1. Direitos coletivos e direitos individuais: Os dois gêneros sao transindividuais. Os coletivos lato sensu se contrapõem aos individuais.
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- Terezinha Freire Bergmann
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1 1 DIREITO AMBIENTAL PONTO 1: Direitos coletivos e direitos individuais PONTO 2: Conceito, sujeito ativo e passivo PONTO 3: Panorama das Leis mais importantes ambientais PONTO 4: Origem do Direito Ambiental PONTO 5: Análise do art. 225 da Constituição Federal PONTO 6: Competência Ambiental 1. Direitos coletivos e direitos individuais: Coletivos lato sensu coletivos - Difusos. Os dois gêneros sao transindividuais. Os coletivos lato sensu se contrapõem aos individuais. - Coletivos lato sensu : - Coletivos stricto sensu - pessoas determináveis ou determinadas. Esse grupo ou classe pode ser, por exemplo, grupo MC. As pessoas são ligadas entre elas com a parte contraria e sentença beneficia a todos. Tratada no CDC. - Difusos pessoas indeterminadas. Há uma relação nas pessoas determinadas por um objetivo comum. - Individuais: São direitos individuais, mas por terem uma origem comum eles podem ser demandados coletivamente. Há semelhança. Ex: avião que caiu e matou 100 pessoas, cada um tem seu dano, mas como tem origem comum, as pessoas podem litigar de forma homogênea. Para o MP defender os direitos individuais tem que ter uma conveniência social, pois a sociedade não pode pagar ação para defender os individuais. Porém, se for um grupo de hipossuficientes há interesse público e conveniência social.
2 2 2. Conceito, Sujeito ativo e passivo: Art. 225 da CF: Art Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. Sujeito ativo: a coletividade. São todos. Objeto jurídico tutelado pela norma constituição: é o direito ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado, bem ambiental ou meio ambiente qualificado (são sinônimos). É um direito imaterial. A grande diferença desse bem jurídico tutelado para os outros bens, como: a água, flora, animais, é que estes são micro-bens e sua soma compõem o meio ambiente ecologicamente equilibrado que é o macro-bem. art. 3º. Os recursos ambientais estão previstos na Lei de política Nacional do Meio-Ambiente, A propriedade do bem ambiental é da humanidade bens difusos ou coletivos que não são públicos e nem privados, mas são de todos. Já os bens recursos naturais podem ser particulares, públicos ou de todos. Exemplo: os minérios são todos da União bem público. Cachorro/ Gado/ árvores de determinada propriedade são dos donos bem particular. Os peixes/ pássaros são de todos. Sujeito passivo: a coletividade. Pois todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. É a chamada Confusão no direito civil: pois todos são sujeitos passivos do meioambiente ecologicamente equilibrado e também todos têm obrigações de preservá-lo, são responsáveis. Defender e preservar não são sinônimos, ambas estão previstas na CF. Esse direito é inter-geracional, pois as pessoas atuais tem direitos, bem comoa s gerações futuras.
3 3 Princípio do desenvolvimento sustentável, o qual diz que devemos entregar o meio ambiente a gerações futuras em iguais ou melhores condições que recebemos. 3. Panorama das Leis mais importantes ambientais: - Lei 4771/65 - Código Florestal. Estabelece o que é área de preservação permanente art. 1º. Art. 3º. APP é diferente de reserva legal (percentual de cada área rural). Há modificações. - Lei 6.938/81 Lei da Política Nacional de Meio Ambiente. É uma das leis mais importantes do direito ambiental. Trouxe uma grande revolução que é a responsabilidade objetiva pelo dano ambiental, ou seja, a responsabilidade objetiva no direito brasileiro não veio do CDC, mas de Histórico de conferência das Nações Unidas: 1ª) 1972 de Estocolmo. A partir desse momento é que se passou a discutir sobre os impactos ambientais da revolução industrial, surge idéia o desenvolvimento sustentável, bem como a Lei 6838/81. 2ª) 1992 Eco ou Rio 92, no Rio de Janeiro. 3ª) 2002 Conferência de Johanesburg, na África do Sul. 4ª) 2022 ocorrerá no Rio de Janeiro novamente. Essa Lei é base da responsabilidade civil. - Lei 7347/85 Lei da Ação Civil Pública, embasou a Constituição de Base da responsabilidade civil. - Lei 9433/97 Lei da Política Nacional de Recursos Híbridos. Elemento mais importante do meio-ambiente. - Lei 9.605/98 Lei dos crimes ambientais e infrações administrativas. Bases da responsabilidade penal.
4 4 - Lei 9.985/00 Lei do Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC). - Lei /07 Lei da Política Nacional do Saneamento. - Lei /10 Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Art. 1228, 1º do CC trata da função social da propriedade: 1 o O direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. O capitalismo é compatível com desenvolvimento sustentável, bem como com o direito de propriedade com direito ambiental. A nossa lei procura compatibilizar. 4. Origem do Direito Ambiental: Para entender o direito ambiental tem que entender a evolução Evolução de Gaia: A terra tem 4,6 bilhões de anos, se fossem compactadas em 46 anos: - Até os 7 anos, não temos nenhuma informação sobre o Planeta. - Os extintos dinossauros só apareceram depois de 45 anos. - Os mamíferos só surgiram há 8 meses. - Na última semana apareceram os primatas. - O ser humano existe desde as últimas 4 horas. - Na última hora, o homem descobre agricultura. - A Revolução Industrial só começou no último minuto. A nossa realidade atual do direito ambiental é pós-modernidade. Na modernidade surge com a sociedade industrial, a partir do século XVIII, o ideal era crescer cada vez mais, desenvolver ciência e tecnológica. Na pós-modernidade vivemos um período de transição e insegurança. Vivemos uma crise do direito ambiental e da própria sociedade. O ideal é o desenvolvimento sustentável. O limite foi ultrapassado. A natureza não consegue mais agüentar tanta agressão. Não há solução para os problemas ambientais sofridos.
5 5 A ciência não é mais a dona da verdade, pois há verdades a partir de diferentes leituras dos fatos. Foi a partir da segunda metade do Séc. XX que emergem as preocupações ambientais. A revolução industrial é um marco na destruição da natureza, porque com ela o homem passou a ter os meios não uma cidade, mas um planeta. Pode explorar recursos minerais em Área de Preservação Permanente, desde que tenha licença ambiental. O que não pode são coisas absurdas, por exemplo, destruir, incendiar, maltratar. Aquecimento global ou efeito estufa: ao redor da terra existem gases de efeito estufa que são benefícios porque o sol manda radiação e reflete na terra, restringindo os raios solares, mantendo temperatura estável na terra, se não ficaria muito quente. Eles filtram. Se fossem em muita quantidade não passariam os raios. Portanto, precisa ter equilíbrio. Como há quantidade superior de gases decorrentes da terra não consegue retornar, ficando como se fosse uma estufa, por isso, temos problema de aquecimento. Síntese da nova visão uma visão antropocêntrica (visão onde o homem é o centro e comanda a natureza, não se preocupando com ela) passando para uma visão ecocêntrica, no qual o homem integra o meio-ambiente. Porém, não é a visão ecocêntrica que prevalece - Decisão do STJ em 2004: "Não sou daqueles que são radicais na preservação do meio ambiente. Penso que o meio ambiente deve servir ao homem". No estado de natureza não tínhamos geração de direito, no estado liberal tivemos a primeira geração, direitos negativos direito liberdade, igualdade, entre outros. indivíduos. Socialismo trouxe os direitos de segunda geração direitos positivos destinados aos
6 6 O estado social traz os direitos da terceira geração são voltados ao gênero humano. - Liberdade (1ª geração) Igualdade (2ª geração) Fraternidade 3º geração). Direitos humanos fundamentais são: essenciais; reconhecido pelo direito positivo; sem ele não há vida; ou a vida não seria vivida com dignidade. Ex: saúde, vida, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. 5. Análise do art. 225 da Constituição Federal: O legislador colocou essas matérias na CF não originalmente constitucionais porque são muito importantes. Art. 225, 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; (Regulamento) TRATA DA BIODIVERSIDADE. II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. Inciso III - espaços territoriais: reserva legal, área de preservação permanente e todas de unidades de preservação previstas pela lei do SNUC. Essas unidades especiais podem ser instituídas por ato do Poder Público Executivo ou Legislativo, ou seja, por decreto ou lei. Porém, alteração para menos somente poderá ser feita através de lei Lei Ordinária. A CF trata de estudo de impacto ambiental, ou seja, um ato dentro do licenciamento ambiental este é tratado pela Lei 9638/81, Resoluções do CONAMA.
7 7 Inciso IV: Todas as atividades potencialmente poluidoras estão sujeitas a licença ambiental. Estudo de impacto ambiental é feito quando uma atividade é possível ser grande causadora de impacto ambiental. Será dada publicidade, salvo questão sigilosa, por exemplo, estudo de impacto ambiental de um Presídio, Usina Nuclear. Inciso VI - Diferenciação entre educação ambiental e conscientização pública a educação ambiental é para os níveis de ensino e a conscientização pública é para toda coletividade. Inciso VII Observar submeter os animais a crueldade. 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei. Explorar recursos minerais depende de autorização da União, pois pertence a União. Quem explorar tem que recuperar o meio ambiente degradado. Nota-se que a interferência humana na natureza é necessária. O dano ambiental é socialmente justificável. Não pode haver é dano ambiental sem autorização legal, sem licença ambiental, com autoridade competente. Trata-se de jogo de interesses. 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. A CF prevê a responsabilidade da pessoa jurídica. Temos a tríplice responsabilidade: civil, penal e administrativa que são independentes entre si. Não se trata de bis in idem. 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
8 8 Patrimônio Nacional quer dizer que tem grande importância ao Brasil, mas não quer dizer que são bem público. 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas. Para ter usina nuclear tem que estar definida a localização por lei federal. Art A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte. IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. A proteção do meio ambiente está dentro da ordem econômica brasileira. 6. Competência Ambiental: - Princípio da Subsidiariedade: nada deverá ser feito por um ente de nível superior se puder ser realizado pelo de nível inferior. - No licenciamento: IBAMA atua em caráter supletivo (art. 10 da LPNMA). - Regra geral: o licenciamento se dá em razão da abrangência do impacto, não em virtude da titularidade do bem atingido. Art. 21. Compete à União: XVIII - planejar e promover a defesa permanente contra as calamidades públicas, especialmente as secas e as inundações; XIX - instituir sistema nacional de gerenciamento de recursos hídricos e definir critérios de outorga de direitos de seu uso; XX - instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes urbanos;
9 XXIII - explorar os serviços e instalações nucleares de qualquer natureza e exercer monopólio estatal sobre a pesquisa, a lavra, o enriquecimento e reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios nucleares e seus derivados, atendidos os seguintes princípios e condições: d) a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa. 9 A União não é responsável pelo desenvolvimento urbano, são apenas instituídas diretrizes nacionais, quem executa é o Município. A responsabilidade objetiva na CF. Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: IV - águas, energia, informática, telecomunicações e radiodifusão; XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia; XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza. Não quer dizer que só União pode legislar sobre águas, mas apenas nos aspectos gerais, pois os Municípios e Estados também podem legislar sobre águas. Art. 23. É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios: III - proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos; IV - impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico ou cultural; V - proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à ciência; VI - proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas; VII - preservar as florestas, a fauna e a flora; IX - promover programas de construção de moradias e a melhoria das condições habitacionais e de saneamento básico; XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios. Proteção ao patrimônio cultural, paisagens naturais especiais e sítios arqueológicos. Poderia resumir em preservação do meio ambiente. Parágrafo único: Leis complementares fixarão normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional. existe essa LC. A lei complementar vai fixar as normas de cooperação entre todos entes porém, não no caso. Regra: todos deverão atuar diante de um fato ambiental, e o que atuar primeiro seguirá
10 10 O princípio geral é de que sempre vai atuar quem estiver mais próximo do fato e se o que tiver menor hierarquia puder resolver deverá fazê-lo. Se impacto for local a responsabilidade, como regra, será do Município. Se o impacto for regional, como regra, a competência é do Estado e se o impacto for nacional ou inter-regional a competência é da União. A competência não decorre da localidade do bem, mas do tamanho do impacto. Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição; (natural) VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico; (cultural) VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados. 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário. Art. 30. Compete aos Municípios: VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do solo urbano; IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
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