0.01 4,03 <0.01 <0.01 < <

150 Tabela 47 (cont.) Elementos químicos presentes em águas de poços tubulares profundos e uma nascente na área de influência direta do reservatório da UHE Mauá, analisados por ICP_MS em amostras coletadas na campanha de outubro de Ponto Sc Se Si Sm Sn Sr Ta Tb Te Th PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB 1 <1 < <0.02 < ,00 <0.02 <0.01 <0.05 < <1 < <0.02 < ,57 <0.02 <0.01 <0.05 < <1 1, <0.02 < ,64 <0.02 <0.01 <0.05 < <1 2, <0.02 0,11 101,20 <0.02 <0.01 <0.05 < <1 < <0.02 < ,72 <0.02 <0.01 <0.05 < <1 < <0.02 < ,55 <0.02 <0.01 <0.05 0,25 7 <1 < <0.02 < ,00 <0.02 <0.01 <0.05 0, < <0.02 < ,70 <0.02 <0.01 <0.05 <0.05 Ponto Ti Tl Tm U V W Y Yb Zn Zr PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB PPB 1 <10 0,01 <0.01 <0.02 <0.2 <0.02 <0.01 < ,7 < <10 <0.01 <0.01 0,10 0,6 <0.02 <0.01 <0.01 9,9 < <10 <0.01 <0.01 0,68 3,2 0,07 <0.01 < ,3 < <10 <0.01 <0.01 0,86 2,7 <0.02 0,01 < ,9 < <10 <0.01 <0.01 <0.02 <0.2 0,26 <0.01 <0.01 9,8 < <10 <0.01 <0.01 0,04 0,7 1,18 0,02 < ,7 < <10 <0.01 <0.01 0,07 0,5 2,37 0,01 < ,9 < <10 <0.01 <0.01 0,07 0,7 <0.02 0,03 < ,7 <0.02 Os elementos químicos Ag, Be, Bi, Co, Cr, Dy, ER, Eu, Fe, Gd, Hf, Hg, Ho, In, Lu e Nb se apresentaram sempre abaixo dos respectivos limites de detecção constantes da Tabela 47. Cumpre destacar que elementos como o Fe podem estar ausentes em função da precipitação sob a forma de compostos oxidados e precipitados quando da aeração da água dos poços pelo bombeamento. Elementos como o B, Br, Cl, Ga, Li, S, Sr, Th, W e Zn possuem presença destacada nos poços profundos 6 e 7, em relação aos outros poços, caracterizando a diferença entre o ambiente geoquímico onde foram depositados os sedimentos que deram origem aos aqüíferos acessados da Formação Palermo e os aqüíferos do Grupo Itararé. A diferença entre as duas unidades também é perceptível pela presença de B, Cl, Li e S em concentrações superiores aos poços da Formação Rio Bonito, na nascente correspondente ao ponto P9. A amostra coletada na nascente P9, possui concentrações mais elevadas dentre todos os pontos amostrados dos elementos B, Ca, K, Mg, P, Rb e Y. Uma característica deste ponto é que ele está situado em uma área reflorestada, o que viabiliza a presença nas águas de elementos 138

151 acrescentados artificialmente por processos de adubação. Neste ponto também o Cd foi detectado com 0,7 ppb, o que também ocorreu no P4. Os poços 4 e 5 apresentam o Ba e também o Sb mais elevados do que e todos os outros pontos, o que, certamente tem a ver com a presença dos elementos nas rochas que compõem o aquífero local. Dentre todos os poços, o P4 é o que apresenta concentrações maiores em Ca, Cd, Cu, Mg, Ni, P, Sb, Se, Sn e U. Com relação ao U, sua presença também foi detectada em teores relativamente elevados no poço P3. Saliente-se que a presença de urânio é bastante conhecida na Formação Rio Bonito, onde os leitos de carvão, em determinados locais, seqüestraram urânio circulante nas águas subterrâneas, fixando-o Monitoramento dos poços tubulares profundos e uma nascente: caracterização hidrogeoquímica A avaliação da distribuição relativa dos componentes iônicos majoritários permite classificar as águas naturais. Para facilitar uma visão das características hidroquímicas do conjunto das águas, foi construído um diagrama de Durov (Durov, 1948) modificado (Figura 73 e Figura 74). O diagrama de Durov é um diagrama triangular composto, onde os valores das concentrações relativas são apresentados em termos de miliequivalentes por litro. O diagrama é formado por dois diagramas triangulares independentes, sendo um correspondente aos ânions e outro aos cátions. Os diagramas triangulares são dispostos com suas bases em posição ortogonal onde os pontos correspondentes a cada amostra no triângulo dos cátions e dos ânions são projetados em um complemento quadrado do diagrama, de modo que a intersecção das linhas de projeção dos pontos caracterizam um terceiro ponto que guarda características tanto dos ânions como dos cátions. Ao Diagrama de Durov, abaixo e alinhado ao triângulo dos cátions, foi construído outro complemento onde está inserida uma variável representando a concentração de material dissolvidos da amostra. Neste caso foi selecionada a concentração total de cátions, como poderia ser a condutividade, a concentração de material dissolvido ou a concentração aniônica. A utilização da concentração de cátions com indicador da concentração total de solutos é viabilizada pela boa correlação entre estes dois parâmetros. As águas subterrâneas avaliadas no presente programa ambiental estão distribuídas em alguns grupos, passíveis de visualização na Figura 73: 139

152 a) Bicarbonatadas sódicas P1, P2, P3 e P5; b) Bicarbonatadas cálcicas P9; c) Bicarbonatadas cálcicas a mistas P4; d) Sulfatadas a mistas cálcicas P6 e P7 DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E O grupo formado pelos pontos P6 e P7 se destaca pelas concentrações mais elevadas, ou seja, pela sua salinidade. Este grupo também se destaca pela maior amplitude de variação de salinidade, ligado a processos de mistura com águas de salinidade mais baixa, porém com a mesma distribuição de íons. Este fato poderia explicar a variação nas relações cloreto/bicarbonato, aliada à alta concentração de sulfato, evidenciada pelos polígonos de relações iônicas relativamente pequenos. A distribuição iônica de águas subterrâneas é, via de regra, principalmente controlada por reações de equilíbrio entre água e minerais das rochas do arcabouço do aqüífero e este parece ser o caso da região em estudo. 140

153 Figura 73 Composição de águas subterrâneas da área da UHE Mauá. Diagrama de Durov Modificado dos pontos de amostragem. A título de comparação, no diagrama da Figura 74, foram locados pontos representando a composição de águas superficiais do segmento da bacia do rio Tibagi, onde foram realizadas atividades de mineração de carvão por mais de cinco décadas. Ali estão representadas as composições de água coletadas no rio Tibagi, na região do Salto Aparado, e a montante da foz do ribeirão das Antas. São também locados pontos correspondentes: ao rio Barra Grande, afluente da 141

154 margem esquerda do Tibagi entre os dois pontos do Tibagi mencionados; ao ribeirão dos Cavalos, tributário da margem direita, onde houve mineração subterrânea e; a uma vertente onde existe um depósito de rejeitos piritosos do beneficiamento do carvão (CECS, 2010). Trata-se de dados obtidos em uma única campanha de amostragem, todavia as análises químicas de grande parte das variáveis foram realizadas, em três laboratórios diferentes, para maior segurança nos resultados. As águas do rio Tibagi são bicarbonatadas mistas, enquanto a do rio Barra Grande é bicarbonatada magnesiana e a do ribeirão dos Cavalos é sulfatada cálcica. As águas do rio Tibagi se destacam pela baixa concentração de sólidos totais dissolvidos e pela posição isolada em relação à distribuição das proporções relativas de cátions e ânions, visível no segmento quadrado do diagrama de Durov da Figura 74, em maior detalhe na Figura 75. O ribeirão Barra Grande (ponto 4), não afetado pelas atividades de mineração de carvão, tem uma composição magnesiana, sob muitos aspectos semelhante ao P4, inclusive após consideração da salinidade (Figura 74 e Figura 75). Excepcional é a qualidade sulfatada sódica da vertente dos rejeitos piritosos, cuja concentração elevada de sódio é em grande parte reflexo do tratamento pela Klabin dos efluentes da lixiviação dos rejeitos por solução de hidróxido de sódio. Esta composição anômala em termos de concentração de solutos não afeta significativamente a composição do rio Tibagi (CECS, 2010). Com base nas informações e dados obtidos até o momento se espera, com o decorrer deste programa, ter condições de realmente avaliar o nível de interferência do corpo de água a ser formado pelo barramento da UHE Mauá nos aqüíferos da região. 142

155 Figura 74 Composição de águas subterrâneas da área da UHE Mauá. Diagrama de Durov Modificado apresentando os polígonos de relações interiônicas correspondentes a cada um dos poços amostrados. Constam também os dados obtidos nos quatro piezômetros e os pontos de águas superficiais amostrados na região próxima às minas de carvão da Klabin. 143

156 Figura 75 Ampliação dos segmentos do diagrama de Durov da Figura 74. Dentro do programa do CECS de acompanhamento da qualidade da água na região afetada pelas atividades minerárias relacionadas carvão na bacia do Tibagi, foi implantado um novo ponto de coleta de água superficial. Este ponto, próximo ao local onde estão atualmente os rejeitos, está situado em uma vertente que receberá o fluxo da área que sediará o novo depósito dos rejeitos que serão retirados da área a ser alagada. A composição da água deste ponto (Figura 74 e Figura 75) é muito semelhante àquela determinada para o piezômetro de jusante da margem direita, do qual é relativamente próximo. Com base nas informações e dados obtidos até o momento se espera, com o decorrer deste programa, ter condições de avaliar o nível interferência do corpo de água a ser formado pelo barramento da UHE Mauá nos aqüíferos da região. 144

157 3.3 Sub-Programa de Monitoramento Macrófitas Aquáticas DIAGNÓSTICO DAS CONDIÇÕES LIMNOLÓGICAS E DA QUALIDADE DA ÁGUA SUPERFICIAL E Avaliação da Assembléia de Macrófitas Aquáticas Para a avaliação da assembléia de macrófitas aquáticas, até o presente momento, foram amostrados 20 locais (Figura 18). A principal função de se amostrar diferentes locais na área de influência indireta do empreendimento foi identificar os prováveis focos de dispersão de espécies aquáticas com potencial de crescimento excessivo. As coletas foram realizadas nas seguintes datas: 15 e 16 de março/10; 10 e 11 de junho/10; 29, 30 e 31 de julho/10 e 02 e 03 de setembro/10. As datas de coleta foram selecionadas para abranger as estações do ano (verão, inverno e primavera) e períodos de estação seca, que permitem a coleta das plantas submersas, principalmente nas corredeiras dos rios. Os pontos M4 e M5 foram visitados duas vezes devido às condições climáticas adversas na primeira coleta (ponto M4) e à maior diversidade da flora (ponto M5), onde foi necessária a coleta de material fértil (flores) para ser confirmada a identificação taxônomica. Nas coletas realizadas nos meses de fevereiro/10, junho/10, julho/10 e setembro/10 foram encontradas um total de 23 espécies, sendo estas apresentadas na Tabela 48 de acordo com sua família e hábito. Tabela 48 Lista de espécies encontradas, por família, e respectivos hábitos. Família Espécies Nome comum Hábito Alismataceae Echinodorus sp*** Chapéu-de-couro Emergente Amaranthaceae Alternanthera philoxeroides (Mart.) Griseb. Erva de jacaré Anfíbia Apiaceae Hydrocotyle cf. verticillata Thunb *** Chapéu-de-sapo Enraizada c/folhas flutuantes Araceae Pistia stratiotes L.*, ** Repolho d água Flutuante Azollaceae Azolla caroliniana Willd Azola Flutuante Commelinaceae Commelina sp Trapoeraba Anfíbia Cyperaceae Rhynchospora sp. Capim-navalha Emergente Eleocharis sp*** Junco-manso Emergente Lemnaceae Lemna sp Lentilha d água Flutuante Menyanthaceae Nymphoides indica (L.) O. Kuntze Largatixa Enraizada c/folhas flutuantes Nymphaeaceae Nymphaea caerulea Savigny Flor de lótus Enraizada c/folhas flutuantes Onagraceae Ludwigia myrtifolia (Camb.) H. Hard Cruz-de-malta Anfíbia Podostenum irgangii Philbrick & Novelo Flor-da-cachoeira Submersa fixa Podostemaceae Apinagia yguazuensis Chodat & Vischer Flor-da-cachoeira Submersa fixa Apinagia sp 1 Flor-da-cachoeira Submersa fixa Polygonaceae Polygonum hydropiperoires Michx.*** Erva-de-bicho Anfibia Pontederia cordata L. Mureré Flutuante Pontederiaceae Eichhornia crassipes (Mart.) Solms*** Guapé Flutuante Eichhornia azurea (Sw.) Kunth Camalote, aguapé Flutuante 145

158 Tabela 48 (cont.) Lista de espécies encontradas, por família, e respectivos hábitos. Família Espécies Nome comum Hábito Salviniaceae Salvinia minima Baker Salvínia, Orelha de onça Flutuante Typhaceae Typha domingensis Pers. Taboa Emergente Zingiberaceae Hedichyum coronarium J. König Lírio-do-brejo Anfíbia *flutuando no Rio Tibagi; ** presa nas rochas do Rio Tibagi; *** riacho próximo ao rio Barra Grande A seguir, são apresentadas as descrições das espécies encontradas nos locais amostrados, incluindo aspectos morfológicos e ecológicos: Azolla caroliniana: conhecida como mosquito fern, é uma pteridófita aquática de pequeno porte, flutuante, cujas folhas novas são verdes, mas tornam-se avermelhadas, especialmente durante o inverno. A principal via de reprodução é a vegetativa e rapidamente produz novas populações. As folhas são pequenas, com aspecto rendado de um cm de comprimento, imbricadas, lembrando uma escama de peixe. Na parte inferior das folhas, saem raízes filamentosas. Essa espécie apresenta simbiose com a cianobactéria diazotrófica Anabaena azollae, que contribui para seu crescimento com o fornecimento de nitrogênio. Essa espécie tem ampla distribuição geográfica e pode se desenvolver em ambientes poluídos (Figura 76). Figura 76 Aspecto geral de Azolla caroliniana. Salvinia minima: é uma pteridófita flutuante, nativa da America tropical. Essa espécie apresenta folhas pequenas, ovais e flutuantes. As folhas são cobertas por pelos e destas, projetam-se raízes filiformes. Essa espécie ocorre principalmente em ambientes de água doce. A maioria das espécies do gênero Salvinia tem sido classificada como uma espécie daninha devido ao seu rápido crescimento. 146

159 Por exemplo, Salvinia minima tem o potencial de dobrar o seu tamanho em aproximadamente em 3,5 dias. Echinodorus cf grandiflorus: planta herbácea, perene, emergente, que pode atingir até 2 m de altura. Possui folhas coriáceas, de grandes dimensões. A inflorescência é formada por séries florais (6 a 15) com 12 a 14 flores por série. Esta macrófita infesta canais, margens de lagos, lagoas e várzeas. Apresenta crescimento vigoroso, podendo influenciar o fluxo de águas de drenagem. Utilizada ocasionalmente como ornamental e medicinal (Figura 77). Figura 77 Aspecto geral de Echinodorus sp. Alternanthera philoxeroides: erva anfíbia, com grande variedade de formas. Caule prostrado, muitas vezes roxo, que pode atingir até 1 m de altura. (Figura 78). Figura 78 Aspecto geral de Alternanthera philoxeroides. 147

160 As folhas de Alternanthera philoxeroides são opostas e as inflorescências axilares ou terminais. A reprodução se dá por sementes e fragmentação. Espécie higrófita e heliófita, forma densos agrupamentos nas margens dos rios, lagoas, banhados e terrenos úmidos. Aparentemente, tem preferência por solos lodosos. Possui ampla distribuição. Hydrocotyle cf verticilata: esta espécie caracteriza-se por ser rizomatosa, prostada, apresentando folhas arredondadas, com pecíolo peltado e longo. As inflorescencias, do tipo umbelas, são características da família. Ocorre em ambientes úmidos, sendo inicialmente enraizadas e posteriormente flutuantes. Podem formar pequenas áreas de cobertura. É considerada tóxica e medicinal (Figura 79). Figura 79 Aspecto geral de Hydrocotyle sp. Pistia stratiotes: planta flutuante, com folhas dispostas em roseta, densamente pilosas. Reproduz-se por propagação vegetativa e sementes. As sementes podem permanecer dormentes por vários meses, mesmo no solo seco e no frio. Acredita-se que tenha origem na América do Sul, mas atualmente, é uma das espécies de macrófitas aquáticas de maior distribuição mundial, com exceção da Europa e Antártica. Apresenta altas taxas de crescimento, sendo considerada danosa onde se prolifera, por aumentar as taxas de evapotranspiração, ser vetor de doenças (esquistossomose) e comprometer a qualidade da água (Figura 80). 148

161 Figura 80 Aspecto geral de Pistia stratiotes. Commelina difusa: conhecida como trapoeraba, é uma planta perene, herbácea, com caule semisuculento e semi-prostado. As flores apresentam coloração azulada. É bastante freqüente em lavouras e margens dos corpos de água. Apresenta preferência por solos férteis e sombreados (Figura 81). Figura 81 Aspecto geral de Commelina difusa. Rhynchospora cf corymbosa: erva anfíbia, emergente, com caule ereto, triangular, folhas com bordo cortante. Reproduz-se por sementes e por divisão de touceiras. Distribuição cosmopolita, principalmente em áreas tropicais. É freqüente em regiões alagadas, sobre solos arenosos ou argilosos (Figura 82). 149

162 Figura 82 Aspecto geral de Rhynchospora sp. Eleocharis sp.: As espécies deste gênero são emergentes (ocasionalmente submersas), perenes, herbáceas, rizomatosas, eretas, formando touceiras. O caule é oco e seccionado internamente. As inflorescências são terminais, em espiguetas. A reprodução se dá por sementes e por rizomas. Possui distribuição ampla na América tropical. Apresenta um crescimento bastante vigoroso e é freqüente em locais úmidos, beira de lagos, lagoas, reservatórios. Esta macrófita infesta lavouras de arroz inundado e águas poluídas, germinando no lodo. Alguns autores sugerem que seu controle pode ser feito por carpas, quando a planta encontra-se submersa (Figura 83). Figura 83 Aspecto geral de Eleocharis sp. 150

163 Lemna sp.: as espécies pertencentes a este gênero em geral possuem tamanho diminuto, providas apenas de folhas solitárias ou em grupos de 2 ou 4 e raízes não ramificadas. Propaga-se por sementes e principalmente por meios vegetativos. Apresenta grande vigor vegetativo e reprodutivo, cobrindo vastas superfícies em pouco tempo (Figura 84). Figura 84 Aspecto geral de Lemna sp. Nymphoides indica: Planta flutuante enraizada, perene, de fácil reconhecimento pela presença de glândulas na face inferior da folha e da flor branca, pilosa. As folhas são cordiformes e flutuantes. Produz frutos que submergem e amadurecem na água. Desenvolve-se em locais de águas calmas, com luz plena a pouca sombra. Ocorre em áreas perturbadas, sendo conhecida como invasora de plantações de arroz. Propaga-se tanto por sementes como por propágulos (rizomas), (Figura 85). Figura 85 Aspecto geral de Nymphoides indica. 151

164 Nymphaea caerulea: conhecida como flor-de-lótus azul (Figura 86), possui folhas redondas, fendidas e flutuantes. O pecíolo é bastante longo, conectando a folha flutuante com o rizoma subterrâneo. As flores solitárias, emersas e de coloração azulada, possuem cerca de 10 a 15 cm de diâmetro. O botão floral quando atinge a superficie abre aproximadamente no período de 9-9:30 am até 3:00 pm. Acredita-se que essa planta originou-se na continente africano (rio Nilo) e era considerada importante na mitologia egípcia e para algumas religiões. Além do interesse religioso e mitológico, essa espécie é muito utilizada como ornamental e medicinal. Em condições eutrofizantes, essa espécie pode apresentar crescimento intenso, ocupando toda a lâmina d água do ambiente aquático onde se desenvolve. Figura 86 Aspecto geral de Nymphaea caerulea. Ludwigia myrtifolia: sub-arbusto emergente ou anfíbio, ereto, podendo atingir até 3 m de altura. A flor é característica do gênero, formada por quatro pétalas geralmente amarelas, cuja disposição que deram origem ao nome comum, cruz de malta. (Figura 87). Figura 87 Aspecto geral de Ludwigia myrtifolia. 152

165 As flores de Ludwigia myrtifolia são solitárias e florescem de outubro a maio. A semente pode ser dispersada pela água e coloniza áreas abertas, desnudas por perturbação ou devido a cheia. Invasora de culturas irrigadas. Podostemum irgangii: Plantas de hábito herbáceo, fixas, na maioria submersas que crescem em águas rápidas (como as cachoeiras e corredeiras), aderidas as rochas. Possuem pequeno porte, atingindo poucos centímetros em comprimento. A espécie ocorre preferencialmente em áreas abertas, ensolaradas e de corredeiras. Essa espécie é endêmica de rios e cachoeiras. As demais espécies do gênero são encontradas ocorrem em rios cuja transparência da água varia de muito clara a turva (dependendo da quantidade de chuvas) e numa profundidade que varia de 20 cm até 3 m (Figura 88). Figura 88 Aspecto geral de Podostemum irgangii. Apinagia yguazuensis: planta submersa, herbácea e fixa. Forma um manto denso aderido fortemente sobre as rochas, em sítios com corrente forte e pouco turbulenta. Essa espécie apresenta duas formas morfológicas, de acordo com a velocidade da água e exposição ao sol. Em águas mais rápidas e com insolação direta, as plantas são mais rígidas e com folhas finamente divididas e orientadas a favor da corrente, apresentando uma coloração verde amarelo brilhante. As plantas que vivem mais a sombra e em águas com menor turbulência, posuem folhas menos rígidas e com coloração verde mais escura. Essa espécie é endêmica de rios e cachoeiras (Figura 89). 153

166 Figura 89 Aspecto geral de Apinagia yguazuensis. Polygonum hydropiperoides: planta geralmente emergente, ereta, com folhas alternadas. As inflorescências terminais são formadas por flores pequenas que variam de coloração entre brancas a rosáceas. Reproduzem-se por sementes e foram densos agrupamentos nas margens dos rios e açudes. Tem propriedades medicinais (Figura 90). Figura 90 Aspecto geral de Polygonum hydropiperoides. Pontederia cordata: planta enraizada e com folhas flutuantes, o que facilita o acompanhamento da subida da água nos períodos de cheia, mantendo-se assim, parcialmente emersa. Floresce durante maior parte do ano, podendo se reproduzir por sementes e por propagação vegetativa através de 154

167 pedaços de rizomas e folhas. Pode apresentar crescimento excessivo em condições favoráveis (Figura 91). Figura 91 Aspecto geral de Pontederia cordata. Eichornia crassipes: planta aquática flutuante, com raízes que podem atingir até 60 cm de comprimento e caule curto. As folhas apresentam pecíolo inflado, esponjoso. Em águas muito eutrofizadas, os pecíolos das folhas podem se alongar, alterando a forma da planta (Figura 92). Figura 92 Aspecto geral de Eichornia crassipes. Eichornia crassipes é considerada a planta de maior poder invasor de corpos d água em vários países, com distribuição generalizada, principalmente nas regiões tropicais. Produz milhares de sementes, 155

168 que podem ficar dormentes por vários anos, além de se reproduzir vegetativamente. Apresenta um crescimento vigoroso, podendo dobrar sua biomassa em curto período de tempo (6 a 7 dias), principalmente em águas eutrofizadas. Acarreta vários danos aos ambientes aquáticos, como a cobertura total da superfície, impedindo a penetração de luz na coluna d água, incrementa a perda de água por evapotranspiração, além de ser vetor de doenças como a esquistossomose Eichornia azurea: planta aquática enraizada, que forma caules longos (podem atingir até 2 m de comprimento), cilíndricos. As folhas são flutuantes de forma orbicular a cordiforme, com pecíolos esponjosos. As folhas submersas (jovens) são dísticas e laminares. Possui flores reunidas em inflorescências e com coloração violácea. É amplamente dispersa pelas regiões tropicais, infestando corpos de água calmos e água corrente. Apresenta crescimento vigoroso, podendo formar grandes ilhotas flutuantes, que em algumas situações, prejudicam a navegação de pequenos barcos. Em algumas regiões brasileiras, é considerada uma excelente forrageira (Amazonas). (Figura 93). Figura 93 Aspecto geral de Eichornia azurea. Hedychium coronarium: ou lírio-do-brejo, é uma macrófita aquática nativa da região do Himalaia, na Ásia tropical. Foi introduzida nas Américas, desde os Estados Unidos até a Argentina. No Brasil, a espécie é muito comum em toda a zona litorânea. É uma planta herbácea, rizomatoza, perene e pode atingir até 2 m de altura. A parte aérea é organizada em caule simples cilíndrico, avermelhado na base, folhas lanceoladas de distribuição alternada, com flores brancas. A espécie apresenta tanto reprodução sexuada, por formação de sementes, quanto assexuada, pela produção de hastes aéreas a 156

169 partir do rizoma. Os fragmentos dos rizomas podem se dispersar pela água, através das bacias hidrográficas e formar novas populações (Figura 94). Figura 94 Aspecto geral de Hedychium coronarium. Typha domingensis: conhecida vulgarmente como taboa, Typha dominguensis é uma planta ereta, firme, rizomatosa, com folhas longas e esponjosas que atingem até 2 m de comprimento. Reproduz por sementes e vegetativamente. Crescimento bastante agressivo, ocupando extensas margens de lagoas e represas, canais de drenagem e áreas pantanosas. Forma densos agrupamentos puros ou pode ocorrer com outras espécies semi-aquáticas quando ocorre na zona de ecótono. Tem certo interesse comercial, pois suas folhas fornecem excelentes fibras para o fabrico de papel e móveis, além do uso de rizomas para a alimentação, devido ao alto teor de proteínas e carbohidratos (Figura 95). Figura 95 Aspecto geral de Typha domingensis. 157

170 Entre os pontos amostrados, a riqueza florística é baixa, totalizando vinte e três espécies. Vinte e uma espécies pertencem ao grupo das Angiospermas e duas ao grupo das pteridófitas (Azolla caroliniana e Salvinia minima). Na maioria dos pontos amostrados, as espécies ocorrem geralmente restritas as margens de corpos de água, na forma emergente ou fixa com folhas flutuantes. O maior número de espécies encontradas foi na forma flutuante (oito espécies, Figura 96). No entanto, as espécies flutuantes ocorreram de maneira restrita, nos locais amostrados (Tabela 49). Figura 96- Número de espécies encontradas por classe de formas de vida. Na Tabela 49, a distribuição das espécies por ponto amostral é apresentada. 158

171 ESPÉCIES PONTOS AMOSTRAIS M1 M2 M3 M4 M5 M6 M7 M8 M9 M10 M11 M12 M13 M14 M15 M16 M17 M18 M19 M20 Hedichium coronarium X X X Pontedeira cordata X Rhynchospora sp X X X Echinodorus sp X X X X X Ludwigia myrtifolia X Nymphoides indica X X Podostenum irgangii X X Pistia stratiotes X X X Apinagia yguazuensis X X X X X X X Apinagia sp 1 X X X X X X Eichhornia azurea X Eichhornia crassipes X X X Azolla caroliniana X Salvinia minima X Lemna sp X Hydrocotyle cf. verticillata X X Eleocharis sp X X X X X X Polygonum hydropiperoires X X Commelina sp X X Nymphaea caerulea X X Typha dominguensis X X X X X Altemanthera philoxeroides X Tabela 49 Distribuição das espécies por ponto amostral. 159

172 Apenas três pontos amostrais (M6, M12 e M15) não apresentaram macrófitas aquáticas. No ponto M6, a principal razão da ausência das macrófitas aquáticas se deve à total destruição das margens, com a remoção das árvores, como atividade do empreendimento. Provavelmente, nessa área ocorrerá a recolonização da vegetação terrestre invasora, como gramíneas e ciperáceas, uma vez que as margens são muito íngremes e não facilitam a colonização de macrófitas aquáticas. Nos pontos M12 e M15, as margens dos rios Piriqui e Barra Grande são bem preservadas, com a presença da floresta ripária. As condições mínimas de luz e pouco substrato exposto não favorecem a colonização de macrófitas aquáticas nas suas margens, nem a vegetação submersa. As espécies emergentes geralmente ocorrem após o desmatamento das margens, onde as condições de competição por luz e nutrientes são menores (Figura 97). Essas espécies tendem a desaparecer com a flutuação periódica do nível do rio. Em julho/10, devido ao período mais seco, as margens estavam mais expostas e observaram-se novas populações de espécies emergentes, com distribuição restrita as margens. Figura 97- Margem do rio Tibagi desmatada (Ponto M6). Várias espécies emergentes foram observadas em antigos tanques de piscicultura e açudes (Figura 98). Esses corpos de água representam um berçário para as plantas aquáticas, principalmente as emergentes e as enraizadas com folhas flutuantes. Em alguns açudes antigos, já se observa o processo sucessional, com assoreamenteo das áreas mais rasas e a instalação de espécies emergentes e/ou anfíbias como gramíneas e Typha domingensis (taboa). 160

173 Figura 98- Açudes com macrófitas aquáticas. Apenas um ponto amostral (ponto M5, rio Barra Grande, na Fazenda Santana) apresentou uma maior riqueza de macrófitas aquáticas (Tabela 49). Nesse ponto, ocorre um riacho raso e recoberto por macrófitas aquáticas (Figura 99). A maioria das macrófitas, neste local, tem distribuição restrita e são todas emergentes e/ou anfíbias. O riacho desemboca no rio Barra Grande, próximo a sua foz. Figura 99- Riacho coberto por macrófitas aquáticas que desemboca no rio Barra Grande (Ponto M5). Especificamente no rio Barra Grande foi encontrado o maior número de espécies de macrófitas flutuantes. As populações localizam-se em áreas restritas do rio, como os locais mais protegidos. As seguintes espécies foram encontradas: Pistia stratiotes, Eichhornia azurea, E. crassipes, Azolla caroliniana, Salvinia minima e Lemna sp. (Figura 100). Essas espécies apresentam um grande potencial de crescimento excessivo, em condições favoráveis, como os reservatórios eutrofizados. 161

174 Esse ponto, devido à proximidade com a área do reservatório, pode ser um berçário para a proliferação dessas espécies se as condições no reservatório forem satisfatórias. a. b. Figura Presença de macrófitas aquáticas no rio Barra Grande (ponto M5, Fazenda Santana).a. Indivíduos de Salvinia protegidos pela vegetação da margem do rio Barra Grande. b. Indivíduos de Eichhornia crassipes e Lemna sp, na margem do rio Barra Grande. Outro ponto a ressaltar é a presença de indivíduos de Pistia stratiotes e Eichhornia spp. flutuando no rio Tibagi, indicando a ocorrência de fontes de propágulos, próximo a este rio (Figura 80). As macrófitas aquáticas flutuantes são totalmente dependentes da coluna d água como fonte de nutrientes. Se as concentrações de nutrientes forem limitantes, as taxas de crescimento dessas espécies tendem a diminuir e as populações ficam restritas a pequenas áreas. Quando as condições ambientais tornam-se muito favoráveis, como áreas protegidas por remansos, baixa ação do vento e altas concentrações de N e P, principalmente, essas espécies tendem a cobrir grandes áreas da superfície dos corpos d água. Apesar dos açudes e pequenos tanques de piscicultura visitados serem os locais adequados para o desenvolvimento das macrófitas flutuantes, essas não foram observadas nestes locais. A presença das macrófitas flutuantes foi marcante na Foz do Rio Barra Grande. Possivelmente, os maiores valores de N total nesse ponto beneficia o crescimento de macrófitas aquáticas flutuantes encontradas. Na região visitada da nascente do rio Barra Grande as espécies de macrófitas aquáticas flutuantes não foram encontradas. Na última visita ao ponto M5 (Foz do Rio Barra Grande, Fazenda 162

175 Santana, em setembro de 2010), as populações de macrófitas aquáticas flutuantes haviam diminuído em área de cobertura, mas vários indivíduos ainda se encontravam presentes, nas áreas de remanso e protegidas. Ocasionalmente, observaram-se alguns indivíduos serem deslocados pela correnteza do rio e moverem-se em direção à foz. Esse mecanismo (deslocamento via correnteza) é um dos principais agentes dispersores dessas espécies. Os propágulos são levados pela correnteza e instalam-se em locais protegidos, reproduzindo-se por propagação vegetativa, que é bastante eficiente entre essas espécies. A taxa de reprodução pode variar sazonalmente. Nas estações mais quentes, estas espécies atingem as maiores taxas de crescimento e nos períodos frios as populações podem reduzir de tamanho. No entanto, assim que as temperaturas aumentam, as populações se restabelecem rapidamente, por reprodução assexuada, principalmente. Por exemplo, na Flórida, as populações de E. crassipes dobram de tamanho em períodos de 6 a 18 dias, nas estações mais quentes do ano (HOYER & CANFIELD, 1997). Três das espécies flutuantes encontradas nesse estudo (Eichhornia crassipes, Pistia stratiotes e Salvinia minima), são consideradas como plantas invasoras e com alto potencial de crescimento pelo Centro de Plantas Aquáticas e Invasivas (vide quadro abaixo, para Eichhornia crassipes), no Estado da Flórida, USA e pelo Aquatic Ecosystem Restoration Foundation, FL, USA (GETSINGER, 2003). Nos EUA, as plantas invasoras são cadastradas no sistema do Center for Aquatic and Invasive Plants, da Universidade da Flórida, USA. Para cada espécie, existe uma ficha com a distribuição da espécie no país e informações gerais, que auxilia a população americana no controle do crescimento excessivo dessas espécies (Figura 101). 163

176 Figura Ficha de Eichhornia crassipes no sistema da Universidade da Flórida. No Brasil, existem relatos na literatura, sobre o crescimento excessivo de macrófitas aquáticas em reservatórios, como o de Itaipu, onde em 1997 se formou um estande misto de Eichhornia crassipes, Pistia stratiotes, Salvinia auriculata e Lemna sp no braço do rio Ocoí (THOMAZ & BINI, 1999). Eichhornia crassipes é conhecida com uma das espécies mais problemáticas devido ao seu elevado potencial reprodutivo. Segundo vários autores, metade dos casos de problemas com o crescimento excessivo de macrófitas aquáticas registrados na America do Sul são referentes a essa espécie (ESTEVES, 1998; THOMAS & BINI, 1999). Pistia stratiotes é também considerada uma espécie problemática nos ecossistemas aquáticos tropicais pelo fato de alterar a qualidade da água e a composição de espécies dos ecossistemas aquáticos (CANCIAN, 2007). Em países da África, Índia e no sudeste da Ásia, essa espécie é considerada um sério problema em ambientes aquáticos ecologicamente perturbados e em ambientes aquáticos artificiais (CARTER, 2010). No Brasil, os maiores prejuízos são causados nas áreas 164

177 mais quentes e em mananciais poluídos (CANCIAN, 2007). Thomaz e colaboradores (1999) citam a ocorrência dessa espécie num um braço do reservatório de Itaipu, Brasil. As salvínias pertencem ao grupo das pteridófitas. São ervas flutuantes, anuais ou perenes, com folhas ovaladas, em forma de pá de batedeira, revestidas de tricomas (pêlos) unidos nas extremidades. As raízes saem de uma estrutura em formato de âncora, abaixo das folhas, que se comportam como esponja segurando água e sedimentos. Apesar de serem consideradas úteis para purificação e oxigenação da água, mas sua decomposição diminui o oxigênio dissolvido (MARTINS et al., 2004). Essas espécies se propagam rapidamente, sendo consideradas pioneiras nos processos de sucessão biológica em corpos d'água após a seca ou locais perturbados pelo homem. Geralmente, formam monoculturas, sombreando as espécies nativas. Devido ao rápido crescimento (podem atingir 400 toneladas de peso fresco por hectare), cobrem vastas áreas de corpos d água, formando uma massa densa de vegetação. Essa cobertura impede o desenvolvimento da vida submersa, comprometendo a troca gasosa, tornando a água inabitável para peixes e outros organismos, além de impedir o uso da água para recreação, navegação, entre outors. Na Austrália, é considerada como Weed of National Significance, devido ao seu alto potencial invasivo (NSW- Department of Primary Industries A instalação das macrófitas aquáticas flutuantes, em ambientes naturais, pode reduzir a diversidade biológica, pela eliminação das plantas submersas, bloqueando a luz solar, por alteração da comunidade emergente, ocupando o nicho dessas e por alteração das comunidades animais, pelo bloqueio ao acesso a água ou/e eliminando as plantas que os animais dependem para abrigo e reprodução. Ao longo de todos os pontos amostrados no rio Tibagi, alguns pontos do rio Barra Grande e do rio Imbauzinho, observou-se a presença de três espécies de Podostemaceae, submersas, aderidas as rochas e endêmicas de rios com cachoeiras (Figura 88 e Figura 89). Essas espécies reófilas são encontradas aderidas as rochas, formando densos tapetes, em áreas de corredeiras. As espécies geralmente apresentam tamanho reduzido, com uma morfologia bem adaptada a este tipo de ambiente, composta por caules e raízes modificados, que se aderem fortemente ao substrato rochoso do leito dos rios (RUTISHAUER, 1997). As espécies crescem submersas, e durante a estação seca, quando se expõem ao ar, ocorrem floração e produção de sementes, e eventual morte das plantas (KOI et al., 2005). As espécies são endêmicas das áreas de corredeiras. 165

178 No estado do Paraná, várias espécies de podostemáceas foram identificadas em rios, formando populações isoladas e fragmentadas (PHILBRICK & NOVELO, 2001). A construção de hidrelétricas e barragens, nos rios, e também a utilização das bacias para o abastecimento doméstico, industrial e agrícola, tem levado a redução, fragmentação, isolamento ou até mesmo à extinção destas populações, como na região de Salto Grande, no Uruguai, e Yaciretá, no rio Paraná (TUR, 1997). 166

179 4 CONCLUSÕES Com base nos resultados do presente monitoramento de águas superficiais, no que concerne as suas características físico-químicas e bacteriológicas, destaca-se: 1) Segundo a metodologia do Índice de Qualidade de Água (IQA) proposto pela CETESB, de forma geral, as águas do rio Tibagi e de seus afluentes, na região do empreendimento UHE Mauá, apresentaram qualidade ACEITÁVEL a ÓTIMA, no período monitorado entre dezembro/09 e dezembro/10. 2) Com relação ao grau de trofia do ecossistema, de acordo com o Índice de Estado Trófico (IET) proposto pela CETESB, na maior parte do período monitorado, as águas do rio Tibagi e afluentes na região de estudo, apresentaram característica mesotrófica. Ambientes mesotróficos são definidos por apresentar moderado enriquecimento com nutrientes, moderado crescimento planctônico e alguma acumulação de sedimentos na maior parte do fundo. Contudo, as estações de monitoramento localizadas no rio Tibagi apresentaram-se em categorias mais comprometidas conforme abaixo: a. Apresentaram-se na categoria Eutrófico, ou seja, IET variando entre 59 e 63, as estações: E2 rio Tibagi, a jusante de Telêmaco Borba (março/10 e fevereiro/10), E4 rio Tibagi, na região do Salto Aparado (janeiro/10), E6 rio Tibagi, a montante da barragem da UHE Mauá (agosto/10) e E9 (agosto/10 e dezembro/10). b. Apresentaram-se na categoria Supereutrófico, ou seja, IET variando entre 64 e 67, as estações E1 rio Tibagi, a montante de Telêmaco Borba e E2 rio Tibagi, a jusante de Telêmaco Borba, no mês de setembro/10. c. Apresentaram-se na categoria Hipereutrófico, ou seja, IET acima de 67, as estações E6 rio Tibagi, a montante da barragem da UHE Mauá, E7 rio Tibagi, canal de fuga e E9 rio Tibagi, a montante da PCH Getúlio Vargas (Klabin), no mês de setembro/10. 3) Durante todo o período monitorado, variáveis de qualidade de água contempladas pela Resolução CONAMA 357/05 que se apresentaram em não conformidade com os limites 167

180 nela dispostos para rios de Classe 2, em algum momento do monitoramento, foram oxigênio dissolvido, fósforo total, turbidez, coliformes termotolerantes, clorofila-a, DBO e fenóis, conforme abaixo: a. Oxigênio Dissolvido (OD): as concentrações de OD estiveram abaixo do limite de 5,00 mg.l -1 no mês de dezembro/10 em todos os tributários do rio Tibagi monitorados na região de estudo (estações E3, E5 e E8). Também na estação E1, localizada no rio Tibagi a montante do município de Telêmaco Borba, concentração inferior ao limite foi registrada no mesmo mês. Os valores em desacordo variaram de 3,73 mg.l -1 a 4,63 mg.l -1. b. Fósforo Total: no que concerne à avaliação do macronutriente fósforo total, observou-se que todas as estações apresentaram algum desacordo durante o monitoramento, a saber: E1 (janeiro/10, outubro/10 e dezembro/10), E2 (fevereiro/10, abril/10 e dezembro/10), E3 (janeiro/10, fevereiro/10 e dezembro/10), E4 (janeiro/10 e fevereiro/10), E5 (janeiro/10 e fevereiro/10), E6 (janeiro/10 e dezembro/10), E7 (janeiro/10 e dezembro/10), E8 (março/10, novembro/10 e dezembro/10) e E9 (dezembro/10). Os valores em desacordo variaram de 0,11 mg.l -1 a 0,45 mg.l -1, sendo este último registrado na estação E8 (ribeirão das Antas). Considerando as 104 amostras de água tomadas durante o presente monitoramento, pode-se dizer que a variável fósforo total esteve acima do limite permitido em aproximadamente 20% dos eventos de coleta. c. Coliformes Termotolerantes: no que tange ao aporte de material de origem fecal, observou-se que todas as estações apresentaram desacordo com a Resolução, em algum momento, a saber: E1 (abril/10 e dezembro/10), E2 (todos os meses com exceção de novembro/10), E3 (dezembro/09 a maio/10, outubro/10 e dezembro/10), E4 (janeiro/10 e março/10), E5 (janeiro/10, fevereiro/10, abril/10, maio/10, dezembro/10); E6 (julho/10), E7 (janeiro/10 a março/10), E8 (março/10 e novembro/10) e E9 (abril/10 e dezembro/10). Os valores em desacordo variaram de NMP.100mL -1 a NMP.100mL -1, sendo este último registrado na estação E2 (rio tibagi, a jusante do município de 168

181 Telêmaco Borba), que inclusive foi a que apresentou maior número de desacordos. Considerando as 104 amostras de água tomadas durante o presente monitoramento, pode-se dizer que a variável coliformes termotolerantes esteve acima do limite permitido em aproximadamente 35% dos eventos de coleta. d. Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO): com relação à DBO, todas as estações localizadas no leito do rio Tibagi apresentaram, em algum momento, desacordos com o limite de 5,00 mg.l -1 disposto na Resolução, conforme a seguir: E1 (março/10 e setembro/10), E2 (fevereiro/10 e abril/10), E4 (março/10), E6 (dezembro/10), E7 (dezembro/09 e janeiro/10) e E9 (setembro/10). Entre os tributários avaliados, somente a estação E8, no mês de março/10, apresentou não conformidade. Os valores em desacordo variaram de 5,37 mg.l -1 a 17,25 mg.l -1, sendo este último registrado na estação E8 (ribeirão das Antas). Considerando as 104 amostras de água tomadas durante o presente monitoramento, pode-se dizer que a variável DBO esteve acima do limite permitido em aproximadamente 10% dos eventos de coleta. e. Fenóis totais: as concentrações de fenóis totais estiveram acima do limite de 0,003 mg.l -1 em todas as estações e meses monitorados. Ressalva-se que, com exceção da estação E2 (monitorada durante 13 meses consecutivos), nas demais estações de monitoramento a avaliação de fenóis totais foi realizada somente nos meses dezembro/09 e janeiro/10. Na estação E2, o valor máximo registrado foi de 0,32 mg.l -1 em junho/10, o que representa valor superior em mais de 100 vezes o limite estabelecido. Os fenóis têm sido definidos como poluentes devido à sua toxicidade e persistência à biodegradação. f. Turbidez: a turbidez esteve acima do limite de 100 NTU nas estações E2 (fevereiro/10), E3 (abril/10), E7 (janeiro/10) e E8 (março/10). Os valores em desacordo variaram de 102 NTU a 166 NTU, sendo este último registrado na estação E8. g. Clorofila-a: as concentrações de clorofila-a estiveram acima do limite de 30 µg.l -1 no mês de setembro/10 em todas as estações localizadas no rio Tibagi, 169

182 sendo o pico de concentração registrado na estação E9, a jusante da barragem da UHE Mauá, no reservatório da PCH Presidente Getúlio Vargas, pertencente à Klabin Papel & Celulose S.A. 4) Temporalmente, observa-se que os meses de janeiro/10 a março/10 formaram um período no qual foram registrados os maiores aportes de poluentes, característica esta refletida nos menores valores de IQA. Nas estações a jusante do empreendimento, E8 (ribeirão das Antas) e E9 (rio Tibagi, a jusante da barragem), estes aportes foram observados de maneira mais intensa no mês de março/10. 5) Na estação E8 (ribeirão das Antas) foram registradas as maiores concentrações ou valores medidos em todos os meses e estações das seguintes variáveis: nitrogênio total, sólidos totais, turbidez, DBO e DQO. 6) Observa-se que o maior comprometimento das águas do rio Tibagi e afluentes, na região do empreendimento, esteja possivelmente relacionado a aportes de esgotos não tratados e de áreas agrícolas, uma vez que o maior número de inconformidades estão relacionadas às variáveis fósforo total e coliformes termotolerantes. 7) Haja vista os resultados dos índices de estabilidade da água LSI e RSI terem indicado tendência corrosiva para a maior parte das amostras de água, há de se destacar que caso as águas do reservatório venham a ser utilizadas para o resfriamento das unidades geradoras, será prudente realizar um pré-tratamento da água para evitar problemas futuros. Com base nos resultados do presente monitoramento de águas superficiais, no que concerne à comunidade fitoplanctônica, destaca-se: 1) Os valores registrados para a densidade do fitoplâncton e clorofila-a foram relativamente baixos em relação aos registrados em ambientes lênticos, mas de acordo com o esperado para ambientes reófilos, onde as algas encontram dificuldade de sobrevivência pela turbulência e turbidez das águas. Entretanto, a maior abundância de cianobactérias e clorofíceas cocóides coloniais, além das elevadas densidades de Asterionella formosa, refletiram maior disponibilidade de nutrientes e certo grau de degradação na qualidade da água, principalmente do rio Tibagi. 170

183 2) Elevadas densidades da diatomácea Asterionella formosa foram registradas em setembro/10, ao longo do rio Tibagi, sendo uma floração detectada na estação E9, na porção do rio ocupada por um pequeno reservatório da Indústria Klabin. Provavelmente, o caso se repetirá após formação do reservatório da UHE Mauá. 3) Particularmente, a cianobactéria Cylindrospermopsis raciborskii, potencialmente neuro e hepatotóxica, foi constatada em densidade celular acima de cél.ml -1, no rio Tibagi. Esta cianobactéria tem sido causadora de florações tóxicas em reservatórios brasileiros. Sua presença em ambientes reófilos pode ter origem de represas presentes nos arredores da área em estudo, devido à elevada quantidade de chuvas no período. Entetanto, registra-se que a existência de inóculos nos rios, pode desencadear eventos de florações por ocasião do barramento das águas do rio Tibagi, uma das condições para o crescimento mais acelerado da espécie. 4) Outras cianobactérias potencialmente tóxicas foram registradas em baixas densidades celulares, consideradas constituintes habituais da microflora local: Raphidiopsis, Planktothrix, Aphanizomenon, Phormidium. Com base nos resultados do presente monitoramento de águas superficiais, no que concerne à comunidade zooplanctônica, destaca-se: 1) Com base no monitoramento do zooplâncton foi observado que os rotíferos dominaram numericamente no período de monitorado. 2) A riqueza e abundância do zooplâncton responderam, de modo geral, às variações dos índices pluviométricos. 3) O maior pico de abundância dos rotíferos foi registrado nos pontos E7 (rio Tibagi, a jusante da casa de força) e E9 (rio Tibagi, a jusante da barragem) nos meses de setembro e outubro/10. 4) Trichotria tetractis foi a espécie mais abundante do zooplâncton somando um total de org./m 3 com apenas 25% de frequência de ocorrência nas amostras. 5) Os microcrustáceos, devido a suas estratégias reprodutivas e seletividade alimentar apresentaram baixa riqueza de espécie e abundância nas amostras coletadas nesta fase do monitoramento. 6) Os cladóceros registraram o maior número de táxons entre os microcrustáceos. 171

184 7) Os náuplios e copepoditos de copépodes foram mais abundantes que as formas adultas registrando suas maiores médias nas estações E5 (rio Barra Grande), E7 (rio Tibagi a jusante da casa de força) e E9 (rio Tibagi, a jusante da barragem). 8) Através dos resultados obtidos para o zooplâncton será possível identificar e quantificar os impactos causados pelo represamento nesse trecho do rio Tibagi sobre os componentes dessas comunidades. Com base nos resultados do presente monitoramento de águas superficiais, no que concerne à comunidade de macroinvertebrados bênticos, destaca-se: 1) As águas do rio Tibagi e seus tributários apresentam sinais evidentes de poluição. 2) A presença das matas ciliares nas estações E1 (rio Tibagi, a montante de Telemaco Borba), E4 (rio Tibagi, na região do Salto Aparado), E7 (rio Tibagi a jusante da casa de força) e E9 (rio Tibagi, a jusante da barragem) contribuem significativamente na composição e abundância dos macroinvertebrados aquáticos. 3) As estações E2 (rio Tibagi, a jusante do município de Telêmaco Borba), E3 (rio Imbauzinho) e E6 (rio Tibagi, a montante da barragem) são as localidades com maior degradação ambiental. 4) Os bancos de macrófitas representam um substrato importante para a colonização dos macroinvertebrados. 5) Na estação E5 (rio Barra Grande), os bancos de macrófitas flutuantes representam um nicho para proliferação de Chironomidae. 6) As estações E7 (rio Tibagi a jusante da casa de força) e E9 (rio Tibagi, a jusante da barragem) representam locais importantes para a reprodução de dípteros com interesse sanitário. 7) De maneira geral, ao longo do período amostrado, o número de táxons foi baixo na maioria das estações refletindo ambientes degradados. 8) Até o presente momento não foram identificadas larvas de Limnoperna fortunei (mexilhão dourado) em nenhum dos pontos amostrados. 9) Não existem evidências da presença de mexilhão dourado em nenhum trecho do rio Tibagi, porém o rio Paranapanema apresenta altas concentrações de mexilhão dourado próximo à foz do rio Tibagi, havendo portanto risco de invasão. 172

185 10) As larvas de bivalves encontradas, provavelmente pertencem ao táxon Corbicula sp., táxon que dificilmente causa problemas de operação nas usinas hidrelétricas. Com base nos resultados do presente monitoramento de águas subterrâneas, destaca-se: 1) Foi identificada a presença de dois grupos de unidades aqüíferas paleozóicas com características hidroquímicas diferentes na área monitorada. Um deles possui água com salinidade relativamente elevada e a presença de solutos que inviabilizam o aproveitamento da água sem tratamento. Trata-se da água acessada pelos poços P6 e P7, onde a presença de flúor suplanta o limite legal de 1,5 mg.l -1. Trata-se de aqüíferos bastante confinados e profundos. 2) Outro grupo de poços caracteriza no mínimo três aqüíferos a menores profundidades e com salinidade bem mais baixa e sem restrições importantes a seu uso. 3) O quimismo dos aqüíferos analisados difere da água do rio Tibagi, tanto em termos de salinidade, como também da distribuição de solutos. Este fato leva a crer que eventuais alterações nas características químicas dos aqüíferos por interferência do reservatório da UHE Mauá poderão ser identificadas. 4) Os dados de elementos químicos minoritários corroboram com a existência de níveis de aqüíferos diferentes alimentando os poços tubulares profundos monitorados. 5) Os valores de fluoreto acima das normas nacionais para potabilidade da água, que apontam a concentração limite de 1,4 mg.l -1, têm se mostrado persistentes nos dois poços do canteiro de obras da UHE Mauá, enquanto os poços da IKPC mantiveram boa qualidade. Com base nos resultados do presente monitoramento de macrófitas aquáticas, destaca-se: 1) Dos 20 pontos amostrados, apenas um ponto (Ponto M5, rio Barra Grande, Fazenda Santana, próximo à foz) apresentou populações de macrófitas flutuantes, com pontencial de crescimento excessivo. As populações de Pistia stratiotes, Eichhornia azurea, E. Crassipes, Azolla caroliniana, Salvinia minima e Lemna sp, apesar de pequenas e localizadas, podem servir de berçário para infestações futuras, se as condições físicoquímicas do reservatório forem satisfatórias. 173

186 2) Os demais pontos não apresentaram vegetação flutuante, com exceção de alguns indivíduos que foram observados flutuando isoladamente no rio Tibagi. Esse fato indica que existem fontes de propágulos próximo ao rio. 3) As demais espécies são espécies emergentes, com crescimento limitado às margens. 4) Ressalta-se, ainda, a ocorrência de três espécies de Podostemacaeae, endêmicas de rios com cachoeiras, e com possibilidade de extinção, pela destruição do seu habitat natural. 174

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194 6 ANEXOS Os anexos são compostos por duas tabelas: a primeira refere-se aos dados de precipitação diária da Estação de Telêmaco Borba (Código ANA ) correspondente ao período dezembro/09 dezembro/10. Em seguida, apresentam-se os resultados referentes aos Índices de Estabilidade da Água conforme citado em texto. 182

195 ANEXO I Dados pluviométricos 183

196 UHE MAUÁ - Estação: Telemaco Borba Código ANA: Alturas Pluviométricas Diárias (mm) Dia Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez 1 0,0 0,0 0,0 0,4 0 0,2 0 5, ,6 0 4,4 0 0,2 2 0,0 0,0 9,0 6,8 0, , , ,4 3 0,0 0,0 1,6 0, ,2 0 1,2 0 32,8 4 0,0 0,0 0,6 0, ,6 25, ,4 16,8 18,4 5 0,0 0,0 0,0 11,2 0, , ,4 0,2 6 7,0 5,0 0,0 3, , , ,4 7 40,2 10,2 1,2 10, , ,4 0 11,6 8 4,2 27,2 2,2 10,4 0 10,4 0 16, , ,0 2,0 22,6 7,0 35,6 0,2 0 1,6 1, ,6 10 0,0 13,0 0,2 10,8 1,6 2,6 0 0,4 0, , ,0 0,2 9,4 18,6 3,2 4, , , ,2 0,0 35,8 1,6 0,2 7, ,2 13 0,0 0,0 0,0 20,4 1 0, , ,6 14 0,0 4,6 0,0 8,6 17, , ,6 0 0, ,6 43,6 0,0 0, ,4 0,2 0 36, ,2 28,8 0, ,4 0,4 11,2 1, ,4 1, ,0 0,0 14,6 1, ,2 4,4 0, ,0 0,0 0,2 5,0 2, , ,8 19,0 0,0 0, ,8 0 0, ,6 20 0,2 34,0 0,0 24,4 0 2, , ,4 7,4 0,0 3, , ,4 1,8 22 0,6 34,2 7,6 0,4 2,6 0,4 0, ,2 23 0,0 0,2 0,2 10, ,4 0 7,8 2, ,4 0,0 10,0 0,2 33, , ,0 0,0 0,4 22,6 0, , ,2 0,8 8,8 26 0,4 14,8 1,0 0, , ,4 0 3,8 27 0,0 5,4 11,6 9, , ,2 0 0,2 28 0,0 19,6 2,6 44,8 0, , ,0 0,2 0,0 16, ,0 0,0 3,4 19, ,4 23, ,0-15,6 0,0-0,2-2, Total 464,4 241,0 161,0 268,2 155,4 64,6 17,4 119,8 49,2 62,6 15,6 60,8 257,2 181,6 188,4 Máx 180,0 43,6 35,8 44,8 35,6 36,0 11,6 49,4 25,2 36,6 7,8 19,4 78,4 54,4 32,8 Dia da coleta Dados com falha 184

197 ANEXO II Resultados dos Índices de Estabilidade da Água 185

198 186

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