de Piscicultura de Caçador
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- Raphael Figueiredo Paranhos
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1 REDVET - Revista electrónica de Veterinaria - ISSN Desenvolvimento da Carpa capim (Ctenopharyngodon idella) alimentadas com rações completas peletizadas a base de azevém (Lolium multiflorum) e trevo branco (Trifolium repens) Álvaro Graeff 1 ; Raphael de Leão Serafini 2 1 Médico Veterinário CRMV SC-0704 Esp. Nutrição/EPAGRI Estação de Piscicultura de Caçador agraeff@epagri.sc.gov.br 2 Biologo CRBio D M.Sc Aqüicultura/EPAGRI Estação de Piscicultura de Caçador raphaelserafini@epagri.sc.gov.br Fone: Caixa Postal 591 CEP Caçador, SC BRASIL Resumo - O experimento foi realizado no Laboratório de Nutrição e Patologias (LaNuPP) da Unidade de Piscicultura de Caçador/EPAGRI, em 36 aquários com capacidade para 40 litros de água, abastecidos individualmente com água proveniente de tanque de abastecimento na vazão de 0,5 l/min. O período experimental foi de 120 dias, sendo iniciado em 15 de dezembro de 2007 e encerrado em 15 de abril de 2008, após 7 dias de adaptação dos alevinos em cada parcela experimental. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com seis tratamentos e seis repetições, com 06 unidades de carpa capim (Ctenopharyngodon idella) em cada parcela experimental. O peso médio inicial foi 0,51 ± 0,02 g e comprimento inicial 3,01 ± 0,02 cm respectivamente para os tratamentos. As dietas foram formuladas, dentro dos critérios, para a espécie e para o sistema de produção com ingredientes onde a proteína bruta e a energia ficassem estabilizadas em 30% e 3000 kcal de energia metabolizável/kg de ração respectivamente, e oferecida na quantidade de 5% ao dia nos dois primeiros meses passando para 3% ao dia no terceiro mês e 1% ao dia no quarto mês do peso total do lote experimental, reajustado a cada 30 dias na forma peletizada. Os resultados nos permitem afirmar que a carpa capim (Ctenopharyngodon idella) se adaptou a um balanceamento de leguminosas e gramíneas, iguais aos animais ruminantes neste experimento. Em conjunto com a gramínea azevém, a leguminosa trevo branco foi superior a gramínea e a leguminosa isoladas. O melhor resultado foi à utilização da gramínea azevém (Lolium multiflorum) na quantidade de 35% mais 15% de trevo branco (Trifolium repens) na composição da dieta para a variável peso final e no comprimento final. Palavras-chave: azevém, alimentação, carpa capim, trevo branco 1
2 Abstract - The experiment was conducted at the Laboratory of Nutrition and Pathology (LaNuPP) Unidade de Piscicultura de Caçador/EPAGRI in 36 tanks with a capacity of 40 liters of water, individually supplied with water from supply tank at a flow rate of 0.5 l / min. The experimental period was 120 days, starting on 15 December 2007 and ended on April 15, 2008, after 7 days of adaptation of the fingerlings in each experimental plot. The experimental design was completely randomized with six treatments and six replicates with 06 units of grass carp (Ctenopharyngodon idella) in each experimental plot. The average initial weight was 0.51 ± 0.02 ± 3.01 g initial length 0.02 cm respectively for the treatments. Diets were formulated within the criteria for the species and the production system with ingredients where crude protein and energy were kept stable at 30% and 3000 kcal metabolizable energy / kg diet, respectively, and given the amount of 5% the day the first 2 months to 3% a day in the third month and 1% per day in the fourth month of the total weight of the experimental plot, adjusted every 30 days in a pelleted form. The results allow us to say that the grass carp (Ctenopharyngodon idella) has adapted to a balance of legumes and grasses, similar to ruminant animals in this experiment. Together with rye grass, white clover is the legume than grass and legume isolated. The best result was the use of rye grass (Lolium multiflorum) in the amount of 35% to 15% of white clover (Trifolium repens) in the composition of the diet for final weight variable and the final length. Keywords: rye grass, food, grass carp, white clover Introdução Entre as espécies de peixe de maior potencial de crescimento, adaptabilidade e de mais baixo custo de produção e alimentação encontramse as carpas em geral. A carpa capim (Ctenopharyngodon idella) é uma espécie de água doce originária dos rios da China que possui muito prestigio entre os produtores devido a sua resistência e facilidade de cultivo, aceitação de alimentos peletizados, rápido crescimento e por ser uma fonte de proteína de alta qualidade (TRIPATHI e DATTA, 1990). A carpa capim (Ctenopharyngodon idella Val.) tem sido objeto de considerável pesquisa nestes últimos anos devido sua habilidade em controlar vegetação aquática. Na Ásia e nos países do leste europeu tem sido incorporada aos sistemas de policultivos com outras carpas para controlar as macrofitas (SHIREMAN JV, et al. 1977). Já no Brasil a carpa capim dentre as carpas chinesas esta entre as espécies exóticas mais utilizadas em policultivo na região sul, caracterizandose por sua extrema rusticidade e excelente desempenho. Geralmente as carpas chinesas são criadas em sistema de policultivo (HAJRA, 1987), 2
3 inclusive com espécies nativas, uma vez que espécies distintas apresentam diferentes hábitos alimentares, sendo a carpa capim herbívora (Ctenopharyngodon idella), a carpa prateada (Hypophthalmichthys molitrix) fitoplantofaga, e a carpa cabeça grande (Aristichthys nobilis) zooplantofaga (CASTAGNOLLI, 1992). Apresenta crescimento rápido, bom aproveitamento de plantas, e tem carne de boa qualidade (VENKATESH et al., 1978). Os custos com a alimentação respondem pela maior parte das despesas na piscicultura, uma vez que as dietas de peixes, em comparação com as de outros animais, caracterizam-se pelo elevado nível protéico, sendo que a maior parcela dos custos das dietas se deve à fonte de proteína (MEER et al. 1995). Procurando aproveitar a habilidade da carpa capim em aproveitar gramíneas e leguminosas em sua alimentação, procuramos verificar a qualidade das mesmas através de um balanceamento e ofertá-las. A gramínea azevém (Lolium multiflorum Lam) é uma das melhores do inverno, completamente adaptado no sul do Brasil onde foi introduzido provavelmente pelos primeiros colonos italianos em 1875, no Rio Grande do Sul. Pela sua rusticidade vegeta perfeitamente em todos os tipos de terra, mas dá mais rendimento nas terras de média e férteis, bem como nas argilosas. É menos produtivo nas arenosas secas. As várzeas e banhados drenados são-lhe favoráveis (ARAUJO, 1967). A leguminosa trevo branco (Trifolium repens), é nativo da Europa, sendo experimentado aqui há muitos anos com sementes providas da Itália. Possui algumas variedades e entre outras esta (Trifolium repens), que tem dimensões maiores e é também cultivado no Sul do Brasil. Em condições normais é perene, mas seu ponto critico é o verão, prefere terras férteis e pouco úmidas para não desaparecer nesta época (ARAUJO, 1967). Diferente deste trabalho vários autores fizeram experimentos com a utilização de gramínea isoladamente como forragem verde tais como SPONCHIADO et al. (2009) com grama boiadeira (Luziola peruviana), COSTA et al. (2007) e BERGAMIM et al. (2007) com o capim teosinto (Euchlaena mexicana), POUEY et al. (2007) com Azevém (Lolium multiflorum Lam). Outros autores trabalharam com leguminosas oferecendo como farelo tais como SOARES et al. (1998) com canola (Brassica napus L. var. Oleifera Moench), BERGAMIM et al. (2007) com soja (Glycine max). Também LACERDA et al. (2005) utilizou farelo de mandioca (Manihot esculenta) em substituição de milho (Zea mays L.) em dietas de alevinos de carpa capim concluindo que se pode substituir o milho em 100% deste insumo sem prejudicar o desempenho. Este trabalho tem por objetivo determinar um balanceamento gramíneoleguminosa utilizando para isto uma gramínea azevém (Lolium multiflorum Lam), e uma leguminosa trevo branco (Trifolium repens), na forma de pellets para serem fornecidas como alimentação principal. 3
4 Material e métodos O experimento foi realizado no Laboratório de Nutrição e Patologias (LaNuPP) da Unidade Experimental de Piscicultura de Caçador/EPAGRI, em 36 aquários com capacidade para 40 litros de água, abastecidos individualmente com água proveniente de um tanque de abastecimento na vazão de 0.5 l/min. O período experimental foi de 120 dias, sendo iniciado em 15 de dezembro de 2007 e encerrado em 15 de abril de 2008, após sete dias de adaptação dos alevinos em cada parcela experimental. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso com seis tratamentos e seis repetições, com seis unidades de carpa capim (Ctenopharyngodon idella) em cada parcela experimental. O peso médio inicial foi 0,51 ± 0.02 g e comprimento médio inicial de 3,01 ± 0.02 cm respectivamente para os tratamentos realizados. As dietas foram formuladas, dentro dos critérios, para a espécie e para o sistema de produção com ingredientes onde a proteína bruta e a energia ficassem estabilizadas em 30% PB e 3000 kcal de energia metabolizável/kg de ração, e oferecida na quantidade de 5% ao dia nos dois primeiros meses passando para 3% ao dia no terceiro mês e 1% ao dia no quarto mês do peso total do lote experimental, reajustado a cada 30 dias na forma peletizada, conforme a Tabela 1. Tabela 1 - Composição percentual das dietas experimentais com diferentes níveis de introdução da gramínea azevem e a leguminosa trevo branco. Ingredientes %PB EB/Kcal Tratamentos Farelo de soja ,0 55,0 26,5 3,8 53,0 46,0 Milho grão ,0 4, ,0 13,0 Azevém ,0 35,0 15,0 35,0 - - Farinha de peixe ,0 2,0 14,7 34,7 2,0 2,0 Óleo de soja ,0 4,0 8,8 11,5-4,0 Trevo branco ,0 15,0 15,0 35,0 Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0 PB (%) 30,7 30,0 30,1 30,0 30,5 30,3 EB/kcal Relação PB/EB 100,6 100,0 100,1 100,0 100,5 100,5 Tratamento 1: Ração com 15% de azevém. Tratamento 2: Ração com 35% de azevém. Tratamento 3: Ração com 15% de azevém + 35% de trevo branco. Tratamento 4: Ração com 35% de azevém + 15% de trevo branco. Tratamento 5: Ração com 15% de trevo branco. Tratamento 6: Ração com 35% de trevo branco As características da água, que provém de um poço artesiano, foram coletadas e analisadas semanalmente para as variáveis: ph com peagâmetro marca Corning (PS-30); oxigênio dissolvido, nitrito, amônia, dureza, alcalinidade, turbidez e gás carbônico no Laboratório de Qualidade de Água/EPAGRI-Caçador/SC. As avaliações dos peixes foram realizadas a cada 30 dias utilizando-se 100% dos peixes estocados, quando foram tomadas as medidas de comprimento total através de um ictiômetro e o peso individual em uma balança eletrônica com precisão de 0.01 g marca Marte. 4
5 Para a realização destas atividades, os peixes foram sedados com 1.0 ml de quinaldina para 15 litros de água. Após 120 dias do experimento, foram despescados os peixes e efetuadas avaliações quantitativas, compreendendo as evoluções de crescimento em peso e comprimento, conversão alimentar aparente e sobrevivência. Resultados e discussão Na avaliação da qualidade da água (Tabela 2), os parâmetros: ph, oxigênio dissolvido, gás carbônico, amônia total, nitrito e turbidez estavam dentro do preconizado por vários autores (CASTAGNOLLI, 1992; ARRIGNON, 1979, REID et al., 1976, BOYD, 1976, TAVARES, 1975, LUKOWICZ, 1982, ORDOG et al. 1988, VINATEA, 1997), para a criação de Carpa capim (Ctenopharyngodon idella). O gás carbônico em alta concentração pode ser tolerado pelas espécies aqüicolas, embora se saiba que os peixes evitam concentrações de CO 2 ainda que esteja tão baixas quanto 5,0 mg/l (BOYD, sd). Embora o CO 2 permaneceu sempre acima de 2,0 mg/l, pois a origem da água deste experimento é de tanque de abastecimento o oxigênio dissolvido compensou não havendo danos aos peixes. A turbidez, que está diretamente correlacionada à transparência, permaneceu em média 46 ntu isto se deve pela presença de argilas coloidais, substâncias em solução, matéria orgânica dissolvida ou mesmo do plâncton na água do experimento (TAVARES, 1975). A alcalinidade (Tabela 2), durante todo experimento, esteve abaixo de 30 mg/litro, o que indicaria necessidade de calagem (BOYD, 1997), para responder mais favoravelmente a produtividade aquática, mas apesar disto não trouxe oscilações no ph e nem alterações comportamentais nos peixes. A dureza (Tabela 2), durante o experimento, oscilou entre 20 e 24 mg/litro, encontrando-se, portanto, sempre abaixo do recomendável por BOYD (1997), de 50 a 80 mg/litro de CaCO3. Tabela 2 - Média dos parâmetros limnológicos da água nas unidades experimentais em cada período do experimento. Parâmetros limnológicos Dezembr Janeiro Fevereir Março Abril Média o o ph (Potencial 7,4 7,2 7,1 7,4 7,1 7,2 hidrogeniônico) Oxigênio dissolvido (mg/l) 5,2 5,7 4,6 4,9 4,2 4,9 Gás carbônico (mg/l) 2,0 3,5 4,0 2,4 4,5 3,3 Dureza (mg/l) Alcalinidade (mg/l) Amônia total (mg/l) 0,1 0,1 0,2 0,2 0,5 0,2 Nitrito (mg/l) 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Turbidez (ntu)
6 Os dados de peso médio final, comprimento médio final, sobrevivência e conversão alimentar aparente, foram submetidos à análise de comparação de médias, pelo método de Tukey a 5% de significância. Na Tabela 3, encontram-se os resultados médios do comprimento final (7,64; 7,72; 7,68; 7,83; 7,48 e 7,48 cm) respectivamente dos tratamentos de 1 a 6, submetidos às dietas onde a composição com gramíneas e leguminosas afetou significativamente (p<0.05). O tratamento que melhor evidenciou o resultado para o comprimento foi o quatro onde a gramínea azevém (Lolium multiflorum Lam), participou com 35 mais 15% da leguminosa trevo branco (Trifolium repens) da composição da dieta mostrando que a variável foi influenciada pela participação da gramínea em detrimento da leguminosa. Diferente resultado (GRAEFF et al.; 2006) trabalhando com Papuã (Brachiaria plantaginea) e também Alfafa (Medicago sativa) concluiu que os resultados permitem afirmar que a carpa capim (Ctenopharyngodon idella) não se adaptou a um balanceamento de leguminosas e gramíneas, no rendimento em crescimento, iguais aos animais ruminantes. Diferente também, HANCZ e SALLUM (1990), que em trabalho semelhante com a gramínea capim angola (Brachiaria mutica) e a leguminosa siratro (Macroptilium atrapurpureum) obteve resultado melhor com a leguminosa. Também SALARO et al. (1994) com dietas para tilápia do Nilo com alfafa (Medicago sativa) não obteve um bom resultado, mas recomenda em baixa concentração por não apresentar em sua composição fatores antinutricionais e ser uma fonte rica de fibra bruta para as espécies que a necessitem. Tabela 3 - Comprimento médio da carpa capim (Ctenopharyngodon idella) em cada avaliação nos seis tratamentos. Avaliação Comprimento médio (cm) Dias Povoamento 3,01 3,01 3,01 3,01 3,01 3, ,77 5,91 5,57 5,60 5,76 5, ,68 6,59 6,45 6,58 6,50 6, ,32 7,32 7,12 7,72 7,16 7,15 Final 7,64 b 7,72 ab 7,68 b 7,83 a 7,48 c 7,48 c Ganho médio em comprimento (cm) 4,63 b 4,71 ab 4,67 b 4,82 a 4,47 c 4,47 c Médias na linha seguidas de letras diferentes diferem (P<0.05), pelo teste de Tukey. Tratamento 1: Ração com 15% de azevém. Tratamento 2: Ração com 35% de azevém. Tratamento 3: Ração com 15% de azevém + 35% de trevo branco. Tratamento 4: Ração com 35% de azevém + 15% de trevo branco. Tratamento 5: Ração com 15% de trevo branco. Tratamento 6: Ração com 35% de trevo branco Já ZONNEVELD e ZON (1985) recomendam altos teores de fibra na dieta das carpas capim adultos, pois a sua flora microbiana intestinal realizam a síntese de aminoácidos e peptídeos a partir da fibra dietária. Mas como 6
7 orientação não se deve adicionar mais do que 10% de fibra bruta nas dietas para peixes não herbívoros (ESMINGER, 1980). O ganho médio em comprimento (4,63; 4,71; 4,67; 4,82; 4,47 e 4,47 cm) respectivamente dos tratamentos de 1 a 6 na Tabela 3 novamente confirma que os tratamentos onde a gramínea azevém participa têm melhor desempenho em detrimento dos tratamentos com a participação da leguminosa. Na Tabela 4, encontram-se os resultados médios dos pesos parciais e finais (5,21; 5,37; 5,16; 6,38; 4,88 e 4,84 g) respectivamente dos tratamentos de 1 a 6, submetidos a dietas onde a composição com gramíneas e leguminosas também afetou significativamente (p<0,05). O tratamento que melhor evidenciou o resultado foi nos tratamentos 4 e 2 onde a gramínea azevém participou com 35% da composição da dieta mostrando que a variável foi influenciada pela participação da gramínea em detrimento da leguminosa. Tabela 4 - Peso médio da carpa capim (Ctenopharyngodon idella) em cada avaliação nos seis tratamentos. Avaliação Peso médio (g) Dias Povoamento 0,51 0,51 0,51 0,51 0,51 0, ,27 2,22 1,93 1,91 2,44 2, ,31 3,34 3,03 3,37 3,21 3, ,78 4,41 4,25 4,86 4,47 4,31 Final 5,21 b 5,37 ab 5,16 b 6,38 a 4,88 b 4,84 b Ganho médio em peso (g) 4,70 b 4,86 ab 4,65 b 5,87 a 4,37 b 4,33 b Médias na linha seguidas de letras diferentes diferem (P<0.05), pelo teste de Tukey. Tratamento 1: Ração com 15% de azevém. Tratamento 2: Ração com 35% de azevém. Tratamento 3: Ração com 15% de azevém + 35% de trevo branco. Tratamento 4: Ração com 35% de azevém + 15% de trevo branco. Tratamento 5: Ração com 15% de trevo branco. Tratamento 6: Ração com 35% de trevo branco Estes resultados são inferiores aos obtidos por HANCZ e SALLUM (1990), que observou melhor crescimento em peso da carpa capim utilizando para isto a gramínea capim angola (Brachiaria mutica). De modo semelhante ao ganho médio em comprimento, o ganho médio em peso (Tabela 4) 4,70; 4,86; 4,65; 5,87; 4,37 e 4,33 g tiveram melhor desempenho os tratamentos 4 com o uso da gramínea azevém em quantidade de 35% da dieta total, novamente caracterizando que a carpa capim é uma boa conversora de proteína bruta oriundos de materiais vegetais mais rústicos, mas com suplementação na dieta de produtos de qualidade protéicoenergético melhores (Tabela 1). CAMARGO et al. (2006) em trabalho com as gramíneas (milheto, teosinto, capim elefante e papua), conclui que a alimentação somente com forragem não atende as exigências nutricionais para criação de carpa capim, tornando-se indispensável à utilização de ração na dieta. Cabe ressaltar que a carpa capim pelo seu perfil enzimático, tem grande capacidade de aproveitamento de proteínas, e, principalmente 7
8 carboidratos. Por isso, torna-se fundamental a suplementação adequada dos peixes com uma ração que forneça as exigências da carpa capim e que tenha efeito aditivo em relação à forragem fornecida (DAS & TRIPATHI, 1991) Tabela 5 Sobrevivência e conversão alimentar final da carpa capim (Ctenopharyngodon idella) em cada tratamento. Tratamentos Sobrevivência (%) ns Conversão alimentar (Kg/Kg) ,77 bc ,13 bc ,65 ab ,42 a ,10 c ,70 bc ns Não houve diferenças significativas entre os tratamentos pelo teste de F a 5% de probabilidade de erro 1 Médias na linha seguidas de letras diferentes diferem (P<0.05), pelo teste de Tukey. Tratamento 1: Ração com 15% de azevém. Tratamento 2: Ração com 35% de azevém. Tratamento 3: Ração com 15% de azevém + 35% de trevo branco. Tratamento 4: Ração com 35% de azevém + 15% de trevo branco. Tratamento 5: Ração com 15% de trevo branco. Tratamento 6: Ração com 35% de trevo branco A conversão alimentar 6,77; 6,13; 5,65; 5,42; 7,10 e 6,70 kg de ração por kg de peso (Tabela 5) diferiram (p>0,05), estando dentro do esperado para um peixe herbívoro. Diferente de um onívoro onde uma conversão acima de 2:1 é considerado insatisfatória por TEIMER et al. (1969), BOYD (1997), SHIAU et al.(1998) onde constataram diminuição do desempenho e piora na conversão alimentar de tilápias do Nilo alimentadas com níveis crescentes de fibra na ração, demonstrando que esta espécie não tem uma flora microbiana intestinal que permita realizar a síntese de aminoácidos e peptídeos a partir da fibra dietária. A taxa de sobrevivência obtida nos tratamentos 1 a 6 não foi significativo, estando dentro do esperado para os experimentos realizados na mesma região (GRAEFF, 2006). Conclusões Em uso isolado a leguminosa trevo branco (Trifolium repens) em nenhuma das ofertas foi superior a gramínea azevém (Lolium multiflorum). Demonstrando que o balanceamento gramíneo-leguminosa é eficaz. O melhor resultado foi à utilização da gramínea azevém (Lolium multiflorum) na quantidade de 35% mais 15% de trevo branco (Trifolium repens) da dieta. 8
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