INDICADORES INOVAÇÃO.
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- Marcela Camelo Brezinski
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1 INDICADORES DE INOVAÇÃO
2 FICHA TÉCNICA AUTORES E EDITORES COTEC Portugal Everis EDIÇÃO 1ª Edição ISBN DEPÓSITO LEGAL /14 % DESIGN GOdesign IMPRESSÃO Lidergraf TIRAGEM 1000 Exemplares DATA Março de 2014
3 INDICADORES DE INOVAÇÃO
4 ÍNDICE 1 5 Barómetro de Inovação Resultados de Portugal COTEC 2 Análise de agregados de países Modelo de indicadores de inovação 3 Âmbito de análise do Modelo 4 Análise de Dimensões Conclusões 9 Análise de Pilares seleccionados Análise de Indicadores Posicionamento Global
5 1BARÓMETRO DE INOVAÇÃO COTEC O Barómetro de Inovação surgiu em 2010 e é actualmente promovido pela área de Dinamização da Inovação Empresarial na COTEC Portugal. Visa disponibilizar informação sobre a inovação em Portugal, com objectivos nas seguintes áreas Práticas: Identificação e divulgação de práticas empresariais de gestão de inovação. Em parceria com a PricewaterhouseCoopers (PwC), esta secção do Barómetro disponibilizou já mais de 300 exemplos de práticas de gestão de inovação de cerca de 60 empresas nacionais e internacionais. Opinião: Manutenção de um painel de líderes que, com regularidade, emite a sua opinião sobre questões de inovação. Deste painel fazem parte 24 personalidades do meio empresarial, académico e artístico, contando-se ainda com a participação do Director-Geral da COTEC como comentador. Indicadores: Divulgação de indicadores de inovação, dando-lhes maior visibilidade, bem como a produção de análises e apresentações agregadas. Em parceria com a Everis, esta secção, disponibiliza anualmente a actualização de todos os indicadores e publica o relatório Innovation Digest, que agrega a informação mais relevante sobre o posicionamento de Portugal face aos restantes países analisados.
6 2MODELO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO O Modelo de Indicadores de Inovação é um instrumento aglutinador de conteúdos provenientes de classificações, métodos e fontes de informação, que permite avaliar o estado e desempenho em inovação, de forma abrangente, de um universo de 52 países. 2. APRESENTAÇÃO DAS DIMENSÕES E PILARES DE ANÁLISE CONSIDERADOS NO MODELO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO O Modelo de Indicadores de Inovação encontra-se assente em quatro Dimensões Condições, Recursos, Processos e Resultados, sendo cada uma destas dividida em Pilares de análise, conforme ilustrado no seguinte esquema: NO SEU TODO, O MODELO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO CONTEMPLA: DIMENSÕES PILARES INDICADORES 1. PESQUISA, ANÁLISE E SELECÇÃO DE FONTES DE INFORMAÇÃO Tendo em conta a relevância dos conteúdos e a existência de informação pertinente para Portugal, dos 31 relatórios inicialmente identificados foram seleccionados 17. De acordo com o grau de desagregação da informação e a regularidade/periodicidade de disponibilização da mesma, os 17 relatórios foram reduzidos a 3, que se consubstanciam nas fontes de referência do Modelo de Indicadores de Inovação. O Modelo construído conta não só com uma maior abrangência, a nível de indicadores, mas também com uma maior cobertura geográfica, do que as suas fontes de referência INSEAD Global Innovation Index World Economic Forum The Global Competitiveness Report PRO INNO European Innovation Scoreboard Envolvente Institucional Impactos Económicos CONDIÇÕES RESULTADOS 3. EXEMPLIFICAÇÃO DE FONTES UTILIZADAS TIC Infraestrutura e Utilização Impactos da Inovação Para cada indicador foi seleccionada uma fonte de referência, e a sua respectiva fonte primária, que se consubstancia na base de cálculo do indicador, como ilustrado no exemplo que se apresenta referente a quatro pilares diferentes. MODELO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO Capital Humano Incorporação de Tecnologia INDICADORES Estabilidade Política RECURSOS PROCESSOS Despesa Global em Educação (% do PNB) Despesa Pública em I&D em % do PIB Sofisticação dos processos de produção Financiamento Aplicação de Conhecimento FONTE DE REFERÊNCIA INSEAD INSEAD PRO INNO WEF Investimento Networking e Empreendedorismo FONTE PRIMÁRIA World Bank UNESCO Eurostat WEF
7 ZONA EURO LITUÂNIA PECO 3 ÂMBITO DE ANÁLISE DO MODELO Todas as Dimensões, Pilares e Indicadores definidos são analisados quer a nível dos países considerados quer a nível dos agrupamentos lógicos de países. 2. 7DEFINIÇÃO DE AGRUPAMENTOS LÓGICOS DE PAÍSES AGRUPA MENTOS EUROPA DO SUL ESPANHA PORTUGAL ITÁLIA BÉLGICA LUXEMBURGO GRÉCIA BRIC HOLANDA CHINA MALTA FRANÇA IRLANDA ÍNDIA RÚSSIA CHIPRE ESLOVÁQUIA ALEMANHA ÁUSTRIA BRASIL LETÓNIA ESTÓNIA ESLOVÉNIA FINLÂNDIA PERÚ VENEZUELA HUNGRIA REP. CHECA REINO UNIDO TURQUIA CHILE ARGENTINA URUGUAI ROMÉNIA POLÓNIA SUÉCIA SUÍÇA ISRAEL COLÔMBIA EQUADOR BILGÁRIA DINAMARCA ISLÂNDIA COREIA DO SUL MÉXICO BOLÍVIA PARAGUAI UE 27 JAPÃO AUSTRÁLIA E.U.A. NORUEGA NOVA ZELÂNDIA CANADÁ MERCOSUL OCDE 1. IDENTIFICAÇÃO DOS PAÍSES EM ANÁLISE 52 PAÍSES
8 4 POSICIO NAMENTO GLOBAL DESEMPENHO A NÍVEL DE INOVAÇÃO Globalmente, Portugal encontra-se na 29.ª posição dos 52 países analisados, caracterizando-se como um inovador moderado. Relativamente a 2013, Portugal conseguiu ultrapassar de novo Espanha, colocando-se como líder dos países da Europa do Sul, e ultrapassou também a média dos países PECO. A Suíça continua como líder dos Indicadores de Inovação, sendo mesmo notória neste ano a larga diferença para o segundo posicionado, a Finlândia. Nas restantes posições de topo encontram-se a Dinamarca, a Suécia e a Alemanha. LÍDERES SEGUIDORES MODERADOS INCIPIENTES PAÍSES MELHOR SUÍÇA FINLÂNDIA DINAMARCA SUÉCIA ALEMANHA PAÍSES PIOR PARAGUAI ROMÉNIA BULGÁRIA GRÉCIA VENEZUELA SUIÇA FINLÂNDIA DINAMARCA SUÉCIA ALEMANHA HOLANDA NORUEGA IRLANDA LUXEMBURGO COREIA E.U.A REINO UNIDO ISLÂNDIA JAPÃO ÁUSTRIA FRANÇA BÉLGICA NOVA ZELÂNDIA MALTA MÉDIA OCDE ISRAEL AUSTRÁLIA CANADÁ CHINA CHIPRE MÉDIA ZONA EURO ESTÓNIA MÉDIA UE 27 REPÚBLICA CHECA MÉDIA GLOBAL CHILE ESLOVÉNIA PORTUGAL ESPANHA HUNGRIA MÉDIA PECO ITÁLIA ESLOVÁQUIA LITUÂNIA MÉDIA EUROPA SUL MÉXICO MÉDIA BRIC POLÓNIA URUGUAI BRASIL LETÓNIA COLÔMBIA RÚSSIA EQUADOR MÉDIA MERCOSUL BOLÍVIA PERU ARGENTINA ÍNDIA TURQUIA VENEZUELA GRÉCIA BULGÁRIA ROMÉNIA PARAGUAI
9 CONDIÇÕES 4,74 3,1% 7TAXA DE VARIAÇÃO ANUAL ,60-2,5% , ,50 RECURSOS 4,8% 3,58 7 3,2% TAXA DE VARIAÇÃO ANUAL ,47-11,9% , ,61 9,0% A dimensão Condições representa as infraestruturas nacionais que propiciam um ambiente inovador, a nível de Governo, Justiça, Ensino, TIC, entre outros. Focam-se em particular as competências das instituições públicas, consideradas impulsionadores da geração de riqueza de um país, bem como a acessibilidade e a utilização de tecnologia a nível nacional. Com o crescimento verificado em 2014, as Condições nacionais atingiram o ponto mais alto desde o início do Barómetro de Inovação assistindo-se à 5 recuperação da descida ocorrida em Nesta dimensão, Portugal ocupa, em 2014, a 27.ª posição do ranking de países. Os Recursos são parte fundamental para o desenvolvimento de actividades inovadoras num país, já que são as ideias das pessoas, que após desenvolvimento e maturação, são consubstanciadas em projectos inovadores. Além do Capital Humano, esta dimensão considera também a capacidade de Financiamento, bem como o nível de Investimento dos países analisados. A dimensão Recursos encontrava-se numa boa posição, mas a quebra verificada em 2013, em grande parte devido à queda no Financiamento da economia nacional, limitou o seu crescimento. Ainda assim, neste último ano verificou-se já uma ligeira recuperação. RESULTADOS DE PORTUGAL ANÁLISE DE DIMENSÕES A existência de Processos ágeis é fundamental para a passagem de conceito a produto (bem/serviço) o mais rapidamente possível. Assim, a nível de Processos, consideram-se o Networking e Empreendedorismo, a Aplicação de Conhecimento e a Incorporação de Tecnologia. Na dimensão Processos registou-se o maior crescimento nacional em 2014, superior a 5%, em muito impulsionado pelo desempenho do pilar Networking e Empreendedorismo. Não obstante a quebra verificada em 2013, Portugal apresenta, em termos globais, um crescimento significativo nesta dimensão. A dimensão Resultados representa aquilo em que as actividades inovadoras se materializam, não só para a empresa inovadora, mas também para a economia nacional. Esta dimensão apresenta os resultados mais baixos desde a criação do Barómetro de Inovação, tendo permanecido desta forma ao longo das várias edições realizadas. O baixo nível de emprego e das exportações de produtos de alta tecnologia e de serviços de conhecimento intensivo limitam sobremaneira a capacidade nacional de extrair resultados da inovação realizada. Em termos de crescimento, este é quase nulo, não tendo sido ainda possível recuperar da descida verificada em PROCESSOS 3,47 7 5,6% TAXA DE VARIAÇÃO ANUAL ,29-1,3% , ,18 4,6% RESULTADOS 2,95 7 0,9% TAXA DE VARIAÇÃO ANUAL ,92 0,2% , ,02-3,6%
10 6 RESULTADOS DE PORTUGAL ANÁLISE DE PILARES SELECCIONADOS Desde o ano de 2013 que o pilar TIC (Infraestrutura e Utilização) apresenta a melhor pontuação absoluta em Portugal, bastante acima da média do relatório. Esta posição é conseguida graças ao número de linhas fixas instaladas e ao acesso de escolas nacionais a internet de banda larga. O Capital Humano sofreu a sua primeira queda em 2014, apresentando, no entanto, valores globalmente baixos. Esta descida deveu-se à menor despesa em educação, ao menor número de doutorados em Portugal e às crescentes dificuldades em atrair e reter talento. Em 2013, o pilar Financiamento sofreu a maior quebra do estudo quase 30%. Esta quebra deveu-se fundamentalmente à descida na concessão de crédito doméstico ao sector privado e no capital de risco distribuído. A ligeira subida verificada em 2014 foi maioritariamente devida ao aumento do capital de risco distribuído, já que a concessão de crédito ao sector privado continua em queda. O pilar Networking e Empreendedorismo vinha em quebra desde o início do Barómetro de Inovação, tendo a subida registada em 2014 colocado o pilar numa situação melhor do que à partida. Esta subida foi impulsionada pelo crescimento generalizado dos indicadores que formam o pilar, com excepção da colaboração entre PME e da taxa de nova propriedade de empresas. O pilar Aplicação de Conhecimento sofreu a primeira quebra em 2014, fruto da descida de mais de 30% no indicador taxa de crescimento da produtividade laboral, e da descida do registo de patentes e de trademarks. Apesar das ligeiras subidas verificadas em 2013 e 2014, o pilar Impactos Económicos apresenta os piores resultados do Barómetro de Inovação. Para estes valores muito contribuem as baixas taxas de emprego e de exportações de produtos de alta tecnologia e de serviços de conhecimento intensivo. 7,00 5,25 3,50 1,75 0,00 CONDIÇÕES ENVOLVENTE TIC INSTITUCIONAL Infraestrutura CAPITAL HUMANO FINANCIAMENTO INVESTIMENTO e Utilização RECURSOS PROCESSOS RESULTADOS 4,72 4,77 3,84 3,88 4,16 3,62 4, ,64 NETWORKING E EMPREENDEDORISMO APLICAÇÃO DE CONHECIMENTO INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA IMPACTOS DA INOVAÇÃO 2,23 IMPACTOS ECONÓMICOS , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,30
11 7 RESULTADOS DE PORTUGAL ANÁLISE DE INDICADORES Apresenta-se de seguida uma análise dos indicadores em que Portugal se encontra no grupo de países com pior desempenho (isto é, abaixo da 34.ª posição no ranking de cada indicador), de forma a identificar as áreas de acção prioritária, sem negligenciar as restantes áreas em que deve manter ou mesmo melhorar os outros indicadores. Eficiência judicial As empresas nacionais continuam a utilizar menos internet de banda larga do que as suas congéneres europeias Impacto do nível tributário no incentivo ao trabalho e ao investimento A falta de eficiência do sistema judicial e os elevados impostos são dois pontos limitadores do investimento gerado em Portugal Exportações de alta tecnologia em % do total de exportações de produtos Emprego em sectores de média e alta tecnologia em % da força de trabalho Exportações de produtos e serviços de alta tecnologia em % do total de exportações Emprego em serviços de conhecimento intensivo em % da força de trabalho Valor Acrescentado Bruto Sectorial (VAB) em % do PIB Os impactos económicos são aqueles em que Portugal se apresenta pior posicionado. Para isso muito contribuem o baixo emprego e exportações de alta tecnologia, ao qual se junta um baixo valor acrescentado bruto da inovação Acesso de Internet de banda larga por empresas Envolvente Institucional Impactos Económicos TIC Infraestrutura e Utilização CONDIÇÕES Impactos da Inovação Capital Humano RECURSOS Incorporação de Tecnologia Financiamento Investimento MODELO DE INDICADORES DE INOVAÇÃO RESULTADOS Vantagem competitiva de empresas nacionais em mercados internacionais 30.ª posição entre 52 países Nos sete indicadores que compõem os impactos da inovação, em nenhum deles Portugal tem valores entre os 18 piores países do ranking A falta de qualificação, aliada à recente onda de emigração, impactam seriamente o capital humano Percentagem de jovens com pelo menos educação secundária População com Educação Superior Captura e retenção de talento PROCESSOS Balança de Pagamentos de Tecnologia em % do PIB A tecnologia ainda representa pouco da balança de pagamentos nacional, que é constituída pelo conjunto de pagamentos e recebimentos ocorridos relativos à transacção de direitos de propriedade intelectual Há ainda uma parca utilização do potencial do capital de risco para lançar produtos e serviços inovadores Capital de Risco (Venture Capital) Networking e Empreendedorismo Aplicação de Conhecimento Patentes EPO (European Patent Office) Despesas de Empresas em I&D As despesas do Estado em I&D têm maior peso do que as realizadas pelas empresas nacionais Colaboração entre PME Publicações Público-Privadas A falta de colaboração entre as PME nacionais é um tema recorrente, ao qual se adiciona neste estudo as poucas publicações público-privadas realizadas Taxa de crescimento da produtividade da força laboral Portugal continua a não recorrer a patentes como forma de proteger as suas inovações, ao passo que a falta de crescimento da produtividade limita a actividade nacional
12 ANÁLISE DE AGREGADOS DE PAÍSES 8OCDE EUROPA DO SUL PIB 64,6% PESO NO PIB MUNDIAL 1 PAÍSES MELHOR SUÍÇA 49 PAÍSES PIOR GRÉCIA PIB 5,2% PESO NO PIB MUNDIAL 29 PAÍSES MELHOR PORTUGAL PAÍSES PIOR 32 ITÁLIA POPULAÇÃO 17,7% PESO NA POPULAÇÃO MUNDIAL FINLÂNDIA DINAMARCA SUÉCIA ALEMANHA TURQUIA POLÓNIA MÉXICO ESLOVÁQUIA POPULAÇÃO 1,8% PESO NA POPULAÇÃO MUNDIAL 30 ESPANHA 49 GRÉCIA 7,00 5,25 PORTUGAL 7,00 5,25 PORTUGAL 3,50 1,75 0,00 ENVOLVENTE INSTITUCIONAL MÉDIA DA OCDE TIC Infraestrutura e Utilização CAPITAL HUMANO FINANCIAMENTO INVESTIMENTO NETWORKING E EMPREENDEDORISMO APLICAÇÃO DE CONHECIMENTO INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA IMPACTOS DA INOVAÇÃO IMPACTOS ECONÓMICOS 3,50 1,75 0,00 ENVOLVENTE INSTITUCIONAL MÉDIA DA EUROPA DO SUL TIC Infraestrutura e Utilização CAPITAL HUMANO FINANCIAMENTO INVESTIMENTO NETWORKING E EMPREENDEDORISMO APLICAÇÃO DE CONHECIMENTO INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA IMPACTOS DA INOVAÇÃO IMPACTOS ECONÓMICOS O grupo de países da OCDE, reunindo a maioria dos países mais desenvolvidos do mundo, atinge quase dois terços do PIB mundial com menos de 20% da população. Portugal fica muito abaixo da média da OCDE, sendo o 9.º país pior classificado neste grupo. Entre o conjunto de pilares analisados, destaca-se apenas a superioridade nacional no pilar Networking e Empreendedorismo. Portugal é o país melhor colocado da Europa do Sul, uma posição acima da Espanha, tendo recuperado o posicionamento do início do Barómetro de Inovação. Neste grupo, Portugal apenas fica aquém da média no pilar Impactos Económicos, sendo que na dimensão Resultados fica apenas acima da Grécia. Face à média da Europa do Sul, Portugal tem o seu melhor desempenho no pilar Networking e Empreendedorismo, sendo também notória a sua superioridade nacional nos pilares Envolvente Institucional, Investimento e Incorporação de Tecnologia.
13 BRIC UE27 PIB 19,8% PESO NO PIB MUNDIAL 23 PAÍSES MELHOR CHINA PAÍSES PIOR 41 RÚSSIA PIB 23,0% PESO NO PIB MUNDIAL PAÍSES MELHOR 2 FINLÂNDIA PAÍSES PIOR 51 ROMÉNIA POPULAÇÃO 42,0% PESO NA POPULAÇÃO MUNDIAL 38 BRASIL 46 ÍNDIA POPULAÇÃO 7,2% PESO NA POPULAÇÃO MUNDIAL DINAMARCA SUÉCIA ALEMANHA HOLANDA BULGÁRIA GRÉCIA LETÓNIA POLÓNIA 7,00 5,25 PORTUGAL 7,00 5,25 PORTUGAL 3,50 1,75 0,00 ENVOLVENTE INSTITUCIONAL MÉDIA DOS BRIC TIC Infraestrutura e Utilização CAPITAL HUMANO FINANCIAMENTO INVESTIMENTO NETWORKING E EMPREENDEDORISMO APLICAÇÃO DE CONHECIMENTO INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA IMPACTOS DA INOVAÇÃO IMPACTOS ECONÓMICOS 3,50 1,75 0,00 ENVOLVENTE INSTITUCIONAL MÉDIA DA UE27 TIC Infraestrutura e Utilização CAPITAL HUMANO FINANCIAMENTO INVESTIMENTO NETWORKING E EMPREENDEDORISMO APLICAÇÃO DE CONHECIMENTO INCORPORAÇÃO DE TECNOLOGIA IMPACTOS DA INOVAÇÃO IMPACTOS ECONÓMICOS Apesar de os países BRIC totalizarem quase 20% do PIB mundial, a sua média nos Indicadores de Inovação encontra-se bastante abaixo de Portugal. Contudo, estes quatro países encontram-se em estágios de desenvolvimento diferentes dos da União Europeia, pelo que importa analisar a sua evolução quer a nível do PIB gerado quer a nível dos próprios Indicadores de Inovação. Analisando os pilares apresentados, Portugal apenas é inferior a este grupo de países nos pilares Investimento e Impactos Económicos. Globalmente, Portugal encontra-se quatro posições abaixo da média da UE27, evidenciando-se o Capital Humano e os Impactos Económicos como aqueles em que se identifica uma maior diferença face à média. Em contrapartida, Portugal consegue superar a média da EU27 no pilar Networking e Empreendedorismo. Quando analisado o comportamento dos países, Portugal apresenta um perfil de comportamento semelhante a esta média, excepto na dimensão Resultados, seriamente prejudicada pelo desempenho nacional a nível de Impactos Económicos.
14 9CONCLUSÕES 1. VISÃO GLOBAL Portugal encontra-se na 29.ª posição de entre 52 países analisados, tendo subido duas posições relativamente ao ano anterior. O valor de índice global acompanhou esta tendência, tendo subido 0,11 pontos para os 3,62. Esta recuperação permite a Portugal voltar a aproximar-se da média global e superar Espanha e a média dos países PECO. Portugal pertence ao conjunto de países considerados Inovadores Moderados, no qual conta também com a presença de países anglo-saxónicos (Canadá e Austrália), países da Europa do Sul (Espanha e Itália), China e Israel, bem como alguns outros países do Leste da Europa (Estónia, República Checa, Eslovénia, etc.). 2. PERFIL COMPORTAMENTAL DE PORTUGAL Os países são caracterizados de acordo com perfis comportamentais: CIGARRA (desperdiçador) possui as capacidades e potencialidades necessárias mas não as consegue aproveitar da forma mais eficaz ABELHA (maduro) à semelhança da cigarra, a abelha exibe altas condições mas com um aproveitamento superior CARACOL (conformado) vê em si uma falta de capacidade em ir mais longe por força da ausência de condições e recursos FORMIGA (concretizador) exibe uma elevada capacidade de materialização dos inferiores recursos que tem ao seu dispor ARANHA (equilibrado superior) demonstra um equilíbrio, apresentando altas condições aliadas a elevados resultados LAGARTA (equilibrado inferior) equilibrado à semelhança da aranha, tendo os seus processos alinhados com as suas condições Os países líderes em inovação encontram-se geograficamente distribuídos pelo Norte e Centro da Europa, nomeadamente: Suíça, Finlândia, Dinamarca, Suécia, Alemanha, Holanda, Noruega e Irlanda. Como seguidores directos deste conjunto de países e com presença regular no Top 20 destaque para a presença de países como os EUA, República da Coreia e Reino Unido, bem como do Luxemburgo, da Islândia e do Japão. Finalmente, com uma presença assídua nos últimos lugares dos rankings de Dimensões e Pilares mantêm-se a maioria dos países da Mercosul e alguns países PECO (Bulgária e Roménia), aos quais se adiciona a Grécia e a Índia, sendo por isso classificados como países incipientes em matéria de IDI. Portugal é um país Cigarra desde a primeira edição do Barómetro de Inovação, na medida em que apresenta o conjunto Condições + Recursos com uma melhor pontuação global do que o conjunto Processos + Resultados. CONDIÇÕES + RECURSOS CIGARRA LAGARTA CARACOL PROCESSOS + RESULTADOS ABELHA ARANHA FORMIGA Os países que se enquadram neste perfil, tipicamente apresentam um valor médio para o conjunto de Condições + Recursos, que não se materializa num valor do mesmo nível para o conjunto de Processos + Resultados.
15 3. CARACTERIZAÇÃO DO PERFIL 4. EVOLUÇÃO DOS PILARES DE ANÁLISE NACIONAIS Este perfil indica que, apesar de Portugal ter as Condições, os Recursos, e mesmo os Processos necessários para estimular e aproveitar as actividades inovadoras realizadas no país, a verdade é que falha na sua transformação em Resultados efectivos. 7,00 5,25 3,50 1,75 0,00 4,74 3,58 3,47 2,95 CONDIÇÕES RECURSOS PROCESSOS RESULTADOS Esta problemática é especialmente visível no pilar Impactos Económicos, da dimensão Resultados, no qual Portugal se mantém sistematicamente na segunda metade do lote de países analisados. Envolvente Institucional TIC (Infraestrutura e Utilização) Networking e Empreendedorismo Incorporação de Tecnologia Impactos da Inovação Para melhorar esta situação, os principais pontos a endereçar são: Emprego e exportações de produtos de alta tecnologia; Emprego e exportações de serviços de conhecimento intensivo; Valor Acrescentado Bruto produzido por estes sectores. Uma melhoria nestes indicadores pressupõe uma mudança estrutural na economia nacional, pelo que é necessário apostar em sectores de maior valor acrescentado para a economia nacional. Contudo, para cimentar uma aposta em actividades de maior valor acrescentado é necessário garantir a existência de trabalhadores qualificados e o pilar Capital Humano é justamente um dos que se encontra em queda neste ano. Capital Humano Financiamento Investimento Aplicação de Conhecimento Impactos Económicos Esta descida deveu-se em grande parte à redução nos doutorados presentes em Portugal, mas também devido à menor capacidade para atrair e reter talento, fruto não só da maior dificuldade em garantir emprego, mas também do aumento registado nos impostos, que leva muitos jovens portugueses a procurar oportunidades noutros países.
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