1.1 Geração de Propulsão

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "1.1 Geração de Propulsão"

Transcrição

1 1 oções básicas sobre o helicóptero. No capítulo anterior foi explicado de um modo sumário os grandes problemas que os pioneiros da aviação tiveram no desenvolvimento de um aparelho prático com capacidade de descolagem/aterragem vertical e que pudesse pairar. Vamos agora analisar a aerodinâmica do rotor essencial não só para uma melhor compreensão dos problemas referidos como também entender como é que o rotor controla o helicóptero. 1.1 Geração de Propulsão O rotor tem então as seguintes funções: Gera a sustentação (L): a sustentação contraria o peso da aeronave e assim esta consegue voar. Gera a propulsão (T): a propulsão terá como componentes a sustentação e a força que permite ao aparelho deslocar-se na direcção pretendida. Controlo da atitude e posição: Orientando a propulsão da direcção requerida podemos também controlar os momentos aplicados na aeronave e assim controlar a sua atitude. Vamos introduzindo aqui o primeiro eixo de referência: O eixo longitudinal do aparelho a partir do qual é medido o ângulo azimutal com o valor zero na cauda do helicóptero. É segundo este eixo que vamos considerar a velocidade de avanço do helicóptero quando este tem velocidade horizontal, paralela ao chão. Com esta referência vamos dizer que a pá entre os ângulos azimutais =0 e =180 está a avançar e entre os ângulos azimutais =180 e =360 a pá está a recuar. Vamos dar uma especial atenção às posições =90 (a pá a avançar e perpendicular à fuselagem) e =270 (a pá a recuar e perpendicular à fuselagem) como vermos mais à frente. =180 =270 =90 Ângulo azimutal Eixo de Referência =0

2 Figura 1 Definição do ângulo azimutal Como já foi referido a geração da sustentação é conseguida através do movimento de rotação da pá que gera uma propulsão Assumindo agora que o rotor não se desloca no plano de rotação das pás (isto quer dizer que ou está a pairar ou tem um voo axial de subida ou descida e = 0) e se a pá tiver uma velocidade de rotação constante (que é normal acontecer nos rotores de helicópteros), a velocidade que um determinado perfil vê é exactamente a mesma independente da sua posição azimutal: =180 V(r) =270 =90 =0 Pá Velocidade de rotação das pás Ω Figura 2 Velocidade perpendicular ao bordo de ataque da pá na situação de voo axial E esta velocidade é proporcional à distância ao eixo de rotação: = 1 Em que é a distância ao eixo de rotação. Esta velocidade será máxima na ponta da pá onde toma o valor de: ( = )= = 2 Em que é o tamanho da pá. Esta situação é completamente alterada se o helicóptero tiver uma velocidade de avanço 0 na Erro! A origem da referência não foi encontrada.. Neste caso teríamos que adicionar a componente da velocidade de avanço perpendicular à pá se a pá estiver a avançar e subtrair esta componente se a pá estiver a recuar, podendo mesmo alterar o sentido do escoamento neste caso. Junto à zona da raiz da pá) a velocidade devido à rotação é pequena devido à pequena distância ao eixo de rotação. Ao subtrair, a esta pequena velocidade, a velocidade de avanço podemos ter uma velocidade negativa, ou seja há uma reversão do escoamento. Isto quer dizer que nesta zona (a sombreado na ) o escoamento processa-se do bordo de fuga para o bordo de ataque. Iremos provar que esta zona é uma zona circular, e esta zona será maior quanto maior for a velocidade de avanço e para a reduzir teríamos de aumentar a velocidade de rotação da pá. Com todas estas alterações podemos ver que a simetria que existia em voo axial foi completamente destruída e com isso a geração de sustentação da pá irá depender da sua posição

3 azimutal. A pá gera por isso mais sustentação quando está a avançar e menos quando está a recuar e se a pá estiver encastrada no veio do rotor será transmitido ao helicóptero um momento de rolamento. =180 =270 =90 Zona de reversão =0 Figura 3 Velocidade perpendicular à pá na situação de voo com velocidade de avanço 1.2 Movimento das pás Para impedir que este momento seja passado para a estrutura do helicóptero é permitido a pá subir e descer do seu plano de rotação, rodando em torno de um eixo (eixo de batimento). Assim a pá ao avançar gera mais sustentação e rodado em torno do eixo de batimento a ponta da pá irá elevar-se em relação ao plano de rotação. Quando a pá está a recuar gera menos sustentação e por isso a ponta da pá descer em relação ao plano de rotação. Eixo de alteração do ângulo de picada

4 Eixo de batimento Figura 4 Eixos de batimento e de alteração do ângulo de picada Para além de impedir a transmissão de momentos para a fuselagem podemos também controlar a assimetria da geração de sustentação da pá com a posição azimutal. A sustentação para além de depender da intensidade da velocidade perpendicular ao bordo de ataque depende também do seu ângulo relativo, vulgo ângulo de ataque. Este por sua vez depende do ângulo de picada da pá, ângulo de posição geométrica da pá. Mantendo todas as outras variáveis constantes e aumentando o ângulo de picada da pá vamos aumentar o ângulo de ataque e por isso aumentamos a sustentação. Utilizamos esta técnica na pá que está a recuar. Na pá que está a avançar, dado que gera mais sustentação vamos diminuir o ângulo de picada, diminuindo assim o ângulo de ataque. Dado que as velocidades perpendiculares ao bordo de ataque variam ciclicamente com o ângulo azimutal, logo a sustentação gerada também, a variação do ângulo de picada também terá que ter uma variação cíclica com valores mínimos na pá que está a avançar e valores máximos na pá que está a recuar. Velocidade de avanço ( ) relativamente à pá a avançar (ângulo de picada da pá pequeno) Sentido de rotação ( ) relativamente à pá a recuar (ângulo de picada da pá grande)

5 Figura 5 Diminuição do ângulo de picada da pá que avança (maiores velocidades relativas) e aumento para a pá que recua (menores velocidades relativas) para compensar a assimetria da geração de sustentação Com o movimento de batimento o centro de massa da pá vai-se aproximar e afastar do eixo de rotação. Se a velocidade de rotação se mantiver constante a velocidade linear do centro de massa vai variar com a posição azimutal. O mesmo irá acontecer à resistência aerodinâmica gerada no perfil. Estes dois factores irão impor esforços adicionais na raiz da pá. Para evitar estes esforços coloca-se mais uma dobradiça de maneira a que a pá se possa adiantar ou atrasar em relação à sua posição de equilíbrio, que seria perpendicular ao eixo de rotação. Eixo de rotação Dobradiça de atraso distanciada do eixo de rotação Ângulo de atraso Sentido da Rotação Figura 6 Definição de ângulo de atraso. Definimos assim três movimentos para a pá: Uma rotação segundo o eixo longitudinal da pá que permite alterar o ângulo de picada da mesma. Desta forma altera-se o ângulo de ataque o que leva à alteração das forças aerodinâmicas geradas. Uma rotação segundo um eixo perpendicular à pá, no plano de rotação, que permite à pá elevar-se ou baixar relativamente a esse plano. Chama-se a este movimento de batimento. Por último uma rotação segundo um eixo perpendicular ao plano de rotação que permite a pá atrasar-se ou adiantar-se em relação à sua posição normal. Chama-se a este movimento de atraso. Destes três movimentos só um é controlado pelo piloto: o de alteração do ângulo de picada. Os outros dois são a resposta natural da pá às condições impostas pelo deslocamento. A pá procura assim a sua posição de equilíbrio. Esta situação será estudada mais à frente. Para poder alterar o ângulo de picada o piloto faz inclinar o prato cíclico. Este está ligado a cada pá através de um braço ao bordo de ataque da pá, o que faz rodar a mesma no seu eixo longitudinal. De notar que se o prato cíclico for elevado (baixado) faz aumentar (diminuir) o ângulo de picada colectivamente (isto é independentemente da posição azimutal da pá). Se for inclinado na posição azimutal onde o prato é elevado a pá aumenta o seu ângulo de picada e na posição azimutal onde o prato baixo vai diminuir o ângulo de picada. Eixo de rotação Inclinação do prato cíclico

6 Prato cíclico Braço Figura 7 Prato cíclico Até agora só falamos sobre a aerodinâmica do rotor principal. Claro que para este poder rodar e gerar as forças aerodinâmicas necessárias ao voo do helicóptero é necessário fornecer um binário para pode vencer a resistência aerodinâmica assim como o atrito no veio. Como para cada acção há uma reacção se motor fornece um binário ao rotor haver um binário igual e oposto aplicado no motor. Dado que este está fixo à fuselagem esta rodará se nada for feito para contrariar esta reacção. Existem várias maneiras de contrariar esta reacção, já falados no capítulo anterior. A mais usual é a utilização de um rotor de cauda posicionado a 90º em relação ao rotor principal. A força criada por este rotor de cauda ira criar um momento em relação ao centro de massa do aparelho que cancela a reacção ao binário do rotor. Outra forma e de ter dois rotores iguais mas que giram em direcção opostas. Assim a reacção de um anula a reacção do outro. O posicionamento destes dois rotores pode variar consoante o fabricante. Podem ser sobrepostos (com o mesmos eixo de rotação), numa posição coaxial, ou separados em que os eixos de rotação estão distanciados normalmente posicionados no início e no fim da fuselagem. 1.3 Controlo do Helicóptero Tendo visto o movimento possível das pás assim como aquele que é controlado pelo piloto vamos agora ver como é possível ao piloto controlar o helicóptero. O primeiro comando será aquele de orienta o rotor de maneira a que a propulsão esteja orientada com a direcção de voo pretendida. Isto é feito com a manche que ligada ao prato cíclico, altera a posição desse e assim a inclinação do rotor. Ao inclinar o prato cíclico está-se a aumentar o ângulo de picada das pás para determinadas posições do ângulo azimutal e a diminuir noutras ou que faz com que o rotor entre em precessão e estabilize numa posição inclinada. Dado que a propulsão é dirigida, aproximadamente, numa direcção perpendicular ao plano das pás esta será também inclinada dando a componente horizontal a propulsão da direcção requerida.

7 Figura 8 Manche de um helicóptero que permite ao piloto controlar a direcção de voo. Foto do autor. Para o voo vertical tem que se aumentar ou diminuir o ângulo de picada de uma maneira uniforme independente da posição azimutal da pá. Assim ao aumentar o ângulo de picada gera-se mais propulsão, logo mais sustentação, e o helicóptero sobe. Para descer o procedimento é o oposto com a diminuição do ângulo de picada. Para este efeito o piloto utilizada uma alavanca posicionada no lado esquerdo do assento que permite subir ou descer o prato cíclico de uma maneira uniforme. Normalmente esta alavanca também tem o comando de potência fornecida ao rotor. Ao aumentar o ângulo de picada das pás estamos não só a aumentar a sustentação gerada mas também a resistência aerodinâmica. Para manter as pás a rodar com a mesma velocidade é necessário então fornecer um binário maior, ou seja fornecer uma potência maior. Em helicópteros mais modernos este procedimento é feito automaticamente sem intervenção do piloto.

8 Figura 9 Alavanca lateral (manche colectivo) que movimentando o prato cíclico de uma maneira uniforme faz aumentar (ou diminuir) o ângulo de picada das pás também de uma maneira uniforme. Foto do autor O terceiro comando disponível são os pedais que controlam o ângulo de picada das pás do rotor da cauda. Ao aumentar ou diminuir o ângulo de picada das pás do rotor da cauda estamos a alterar a sua propulsão. Dado que é esta propulsão que compensa o binário fornecido ao rotor principal, o helicóptero deixa de estar em equilíbrio e começa a rodar segundo um eixo vertical perpendicular à fuselagem (movimento de guinada). Nos helicópteros com dois rotores principais (co-axiais ou com os rotores separados) esta rotação é conseguida também com o accionamento dos pedais que faz com que o binário fornecido a ambos os rotores seja diferente. Essas diferença faz rodar o helicóptero no sentido requerido.

9 Figura 10 Pedais que permitem controlar o movimento de guinada do helicóptero. Foto do autor. 1.4 Problemas Aerodinâmicos Os problemas aerodinâmicos que o helicóptero encontra são muitos e variados. Ao contrário do avião cujas asas encontram sempre o mesmo escoamento, nas pás do helicóptero o escoamento depende não só da posição do elemento em relação ao eixo de rotação (quando mais afastado maior será a sua velocidade linear) como também da sua posição azimutal se houver movimento horizontal do helicóptero. O escoamento é por isso não uniforme e cíclico o que implica novos tipos de problemas. Enumerado alguns dos tipos de problemas aerodinâmicos encontrados num helicóptero podemos começar com as pás. Ao rodar a pá cria uma esteira ao longo de toda a pá e no seu extremo irá criar um vórtice. Este vórtice será convectado mas se a componente vertical da velocidade não for suficientemente grande este pode colidir com a pá que vem atrás. Esta colisão irá alterar o escoamento que por sua vez alterar a forças geradas o que provoca vibrações nas pás. Outro problema desta interacção pá-vórtice é a geração de ruído aerodinâmico. Outro problema aerodinâmico com as pás aparece com o movimento horizontal do helicóptero: a velocidade encontrada pela pá que está a avançar será a soma da velocidade de rotação com a velocidade de avanço. A velocidade de rotação é máxima na ponta da pá e se a velocidade de avanço for suficientemente grande pode originar problemas compressíveis nesta zona. Iremos ver mais à frente que para minorar este tipo de problemas as pás têm uma forma diferente na ponta da pá. Por outro lado na pá que está a recuar a velocidade de avanço é subtraída à velocidade de rotação. Isto leva, como vimos, a uma zona onde à reversão do escoamento (o sentido do escoamento é do bordo de fuga para o bordo de ataque). Vimos também que para o ângulo de picada é aumentado na pá que recua, mas se este aumento for exagerado o perfil pode entrar em perda.

10 Os problemas não se ficam por aqui. O rotor principal produz uma esteira que é convectada com o escoamento. Se o helicóptero estiver em voo axial esta esteira irá incidir sobre a fuselagem do helicóptero produzindo, entre outros factores, um aumento aparente do peso da aeronave devido a resistência aerodinâmica. Se o helicóptero tiver uma velocidade de avanço a esteira pode incidir na cauda do helicóptero onde estão posicionados que o rotor de cauda quer o estabilizador. Esta interacção esteira-elemento irá alterar completamente a aerodinâmica do elemento. E mantendo a atenção na cauda do helicóptero, o rotor de cauda está posicionado no estabilizador vertical e por isso há uma forte interacção entre o rotor e o estabilizador. De notar que esta interacção será diferente dependendo se a esteira do rotor incide cobre o estabilizador ou se pelo contrário é dirigida para longe do estabilizador. Este factor depende se o rotor é do tipo puxa ou empurra.

Este referencial, apesar se complicado, tem a vantagem de estar ligado a um elemento físico com helicóptero. Helicópteros /

Este referencial, apesar se complicado, tem a vantagem de estar ligado a um elemento físico com helicóptero. Helicópteros / Eixos de referência do rotor Até agora utilizamos sempre os mesmos eixos: Z alinhado com o veio do rotor Y perpendicular com Z e ao longo da pá (no plano do rotor). X no plano do rotor e perpendicular

Leia mais

CONTROLE E MOVIMENTAÇÃO DO HELICÓPTERO

CONTROLE E MOVIMENTAÇÃO DO HELICÓPTERO 1 CONTROLE E MOVIMENTAÇÃO DO HELICÓPTERO O helicóptero é um veículo aéreo composto por um corpo e duas hélices: uma hélice principal de grande porte horizontal e outra de pequeno porte vertical na cauda

Leia mais

Força total de resistência

Força total de resistência Introdução As pás dos helicópteros estão ligadas ao veio do rotor com uma série de dobradiças: Dobradiças de batimento, que permite o movimento para cima e para baixo (batimento). Assim que apenas forças

Leia mais

Equilíbrio em torno da dobradiça de batimento Eixo de rotação Direcção de batimento positiva Dobradiça de batimento Slide

Equilíbrio em torno da dobradiça de batimento Eixo de rotação Direcção de batimento positiva Dobradiça de batimento Slide Movimento da pá em rotação Como vimos as pás estão pivotadas na raiz de maneira a aliviar os momentos flectores nesta zona. Isto permite às pás subir e descer (batimento) As forças aerodinâmicas causam

Leia mais

A história do avião pode ser rastreada até aos voos de. pilotado, controlado e autonomamente propulsionado

A história do avião pode ser rastreada até aos voos de. pilotado, controlado e autonomamente propulsionado A história do avião pode ser rastreada até aos voos de Otto Lilienthal, Samuel Langley, e até ao primeiro voo pilotado, controlado e autonomamente propulsionado de Orville e Wilbur Wright em 1903: Ver:

Leia mais

Adimensionalizando a expressão acima utilizando mais uma vês a velocidade da ponta da pá e o comprimento da pá: 4 1.3

Adimensionalizando a expressão acima utilizando mais uma vês a velocidade da ponta da pá e o comprimento da pá: 4 1.3 1 Teoria conjunta elementos de pá e momento linear A teoria de elementos de pá parte de um determinado número de simplificações sendo que a maior (e pior) é que a velocidade induzida é uniforme. Na realidade

Leia mais

1 Teoria de elementos de pá

1 Teoria de elementos de pá 1 Teoria de elementos de pá A teoria do momento linear é um método simples e rápido para estimar a potência e a velocidade induzida no rotor, baseando apenas na área total do rotor, no peso do helicóptero

Leia mais

Teoria de elementos de pá em voo horizontal

Teoria de elementos de pá em voo horizontal Teoria de elementos de pá em voo horizontal Modelar o voo horizontal utilizando a teoria de elementos de pá é extremamente difícil. No entanto, com algumas simplificações, pode-se obter os termos importantes

Leia mais

1.1 Rotor totalmente articulado

1.1 Rotor totalmente articulado 1 Movimento da pá Antes de estudar as equações que governam o movimento da pá vamos primeiro ver com é que esse movimento é conseguido. As pás dos helicópteros estão ligadas ao veio do rotor com uma série

Leia mais

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2. Aula 2.

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2. Aula 2. TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2 Aula 2 www.aerocurso.com TEORIA DE VÔO E AERODINÂMICA 2 8 COMANDOS DE VÔO E DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES Os movimentos de uma aeronave podem ser realizados em torno

Leia mais

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2 1 TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2 Aula 2 www.aerocurso.com 2 6 DISPOSITIVOS HIPERSUSTENTADORES. São dispositivos capazes de aumentar, consideravelmente, o coeficiente de sustentação de uma aeronave.

Leia mais

OBJETIVO DO CURSO. Adquirir os devidos conhecimentos técnicos de aeronaves com o objetivo de obter a aprovação na banca do

OBJETIVO DO CURSO. Adquirir os devidos conhecimentos técnicos de aeronaves com o objetivo de obter a aprovação na banca do OBJETIVO DO CURSO Adquirir os devidos conhecimentos técnicos de aeronaves com o objetivo de obter a aprovação na banca do ANAC.(Agencia nacional de Aviação Civil) visando uma formação técnica mais e completa

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 26 Estabilidade Latero-Direcional Dinâmica

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 26 Estabilidade Latero-Direcional Dinâmica Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 26 Estabilidade Latero-Direcional Dinâmica Tópicos Abordados Estabilidade Lateral Dinâmica. Estabilidade Direcional Dinâmica. Modos de Estabilidade Dinâmica. Fundamentos

Leia mais

Introdução. Introdução

Introdução. Introdução 7631 2º Ano da Licenciatura em Engenharia Aeronáutica 1. Objectivos Conhecer os princípios fundamentais do desempenho de aviões nas várias fases de voo. Analisar e optimizar o desempenho de uma dada aeronave.

Leia mais

AERODINÂMICA Ramo da física que trata dos fenômenos que acompanham todo movimento relativo entre um corpo e o ar que o envolve.

AERODINÂMICA Ramo da física que trata dos fenômenos que acompanham todo movimento relativo entre um corpo e o ar que o envolve. AERODINÂMICA Ramo da física que trata dos fenômenos que acompanham todo movimento relativo entre um corpo e o ar que o envolve. CONCEITOS 1. Massa: Quantidade de matéria que forma um corpo ; Invariável.

Leia mais

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2. Aula 1.

TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2. Aula 1. TEORIA DE VOO E AERODINÂMICA MÓDULO 2 Aula 1 www.aerocurso.com TEORIA DE VÔO E AERODINÂMICA 2 5 VÔO RETO E NIVELADO. Para se voar reto e nivelado em alta velocidade, deverá ser mantido um ângulo de ataque

Leia mais

Falhas no controle direcional de helicópteros convencionais: aerodinâmica, acidentes recentes e procedimentos de emergência

Falhas no controle direcional de helicópteros convencionais: aerodinâmica, acidentes recentes e procedimentos de emergência INSTITUTO DE PESQUISAS E ENSAIOS EM VOO V SIMPÓSIO DE SEGURANÇA DE VOO Falhas no controle direcional de helicópteros convencionais: aerodinâmica, acidentes recentes e procedimentos de emergência Maj Av

Leia mais

1 o Exame de Estabilidade de Voo O exame tem a duração de 3h00m. Justifique convenientemente todas as respostas.

1 o Exame de Estabilidade de Voo O exame tem a duração de 3h00m. Justifique convenientemente todas as respostas. Instituto Superior Técnico Ano Lectivo de 2014/2015 Mestrado Integrado em Engenharia Aeroespacial 5 de Janeiro de 2015 1 o Exame de Estabilidade de Voo O exame tem a duração de 3h00m. Justifique convenientemente

Leia mais

3 Veículos Terrestres

3 Veículos Terrestres 3 Veículos Terrestres Por se tratar de uma das primeiras dissertações do Programa de metrologia com aplicação à área veicular, optou-se pela inclusão neste capítulo de conceitos básicos que serão utilizados

Leia mais

PROJETO DE AERONAVES Uma abordagem teórica sobre os conceitos de aerodinâmica, desempenho e estabilidade Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J.

PROJETO DE AERONAVES Uma abordagem teórica sobre os conceitos de aerodinâmica, desempenho e estabilidade Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. PROJETO DE AERONAVES Uma abordagem teórica sobre os conceitos de aerodinâmica, desempenho e estabilidade Conceitos Fundamentais Fundamentos do Projeto Projeto conceitual Aerodinâmica Desempenho Estabilidade

Leia mais

Aula 13 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões

Aula 13 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões Universidade Federal do ABC Aula 13 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões AESTS002 AERONÁUTICA I-A Suporte ao aluno Site do prof. Annibal: https://sites.google.com/site/annibalhetem/aes ts002-aeronautica-i-a

Leia mais

White NOTA METODOLOGIA

White NOTA METODOLOGIA White 7.116 O avião do problema anterior foi projectado para aterrar a uma velocidade U 0 =1,U stall, utilizando um flap posicionado a 60º. Qual a velocidade de aterragem U 0 em milhas por hora? Qual a

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 8 Características Aerodinâmicas dos Perfis

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 8 Características Aerodinâmicas dos Perfis Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 8 Características Aerodinâmicas dos Perfis Tópicos Abordados Forças aerodinâmicas e momentos em perfis. Centro de pressão do perfil. Centro aerodinâmico do perfil.

Leia mais

Projeto Preliminar de Rotor de Cauda

Projeto Preliminar de Rotor de Cauda Anais do 14 O Encontro de Iniciação Científica e Pós-Graduação do ITA XV ENCITA / 009 Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São José dos Campos, SP, Brasil, Outubro, 19 a, 009. Projeto Preliminar de Rotor

Leia mais

Tutorial Fly Higher IV

Tutorial Fly Higher IV Tutorial Fly Higher IV A CIÊNCIA DO VOO Princípios elementares Para que um avião consiga voar são necessárias duas coisas: 1) Tração (T) 2) Sustentação (L) Representação do equilíbrio de forças Estas forças

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 212/13 Exame de 2ª época, 2 de Fevereiro de 213 Nome : Hora : 8: Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta 2ª Parte : Consulta

Leia mais

Estabilidade Lateral-Direccional

Estabilidade Lateral-Direccional Estabilidade Lateral-Direccional João Oliveira Departamento de Engenharia Mecânica, ACMAA Instituto Superior Técnico Estabilidade de Voo, MEAero (Versão de 26 de Outubro de 2010) João Oliveira (ACMAA,

Leia mais

EN ESTABILIDADE E CONTRoLE DE AERONAVES II - MOVIMENTO LONGITUDINAL DO AVIÃO. Maria Cecília Zanardi Fernando Madeira

EN ESTABILIDADE E CONTRoLE DE AERONAVES II - MOVIMENTO LONGITUDINAL DO AVIÃO. Maria Cecília Zanardi Fernando Madeira EN 3205 - ESTABILIDADE E CONTRoLE DE AERONAVES II - MOVIMENTO LONGITUDINAL DO AVIÃO Maria Cecília Zanardi Fernando Madeira Estabilidade e Controle de Aeronaves II - MOVIMENTO LONGITUDINAL DO AVIÃO REFERENCIAS:

Leia mais

Movimento conjunto batimento-atraso

Movimento conjunto batimento-atraso Movimento conjunto batimento-atraso Vamos agora estudar a pá com dois tipos de movimento simultâneo: Batimento Atraso Vamos assumir que ambas as dobradiças são coincidentes De notar que, devido à conjugação

Leia mais

1 03 Ge G om o etr t i r a i do o A v A iã i o, o, Fo F r o ç r as A e A ro r d o in i â n mic i as Prof. Diego Pablo

1 03 Ge G om o etr t i r a i do o A v A iã i o, o, Fo F r o ç r as A e A ro r d o in i â n mic i as Prof. Diego Pablo 1 03 Geometria do Avião, Forças Aerodinâmicas Prof. Diego Pablo 2 - Asa - Hélice - Spinner - Carenagem da Roda - Roda - Trem de Pouso do Nariz / Bequilha - Trem de Pouso Principal - Trem de pouso - Fuselagem

Leia mais

Disciplina: Física Ano: 2º Ensino Médio Professora: Daniele Santos Lista de Exercícios 04 Cinemática Vetorial e Composição de Movimentos

Disciplina: Física Ano: 2º Ensino Médio Professora: Daniele Santos Lista de Exercícios 04 Cinemática Vetorial e Composição de Movimentos INSTITUTO GAY-LUSSAC Disciplina: Física Ano: 2º Ensino Médio Professora: Daniele Santos Lista de Exercícios 04 Cinemática Vetorial e Composição de Movimentos Questão 1. Um automóvel percorre 6,0km para

Leia mais

Derivadas de Estabilidade

Derivadas de Estabilidade Derivadas de Estailidade João Oliveira Estailidade de Voo, Eng. Aeroespacial Versão de 11 de Novemro de 211 1 Introdução Ojectivo Neste capítulo pretende-se encontrar expressões para as derivadas de estailidade

Leia mais

Sustentação e momento de picada em função do ângulo de ataque

Sustentação e momento de picada em função do ângulo de ataque em função do ângulo de ataque João Oliveira ACMAA, DEM, Instituto Superior Técnico, MEAero (Versão de 23 de Setembro de 2011) Objectivo Supomos: linearidade dos ângulos de ataque com as forças de sustentação,

Leia mais

Figura 1 Escoamento em torno de uma pá em rotação.

Figura 1 Escoamento em torno de uma pá em rotação. 1 Teoria de vórtices Nos capítulos anteriores estudados duas teorias (três se considerarmos que uma terceira independente a teoria conjunta) que nos permitia de uma forma fácil e rápida calcular o desempenho

Leia mais

Integração do Sistema Propulsivo e do Sistema de Combustível

Integração do Sistema Propulsivo e do Sistema de Combustível Integração do Sistema Propulsivo e do Sistema de Combustível É necessário integrar o motor e sistemas acessórios na configuração e estrutura da aeronave; Para isso as dimensões e geometria do motor e sistemas

Leia mais

CONHECIMENTOS TÉCNICOS DE AERONAVES MÓDULO 1

CONHECIMENTOS TÉCNICOS DE AERONAVES MÓDULO 1 CONHECIMENTOS TÉCNICOS DE AERONAVES MÓDULO 1 www.aerocurso.com MÓDULO 1 AULA 1 2 Aula 01 - Estrutura, Tipos de Esforços, Asas e Superfícies de Controle ESTRUTURA Aeronave é todo aparalho capaz de se sustentar

Leia mais

3- ANGULO DE INCIDENCIA É O ANGULO FORMADO ENTRE O EIXO O Velocímetro utiliza as Pressões Estática e Total para LONGITUDINAL o seu funcionamento

3- ANGULO DE INCIDENCIA É O ANGULO FORMADO ENTRE O EIXO O Velocímetro utiliza as Pressões Estática e Total para LONGITUDINAL o seu funcionamento FÍSICA RESUMO TEORIA DE VÔO George Coutinho Velocidade - É a distancia percorrida por unidade de tempo. Massa - É a quantidade de matéria contida num corpo. A MASSA É INVARIAVEL. Força - É tudo aquilo

Leia mais

Aula 14 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões

Aula 14 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões Universidade Federal do ABC Aula 14 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões AESTS002 AERONÁUTICA I-A Suporte ao aluno Site do prof. Annibal: https://sites.google.com/site/annibalhetem/aes ts002-aeronautica-i-a

Leia mais

Com o aumento da carga alar de um determinado perfil: a) Aumenta a sua velocidade máxima. b) Aumenta o afundamento. c) Aumenta o planeio. d) Aumenta a

Com o aumento da carga alar de um determinado perfil: a) Aumenta a sua velocidade máxima. b) Aumenta o afundamento. c) Aumenta o planeio. d) Aumenta a Num parapente: a) O princípio físico do voo, tem por base o efeito de Vortex criado nos bordos marginais. b) A utilização repentina do acelerador (movimento brusco) ajuda a que a asa não perca muita altitude.

Leia mais

WORKSHOP DA COORD. DE CÂMARAS ESPECIALIZADAS DE ENGENHARIA INDUSTRIAL - CCEEI

WORKSHOP DA COORD. DE CÂMARAS ESPECIALIZADAS DE ENGENHARIA INDUSTRIAL - CCEEI CONSELHO FEDERAL DE ENGENHARIA E AGRONOMIA CONFEA WORKSHOP DA COORD. DE CÂMARAS ESPECIALIZADAS DE ENGENHARIA INDUSTRIAL - CCEEI Formação de Engenheiros para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico de

Leia mais

Capítulo 11 Rotações e Momento Angular

Capítulo 11 Rotações e Momento Angular Capítulo 11 Rotações e Momento Angular Corpo Rígido Um corpo rígido é um corpo ideal indeformável de tal forma que a distância entre 2 pontos quaisquer do corpo não muda nunca. Um corpo rígido pode realizar

Leia mais

GERAÇÃO EÓLICA Aerogeradores, O Terreno e o Vento PhD. Eng. Clodomiro Unsihuay Vila. Prof. Dr. Clodomiro Unsihuay-Vila Vila

GERAÇÃO EÓLICA Aerogeradores, O Terreno e o Vento PhD. Eng. Clodomiro Unsihuay Vila. Prof. Dr. Clodomiro Unsihuay-Vila Vila GERAÇÃO EÓLICA Aerogeradores, O Terreno e o Vento PhD. Eng. Clodomiro Unsihuay Vila Prof. Dr. Clodomiro Unsihuay-Vila Vila Turbinas Eólicas FORÇAS AERODINÂMICAS: Arrasto : força na direção do vento Sustentação

Leia mais

Integração do Sistema Propulsivo

Integração do Sistema Propulsivo Integração do Sistema Propulsivo Projecto de Aeronaves I - 7637-2010 Pedro V. Gamboa Introdução É necessário integrar o motor e sistemas acessórios na configuração e estrutura da aeronave Para isso as

Leia mais

Resolução: Torque e Potência Lista de Problemas EXERCÍCIO Modelagem:

Resolução: Torque e Potência Lista de Problemas EXERCÍCIO Modelagem: Resolução: Torque e Potência Lista de Problemas EXERCÍCIO 1 a. 1. Modelagem: As duas representações nos indicam quais são as nossas variáveis e o eixo de rotação da porta. F = 3.00 N (força aplicada a

Leia mais

Física I. Aula 05 Forças e Movimentos IV 2010/2011. Movimento Circular

Física I. Aula 05 Forças e Movimentos IV 2010/2011. Movimento Circular Física I 2010/2011 Aula 05 Forças e Movimentos IV Movimento Circular Sumário Movimento circular Movimento circular uniforme Movimento relativo a uma dimensão Movimento relativo a duas dimensões Física

Leia mais

Integração do Sistema Propulsivo

Integração do Sistema Propulsivo Integração do Sistema Propulsivo Projecto de Aeronaves I - 7637-2010 Pedro V. Gamboa Introdução É necessário integrar o motor e sistemas acessórios na configuração e estrutura da aeronave Para isso as

Leia mais

Theory Portuguese (Portugal) Antes de iniciar este problema, leia cuidadosamente as Instruções Gerais que pode encontrar noutro envelope.

Theory Portuguese (Portugal) Antes de iniciar este problema, leia cuidadosamente as Instruções Gerais que pode encontrar noutro envelope. Q1-1 Dois Problemas de Mecânica Antes de iniciar este problema, leia cuidadosamente as Instruções Gerais que pode encontrar noutro envelope. Parte A. O Disco Escondido (3,5 pontos) Considere um cilindro

Leia mais

Nas rampas pivotantes existe um ponto fixo e a rampa desloca-se em movimento circular em torno desse ponto.

Nas rampas pivotantes existe um ponto fixo e a rampa desloca-se em movimento circular em torno desse ponto. Rampas pivotantes As Rampas semoventes são rampas com aspersores (ou nebulizadores) que se deslocam por meios próprios enquanto regam. Podem ser: RAMPAS PIVOTANTES (vulgarmente designadas por Pivots )

Leia mais

em que é o versor da direcção perpendicular à superfície de fronteira. O caudal que entra no volume de controlo na superfície 0 será: = 1.

em que é o versor da direcção perpendicular à superfície de fronteira. O caudal que entra no volume de controlo na superfície 0 será: = 1. 1 Teoria do momento linear 1.1 Introdução Como vimos nos capítulos anteriores a rotor principal é responsável, para além da geração da força de sustentação que permite ao helicóptero voar, pela geração

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2017/18

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2017/18 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 217/18 Exame de 1ª época, 2 de Janeiro de 218 Nome : Hora : 8: Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta 2ª Parte : Consulta livre

Leia mais

Estabilidade e Controle de Aeronaves

Estabilidade e Controle de Aeronaves Estabilidade e Controle de Aeronaves AB-722 Flávio Luiz Cardoso Ribeiro http://flavioluiz.github.io flaviocr@ita.br Departamento de Mecânica do Voo Divisão de Engenharia Aeronáutica e Aeroespacial Instituto

Leia mais

Introdução à Engenharia da Motocicleta

Introdução à Engenharia da Motocicleta Depto de Engenharia Mecânica da UFPE Introdução à Engenharia da Motocicleta Fábio Magnani e Ramiro Willmersdorf 2010 Parte 2: Ciclística Aula 01 Programa Movimento em linha reta; Movimento em curva; Equilíbrio

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2016/17

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2016/17 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica º Semestre 6/ Exame de ª época, 4 de Janeiro de Nome : Hora : 8: Número: Duração : 3 horas ª Parte : Sem consulta ª Parte : Consulta limitada a livros

Leia mais

Theory Portugues BR (Brazil) Por favor, leia as instruções gerais contidas no envelope separado antes de iniciar este problema.

Theory Portugues BR (Brazil) Por favor, leia as instruções gerais contidas no envelope separado antes de iniciar este problema. Q1-1 Dois problemas de Mecânica (10 pontos) Por favor, leia as instruções gerais contidas no envelope separado antes de iniciar este problema. Parte A. O disco escondido (3.5 pontos) Considere um cilindro

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 19 Introdução ao estudo de Estabilidade Estática

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 19 Introdução ao estudo de Estabilidade Estática Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 19 Introdução ao estudo de Estabilidade Estática Tópicos Abordados Introdução à Estabilidade Estática. Definição de Estabilidade. Determinação da Posição do Centro

Leia mais

Clube de Aeromodelismo de Lisboa

Clube de Aeromodelismo de Lisboa AERODINÂMICA PORQUE VOA UM AVIÃO? Por José Colarejo Para a maioria das pessoas, a resposta à pergunta que serve de título a este artigo é quase evidente: Um avião voa porque tem asas! Para um aeromodelista,

Leia mais

Escolha do Perfil e da Geometria

Escolha do Perfil e da Geometria Escolha do Perfil e da Geometria Antes de se iniciar o desenho da aeronave é necessário definir alguns parâmetros: Perfil; Geometria da asa; Geometria da cauda; Carga alar; Carga de tracção ou carga de

Leia mais

DINÂMICA DE ESTRUTURAS E AEROELASTICIDADE

DINÂMICA DE ESTRUTURAS E AEROELASTICIDADE DINÂMICA DE ESTRUTURAS E AEROEASTICIDADE Prof. GI Aeroelasticidade Estática 1 Introdução à Aeroelasticidade Estática X-29 2 Triângulo de Collar SSA C D R A F B Z DSA DSA:Efeitos aeroelásticos na estabilidade

Leia mais

Dinâmica Circular Força Centrípeta

Dinâmica Circular Força Centrípeta Dinâmica Circular Força Centrípeta Quando um móvel realiza um MCU, a resultante das forças que atuam nesse móvel é radial CENTRÍPETA, ou seja, tem a direção do raio da curva e sentido para o centro. Globo

Leia mais

Aula 12 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões

Aula 12 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões Universidade Federal do ABC Aula 12 Conhecimentos Técnicos sobre Aviões AESTS002 AERONÁUTICA I-A Suporte ao aluno Site do prof. Annibal: https://sites.google.com/site/annibalhetem/aes ts002-aeronautica-i-a

Leia mais

Estabilidade e Controlo

Estabilidade e Controlo Estabilidade e Controlo A estabilidade estática é a tendência que o sistema tem em voltar à situação de equilíbrio após uma perturbação A estabilidade dinâmica é a história do movimento do sistema na tentativa

Leia mais

Cinesiologia e Biomecânica Prof. Sandro de Souza

Cinesiologia e Biomecânica Prof. Sandro de Souza CINESIOLOGIA E BIOMECANICA CINÉTICA ANGULAR CINÉTICA - Ramo da mecânica que estuda as causas do movimento. CINÉTICA ANGULAR Ramo da mecânica que estuda as causas do movimento angular. 1) TORQUE É definido

Leia mais

1 Desempenho do Helicóptero

1 Desempenho do Helicóptero 1 Desempenho do Helicóptero Depois de termos encontrado nos últimos capítulos as ferramentas para estudar o comportamento do helicóptero, podemos agora estimar partido dos valores de projecto quais as

Leia mais

9ª Série de Problemas Mecânica e Relatividade MEFT

9ª Série de Problemas Mecânica e Relatividade MEFT 9ª Série de Problemas Mecânica e Relatividade MEFT 1. Um disco com 1 kg de massa e momento de inércia I = 1/2 M R 2 com 10 cm de raio pode rodar sem atrito em torno dum eixo perpendicular ao disco que

Leia mais

ENERGIA ELÉCTRICA FORNECIDA POR UM PAINEL FOTOVOLTAICO

ENERGIA ELÉCTRICA FORNECIDA POR UM PAINEL FOTOVOLTAICO ENERGIA ELÉCTRICA FORNECIDA POR UM PAINEL FOTOVOLTAICO O que se pretende Analisar alguns dos factores que optimizam o rendimento de um painel fotovoltaico, ou seja, que maximizam a potência eléctrica disponibilizada

Leia mais

Equilíbrio e Estabilidade com Manche Livre

Equilíbrio e Estabilidade com Manche Livre Capítulo 6 Equilíbrio e Estabilidade com Manche Livre 6. Momento de charneira de superfície de controlo O controlo longitudinal de uma aeronave faz-se habitualmente por meio do leme de profundidade (elevator.

Leia mais

Projecto de Aeronaves I Pedro V. Gamboa

Projecto de Aeronaves I Pedro V. Gamboa Projecto de Aeronaves I - 7637-2010 Pedro V. Gamboa Para a determinação do desempenho da aeronave é necessário conhecer o desempenho do sistema propulsivo instalado; Para a propulsão a hélice é necessário

Leia mais

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 12 Empenagem, Polar de Arrasto e Aerodinâmica de Biplanos

Introdução ao Projeto de Aeronaves. Aula 12 Empenagem, Polar de Arrasto e Aerodinâmica de Biplanos Introdução ao Projeto de Aeronaves Aula 12 Empenagem, Polar de Arrasto e Aerodinâmica de Biplanos Tópicos Abordados Aerodinâmica da Empenagem. Polar de Arrasto da Aeronave. Considerações sobre a Aerodinâmica

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2015/16

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2015/16 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica º Semestre 5/6 Exame de ª época, 9 de Julho de 6 Nome : Hora : 4: Número: Duração : horas ª Parte : Sem consulta ª Parte : Consulta limitada a livros

Leia mais

Forças e Momentos Aerodinâmicos

Forças e Momentos Aerodinâmicos João Oliveira Departamento de Engenharia Mecânica, ACMAA Instituto Superior Técnico, MEAero (Versão de 20 de Setembro de 2011) Planta da asa c: corda (chord) b: envergadura (span) A: alongamento (aspect

Leia mais

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13

Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13 Mestrado Integrado em Engenharia Mecânica Aerodinâmica 1º Semestre 2012/13 Exame de 3ª época, 19 de Julho de 2013 Nome : Hora : 15:00 Número: Duração : 3 horas 1ª Parte : Sem consulta 2ª Parte : Consulta

Leia mais

Considerações acerca da Configuração

Considerações acerca da Configuração Considerações acerca da Configuração Existem considerações importantes que o projectista deve ter em conta quando define o arranjo inicial da aeronave; Estas considerações incluem aspectos aerodinâmicos,

Leia mais

Trajetórias de objetos: Modelos. Moussa Reda Mansour

Trajetórias de objetos: Modelos. Moussa Reda Mansour Trajetórias de objetos: Modelos Moussa Reda Mansour Lembranças A aceleração translacional de um objeto é definida aplicando a segunda Lei de Newton ( ) A velocidade translacional e localização de um objeto

Leia mais

Resistência dos Materiais

Resistência dos Materiais Resistência dos Materiais Conceito de Momento de uma Força O momento de uma força em relação a um ponto ou eixo fornece uma medida da tendência dessa força de provocar a rotação de um corpo em torno do

Leia mais

CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO DE TRATORES AGRÍCOLAS

CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO DE TRATORES AGRÍCOLAS CARACTERÍSTICAS DE DESEMPENHO DE TRATORES AGRÍCOLAS LEB0332 Mecânica e Máquinas Motoras Leandro M. Gimenez 2018 1 ??? Tratores Máquinas projetadas para tracionar, transportar e acionar máquinas e implementos

Leia mais

Estabilidade à Flutuação

Estabilidade à Flutuação Estabilidade à Flutuação Objectivos Princípios de estabilidade Teorema de Arquimedes Terminologia Estabilidade e momentos -> mantendo-se de pé. Metacentro, Centro de gravidade, Centro de impulsão, etc.

Leia mais

ANEXO 15- CARACTERÍSTICAS DE VEÍCULOS ELÉCTRICOS

ANEXO 15- CARACTERÍSTICAS DE VEÍCULOS ELÉCTRICOS ANEXO 15- CARACTERÍSTICAS DE VEÍCULOS ELÉCTRICOS 210 Conteúdo 1 Características de veículos eléctricos... 211 1.1 Força de tracção... 211 2 Obras Citadas... 215 1 Características de veículos eléctricos

Leia mais

Disponível em: <www.pontedelaguna.com.br> [Adaptado] Acesso em: 17 ago

Disponível em: <www.pontedelaguna.com.br> [Adaptado] Acesso em: 17 ago 1. (G1 - ifsc 2015) Um pássaro está em pé sobre uma das mãos de um garoto. É CORRETO afirmar que a reação à força que o pássaro exerce sobre a mão do garoto é a força: a) da Terra sobre a mão do garoto.

Leia mais

Prof. MSc. David Roza José -

Prof. MSc. David Roza José - 1/17 2/17 Momento de uma Força Quando uma força é aplicada a um corpo ela vai produzir uma tendência do corpo de girar em relação a um ponto que não está na linha de ação da força. Esta tendência de girar

Leia mais

Cap Conhecimentos Técnicos Específicos de Helicóptero

Cap Conhecimentos Técnicos Específicos de Helicóptero Cap. 08 - Conhecimentos Técnicos Específicos de Helicóptero TIPOS DE AERONAVES Aeronave é todo aparelho capaz de se sustentar e navegar no ar. As aeronaves se classificam em aeróstatos e aeródinos: - Aeróstatos:

Leia mais

Cinemática de Robôs Móveis

Cinemática de Robôs Móveis Cinemática de Robôs Móveis A cinemática é a área da Física que estuda o movimento dos corpos. Em robótica móvel a cinemática estabelece relações entre o deslocamento (locomoção) do robô e a atuação a ele

Leia mais

Escolha do Perfil e da Geometria

Escolha do Perfil e da Geometria Escolha do Perfil e da Geometria Antes de se iniciar o desenho da aeronave é necessário definir alguns parâmetros: Perfil; Geometria da asa; Geometria da cauda; Carga alar; Tracção específica ou potência

Leia mais

Equilíbrio e estabilidade para configurações canard

Equilíbrio e estabilidade para configurações canard para configurações canard João Oliveira Departamento de Engenharia Mecânica, Área Científica de Mecânica Aplicada e Aeroespacial Instituto Superior Técnico Estabilidade de Voo, MEAero (Versão de 27 de

Leia mais

Ponto de Separação e Esteira

Ponto de Separação e Esteira Ponto de Separação e Esteira p/ x=0 p/ x0 Escoamento separado O fluido é desacelerado devido aos efeitos viscosos. Se o gradiente de pressão é nulo, p/x=0, não há influência no escoamento. Na região

Leia mais

Primeira Verificação de Aprendizagem (1 a V.A.) - 28/05/2014

Primeira Verificação de Aprendizagem (1 a V.A.) - 28/05/2014 UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA Centro de Ciências Exatas e da Natureza Departamento de Física Disciplina: Física Geral I Prof.: Carlos Alberto Aluno(a): Matrícula: Questão 1. Responda: Primeira Verificação

Leia mais

Formação / Refrescamento de Juízes

Formação / Refrescamento de Juízes 2012 FAI/F3A Formação / Refrescamento de Juízes Explicações Suplementares ao OBJECTIVOS: Formar ou Refrescar juízes e pilotos, acerca dos Princípios, standards e critériospara julgamento Formar ou Refrescar

Leia mais

Fís. Monitor: Guilherme Brigagão

Fís. Monitor: Guilherme Brigagão Fís. Professor: Silvio Sartorelli Monitor: Guilherme Brigagão Força Magnética em Fio 06 set RESUMO Vamos ver agora o que acontece com um fio metálico retilíneo, percorrido por corrente elétrica, quando

Leia mais

AVIÃO: A INVENÇÃO QUE LEVOU O MUNDO ÀS ALTURAS

AVIÃO: A INVENÇÃO QUE LEVOU O MUNDO ÀS ALTURAS AVIÃO: A INVENÇÃO QUE LEVOU O MUNDO ÀS ALTURAS Autores: Enzo Nabeta, Felipe Sartori, Lucas Tripoloni, Murilo Yano e Vitor Kanabushi 6 ano B Parecerista: Juliana Mewes Orientadora: Prof.ª Dr;ª Fabiana Gasparin

Leia mais

Modelos de motor. Tipo de motor Potência/tracção Consumo específico Obs.

Modelos de motor. Tipo de motor Potência/tracção Consumo específico Obs. Propulsão Para a determinação do desempenho da aeronave é necessário conhecer o desempenho do sistema propulsivo instalado; Para a propulsão a hélice é necessário escolher o hélice adequado ao motor e

Leia mais

TEORIA UNIDIMENSIONAL DAS MÁQUINAS DE FLUÍDO

TEORIA UNIDIMENSIONAL DAS MÁQUINAS DE FLUÍDO Universidade Federal do Paraná Curso de Engenharia Industrial Madeireira MÁQUINAS HIDRÁULICAS AT-087 M.Sc. Alan Sulato de Andrade alansulato@ufpr.br INTRODUÇÃO: O conhecimento das velocidades do fluxo

Leia mais

Unidade 5: Força e movimento

Unidade 5: Força e movimento Unidade 5: Força e movimento Desde a antiguidade até os dias atuais que nós, seres humanos, estudamos e aprendemos sobre a produção do movimento e como dominá-lo. E essa constante evolução tecnológica

Leia mais

Compressibilidade. Para todos os fins práticos, os líquidos e os sólidos são incompressíveis.

Compressibilidade. Para todos os fins práticos, os líquidos e os sólidos são incompressíveis. Compressibilidade Uma substância é compressível se seu volume variar (indiretamente) de acordo com a pressão por ele suportada. Caso contrário, isto é, se a substância não se modificar com a pressão ela

Leia mais

Escolha do Perfil e da Geometria

Escolha do Perfil e da Geometria Escolha do Perfil e da Geometria Antes de se iniciar o desenho da aeronave é necessário definir alguns parâmetros: Perfil; Geometria da asa; Geometria da cauda; Carga alar; Tracção específica ou potência

Leia mais

RESISTÊNCIA E PROPULSÃO Engenharia e Arquitectura Naval Exame de 1ª Época 6/Janeiro/2005 Duração: 3 horas

RESISTÊNCIA E PROPULSÃO Engenharia e Arquitectura Naval Exame de 1ª Época 6/Janeiro/2005 Duração: 3 horas RESISTÊNCIA E PROPULSÃO Engenharia e Arquitectura Naval Exame de 1ª Época 6/Janeiro/005 Duração: 3 horas 1. Considere o corpo cilíndrico com secção elíptica de comprimento L = 7 m, altura B = 3 m e espessura

Leia mais

Lista 12: Rotação de corpos rígidos

Lista 12: Rotação de corpos rígidos Lista 12: Rotação de Corpos Rígidos Importante: i. Ler os enunciados com atenção. ii. Responder a questão de forma organizada, mostrando o seu raciocínio de forma coerente. iii. iv. Siga a estratégia para

Leia mais

Repescagem 1º teste: Física Mestrado Integrado em Arquitectura 19 de Janeiro 2011/ (4 val)

Repescagem 1º teste: Física Mestrado Integrado em Arquitectura 19 de Janeiro 2011/ (4 val) Repescagem 1º teste: Física Mestrado Integrado em Arquitectura 19 de Janeiro 2011/2012 1 (4 val) a) O trabalho de levantar 2 livros ao mesmo tempo a uma dada altura é maior, menor ou igual, ao realizado

Leia mais

2º Teste (Repescagem) de Mecânica Aplicada II

2º Teste (Repescagem) de Mecânica Aplicada II 2º Teste (Repescagem) de Mecânica Aplicada II Este teste é constituído por 3 problemas e tem a duração de uma hora e meia. Justifique convenientemente todas as respostas apresentando cálculos intermédios.

Leia mais

ESPAÇO PARA RESPOSTA COM DESENVOLVIMENTO

ESPAÇO PARA RESPOSTA COM DESENVOLVIMENTO Parte 2 - P2 de Física I - 2016-2 NOME: DRE Teste 1 Nota Q1 Assinatura: Questão 1 - [2,4 ponto] Dois pequenos discos (que podem ser considerados como partículas), de massas m e 2m, se deslocam sobre uma

Leia mais

Olimpíadas de Física Selecção para as provas internacionais. Prova Teórica

Olimpíadas de Física Selecção para as provas internacionais. Prova Teórica Olimpíadas de Física 006 Selecção para as provas internacionais Prova Teórica Sociedade Portuguesa de Física 6/Maio/006 Olimpíadas Internacionais de Física 006 Selecção para as provas internacionais Prova

Leia mais