Brasil e África: seis décadas de aproximação

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1 Brasil e África: seis décadas de aproximação Fabiana de Oliveira 1 e Vitor Stuart Gabriel de Pieri 2 Resumo: A África se tornou, neste início de século, uma região estratégica para a política externa brasileira. Isto se torna evidente quando observamos a evolução apresentada no relacionamento que o Brasil vem construindo com os países africanos, em especial no que diz respeito às parcerias políticas, comerciais, energéticas, culturais e à cooperação na busca pelo desenvolvimento e o bem-estar de suas respectivas populações. Esse artigo objetiva apresentar um pequeno histórico da agenda africanista na política externa brasileira nas últimas seis décadas, tendo em vista que a aproximação com os países africanos teve forte incentivo no contexto universalista da inserção internacional do Brasil no governo de Juscelino Kubitschek ( ), quando intelectuais como Gilberto Freyre protagonizaram debates que respaldavam a construção de uma comunidade luso-tropical. Palavras-chave: Política Externa Brasileira, África, Brasil, Universalismo. Abstract: Africa became, in this beginning of century, a strategic region for the brazilian foreign policy. This becomes evident when we look at the evolution presented in relationship to the Brazil been building with African countries, in particular as regards political, commercial partnerships, energy, cultural and cooperation in the pursuit of development and the well-being of their respective populations. This article aims to present a short history of the Africanist brazilian foreign policy agenda for the past six decades, since the approach with African countries had strong incentive in the universalist context of Brazil's international insertion in Government of Juscelino Kubitschek ( ), when intellectuals such as Gilberto Freyre staged debates that anecdote supported the construction of a luso-tropical community. Key words: Brazilian foreign policy, Africa, Brazil, Universalism. 1 Professora Adjunta do Departamento de Relações Internacionais da Universidade Paulista (UNIP). 2 Professor Adjunto do Instituto de Geografia da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 161

2 AÁfrica se tornou, neste início de século, uma região estratégica para a política externa brasileira. Isto se torna evidente quando observamos a evolução apresentada no relacionamento que o Brasil vem construindo com os países africanos, em especial no que diz respeito às parcerias políticas, comerciais, energéticas, culturais e à cooperação na busca pelo desenvolvimento e o bem-estar de suas respectivas populações. A aproximação com os países africanos teve início no governo de Juscelino Kubitschek ( ), quando intelectuais como Gilberto Freyre protagonizavam debates que respaldavam a construção de uma comunidade luso-tropical. Ainda assim, esta aproximação era bastante tímida devido ao claro alinhamento existente entre a política externa brasileira deste período com Portugal, o que se tornou ainda mais evidente com a firma do Tratado de Amizade e Consulta (RIBEIRO, 2009). A partir dos governos de Jânio Quadros (1961) e João Goulart ( ), no entanto, a implementação da chamada Política Externa Independente (PEI) implicava em uma postura inovadora com respeito às relações internacionais. O independentismo, o universalismo e a desideologização da política externa, característicos da PEI, se dava principalmente no campo comercial, mas levava também a uma cuidadosa aproximação política com os novos parceiros, de forma a que os laços diplomáticos pudessem fomentar as relações comerciais (MANZUR, 2014). Para tanto, os princípios da não intervenção e da autodeterminação dos povos foram fundamentais e orientaram o apoio dado pelo Brasil à luta por independência em países afroasiáticos. [...] um dos pontos centrais da política externa de Jânio Quadros foi o estabelecimento de relações comerciais e diplomáticas seguindo oprincípio universal: todos os países seriam potenciais parceiros comerciais e diplomáticos, independentemente de seus vínculos a blocos político-militares; isso significava, efetivamente, a abertura de relações com os países socialistas e com os novos Estados africanos, muitos dos quais vinham tornando-se independentes exatamente naquele momento (idem, p.184). A aproximação com a África fundamentou-se, então, nas afinidades culturais entre o Brasil e o continente africano afinidades estas que contribuíram em grande medida para a formação econômica e para a construção da identidade nacional brasileira -, assim como pelo similar passado de colonização. O chamado Discurso dos Três Ds, proferido pelo chanceler Araújo Castro na abertura da 18ª Assembleia Geral das Nações Unidas, no qual afirmava que os países em desenvolvimento deveriam ter um papel central na gestão da ordem internacional, foi o momento em que o Brasil desafiou a ONU a não se paralisar pela lógica da Guerra Fria e a avançar em direção ao desarmamento, ao desenvolvimento econômico e à descolonização. 162

3 Assistimos no mundo contemporâneo e nas Nações Unidas à emergência não de blocos neutros ou não-alinhados, ou de uma terceira força política ou ideológica, mas de afinidades afinidades talvez menos estáveis, porém mais atuantes em termos de objetivos táticos, configurados na base de reivindicações comuns. O que estamos aqui presenciando é a emergência de uma articulação parlamentar no seio das Nações Unidas, e uma articulação parlamentar de pequenas e médias potências que se unem, fora ou às margens das ideologias e das polarizações militares, numa luta continuada em torno de três temas fundamentais: Desarmamento, Desenvolvimento Econômico e Descolonização. É fácil precisar o sentido de cada um dos termos desse trinômio. A luta pelo Desarmamento é a própria luta pela Paz e pela igualdade jurídica dos Estados que desejam colocar-se a salvo do medo e da intimidação. A luta pelo Desenvolvimento é a própria luta pela emancipação econômica e pela justiça social. A luta pela Descolonização, em seu conceito mais amplo, é a própria luta pela emancipação política, pela liberdade e pelos direitos humanos. 3 Segundo Manzur, o Brasil almejava consolidar-se como um interlocutor dos países africanos nos foros internacionais, apesar das contradições ainda presentes em sua política externa. Ao mesmo tempo em que adotava um discurso anticolonialista, o Brasil tinha como passivo as boas relações mantidas com as potências colonizadoras, em especial Portugal e França, e hesitava nas situações em que deveria apoiar a emancipação africana. Em 1964, quando teve início o regime militar no Brasil, a política externa sofreu uma rápida inflexão. Gonçalves e Miyamoto (1993) chamam a atenção para a maior participação da opinião pública com respeito à ação externa brasileira, o que, em um contexto de Guerra Fria, levava a uma polarização das concepções de política externa. O governo de Castello Branco tratou, então, de rejeitar tudo o que lembrasse a anterior PEI, buscando uma reaproximação com os Estados Unidos sob o discurso de fidelidade irrestrita ao bloco ocidental e de reconhecimento da hegemonia estadunidense sobre a região. Isso incluía, ademais, a revisão das relações que se vinham estabelecendo com os países africanos, uma vez que eles, assim como as nações asiáticas, se unificavam em movimentos de terceira via, como o Movimento dos Países Não Alinhados. Estes eram vistos com muita 3 Desarmamento, desenvolvimento e descolonização: 50 anos do Discurso dos Três Ds. Disponível em: Acesso em 06 de dezembro de

4 ressalva por um governo que adotara uma política externa ocidentalista resultado da teoria dos círculos concêntricos 4 - em detrimento do universalismo que caracterizara o período anterior. O lugar da África na política externa de Castello Branco se limitava a sua presença na estratégia de defesa brasileira. O último círculo concêntrico dizia respeito ao Atlântico Sul e à costa oriental do continente africano, uma vez que o governo brasileiro receava a possível instalação de regimes socialistas nesta região, o que representaria uma ameaça para a segurança do Brasil devido à fronteira marítima que o país compartilha com a África. Objetivando guarnecer esse flanco defensivo, reverteu-se a orientação política desenvolvida pelo governo anterior de afastar o país do regime português de Salazar, devido à sua obstinação em manter o império colonial a salvo do processo de descolonização. Movido pelo interesse geopolítico de assegurar o arquipélago de Cabo Verde e Angola adstritos ao bloco ocidental, o governo Castello Branco buscou a reaproximação com o governo português. Após as visitas mútuas do chanceler português Franco Nogueira e do chanceler brasileiro Juracy Magalhães, foi reestabelecido o status quo ante, o que proporcionou ao Brasil, em troca de seu apoio ao sistema colonial de Portugal, a assinatura de um tratado de comércio pelo qual se lhe abriram os portos coloniais (GONÇALVES & MIYAMOTO, 1993, p.220). A estratégia internacional de Castello Branco partia, então, de uma leitura equivocada do cenário internacional: a corrida armamentista e a nuclearização do conflito deveriam levar a uma interdependência no campo da segurança, pois só assim, protegido por seu alinhamento aos Estados Unidos, o Brasil poderia caminhar seguro em direção ao desenvolvimento. O desenvolvimento estava, então, subordinado à segurança. No entanto, o momento posterior à crise dos mísseis não esteve marcado pelo esperado acirramento que Castello Branco previra, mas sim por um período de maior diálogo e de coexistência pacífica entre as duas potências. Além disso, as fissuras intrablocos começaram a surgir, especialmente quando do desentendimento da Grã-Bretanha e da França com os Estados Unidos com respeito à nacionalização do Canal de Suez e da disputa pela liderança ideológica do bloco socialista, travada entre URSS e China. A tudo isso, somava-se que as tensões se deslocavam para os países do Terceiro Mundo em especial as novas nações da África e da Ásia, que se tornaram o palco da disputa bipolar. A correção de rumos e o emocionalismo, no entanto, foi dando lugar a uma política externa mais racional e assertiva que recuperava e aprofundava, em grande medida, a PEI. A chamada política externa da prosperidade, do governo de Costa e Silva, volta a trazer a atenção para o problema do subdesenvolvimento através da abertura de novos mercados, da obtenção de 4 A teoria dos círculos concêntricos consistia em uma revisão das diretrizes da política externa brasileira e que subordinava os interesses do Brasil a uma ótica geográfica. Assim, a prioridade do governo de Castelo Branco era o combate ao comunismo no continente, de modo que as relações hemisféricas passaram a gozar de maior importância. 164

5 preços justos e estáveis para os itens da pauta de exportação brasileira e para a atração de capitais e de cooperação técnica. Mais que isso, o desenvolvimento passava a ser visto não mais como o resultado de ajuda externa, mas como um processo endógeno. A atuação diplomática brasileira pautou-se, portanto, por uma linha de conduta cuja essência era constituída pela busca da afirmação da soberania e pela promoção do desenvolvimento, síntese das duas grandes prioridades. Daí que a inserção do Brasil no sistema internacional processou-se no sentido da assimilação das teses consagradas na Conferência dos Países em Desenvolvimento, quando então se criou a UNCTAD e se formou o Grupo dos 77. A bem dizer, a crescente descaracterização do conflito Leste-Oeste fez assomar na elite dirigente brasileira a clivagem entre o Norte desenvolvido e o Sul subdesenvolvido como o mais forte entrave para o robustecimento do poder nacional (GONÇALVES & MIYAMOTO, 1993, p.222). No que dizia respeito à independência de colônias portuguesas, permanecia a incongruência entre o discurso emancipacionista e a prática, que consistia na continuidade da posição de Castello Branco: as guerras que se travavam nos territórios portugueses eram contra a expansão da influência socialista. Durante o governo de Médici, a partir de 1969, em que pese a agudização da repressão no plano doméstico e o milagre econômico resultante do desenvolvimentismo associado, grande parte das diretrizes anteriores permaneceram presentes na estratégia internacional brasileira. No entanto, a política africana perdeu parte do seu caráter estratégico devido ao novo entendimento de que a diplomacia do interesse nacional deveria priorizar as relações bilaterais que eram mais convenientes para o desenvolvimento brasileiro. Ademais das nações desenvolvidas, eram considerados estratégicos os países que possuíam os recursos necessários para a indústria nacional, em especial o petróleo. Assim, além da aproximação com países árabes da Ásia, Estados africanos como a Argélia, Líbia e a Nigéria foram alçados a um nível estratégico (PIMENTEL, 2000). Segundo Gonçalves e Miyamoto (1993, p.227), os interesses econômicos e estratégicos brasileiros na África enredaram-se. Por um lado, pretendeu-se inaugurar e incrementar canais de comércio com os países situados na faixa tropical. Acreditava-se que, pela tecnologia de porte médio de nossos produtos manufaturados e, também e sobretudo, pelos vínculos históricos e culturais que unem o Brasil à África, tínhamos condições de cultivar um apreciável mercado para exportação. Embalado por essa expectativa positiva, o ministro das Relações Exteriores, Mario Gibson Barbosa, efetuou em 1972 um programa de visitas a nove países da África 165

6 subsaariana: Senegal, Costa do Marfim, Gana, Togo, Daomé, Nigéria, Camarões, Gabão e Zaire. Ao mesmo tempo, persistia a visão geopolítica de que o Atlântico Sul era de enorme importância para a segurança brasileira, o que tornava o bom relacionamento com a África do Sul e com Portugal fundamental para o controle da fronteira leste. Desta forma, persistia o entendimento de que os conflitos emancipacionistas e anti-apartheid eram ferramentas do expansionismo soviético. A África do Sul consistia em outro passivo no relacionamento do Brasil com os países africanos, uma vez que aquele não apenas era um Estado que institucionalizara o racismo como também colonizara uma nação vizinha, a Namíbia. Desta forma, os laços estreitos que o Brasil procurava manter com Portugal e a África do Sul alimentavam as desconfianças dos demais países africanos. Com a África do Sul as relações foram preponderantemente caracterizadas pelo viés econômico, tendo constituído a inauguração da linha aérea da South African Airlines para o Brasil o mais símbolo dessa ligação. Com Portugal as relações foram mais profundas; envolveram visitas mútuas de personalidades oficiais dos dois governos, incluindo membros das forças armadas; a assinatura de vários acordos e convenções, dentre as mais importantes a Convenção sobre Igualdade e Deveres entre Brasileiros e Portugueses; e, enfim, o mais expressivo de todos os gestos de amizade mais uma vez renovada: a trasladação para o Brasil, em 1972, dos restos mortais de dom Pedro I, trazidos pelo próprio presidente da República portuguesa, almirante Américo Thomaz, como parte das comemorações do Sesquicentenário da Independência do Brasil (idem, p.228). O esgotamento das condições que haviam favorecido o milagre econômico brasileiro foi o cenário que marcou a chegada de Ernesto Geisel ao poder. Ademais, os países do Terceiro Mundo haviam percebido que eram capazes de manipular os preços de matérias primas fundamentais para os países desenvolvidos, o que se tornou evidente com o choque do petróleo. Era evidente, então, que a estratégia das relações bilaterais convenientes deveria ser substituída por uma maior aproximação com os países subdesenvolvidos. A chamada política externa pragmática e responsável buscava acompanhar as tendências de multipolarização e de desideologização da política internacional. Exemplo claro disso foi o reconhecimento da independência da Guiné-Bissau, em 1974, e, antes mesmo que Portugal o fizesse, reconhecesse também a independência da Angola em O caso angolano foi ainda mais excepcional por se tratar de um país divido por três tendências político-ideológicas e em que a facção vencedora fora o MPLA, de orientação marxista-leninista. Segundo Gonçalves e 166

7 Miyamoto (1993), tal posicionamento por parte do Brasil mudou a imagem do país na África, passando a já não estar associado ao Estado Novo português e à Pretória, mas aos países de linha de frente e à luta contra o apartheid. O governo de Geisel foi, então, um momento de ousadia inédita no que diz respeito à política africana do Brasil. As aproximações realizadas por governos anteriores se orientavam-se por objetivos de caráter comercial e econômico, enquanto que a política externa de Geisel para a África apresentava também um aspecto político. Ainda que seja evidente que ao Brasil interessava o acesso aos mercados das novas nações assim como de matérias primas vegetais e minerais, especialmente o petróleo -, aproveitando-se, inclusive, da proximidade cultural e linguística que existia com países como Guiné-Bissau, Angola e Moçambique, é importante ressaltar a ousadia de se apoiar um governo aliado de Cuba e da URSS na Angola e de condenar o apartheid junto às Nações Unidas (RIBEIRO, 2009). Além disso, no momento em que Portugal perdia seus domínios na África, abria-se a oportunidade para o Brasil de consolidar-se como um porta-voz das demandas por desenvolvimento e autonomia destas novas nações (idem). A política universalista de Figueiredo, por sua vez, a última do ciclo de governos militares, buscava integrar os interesses do Brasil no Ocidente desenvolvido e também no Terceiro Mundo. No entanto, a nova agudização da Guerra Fria no final dos anos 70 bloqueou o diálogo Norte-Sul e trouxe para o Brasil a preocupação de manter a sua zona de influência na África livre destas tensões, já que poderiam dificultar o comércio com a região. A importância geopolítica da África também se evidenciara quando a Grã-Bretanha venceu a Argentina no episódio da Guerra das Malvinas (1982), contando com apoio logístico da África do Sul. Dando continuidade à política africana de Geisel, Figueiredo aumentou de 14, em 1974, para 21, em 1984, o número de embaixadas brasileiras na África, ademais de ser o primeiro presidente brasileiro a visitar o continente ocasião em que viajou à Nigéria, Senegal, Guiné-Bissau, Cabo Verde e Argélia. Neste momento, governo brasileiro inclusive cogitou a possibilidade de enviar tropas para conter as incursões militares sul-africanas na Angola. Ao mesmo tempo, o Brasil reconheceu a SWAPO como governo legítimo da Namíbia (GONÇALVES & MIYAMOTO, 1993). O processo de redemocratização no Brasil levou ao poder a José Sarney em um período de rápidas transformações no plano externo. A partir de 1985, novos constrangimentos condicionavam a política externa brasileira, tais como a restrição de acesso às divisas e a crise da dívida externa. Ainda assim, as diretrizes que norteavam a ação externa do Brasil foram, em grande medida, mantidas. Na gestão Sarney, o continente africano perde o caráter estratégico que possuíra no período anterior, já que os esforços se voltam para a crise doméstica e para a busca de maior convergência com os vizinhos regionais, em especial com a Argentina. No que diz respeito à África, a política externa que inaugurou a Nova República limitou-se à valorização das identidades culturais, em especial com os países de língua portuguesa. Desta maneira, o Brasil recebeu o Encontro de Chefes de Estado dos Países de Língua Portuguesa, o que sentaria as raízes para a posterior criação da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP). 167

8 Em paralelo, o governo buscou reforçar mecanismos, como o sistema de countertrade, que garantissem o intercâmbio comercial entre os dois lados do Atlântico. Ademais, buscou-se criar convergência em torno de questões bilaterais e internacionais que expressassem aspirações mútuas de cooperação e intercâmbio, o que indica uma preocupação em garantir interesses políticos e econômicos brasileiros no continente africano (RIBEIRO, 2008, p.42). Ainda segundo Ribeiro, os investimentos brasileiros na região também se tornavam mais significativos, como a presença da Petrobrás e a construção da hidrelétrica Capanda, pela Odebrecht, que contou com uma linha de crédito oferecida pelo Brasil de valor superior a US$ 1 bilhão. Ao mesmo tempo, a oposição brasileira ao regime de apartheid sul-africano chegara ao seu ponto máximo: o Brasil passou a apoiar sanções contra a África do Sul no âmbito das Nações Unidas, tais como o veto à exportação de petróleo e de armas à Pretória, assim como a suspensão de qualquer atividade esportiva ou cultural com o país. A concepção do continente africano como espaço de grande importância geopolítica também foi, o que se evidenciou a partir da busca do apoio da região para a criação da ZOPACAS. A partir dos anos 1990, por sua vez, o Brasil encontrava-se imerso no processo de globalização e de transnacionalização que caracterizou o período. Assim, os governos de Collor de Melo e de Itamar Franco apresentaram a tendência de aprofundar o regionalismo na América Latina (criação do Mercosul, proposta da ALCSA), mas, ao mesmo tempo, tratavam de aproximar o Brasil de seus parceiros tradicionais, em especial Estados Unidos e União Europeia. A política externa de Collor de Melo prometia a modernização, o que deveria ocorrer com a associação aos países desenvolvidos e com a superação da identidade terceiro-mundista. Assim, as relações com a África deixam de ser vistas como essenciais por este governo. Segundo Ribeiro (2009), Ainda que se reafirme a importância dos vínculos históricos, étnicos e culturais que ligam o Brasil ao continente africano, a política externa em sua direção não é encarada como relevante para a promoção dos interesses internacionais do Brasil. A percepção era a de que o continente africano, padecendo de suas próprias crises econômicas, não poderia responder às demandas brasileiras. Ao mesmo tempo, acreditava-se que os regimes políticos vigentes naquela região não favoreciam o diálogo e a cooperação. O governo de Itamar Franco, por sua vez, ocorreu durante um contexto político doméstico instável, devido ao impedimento de Fernando Collor, que se somava ao recrudescimento da crise econômica. Este cenário doméstico se impunha como prioridade e dificultava a formulação de uma política externa coerente e que pudesse fazer frente aos constrangimentos externos. Assim, a política externa de Itamar foi, em diversos aspectos, a continuidade do período anterior, ainda que se tenha trabalhado pela concertação política e econômica com os países e pela aproximação com outras potências regionais, em especial Rússia, China e Índia (idem, 2009). 168

9 A política africana de Itamar, por sua vez, apresentava um discurso de valorização das relações entre Brasil e África, mas que na prática mantinha a mesma dinâmica do período anterior: o continente africano não era visto como uma região estratégica para a ação externa brasileira. O declínio nas relações pode ser ilustrado pela diminuição do número de diplomatas no continente africano, que caíra de 34, em 1983, para 24 em 1993 (RIBEIRO, 2009). A chegada de Celso Amorim à função de chanceler levou, no entanto, a algumas mudanças neste quadro, como a criação da CPLP, o relançamento da ZOPACAS e a participação brasileira nas missões de paz da ONU na Angola e em Moçambique. Tais ações se deviam ao entendimento de que a dimensão atlântica da política externa brasileira era essencial para as pretensões do país de ocupar um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Segundo Vigevani, Oliveira e Cintra (2003), a política externa de Fernando Henrique Cardoso implicou na manutenção de uma série de diretrizes que caracterizaram períodos anteriores, tais como a defesa da autodeterminação e da não intervenção, o pragmatismo e a defesa do interesse nacional. Ainda assim, segundo os autores, as adequações iniciadas por Collor de Melo foram aprofundadas ao longo dos dois mandatos de Fernando Henrique. Ao longo dos oito anos de governo de Fernando Henrique, a África permaneceu à margem dos interesses imediatos da política externa brasileira (PIMENTEL, 2000). Ainda assim, o Brasil construiu uma aproximação relativa com a África do Sul com quem o Mercosul firmou um acordo-quadro logo do fim do apartheid - e aumentou o seu papel no âmbito da CPLP.Ademais, a Petrobrás passou a operar no processo de prospecção e importação de petróleo da Nigéria. O envio a Angola, para missão de peacemaking, da maior força brasileira no exterior incentivou uma retomada do interesse de empresas brasileiras pelo país. Importante, pelo impacto político e simbólico alcançado foi a decisão de enviar um pequeno contingente de forças de paz para Timor Leste. No segundo mandato de FHC, o relativo sucesso da política brasileira de combate à AIDS permitiu o desenvolvimento de projetos de cooperação internacional horizontal nessa área, por meio da Agência Brasileira de Cooperação, implementando-se ações na área de combate à AIDS e para o treinamento de pessoal em saúde pública em países africanos (VIGEVANI, OLIVEIRA & CINTRA,2003, p.55). Foi nos anos 2000, em específico a partir do governo de Luiz Inácio Lula da Silva ( ), o Brasil voltou a apresentar uma política africana ousada e audaz. Ainda que os períodos anteriores tenham apresentado diferentes graus de aproximação com a África, é no governo Lula que mais se avança no sentido de superar o desconhecimento generalizado e inclusive o preconceito com respeito ao continente africano. Com a exceção das grandes empresas nacionais (Petrobrás, Vale, Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Marcopolo, etc.), o empresariado nacional ainda ignora as potencialidades que a África apresenta. Para tanto, contribuiu a abertura de 169

10 novas divisões especiais para a África no Itamaraty, assim como a abertura de novas embaixadas no continente, que saltaram de 18 para 30, em comparação com o período anterior. Ao mesmo tempo, Lula fez uma série de viagens para a África ao longo de seus dois mandatos, visitando países como São Tomé e Príncipe, Gabão, Benim e Botsuana, objetivando o estabelecimento de novos acordos bilaterais. Ao todo, foram realizadas 13 viagens à África, nas quais Lula visitou 28 países, enquanto que o chanceler Celso Amorim viajou 66 vezes ao continente, visando 25 países diferentes (OLIVEIRA, 2015). No que diz respeito às relações comerciais, estas sofreram um incremento significativo ao longo do governo Lula. A Angola, por exemplo, é um dos principais parceiros econômicos do Brasil na África e o comércio entre os dois países cresceu mais de vinte vezes entre 2002 e 2008, ano em que atingiu US$4,21 bilhões, o que se deve principalmente à linha de crédito concedida pelo BNDES ao país 5. Com a África do Sul, por sua vez, o Brasil estabeleceu uma parceria estratégica que atua em diversas frentes, tais como os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o Fórum de Diálogo Índia-Brasil-África do Sul (IBAS), o BASIC (concertação sobre meio ambiente que reúne todos os membros dos BRICS com exceção da Rússia) e o Grupo dos 20 (G20) financeiro e comercial. A pauta da relação bilateral inclui temas como agricultura, meio ambiente, saúde, segurança alimentar, defesa e ciência e tecnologia, enquanto que o intercâmbio comercial passou de US$659 milhões em 2002 para US$2,6 bilhões em Outra característica do governo Lula, a solidariedade com a África se tornou um tema central, associando princípios éticos e o interesse nacional (VIZENTINI, 2005). Isso se expressa através da cooperação nos mais diversos âmbitos, envolvendo principalmente a EMBRAPA, a Fiocruz, o SENAI, o PMAI (Programa Mais Alimentos Internacional) e do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, que auxiliara na transferência de tecnologias sociais como o Fome Zero e o Bolsa Família. O governo de Dilma Rousseff, por sua vez, apresentou em seu primeiro mandato ( ) diversos aspectos de continuidade com respeito à política externa de Lula, ainda que com um perfil mais moderado (CERVO & LESSA, 2014). Dilma havia realizado, neste período, viagens à seis países africanos, enquanto que seus chanceleres (Antonio Patriota e Luiz Alberto Figueiredo visitaram 15 países (OLIVEIRA, 2015). Segundo Oliveira (idem), ao longo do primeiro ano de governo de Dilma, foram estabelecidos 81 novos acordos de cooperação com países africanos, incluindo projetos de capacitação de militares e de modernização de previdência social. No mesmo ano, o brasileiro e ex-ministro do governo Lula, José Graziano, foi eleito para o posto de Diretor-Geral da FAO/ ONU com apoio 5 Segundo o Ministério de Relações Exteriores. Dados disponíveis em: ang=pt-br. Acesso em 05 de dezembro de Segundo o Ministério de Relações Exteriores. Dados disponíveis em: ng=pt-br. Acesso em 05 de dezembro de

11 dos países africanos, assim como posteriormente o voto das nações africanas elegeriam também a Roberto Azevedo como Diretor-Geral da OMC. A agenda bilateral entre Brasil e África passou a incluir também a questão do crescimento do fluxo de migrações e de refugiados em direção ao Brasil. Em 2013, 64% dos pedidos de asilo político recebidos pelo Comitê Nacional para Refugiados (Conare) era de nacionais de países africanos (CERVO & LESSA, 2014). No entanto, o desaquecimento econômico experimentado neste início de segundo mandato, assim como a crise política que assola o governo Dilma, torna as questões de âmbito doméstico mais urgentes e, como lamentável conseqüência, retiram ainda mais protagonismo à política externa. Referências Bibliográficas CERVO, Amado L.; LESSA, Antônio C. O declínio: inserção internacional do Brasil ( ). Revista Brasileira de Política Internacional, v.57, n.2, 2014, pp CORRÊA, Luis F. S. A política externa de Sarney. In: ALBUQUERQUE, José A.G. Crescimento, modernização e política externa. Sessenta anos de política externa brasileira ( ). São Paulo: Cultura Editores, GONÇALVES, Williams S.; MIYAMOTO, Shiguenoli.Os militares na política externa brasileira: Estudos Históricos, Rio de Janeiro, vol. 6, n.12, 1993, pp MANZUR, Tânia M. P.G. A política externa independente (PEI): antecedentes, apogeu e declínio. Lua Nova, São Paulo, n.93, 2014, pp OLIVEIRA, Guilherme Z. Política africana do Brasil: mudança entre Lula e Dilma? Conjuntura Austral, v.6, n.29, 2015, pp PIMENTEL, José V. S. Relações entre o Brasil e a África subsaárica. Rev. Bras.Polít. Int., n. 43, vol. 1, 2000, pp RIBEIRO, Cláudio O. Crise e castigo: as relações Brasil-África no governo Sarney. Rev. Bras. Polít. Int. n. 51, vol. 2, 2008, pp As relações Brasil-África entre os governos Collor e Itamar Franco. Revista Brasileira de Ciência Política, n.01, Brasília, jan-jun de 2009, pp VIGEVANI, Tullo; OLIVEIRA, Marcelo F.; CINTRA, Rodrigo. Política externa no período FHC: a busca de autonomia pela integração. Tempo Social, vol.15, n.02, São Paulo, nov.2003, pp VIZENTINI, Paulo F. De FHC a Lula: uma década de política externa ( ). Civitas, v.5, n.2, jul-dez 2005, pp

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