Gerenciamento de Riscos
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- Luiz Fagundes Benke
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1 Introdução Com o objetivo de incentivar o gerenciamento de riscos e aproximar os conceitos de capital regulatório e econômico, o Comitê da Basiléia finalizou, em 2004, uma nova versão do acordo de capital, conhecido como Basiléia II. O Novo Acordo fundamenta-se em três pilares: requerimento mínimo de capital, revisão pelo órgão supervisor e disciplina de mercado. O Conselho Monetário Nacional ( CMN ), por meio da Resolução n 3.490, aprimorou os dispositivos relativos ao cálculo do requerimento de capital, antes denominado Patrimônio Líquido Exigido (PLE). O montante de capital regulamentar a ser mantido pelas instituições passou a ser dado pelo Patrimônio de Referência Exigido (PRE), que consiste na soma de seis parcelas, cada uma delas relativa a uma natureza de risco: PRE = PEPR (parcela de crédito) + PACS (parc. ações)+ PCAM (parc. cambio) + PCOM (parc. commodities) + PJUR (parc. juros) + POPR (parc. operacional). Os pré-requisitos e os desafios para o risco de mercado na implementação de Basiléia II foram identificados por meio do próprio documento do Novo Acordo, por outros documentos publicados pelo Comitê de Basiléia e pelas normas já publicadas pelo Banco Central do Brasil ( BACEN ). O BACEN, através do Comunicado nº de 09 de dezembro de 2004, divulgou as diretrizes para implementação do Novo Acordo da Basiléia no Brasil e, posteriormente, ajustou o cronograma de implementação através do Comunicado nº de 27 de setembro de A divulgação da Resolução do CMN pelo BACEN em 26 de junho de 2007 foi o primeiro passo desse processo, dispondo sobre a implementação de uma estrutura de gerenciamento do risco de mercado. O Conglomerado Banif - Brasil conta com duas estruturas para gerenciamento de riscos. Uma estrutura para o Banco de Investimento (disponível no site Hhttp:// e outra para o Banco Comercial (descrita a seguir), sendo o Banco Comercial responsável pela consolidação dos riscos proprietários e regulatórios bem como o acompanhamento dos limites estabelecidos (VaR, Estresse e Stop Loss) para o Conglomerado. - Estrutura para a gestão de risco Gerenciamento de Riscos A Diretoria da Instituição de forma a assegurar maior controle dos riscos envolvidos e, portanto, minimizar a probabilidade de ocorrência dos mesmos, vem atuando no sentido de aperfeiçoar os mecanismos para a melhoria dos controles, bem como facilitar a identificação e gerenciamento dos riscos, propiciando maior segurança na execução das atividades. Neste contexto, a estrutura atual do Banco Comercial é representada por uma Diretoria Adjunta de Controles que tem sob sua subordinação as áreas de Gerenciamento de
2 Riscos, Normas e Controles, Auditoria Interna (terceirizada) e Gerência de Compliance, as quais têm como atribuição principal: Monitoração, medição e avaliação do risco; Reporte à Diretoria de potenciais perdas; Aculturação de gestores e colaboradores para avaliação dos processos com foco em risco Disseminar a cultura de controles internos para certificar-se do cumprimento de leis, normas internas e diretrizes traçadas. Conceito Risco de Mercado é a possibilidade de ocorrência de perdas resultantes da flutuação nos valores de mercado de posições detidas pela instituição financeira, contemplando os riscos das operações sujeitas à variação cambial, taxas de juros, preços de ações e preços de mercadorias (commodities). A seguir relacionamos os tipos de riscos que compõem o Risco de Mercado: Risco de taxa de juros reais pré, cupom cambial, cupom de taxa de juros e índice de preços. Risco de taxa de câmbio exposição cambial Risco de commodities Risco de ações Estrutura Organizacional Com o advento da Resolução n de , a qual dispõe acerca da implementação de estrutura de gerenciamento de risco de mercado, a Área de Controles no âmbito da Gerência de Risco (Mercado e Liquidez), responde pela aplicabilidade da política de gerenciamento do risco de mercado, conforme estabelecido no documento de constituição da Área editado em Política Institucional A Alta Administração é responsável pela definição da política institucional consolidada (Banco Comercial e Banco de Investimento), estabelecendo as estratégias e diretrizes a serem observadas pela área de Tesouraria, bem como os limites a serem praticados VaR, Estresse e Stop Loss. Cabe observar que todos os limites estabelecidos devem ser devidamente formalizados à área competente, com informação simultânea a área de Risco.
3 Operacionalização - Estrutura A estrutura de gerenciamento do risco de mercado deve prever: Políticas e estratégias para o gerenciamento do risco de mercado claramente documentadas, que estabeleçam limites operacionais e procedimentos destinados a manter a exposição ao risco de mercado em níveis considerados aceitáveis pela instituição. Sistemas para medir, monitorar e controlar a exposição ao risco de mercado, tanto para as operações incluídas na carteira de negociação quanto para as demais posições, os quais devem abranger todas as fontes relevantes de risco de mercado e gerar relatórios tempestivos para a diretoria. Realização, com periodicidade mínima anual, de testes de avaliação dos sistemas. Identificação prévia dos riscos inerentes a novas atividades e produtos e análise prévia de sua adequação aos procedimentos e controles adotados pela instituição. Realização de simulações de condições extremas de mercado (teste de estresse), inclusive da quebra de premissas, cujos resultados devem ser considerados ao estabelecer ou rever as políticas e limites para adequação de capital. - Revisão das Políticas e Estratégias As políticas e estratégias para o gerenciamento do risco de mercado devem ser aprovadas e revisadas, no mínimo anualmente, pela Diretoria e pelo Conselho de Administração, se houver. Responsabilidade pela Gestão do Risco de Mercado Dentro da estrutura do Conglomerado Banif compete a gerencia de Risco de Mercado do Banco Comercial: Respaldar a Alta Administração com informações relevantes sobre a implementação e gestão do risco de mercado. Definição dos processos, dos procedimentos e dos sistemas necessários à sua efetiva implementação. Identificação, avaliação, monitoramento e controle do risco de mercado. Formalização documentar e armazenar as informações no que se refere aos testes efetuados, bem como relativamente à comprovação da consistência dos critérios adotados para a classificação das operações na carteira de negociação ou na carteira fora de negociação, relativamente aos últimos cinco anos, à disposição do Banco Central do Brasil.
4 - Classificação Gestão das Carteiras de Trading e Banking Compete à Tesouraria no momento da contratação da operação indicar por ocasião da execução do boleto a que carteira se destina, isto é, negociação (Trading) ou fora da carteira de negociação (Banking), de forma a considerá-la no sistema CRK (aplicativo que gerencia as operações com instrumentos financeiros) em conformidade com a intenção da transação. - Parâmetros A carteira de negociação consiste em todas as posições em instrumentos financeiros e em mercadorias, inclusive derivativos, detidas com intenção de negociação ou destinadas a hedge de outros elementos da carteira de negociação, e que não estejam sujeitas à limitação da sua negociabilidade. As posições detidas com intenção de negociação são aquelas destinadas a: I revenda; ou II obtenção de benefício dos movimentos de preços, efetivos ou esperados; ou III realização de arbitragem. A carteira Não Negociação é formada por exclusão. - Definição de Carteiras A pratica internacional é distinguir as carteiras de trading e banking e alocar capital de forma diferenciada para cada uma destas carteiras. Trading: Consiste em posições mantidas com intenção de negociação no curto prazo, para beneficiar-se de movimentos de preços esperados ou reais de curto prazo, ou para garantir resultados de arbitragem. Banking: A carteira banking é definida por exclusão, incluindo todas as posições que não são consideradas trading. - Trading e Banking Natureza do Risco Risco de Mercado: risco resultante de movimentos gerais de mercado.
5 Risco Específico: risco de perda em uma posição que não resulta de movimentos gerais de mercado, mas de fatores específicos a um ativo financeiro, relacionados a eventos ocorridos com o emissor desse ativo financeiro. Inclui o risco de evento e risco de default. Risco de Crédito: risco associado com a probabilidade de inadimplência. Risco de Taxa de Juros: risco de perda de valor econômico devido a movimentos nas taxas de juros o qual também poderá influenciar resultados pelo descasamento entre ativos e passivos. Risco de Variação Cambial: risco de perda devido à mudança nas taxas de câmbio. Tratamento análogo ao da carteira trading. - Trading (negociação) Metodologia de Mensuração do Risco Esta carteira tem suas fórmulas de cálculos e premissas adotadas descritas nas Circulares 3.361, 3.362, 3.363, 3.364, 3.366, e No cálculo do valor em risco os multiplicadores, volatilidades, horizonte de tempo, correlação entre vértices e fator de decaimento são divulgados pelo Banco Central, na periodicidade que cada parâmetro exige. Parâmetros estes que são demonstrados através de exemplos nas Cartas-Circulares e 3.310, que refletem as Circulares e respectivamente. - Banking (não negociação) Esta carteira teve através da Circular a liberdade de adotarmos na sua mensuração do valor em risco, no qual utilizaremos para alocação de capital, os parâmetros que julgarmos apropriados para a nossa carteira. Resultados estes, de eficácia na apuração do risco, deverão ser comprovados perante o Bacen. Composição, Apuração e Cálculo O Risco de Mercado é parte integrante na composição do montante de Capital a ser mantido pela instituição decorrente da exposição aos diversos tipos de riscos inerentes às suas atividades, o qual passou a ser identificado como PRE (Patrimônio de Referência Exigido), que consiste na soma de seis parcelas, cada uma delas relativa a uma natureza de risco, a saber:
6 A instituição financeira deve manter, permanentemente, valor de Patrimônio de Referência PR, apurado nos termos da Resolução 3.444, compatível com os riscos de suas atividades, Uo qual deve ser superior ao PRE. Fórmula: PR = PRE + Pban (art. 3 Res ). (As instituições devem manter também PR suficiente para fazer face ao risco de taxa de jutos das operações não incluídas na carteira de negociação Pban) Descrição: Pepr: parcela referente às exposições ponderadas pelo fator de ponderação de risco a elas atribuído. Pcam: parcela referente ao risco das exposições em ouro, em moeda estrangeira e em operações sujeitas à variação cambial. Pjur: parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação de taxas de juros e classificadas na carteira de negociação. Pcom: parcela referente ao risco das operações sujeitas á variação do preço de mercadorias (commodities). Pacs: parcela referente ao risco das operações sujeitas à variação do preço de ações e classificadas na carteira de negociação. Popr: parcela referente ao risco operacional. Para cálculo do Risco de Mercado são consideradas as parcelas Pcam+Pjur+Pcom+Pacs, cuja apuração é de competência da Gerência de Risco. Ressalta-se que a Pjur é subdividida em 4 parcelas, sendo: Pjur 1: exposições sujeitas à variação de taxas de juros prefixadas denominadas em real. Pjur 2: exposições sujeitas à variação da taxa dos cupons de moedas estrangeiras. Pjur 3: exposições sujeitas à variação da taxa dos cupons de índices de preços. Pjur 4: exposições sujeitas à variação da taxa dos cupons de taxa de juros.
7 A carteira de Banking (não negociação) deve ter o risco de mercado mensurado e também capital alocado. O risco de taxa de juros é potencialmente significativo, portanto exige capital. Operacionalização e Remessa de Informações Para efeito de prestação das informações ao órgão regulador são consideradas as posições por conglomerado, sendo de responsabilidade da Gerência de Risco do Banco Comercial a consolidação e remessa dos respectivos dados numa base diária e mensal tendo em vista que nos enquadramos perante o Banco Central do Brasil como Conglomerado Econômico-Financeiro e, portanto obrigados ao preenchimento do documento 2060, que congrega as instituições - Banco Comercial, Banco de Investimento, Corretora e Asset.
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