HOLOGRAFIA: Física e aplicações

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "HOLOGRAFIA: Física e aplicações"

Transcrição

1 HOLOGRAFIA: Física e aplicações A Holografia permite registar e utilizar as características tridimensionais reais dos objectos. As suas utilizações têm-se desenvolvido em Metrologia, na construção de elementos ópticos diversos e na visualização de objectos artísticos. Na década de 90, realizar-se-ão, seguramente, novas e significativas aplicações da Holografia. JOSÉ MANUEL REBORDÃO Os princípios da holografia foram descritos por Dennis Gabor em Todavia, a falta de fontes luminosas com as propriedades adequadas - a coerência, que será referida oportunamente - fez com que só em l960 Leith e Upatnieks pudessem obter o primeiro holograma. Os hologramas são vulgarmente conhecidos como fotografias tridimensionais (ou 3D). Os filmes de ficção científica, as exposições em que têm circulado, os múltiplos dísticos, emblemas, etc., vulgarizaram o holograma embora pouco tenham contribuído para elucidar a sua estrutura, construção e aplicações. Com um étimo sugestivo (holo, de integral, global, e grafia, de desenho) os hologramas e a holografia despertam a imaginação mais dormente e fazem-na passar rapidamente para os domínios da civilização do inimaginável. E, de facto, os actuais progressos da óptica e a sua interface com a informática permitem prever uma descontinuidade importante na forma de encarar e utilizar a holografia. Uma década mais será talvez suficiente... É meu objectivo, neste texto, apresentar a física da construção e utilização dos hologramas. A holografia utiliza todos os conceitos da óptica ondulatória: interferências, difracção e coerência; põe exigências drásticas sobre os materiais em que um holograma pode ser registado; exige alguma colaboração de espectador. Tem por isso todos os ingredientes para poder ser considerada uma técnica complexa embora sedutora, cuja execução exige a deten- José Manuel Rebordão licenciou-se em Física na Universidade de Lisboa e doutorou-se em Óptica na Universidade de Estrasburgo (1983). Investigador do Laboratório Nacional de Engenharia e Tecnologia Industrial (LNETI) e professor convidado na Faculdade de Ciências de Lisboa, publicou nos últimos anos um considerável número de trabalhos consagrados quer à Óptica fundamental quer às suas aplicações a uma larga gama de questões com importância tecnológica. ção de um bom conjunto de conhecimentos e equipamento sofisticado. A PRAXIS DA HOLOGRAFIA Na sua execução prática, a captação de um holograma não é muito diferente da de uma fotografia convencional, com uma importante excepção. Quando se pretende tirar uma fotografia a um objecto é necessário ter à disposição uma máquina fotográfica - isto é, um filme e uma lente (objectiva) que cria sobre o filme uma imagem do objecto. É preciso uma fonte luminosa - o Sol (quer permitindo que o raios solares iluminem directamente o objecto, quer utilizando a luminosidade difusa em dias cobertos) ou uma lâmpada de flash. Em qualquer dos casos, parte da luz que ilumina o objecto é por este difundida em direcção à objectiva, cuja posição define o ângulo segundo o qual se constitui (no filme) uma perspectiva do objecto (Fig. 1a). É frequente colocar a fonte luminosa de modo a que a radiação directa não incida na objectiva. Com efeito, só os fotógrafos particularmente competentes se arriscam a tirar uma fotografia em que também figure o Sol como objecto fotografado. Todos conhecem bem as dificuldades em construir uma fotografia em contra-luz... Fala-se em sobreexposição, em filme queimado, em dinâmica reduzida, para referir a extrema dificuldade que há em harmonizar as irradiâncias extremas associadas à fonte luminosa e ao 18

2 objecto que se pretende preservar na memória óptica que um filme fotográfico constitui. E a excepção é esta: em holografia é necessário que a fonte luminosa se encontre sempre no campo, isto é, é fundamental que o material sensível à luz (o filme), seja também iluminado directamente pela fonte luminosa (Fig. 1b). Se um dia vier a existir uma máquina holográfica, (assim como hoje existe a máquina fotográfica) que dependa da luz solar - o que não parece possível actualmente - o hológrafo (ex-fotógrafo) teria unicamente que alterar um dos elementos da sua praxis: incluir sistematicamente o Sol no lote de objectos a holografar. Todavia, uma máquina holográfica passiva - isto é, não incluindo o seu próprio sistema de iluminação (por oposição a activa, que o incluiu) - não parece realizável, aos olhos da ciência actual. Quando se visualiza um sistema de constituição de hologramas em ambiente laboratorial (Fig. 2) parecem existir muitas mais diferenças. Existem, com efeito, mas são menores e derivam fundamentalmente de, por causa das exigências de coerência, ser ainda necessário utilizar lasers para construir hologramas. Se existissem materiais holográficos ultra-sensíveis e obturadores que tornassem fáceis exposições de pico-segundos, talvez não fosse necessária a sofisticação do equipamento normalmente utilizado em holografia. Fig. 2 - Sistema de constituição de hologramas. DF - divisor de feixe; M - espelho; L - lente. O objecto é neste caso iluminado segundo duas direcções distintas, unicamente para melhorar a sua visibilidade. A geometria do sistema é, no essencial, definida pelos espelhos M1 e M2, pelos divisores de feixe DF1 e DF2 e pela posição do filme e do objecto. As lentes L1, L2 e L3 permitem iluminar objectos extensos ou filmes com dimensões significativas. A FÍSICA DA HOLOGRAFIA Fig. 1 - a) Construção de uma fotografia e b) construção de um holograma. A ausência de uma objectiva em b) não é fundamental. A interferência entre o feixe difundido pelo objecto e o feixe directo da fonte luminosa constitui a principal característica da holografia. Como se traduz de facto a necessidade de utilizar na construção de um holograma a luz difundida pelo objecto e a luz directa proveniente da fonte luminosa? No contexto da óptica geométrica (Caixa l), os conceitos básicos são os de raio luminoso e de intensidade, e a situação seria descrita nos termos seguintes: a irradiância no plano do filme, isto é, a potência por unidade de área, é igual à soma das irradiâncias associadas ao objecto e à fonte; consequentemente os contrastes do objecto são alterados pela luz directa, com eventual destruição da sua imagem visível. Em óptica geométrica, como os raios luminosos são independentes entre si, a presença de um segundo feixe de raios luminosos não afecta as propriedades do feixe objecto. No paradigma da óptica ondulatória, a sobreposição de dois campos luminosos na mesma região do espaço dá origem a fenómenos de interferências (Caixa 2). A densidade de energia electromagnética no espaço depende por igual do campo luminoso associado ao objecto (onda objecto) e do campo óptico associado à 19

3 Os conceitos correntes sobre a luz enquadram-se quase todos no paradigma da óptica geométrica: a luz é caracterizada por uma intensidade e propaga-se segundo raios luminosos, quase sempre rectilíneos. Uma característica da luz é todavia estranha a este paradigma: a cor. A teoria electromagnética utilizou os fenómenos luminosos como um significativo domínio de previsão e de justificação da teoria. A luz passou a ser considerada como uma onda electromagnética com frequências características no domínio óptico do espectro. Como tal deveria ser caracterizada por: um comprimento de onda, manifestação espacial da periodicidade inerente à sua génese (cargas eléctricas em oscilação); uma frequência, manifestação temporal da mesma periodicidade e que traduz a cor; uma amplitude, medida da quantidade de energia transportada pela onda; uma polarização, reminiscente de uma oscilação das cargas eléctricas segundo direcções bem definidas em cada instante; uma fase, com informação relativa ao ciclo de geração da onda e que constitui um relógio no interior de um período completo, tal como um cronómetro sempre activo desde a emissão, associado portanto à própria história da propagação (Fig. A). Caixa 1 - A LUZ COMO ONDA ELECTROMAGNÉTICA Caixa 2 - AS SITUAÇÕES DE INTERFERÊNCIA EM HOLOGRAFIA A luz é uma onda electromagnética, isto é, um campo electromagnético que se propaga. A fonte dos campos luminosos são átomos, iões ou moléculas. Quando várias fontes, dependentes ou independentes entre si, geram ondas electromagnéticas que se propagam na mesma região do espaço, a densidade de energia electromagnética resultante não é simplesmente igual à soma das densidades de energia individuais, ao contrário do que acontece no paradigma da óptica geométrica (em que as irradiâncias se somam). A quantidade que se combina aditivamente não é a irradiância mas sim o campo; os fenómenos que assim se manifestam têm o nome genérico de fenómenos de interferência. As fontes monocromáticas são fontes extraordinariamente regulares, que manifestam facilmente as suas periodicidades fundamentais. O resultado da sobreposição dos campos gerados por várias destas fontes, supostas correlacinadas, revela periodicidades particularmente úteis no domínio espacial, porque associadas a distribuições estacionárias da densidade de energia electromagnética. Da sobreposição de campos electromagnéticos decorrem pois figuras de interferência, cuja forma - isto é, geometria e densidade das superfícies de igual irradiância - depende da posição relativa das fontes luminosas interferentes. Diz-se normalmente que uma situação de interferências é estável se a posição das superfícies de igual irradiância se mantiver no tempo. Quando duas fontes pontuais e monocromáticas interferem, a figura de interferências tem a forma de hiperbolóides de revolução cujos focos coincidem com as fontes. Como a Figura B revela, a distância entre superfícies de interferência de irradiância máxima, por exemplo, depende da posição do ponto de observação relativamente às duas fontes. Note-se que a figura é significativa do sistema de franjas de interferência que se estabelece quando se realiza o holograma de um objecto pontual. A densidade de superfícies de irradiância extrema (máxima ou mínima) é tanto maior quanto maior for o ângulo entre 20

4 as direcções que unem a zona de observação com ambos os focos (ângulo que pode variar entre 0 e obtendo-se nesta situação uma densidade máxima). Que acontece quando se introduz um desfasamento de uma das ondas em relação à outra? Qual é, aliás, o significado deste desfasamento? Suponha-se, por exemplo, que se inibe a oscilação das cargas eléctricas de uma das fontes luminosas durante um intervalo de tempo inferior ao período de oscilação. Para um observador fixo numa dada posição do espaço, o instante em que a densidade de energia é mínima, por exemplo, é retardado da mesma quantidade. Todavia, no mesmo instante de observação, a densidade é mínima noutros pontos do espaço. Do ponto de vista do sistema de franjas de interferências, ocorre uma translação global de todas as superfícies de interferência, cuja forma se mantém todavia invariante. Esta translação, alterando a posição das superficies de irradiância constante (relativamente ao holograma) deforma ligeiramente a figura de interferências registada no suporte fotossensível. Note-se que uma ligeira variação da posição de uma das fontes produz exactamente o mesmo efeito (Fig. C). Deste modo, se durante a exposição do holograma uma das fontes (objecto ou referência) se deslocar, o sistema de franjas translada-se e o holograma sofre o mesmo problema da fotografia de objectos em movimento: após revelação, poderá ser difícil reconhecer o objecto fotografado... É esta a razão pela qual é fundamental garantir a estabilidade mecânica de uma montagem de holografia. Qualquer variação indevida da posição da fonte de referência ou do objecto - considerado como uma colecção de objectos pontuais - pode degradar seriamente o holograma, reduzindo o contraste das franjas (na melhor das hipóteses) ou, pura e simplesmente, eliminando-as totalmente. Como se deve orientar um holograma relativamente às superfícies de irradiância constante para se construir um holograma de reflexão (em volume) ou de transmissão? Sempre que, no essencial, tais superfícies intersectem perpendicularmente a película fotossensível, obtém-se um holograma de transmissão; quando as superfícies de irradiância constante forem, no essencial, paralelas à emulsão, obtém-se um holograma de reflexão, sendo ainda necessário que a espessura da película seja suficiente para conter um número significativo de superfícies de irradiância extrema (Fig. D). No primeiro caso, o objecto e a fonte de referência encontram-se do mesmo lado relativamente ao plano da emulsão, no segundo caso, em lados opostos. Note-se que nos hologramas em volume, a distância entre as superfícies de igual irradiância é mais reduzida, o que significa que estes hologramas são bem mais sensíveis às vibrações mecânicas da montagem que os hologramas de transmissão, o que levanta frequentemente problemas práticos importantes. Note-se, para finalizar, que o espaçamento entre superfícies de igual irradiância é tanto menor quanto maior for o ângulo entre os dois feixes interferentes. Este facto, combinado com a resolução finita de qualquer meio de registo holográfico, põe uma limitação importante ao ângulo entre dois feixes e deve ser sempre encarado seriamente. Não há nenhuma razão de princípio para que uma película fotográfica normal - com uma resolução típica de cerca de 100 linhas por milímetro - não possa ser utilizada para registar um holograma. Uma tal película obriga de facto a reduzir o ângulo entre os dois feixes, dificultando a reconstrução da imagem holográfica, isto é, não permitindo a separação fácil entre a onda difractada pelo holograma e o feixe de reconstrução directo. É claro que quando a estrutura de uma das ondas interferentes é complexa, as superfícies de igual irradiância não são hiperbolóides de revolução e têm perfis bem mais complicados. Os princípios físicos subjacentes são todavia os mesmos. 21

5 fonte luminosa (onda de referência). Esta interferência entre ondas luminosas traduz-se na existência de máximos e mínimos locais da densidade de energia electromagnética no espaço tridimensional; a posição precisa destes extremos depende das relações de fase entre as ondas interferentes e da forma das frentes de onda. A forma da onda de referência é normalmente fácil de controlar. A forma da onda objecto depende do objecto, e a estrutura das frentes de onda difundidas pelo objecto é, no mínimo, tão complexa quanto a do próprio objecto. Neste paradigma da óptica ondulatória pode-se pois construir uma primeira definição um pouco mais formal de um holograma: um holograma é o registo fotográfico de uma secção plana do volume de interferências entre uma onda objecto e uma onda de referência. Qualquer registo fotográfico é feito num material sensível à luz. São inúmeros os materiais com estas propriedades. Todos eles necessitam de uma energia mínima depositada por unidade de área para que a distribuição de algumas das suas propriedades físicas traduza realmente a distribuição da energia electromagnética que se deseja memorizar. Tal como em fotografia, é fundamental que o objecto, a holografar se mantenha estável durante a exposição. O objecto agora é um sistema de franjas de interferências de forma complexa, em que os máximos e mínimos se sucedem no espaço com distâncias típicas da ordem do comprimento de onda. Em que condições é plausível garantir uma tal estabilidade? As ondas electromagnéticas estão associadas à emissão de fotões durante a desexcitação dos sistemas quânticos. A cada fotão (paradigma quântico) corresponde um trem de ondas (perspectiva ondulatória clássica) cuja duração é, no essencial, determinada pela vida média dos estados envolvidos na transição quântica, isto é, de micro- -segundos, na maior parte dos casos de mili-segundos ocasionalmente. A luz natural, mesmo quando monocromática, é constituída por miríades destes trens de ondas emitidos pelos átomos, iões ou moléculas em que, de algum modo, se provocou a passagem para um estado excitado, e dos quais se espera a desexcitação e consequente emissão de luz. Estes trens de onda são independentes entre si, isto é, não existe qualquer correlação entre os fotões emitidos por átomos distintos, e as fases relativas entre os trens de onda emitidos são arbitrárias. São pois estas as ondas macroscópicas que interferem numa situação de holografia, e cujo sistema de franjas de interferência se deve registar. Um tal sistema altera-se continuamente, todos os pico-segundos, e nenhum material fotossensível tem sensibilidade suficiente para se contentar com a energia depositada durante um tão curto intervalo de tempo (Fig. 3). Esta instabilidade do sistema de franjas é consequência da incoerência (temporal) da fonte luminosa. O primeiro holograma nasceu quando foi possível dispor de uma fonte coerente que, por oposição à situação anterior, permitisse constituir franjas de interferência estáveis durante o tempo exigido para o registo num material fotossensível adequado. O laser (Caixa 3) foi a primeira fonte de que se dispôs com essas propriedades de coerência. Porquê? Porque o mecanismo fundamental da desexitação dos átomos, iões ou moléculas não é a emissão espontânea mas sim a emissão estimulada. Aqui, um fotão já emitido por algum átomo, interagindo com um átomo ainda excitado, estimula a emissão da energia que este tem em excesso, desencadeando a pronta libertação de um fotão; o fotão assim emitido é todavia rigorosamente idêntico ao fotão estimulante, isto é, tem a mesma frequência, direcção de propagação, polarização e... fase. Isto significa que o trem de ondas associado a um fotão emitido por emissão estimulada é coerente com o trem de ondas associado ao fotão estimulante, ou seja, são trens de ondas indiscerníveis descritos pela mesma função de onda. Do ponto de vista de futuras interacções e participação em situações de interferências, nenhuma descontinuidade terá ocorrido. Em particular, matendo-se as relações de fase entre os feixes interferentes durante o tempo necessário à criação da imagem latente num suporte fotossensível, as franjas de interferência mantém- Fig. 3 - A amplitude, fase e frequência da luz natural variam de um modo não determinista quando se passa de um trem de ondas para outro. 22

6 Caixa 3 - O LASER Fig. E - Absorção, emissão estimulada e emissão espontânea. Fig. F - Esquema muito simplificado de um laser sólido: MA - meio activo; M1 - espelho totalmente reflector: M2 - espelho parcialmente reflector; F - flash. O flash é responsável pela criação da inversão de populações no meio activo. Apenas os fotões emitidos no interior do ângulo α tem alguma probabilidade de oscilar no interior da cavidade ressonante (definida por M1 e M2) e desencadear a génese de outros fotões por emissão estimulada. Todos os demais abandonam de imediato a cavidade. O flash é alimentado por a fonte de energia exterior. Fig. G - (a) Numa cavidade ressonante apenas se sustêm ondas estacionários com comprimentos de onda bem definidos. (b) Estas ondas têm de ser alimentadas por fotões emitidos pelos elementos do meio activo, no interior da risca de fluorescência típica do material. (c) Todavia o ganho só equilibra as perdas próximo do centro da risca. Deste modo, a monocromaticidade extrema da radiação laser é devida à discretização imposta pela cavidade ressonante e redução do número de modos, limitados ao centro da risca. O laser é uma fonte luminosa monocromática, coerente, direccional e intensa. A palavra laser é um acrónimo para Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation, expressão que traduz integralmente a física subjacente ao seu funcionamento. Os sistemas quânticos num estado excitado podem perder a energia em excesso emitindo fotões. Esta emissão pode ser espontânea ou estimulada. No segundo caso, qualquer fotão com a energia adequada que interaja com o átomo, ião ou molécula, desencadeia a emissão de um novo fotão, provocando deste modo a desexcitação do sistema; o fotão assim emitido tem a mesma frequência, polarização, direcção de propagação e fase do fotão estimulante - é portanto descrito pela mesma função de onda (Fig. E). Quando de algum modo se garante que a população do estado inicial de uma transição laser seja superior à do estado terminal - isto é, quando se cria uma inversão de populações - os primeiros fotões emitidos espontaneamente podem desencadear a emissão estimulada de outros fotões. Quando o meio activo, seja ele sólido, líquido ou gasoso, se encontra no interior de uma cavidade ressonante, isto é, um par de espelhos perpendiculares a um eixo comum, os fotões emitidos ao longo do eixo podem desencadear inúmeras emissões estimuladas, sendo no entanto necessário garantir, de um modo independente, a manutenção da inversão de populações. Este bombeamento pode ser de natureza óptica, electromagnética ou mecânica, constituindo pois um mecanismo concorrente com os mecanismos de emissão. Consoante o tipo de dinâmica que se estabelece entre o s mecanismos de excitação e de desexcitação, assim um laser pode funcionar em regime contínuo ou pulsado. A cavidade determina igualmente a potência que um laser pode fornecer. Um dos espelhos é apenas parcialmente reflector, permitindo a saída de alguns fotões para fora da cavidade ressonante mas possibilitando também que, com a probabilidade complementar, alguns fotões não a abandonem e contribuam, durante algumas oscilações adicionais ao longo do eixo, para a amplificação luminosa a que o acrónimo se refere (Fig. F). No interior da cavidade ressonante encontram-se pois fotões indiscerníveis entre si, com relações de fase bem determinadas e descritos pela mesma função de onda ou - em termos da óptica electromagnética - ondas estacionárias cujas frequências são determinadas pelo comprimento da cavidade. As frequências que deste modo podem oscilar constituem um conjunto discreto, cuja intensidade relativa é determinada pela risca de fluorescência típica do meio activo para o par de estados entre os quais se desenvolve a dinâmica entre a absorção (por bombeamento) e a emissão estimulada - é esta a razão última da monocromaticidade normalmente elevada da radiação laser (Fig. G). Em holografia utilizam-se normalmente lasers que radiam no visível, de He-Ne, árgon, krípton e rubi, com riscas desde o azul (árgon) até ao vermelho (He-Ne, rubi). Os lasers de rubi funcionam tipicamente em regime pulsado, mas qualquer laser pode ser feito funcionar em regime pulsado, mediante a introdução, no interior da própria cavidade ressonante, de um sistema que impeça a oscilação e portanto retarde a avalanche de emissões estimuladas que um único fotão pode provocar num meio onde se tenha estabelecido previamente uma inversão de populações. Os lasers pulsados são aliás fundamentais para a realização de hologramas de objectos cuja imobilidade é difícil de garantir (organismos vivos, por exemplo). 23

7 -se estáveis, isto é, as superficies de máximos e de mínimos de energia electromagnética mantém-se invariantes no espaço. O hológrafo pode ficar tranquilo: o objecto está enfim em repouso! Uma fonte coerente permite pois em princípio construir um holograma. Que forma tem este? A resposta depende do tipo de material fotossensível utilizado, da sua geometria e do tipo de processamento a que foi sujeito (químico - o mais frequente - ou electromagnético). O sistema de franjas de interferência entre as ondas objecto e de referência é um sistema não localizado, isto é, ocupa todo o espaço em que as ondas se sobrepõem. Quando é intersectado por um filme sensível plano, o padrão registado depende da orientação do filme relativamente às superfícies de interferência (Fig. 4). Por um lado, quando o filme se orienta perpendicularmente (no essencial) às superfícies de interferência, a sua espessura não é um factor relevante e exige-se apenas que a resolução espacial seja suficiente para registar como distintas franjas de interferência contíguas. Por outro lado, quando as superficies de interferência são essencialmente paralelas à película sensível, é importante que a sua espessura seja suficiente para permitir o registo em volume de um número significativo de tais superfícies. Estes dois casos correspondem a hologramas planos e hologramas em volume, respectivamente, estão associados a geometrias distintas, e podem ser reconstruidos de Fig. 4 - O volume da emulsão fotossensível intersecta as superfícies mais perpendiculares (a) ou mais tangencialmente (b). Neste último caso, é importante que a espessura da emulsão seja significativa para conter secções importantes das superfícies de interferência. (a) dá origem a hologramas de transmissão, apenas visíveis com luz monocromática, e (b) a hologramas por reflexão, que se podem reconstruir com luz branca. modos completamente diferentes. É conveniente recordar que os materiais não condutores são permeáveis a campos electromagnéticos e que a inserção de um filme sensível no volume de interferências não perturba significativamente as características do sistema de franjas, podendo no entanto alterar as distâncias típicas entre superfícies de interferências. Todos os elementos sensíveis são pois utilizados, encontrem-se próximo da superfície do filme ou distribuídos em volume. O holograma é uma estrutura tridimensional, embora se possa comportar como bidimensional em função da posição do filme relativamente às superfícies de interferência. À formação da imagem latente segue-se um processamento que converte finalmente a distribuição da densidade da energia electromagnética em variações locais da densidade óptica ou da espessura óptica, consoante os materiais utilizados. Por exemplo, nos filmes holográficos à base de prata, o holograma tem a forma de um filtro de amplitude com uma função de transmissão rapidamente variável, em correspondência com o sistema de franjas registado: transmissão máxima nas zonas em que se intersectou uma superfície sobre a qual a interferência foi destrutiva, e mínima sobre zonas de interferência construtiva, tal como um negativo fotográfico habitual. Nos materiais em que o crómio ocupa o papel fundamental é o índice de refracção local que é modulado, e o holograma reveste a forma de um objecto de fase, impondo em qualquer onda que sobre ele incida variações rápidas da fase, através de alterações locais da sua velocidade de propagação. Em materiais foto-resistivos, os hologramas são ainda filtros de fase, mas neste caso é a espessura local que é modulada pela energia incidente. Em resumo: de um modo geral, um holograma é um filtro óptico tridimensional em que a transmissão em amplitude ou a transmissão em fase variam rapidamente, com distâncias típicas de variação da ordem da dezena ou centena de nanómetros, isto é, inferiores ao comprimento de onda da radiação monocromática utilizada (Fig. 5). É esta estrutura fina que obriga a que o processo de reconstrução da imagem holográfica, quando se ilumina o holograma por radiação luminosa - nalguns casos monocromática, noutros não - seja encarado como um processo de difracção (Caixa 4). Por outras palavras, a reconstrução de um holograma consiste na obtenção de uma onda difractada a partir de uma onda de reconstrução que tipicamente se assemelha à onda de referência e que, embora não tenha necessariamente a mesma cor, incide no holograma segundo um ângulo, muito semelhante. Neste processo de difracção é agora importante saber se o holograma se comporta de facto como um objecto difractante bidimensional ou tridimensional, isto é, como um objecto delgado ou espesso. Não é apenas a teoria necessária para descrever o processo que difere: no primeiro caso, a reconstrução deve ser feita com luz 24

8 Fig. 5 - O holograma é constituído pelas franjas mais finas visíveis na figura. As franjas de menor frequência resultam normalmente de reflexões internas na própria placa holográfica ou de padrões de interferência e de difracção parasitas. monocromática; no segundo caso, o holograma tem um comportamento semelhante ao de um cristal e, para uma dada geometria de iluminação, apenas é difractada com eficiência significativa a radiação com comprimentos de onda bem definidos: o holograma comporta-se então como um filtro espectral de largura de banda muito reduzida. A difracção é um fenómeno tipicamente ondulatório e manifesta-se sempre que, de algum modo, algum obstáculo se opõe à livre propagação de uma onda no espaço. A estrutura de uma onda difractada (por um objecto) é bem mais complexa que a da onda original: não só a sua amplitude local é modulada pelas propriedades de absorção do objecto difractante, como a forma das superficies de onda se altera radicalmente. Note-se aliás que o conceito fenomenológico de difusão (da luz por superfícies materiais) - e que permite a visão da maior parte dos objectos - tem como base ondulatória a difracção. Com efeito, no contexto da construção do holograma, o feixe objecto não é mais do que o feixe difractado pelo objecto; é esta onda difractada, de estrutura complexa, que interfere com a onda de referência dando assim origem às franjas de interferências que se registam no suporte fotossensível. Quando mais tarde a onda de reconstrução ilumina o holograma, sofre por sua vez difracção e transforma-se: o resultado desta transformação é a onda originalmente difractada pelo objecto e que serviu para a construção do holograma. O holograma comporta-se assim como uma rede de difracção, cuja estrutura permite reproduzir integralmente a onda difractada pelo objecto original. Não há, em princípio, diferença entre estas duas ondas! Mas então, sendo absolutamente idênticas, devem produzir os mesmos efeitos visuais: a percepção da imagem holográfica em nada difere da percepção do objecto original, nas condições de iluminação em que se encontrava na altura em que foi holografado. Esta afirmação tem um alcance muito vasto. Quando um objecto real é iluminado por uma onda luminosa difunde luz num leque de direcções mais ou menos alargado, consoante a sua textura superficial. Qualquer observador que capte parte desta luz difundida é capaz de criar uma imagem do objecto, segundo uma perspectiva que é função da geometria definida pela fonte de iluminação, objecto e espectador. Quando a posição do observador se altera, a perspectiva criada é outra e, se o objecto for tridimensional as características da imagem variam igualmente. São aliás as pequenas diferenças entre as perspectivas recolhidas pelo olho direito e pelo olho esquerdo (paralaxe) que garantem o funcionamento dos mecanismos de estereoscopia e suportam parte significativa da capacidade de visão tridimensional. Quando se afirma que um holograma permite reconstruir integralmente a frente de onda difundida pelo objecto a holografar, está de facto a afirmar-se que rodar em torno de um holograma provoca sensações visuais equivalentes a rodar em torno de um objecto real (Fig. 6). A frente de onda difractada tem toda a informação necessária para recriar uma imagem completa do objecto original e que se traduz por uma forma (através da configuração das superfícies de igual fase), e por contrastes locais (que determinam a distribuição de amplitudes sobre cada superfície de onda). Em resumo: um. holograma é basicamente uma memória para famílias de frentes de onda. Obtém-se fazendo interferir a família de frentes de onda que se pretende memorizar com uma onda de referência e registando uma secção plana do sistema de franjas de 25

9 Caixa 4 - DIFRACÇÃO A difracção é um fenómeno que se explica unicamente com base na teoria electromagnética da luz. Os fenómenos de difracção são todavia fáceis de observar e ocorrem sempre que algum obstáculo se opõe à livre propagação da luz. O leitor já observou certamente uma lâmpada de iluminação pública através da seda de um chapéu-de-chuva aberto ou das cortinas de uma janela. Num e noutro caso, a luz emitida por uma fonte afastada - e que por isso se pode considerar quase pontal - passa através da rede duplamente periódica do tecido, é difractada, captada pelo olho e vai convergir na retina. O resultado visual é um sistema de pontos luminosos nos nós de uma quadrícula, nem todos com a mesma intensidade e cuja orientação no espaço se relaciona com a do próprio tecido (Fig. H). Não é aqui o local indicado para explicar a função real do sistema óptico visual na formação das figuras de difracção. Todavia, se se aceitar que um sistema óptico não acomodado foca na retina a imagem de objectos no infinito, isto é, trens de ondas planas, então a cada um dos pontos luminosos da figura de difracção de uma trama rectangular está associada uma família de ondas planas que se propaga segundo uma direcção que lhe é específica. Daqui se conclui portanto que a difracção da luz pela trama rectangular se traduz através da constituição de múltiplas famílias de ondas planas depois do objecto difractante, quando iluminado por uma única família de frentes de onda provenientes de uma fonte afastada. Este comportamento não é explicável pela óptica geométrica, que previria a constituição de uma sombra geometricamente semelhante ao objecto interposto entre a fonte e o observador (Fig. J). Em condições de iluminação pré-definidas, cada objecto tem uma figura de difracção característica. Objectos simples tais como aberturas circulares ou poligonais, matrizes regulares de aberturas de forma arbitrária, redes lineares, etc., são objectos cujos espectros de difracção se podem gerar com alguma facilidade. No processo de difracção, um objecto altera a forma da frente de onda que o atravessa. As consequências desta alteração dependem essencialmente da relação entre as dimensões características do objecto difractante e o comprimento de onda da radiação incidente. Quando este é muito mais pequeno do que aquelas, os efeitos de difracção não são facilmente perceptíveis; quando ambos são da mesma ordem de grandeza, abre-se um mundo de fenómenos de importantes aplicações em óptica, nomeadamente em metrologia e em holografia. As simetrias do objecto difractante traduzem-se normalmente em simetrias equivalentes do espectro difractado. Um objecto não periódico de estrutura complexa pode to- Fig. H - Espectro de difracção de uma trama quadrada. Fig. J - Uma rede de difracção, de período a, dá origem a várias ordens de difracção que se propagam ao longo de direcções diferentes. A separação angular entre as várias ordens é tanto maior quanto menor for a. 26

10 Fig. K - Princípio de Huyghens. Fig. L - Difracção em regime de Bragg. A interferência entre as componentes reflectidas pelos vários planos (de iões, num cristal, ou de igual índice de refracção para direcções bem definidas, só então dando origem a feixes difractados). davia dar forma a uma onda não estruturada - uma onda plana, por exemplo - e transformá-la numa onda de estrutura arbitrariamente complexa. É o que se passa aliás na reconstrução de imagens holográficas. A figura de interferências registada no holograma é um objecto cuja transmissão varia de ponto para ponto; esta verdadeira rede de difracção pode alterar radicalmente a forma das superfícies de onda do feixe de reconstrução, fazendo com que, após propagação, o campo luminoso associado ao objecto holografado seja reconstruído. Em óptica ondulatória, o modelo mais geométrico que permite abordar o mecanismo da propagação da luz baseia- -se no princípio de Huyghens. Cada ponto de uma superfície de onda geométrica constitui a fonte de ondas esféricas fictícias que se propagam com a mesma velocidade da onda principal, e a envolvente de todas estas ondas fictícias permite obter a posição da onda principal, alguns instante mais tarde (Fig. K). O princípio de Huyghens explica porque razão as ondas esféricas e as ondas planas, por exemplo, mantêm a sua forma com a propagação. Permite também compreender que uma frente de onda parcialmente bloqueada por um objecto (difractante) possa assumir formas complexas, que pouco têm a ver com a sua forma inicial. Em óptica electromagnética, Fresnel generalizou o princípio de Huyghens, substituindo as superfícies de onda geométricas por superfícies de igual fase, e a operação de envolvente pela operação de sobreposição, isto é, de interferências. Não é fácil todavia aplicar formalmente o princípio de propagação, nem prever de um modo expedito a forma das frentes de onda após propagação ou após difracção por um obstáculo. Os mesmos princípios são, no essencial, válidos para objectos bidimensionais e tridimensionais. Neste último caso surge o conceito de difracção em regime de Bragg, na qual se assume que o processo de interferências subjacente à propagação só é construtivo para certas geometrias que satisfaçam a chamada condição de Bragg. Tudo se passa como se as várias superfícies que estruturam o volume do holograma - e que representam superfícies de igual absorção ou de igual índice de refracção - funcionassem como espelhos, as inúmeras ondas reflectidas (uma por superfície) interferissem, e esta interferência só fosse construtiva ao longo de determinadas direcções. Como a forma das superfícies no interior do volume da emulsão pode ser arbitrária, a direcção ao longo da qual a interferência é construtiva pode variar de ponto para ponto do holograma, para uma dada posição do observador. Pode-se pois afirmar que o objecto a holografar modula a forma do feixe objecto, a onda objecto modula a amplitude do feixe de referência e que a onda de reconstrução, difractada pelo holograma, permite separar a moduladora da portadora. 27

11 Fig. 6 - Imagem holográfica de um objecto tridimensional. interferências que assim se constitui. A informação é recuperada - isto é, reconstrói-se a imagem holográfica - fazendo difractar a onda de referência pela rede de difracção no interior da emulsão. É esta, em síntese, a física da holografia. Os detalhes associados à construção e reconstrução de um holograma são inúmeros - o leitor encontrará alguns dos mais importantes no texto, outros nas caixas de apoio e a grande maioria na bibliografia. A REALIZAÇÃO DE HOLOGRAMAS Como se implementam os princípios descritos na secção anterior? Para realizar um holograma são necessários um laser, alguns espelhos e lentes, um espelho parcialmente reflector (logo também parcialmente transmissor), um material fotossensível e, obviamente, o objecto a holografar. Foi já referida a necessidade de estabilizar o sistema de franjas de interferência durante a exposição do holograma. Isto significa, entre outras coisas, que a posição relativa entre os vários elementos ópticos não pode variar. Exige-se assim rigidez aos suportes mecânicos, de modo a eliminar quaisquer movimentos (vibrações) durante o tempo necessário para que o filme acumule a energia necessária. Utiliza-se pois uma base de grande massa que efectivamente garanta o desacoplamento mecânico entre o exterior e a montagem holográfica. Quando não se dispõe de uma mesa com tais características, é necessário utilizar amortecedores que, de algum modo, filtrem as frequências mais elevadas associadas aos ruídos habituais em ambiente laboratorial (Fig. 7). O mesmo laser deve ser fonte da onda de referência e da onda objecto. Utiliza-se para tal um espelho parcialmente reflector que permite obter dois feixes cuja intensidade relativa deve ser facilmente controlável. Um dos feixes, depois de eventualmente expandido por lentes, vai iluminar o objecto. Este difunde e parte da radiação difundida propaga-se em direcção ao filme fotossensível que tem dimensões finitas: está criada a onda objecto. O outro feixe segue um percurso independente, e depois de expandido por uma lente, incide directamente na emulsão fotossensível: é o feixe de referência. Como se viu já, na região de sobreposição entre os dois feixes forma-se um sistema de franjas de interferências, do qual se regista uma secção plana (Fig. 8). Alguns detalhes são todavia importantes na definição de toda a geometria. Em primeiro lugar, a diferença entre os comprimentos dos dois ramos de um tal interferómetro - contados a partir do espelho parcialmente reflector - não deve ser superior ao chamado comprimento de coerência do laser; não existem com efeito fontes luminosas perfeitamente coerentes, isto é, com um comprimento de coerência infinito. Os lasers mais populares de He-Ne têm um comprimento de coerência da ordem da dezena de centímetros apenas. Como regra, deve-se procurar que os dois ramos tenham comprimentos tão próximos quanto possível, embora esta regra possa ser difícil de satisfazer com objectos extensos. Uma das funções de alguns espelhos aparentemente inúteis sobre uma mesa de holografia é precisamente essa (legenda da Fig. 8). Note-se que à medida que os comprimentos dos dois ramos se aproximam um do outro, se aumenta a probabilidade de fazer interferir partes do mesmo trem de ondas na zona do filme. Em segundo lugar, o ângulo médio entre os dois feixes não pode ser arbitrário e é função da resolução da emulsão fotossensível seleccionada - a definição deste ângulo é outra das funções dos sistemas de espelhos. Com efeito a densidade de superfícies de interferência é tanto maior quanto for o ângulo entre as ondas objecto e referência. Cada material tem uma resolução característica: as emulsões de prata de cerca de 3000 linhas por milímetro, os materiais foto-resistivos de cerca de 1000, Fig. 7 - São visíveis na figura uma mesa de granito (4.5 toneladas) sobre a qual se montam os sistemas ópticos. um maciço de betão bem cravado no chão do laboratório, e um dos seis amortecedores que desacoplam efectivamente a mesa das vibrações exteriores. 28

12 Fig. 8 - Geometria de construção de hologramas. 29

13 Fig. 9 - Geometria de reconstrução de hologramas. 30

14 a gelatina dicromatada de cerca de Em hologramas delgados, quando ambos os feixes incidem do mesmo lado da emulsão, o ângulo típico pode variar entre 20 e 50 ; em hologramas em volume, quando os feixes incidem em faces opostas do filme fotossensível, o ângulo pode ser de 180. Em terceiro lugar, os dois feixes devem normalmente ter intensidades diferentes; numa emulsão à base de prata, por exemplo, a razão entre os feixes deve ser da ordem de 3:1 a favor do feixe de referência. A razão de ser de uma tal falta de equidade relaciona-se com a não- -linearidade do suporte fotossensível. Em termos muito simples, é útil garantir que o perfil da densidade de prata sólida na emulsão seja, tanto quanto possível, semelhante ao perfil da distribuição de energia electromagnética no volume de interferências. Deste modo obtém-se uma imagem holográfica única e tão luminosa quanto possível. Este objectivo apenas justifica um desequilíbrio entre feixes, não o peso atribuído ao feixe de referência. É ainda conveniente garantir que os feixes difundidos por algumas partes do objecto não funcionem como feixes de referência para outras zonas do objecto. O reforço do feixe de referência permite garantir que tal não acontece significativamente, isto é, que o chamado ruído de intermodulação é desprezável. Finalmente, em quarto lugar, é importante não esquecer que um objecto pode despolarizar parcialmente uma onda electromagnética e que só interferem ondas com uma componente de polarização comum. Este facto pode justificar o reforço do feixe objecto para além dos limites anteriormente expostos. Um outro factor da mesma ordem relaciona-se com a possível existência de zonas polidas no objecto, que funcionam como espelhos e que, em muitos casos, não reflectem em direcção à placa holográfica - e portanto essas zonas aparecem escuras na imagem - ou, pelo contrário, reflectem directamente para a placa e destróem a razão (média) entre as intensidades das ondas objecto e de referência. Estas precauções são necessárias para a execução de um holograma. Quando tiverem sido também suficientes pode iniciar-se a fase de reconstrução da imagem holográfica: bloqueia-se o feixe objecto, posiciona-se o holograma já processado na mesma posição, iluminado pelo feixe de referência e... tudo se passa como se se visualizasse o objecto original através de uma janela de dimensões limitadas (Fig. 9). Na realidade, a reconstrução da imagem holográfica é bem mais tolerante que a construção do holograma e admite variações, com excepção de algumas das aplicações em metrologia. O holograma pode ser lido numa gama muito extensa de posições. É verdade que a imagem holográfica deixa de ser idêntica à imagem do objecto real, mas na maior parte dos casos as diferenças não são perceptíveis. A cor do feixe de reconstrução pode variar - a principal consequência é uma alteração das dimensões da imagem, afectadas por um factor de escala igual à razão entre os comprimentos de onda de construção e de reconstrução. No caso dos hologramas em volume, a reconstrução pode inclusivamente ser feita com luz branca: os hologramas em volume comportam- -se basicamente como cristais e, para uma dada direcção de visualização, apenas são difractadas as componentes monocromáticas que satisfazem a chamada condição de Bragg. A imagem é vista com uma cor bem definida, variável com a posição do observador, para uma direcção de iluminação dada. Muitos factores podem contribuir para a luminosidade da imagem, isto é, para a eficiência de difracção (do feixe de reconstrução pelo holograma). No entanto, em todas as situações em que a imagem se destina a ser lida pelo sistema visual humano, a eficiência de difracção não será talvez a variável mais importante. A banda espectral e a banda angular são, em muitos casos, características tão ou mais importantes do que a eficiência de difracção. A banda espectral representa o intervalo de comprimentos de onda em que a difracção ocorre com eficiência suficiente; a banda angular traduz a tolerância de posicionamento do holograma relativamente à geometria inicial. Estes dois conceitos são de facto muito importantes em hologramas em volume reconstruídos com luz policromática. APLICAÇÕES DA HOLOGRAPIA A holografia permite o registo e a reconstrução de frentes de onda. Que se pode fazer com ela? Muito resumidamente, as principais aplicações da holografia encontram-se actualmente em sistemas de visualização, em metrologia óptica e no fabrico de elementos ópticos holográficos. A visualização tridimensional terá talvez sido levada mais a sério pela escola soviética de holografia, que registou em hologramas obras de arte, objectos de joalharia, etc., com uma qualidade e dimensões apreciáveis. Neste domínio utilizam-se normalmente hologramas visíveis em luz branca e que actuam por reflexão. (Ver, na capa desta revista, algumas perspectivas diferentes da imagem holográfica de um objecto tridimensional). Estes hologramas são feitos, por exemplo, em duas fases: a primeira é convencional, e a imagem holográfica é reconstruída com luz laser - necessário sempre que o objecto se encontre a alguma distância da película fotossensível. Na segunda fase faz-se um segundo holograma em que se utiliza como frente de onda objecto a onda reconstruída pelo primeiro holograma e escolhendo uma geometria que permita que o plano do segundo holograma intersecte a região do espaço onde se forma a imagem (real) do primeiro holograma (Fig. 10). Na maior parte dos casos, o segundo holograma actua por reflexão, o que permite a sua leitura com luz branca. As imagens que assim se obtêm são normalmente irizadas e 31

15 Fig Cópia de hologramas. O feixe objecto do holograma cópia é a imagem real gerada pelo primeiro holograma. a cor varia com o ângulo de observação. É todavia possível reduzir a saturação das cores observadas e obter imagens esbranquiçadas, controlando adequadamente o processamento químico. As variantes do processo de formação de hologramas para efeitos de visualização tridimensional são inúmeras. Surgiram recentemente os primeiros hologramas em capas de livros, como elemento publicitário de efeitos surpreendentes. A reprodução em massa é aqui assegurada de um modo muito semelhante à cunhagem de moedas. Recorde-se que a figura de interferências registada num holograma é responsável pela modulação espacial de uma das propriedades ópticas do suporte sensível: absorção ou espessura óptica. Há duas maneiras de modular a espessura óptica: modulando o índice de refracção ou a espessura física da emulsão, isto é, criando um microrrelevo superficial que representa, à sua maneira, a distribuição da densidade de energia electromagnética na região de interferências. Considere- -se pois este último caso: é possível depositar um metal - tipicamente níquel - em quantidade suficiente para construir um cunho manipulável. Este cunho tem um relevo complementar do holograma de base. Actuando sobre um material que se deixe cunhar, transferindo por sua vez a figura de franjas de interferência, constitui-se um holograma que difracta a luz de um modo muito semelhante ao holograma inicial. Muitas especulações têm aparecido relativamente à televisão holográfica. Algumas experiências foram feitas mas os problemas persistem e são ainda basicamente dois. Em primeiro lugar, é necessário transmitir à frequência vídeo toda a informação necessária para reproduzir o holograma num terminal de recepção. A largura de banda do sistema de transmissão deve ser gigantesca, pois um holograma contém muito mais informação do que uma simples cena bidimensional o que se compreende facilmente, por se tratar do registo não de uma única perspectiva mas de múltiplas perspectivas de objectos tridimensionais. Em segundo lugar, o holograma deve ser reconstruído no posto de recepção, com um feixe luminoso adequado. Para além dos problemas relativos ao ângulo de observação, é necessário um suporte óptico com resolução suficiente para reproduzir as delgadas e densamente distribuídas franjas de interferência do holograma e que, além do mais, deve ser reescrito cerca de trinta vezes por segundo. A tecnologia dos cristais líquidos e de outros dispositivos electro-ópticos ou magneto-ópticos não permite ainda a massificação de tais equipamentos. As utilizações da holografia em metrologia óptica têm sido estudadas intensivamente em condições laboratoriais. O atraso no desenvolvimento de suportes fotossensiveis adequados - isto é, dispensando o tratamento químico e permitindo o acesso à informação em tempo real - é o principal responsável pela difícil introdução destas técnicas em meios industriais. Neste tipo de aplicações, o holograma funciona de facto como uma memória para uma família de frentes de onda de referência num contexto de situações interferométricas. Em interferometria tradicional, as frentes de onda de referência são tipicamente planas ou esféricas, e são feitas interferir com ondas apenas ligeiramente diferentes. Em interferometria holográfica, uma frente de onda arbitrariamente complexa, registada holograficamente, pode constituir a onda de referência e ser comparada com uma nova frente de onda. Por exemplo: pretende-se medir a deformação de um objecto corn a temperatura ou uma tensão aplicada. As frentes de onda associadas ao objecto não perturbado podem ser registadas num holograma. Este holograma, depois de processado e colocada na posição original, permite obter uma imagem holográfica que se encontra exactamente na posição do objecto. Se o objecto real for também iluminado, o observador vê simultaneamente o objecto real e a imagem holográfica, captando duas famílias de frentes de onda que são coerentes entre si e que, portanto, interferem. Se qualquer perturbação térmica ou mecânica afectar o objecto, a sua forma altera-se e a geometria das frentes de onda por ele difractadas varia. Surgem então franjas que traduzem essa variação e que se podem relacionar, embora nem sempre de um modo muito directo, com a deformação sofrida (Fig. 11). O fabrico de elementos ópticos holográficos (EOH) é talvez uma das aplicações tecnologicamente mais promissoras da holagrafia. Os EOHs são, por exemplo, espelhos ou lentes em que as relações de conjugação não são determinadas pela equação dos planos conjugados mas sim pela geometria de construção de um holograma. É assim possível, por exemplo, construir um espelho holográfico em que o ângulo de reflexão não é igual ao ângulo de incidência. O princípio de reflexão nos EOHs é a difracção, o que significa que a selectividade espec- 32

INDICE. 1. História. 4.Equipamentos 5.Técnicas. Métodos Experimentais Energia Ambiente

INDICE. 1. História. 4.Equipamentos 5.Técnicas. Métodos Experimentais Energia Ambiente Métodos Experimentais Energia Ambiente HOLOGRAFIA INDICE 1. História 2. Objectivo 3.Descrição 4.Equipamentos 5.Técnicas 6.Aplicações HISTÓRIA - Em 1948, o físico Dennis Gabor desenvolveu a teoria -Em 1958

Leia mais

TRABALHO Nº 1 DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO DE ONDA DE UMA RADIAÇÃO DUPLA FENDA DE YOUNG

TRABALHO Nº 1 DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO DE ONDA DE UMA RADIAÇÃO DUPLA FENDA DE YOUNG TRABALHO Nº 1 DETERMINAÇÃO DO COMPRIMENTO DE ONDA DE UMA RADIAÇÃO DUPLA FENDA DE YOUNG Pretende-se realizar a experiência clássica de Thomas Young e utilizar o padrão de interferência de duas fontes pontuais

Leia mais

Holografia e Ondas de Luz. História Conceitos importantes O que é um holograma? Montagem Resultados Aplicações

Holografia e Ondas de Luz. História Conceitos importantes O que é um holograma? Montagem Resultados Aplicações Holografia e Ondas de Luz História Conceitos importantes O que é um holograma? Montagem Resultados Aplicações Escola de Física FCUP 2006 A história do holograma A ideia de holograma surgiu pela primeira

Leia mais

Holografia de reflexão. Escola de Física Setembro de 2005

Holografia de reflexão. Escola de Física Setembro de 2005 de reflexão Escola de Física Setembro de 2005 Índice O que é um holograma? Exposição da película Interferência Porquê o uso do laser? O que é necessário para realizar um holograma Revelação Redes de difracção

Leia mais

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Departamento de Física. Electromagnetismo e Óptica. Objectivo

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Departamento de Física. Electromagnetismo e Óptica. Objectivo Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa Departamento de Física Electromagnetismo e Óptica Ano lectivo 2009/2010 TL 5 Reflexão e refracção da luz visível Objectivo Este trabalho laboratorial tem

Leia mais

defi departamento de física

defi departamento de física defi departamento de física Laboratórios de Física www.defi.isep.ipp.pt Diâmetro de um fio com laser Instituto Superior de Engenharia do Porto Departamento de Física Rua Dr. António Bernardino de Almeida,

Leia mais

n 1 senθ 1 = n 2 senθ 2 (1)

n 1 senθ 1 = n 2 senθ 2 (1) TL5 Reflexão e refracção da luz visível Este trabalho laboratorial tem por objectivo a observação da reflexão e refracção da luz em superfícies planas e curvas e a determinação do índice de refracção de

Leia mais

A Natureza e Representação da Luz

A Natureza e Representação da Luz A Natureza e Representação da Luz Iluminação e FotoRealismo http://www.di.uminho.pt/uce-cg Luís Paulo Peixoto dos Santos Competências GERAIS : Explicar a equação de rendering e discutir o significado de

Leia mais

Óptica Ondulatória. 1. Introdução Ondas Electromagnéticas

Óptica Ondulatória. 1. Introdução Ondas Electromagnéticas Óptica Ondulatória 1. Introdução 1.1. Ondas Electromagnéticas As ondas estão presentes por todo o lado na Natureza: luz, som, ondas de radio, etc. No caso da luz visível trat-se de ondas electromagnéticas,

Leia mais

Laser. Emissão Estimulada

Laser. Emissão Estimulada Laser A palavra laser é formada com as iniciais das palavras da expressão inglesa light amplification by stimulated emission of radiation, que significa amplificação de luz por emissão estimulada de radiação.

Leia mais

Óptica Ondulatória. 1. Introdução Ondas Electromagnéticas

Óptica Ondulatória. 1. Introdução Ondas Electromagnéticas Óptica Ondulatória 1. Introdução 1.1. Ondas Electromagnéticas As ondas estão presentes por todo o lado na Natureza: luz, som, ondas de rádio, raios-x, etc. No caso da luz visível temos ondas electromagnéticas,

Leia mais

INTERFERÊNCIA E DIFRACÇÃO DE LUZ

INTERFERÊNCIA E DIFRACÇÃO DE LUZ INTERFERÊNCIA E DIFRACÇÃO DE LUZ OBJECTIVO Esta experiência consiste em estudar efeitos de interferência de duas fontes luminosas, ou da difracção de luz por fendas ou objectos opacos. Em ambos os casos

Leia mais

8.2. Na extremidade de uma corda suficientemente longa é imposta uma perturbação com frequência f = 5 Hz que provoca uma onda de amplitude

8.2. Na extremidade de uma corda suficientemente longa é imposta uma perturbação com frequência f = 5 Hz que provoca uma onda de amplitude Constantes Velocidade do som no ar: v som = 344 m /s Velocidade da luz no vácuo c = 3 10 8 m/s 8.1. Considere uma corda de comprimento L e densidade linear µ = m/l, onde m é a massa da corda. Partindo

Leia mais

Física II. Capítulo 04 Ondas. Técnico em Edificações (PROEJA) Prof. Márcio T. de Castro 22/05/2017

Física II. Capítulo 04 Ondas. Técnico em Edificações (PROEJA) Prof. Márcio T. de Castro 22/05/2017 Física II Capítulo 04 Ondas Técnico em Edificações (PROEJA) 22/05/2017 Prof. Márcio T. de Castro Parte I 2 Ondas Ondas: é uma perturbação no espaço, periódica no tempo. 3 Classificação quanto à Natureza

Leia mais

Fenómenos Ondulatórios

Fenómenos Ondulatórios Fenómenos Ondulatórios Fenómenos Ondulatórios a) Reflexão b) Refração c) Absorção Reflexão da onda: a onda é devolvida para o primeiro meio. Transmissão da onda: a onda continua a propagar-se no segundo

Leia mais

Prova 05/06/2012. Halliday Vol 3-6ª edição Cap 29, 30, 31,32. Halliday Vol 3-8ª edição Cap 28, 29, 30, 32. Aulas 9-15

Prova 05/06/2012. Halliday Vol 3-6ª edição Cap 29, 30, 31,32. Halliday Vol 3-8ª edição Cap 28, 29, 30, 32. Aulas 9-15 7. Campo Magnético 7.1 - Campo magnético de uma corrente elétrica 7.2 - Linhas de força 7.3 - Fluxo magnético e indução magnética 7.4 - Campo magnético de uma espira 7.5 - Lei de Ampère 7.6 - Campo magnético

Leia mais

Óptica Ondulatória. 1. Introdução Ondas Electromagnéticas

Óptica Ondulatória. 1. Introdução Ondas Electromagnéticas Óptica Ondulatória 1. Introdução 1.1. Ondas Electromagnéticas As ondas estão presentes por todo o lado na Natureza: luz, som, ondas de radio, etc. No caso da luz visível trat-se de ondas electromagnéticas,

Leia mais

The Big Bang Theory - Inglês. The Big Bang Theory - Português Ressonância PROF. DOUGLAS KRÜGER

The Big Bang Theory - Inglês. The Big Bang Theory - Português Ressonância PROF. DOUGLAS KRÜGER The Big Bang Theory - Inglês The Big Bang Theory - Português Ressonância PROF. DOUGLAS KRÜGER PRINCIPAL CARACTERÍSTICA DAS ONDAS Uma onda transporta ENERGIA e QUANTIDADE DE MOVIMENTO de um ponto a outro

Leia mais

COMUNICAÇÕES POR RADIAÇÃO ELECTROMAGNÉTICA

COMUNICAÇÕES POR RADIAÇÃO ELECTROMAGNÉTICA COMUNICAÇÕES POR RADIAÇÃO ELECTROMAGNÉTICA Verificação prática de algumas propriedades das ondas electromagnéticas 1. Questão Problema Nas comunicações por telemóvel e via satélite são utilizadas microondas

Leia mais

Aula 6 Interferência. Física 4 Ref. Halliday Volume4. Profa. Keli F. Seidel

Aula 6 Interferência. Física 4 Ref. Halliday Volume4. Profa. Keli F. Seidel Aula 6 Interferência Física 4 Ref. Halliday Volume4 Relembrando... Fenômenos de interferência de ondas eletromagnéticas... Interferência Experiência de Young Experiência de Young Pontos de máximo são denominados

Leia mais

Fenómenos ondulatórios

Fenómenos ondulatórios Sumário UNIDADE TEMÁTICA 2. 2- Comunicação de informação a longas distâncias. 2.2- Propriedades das ondas. - Reflexão e refração de ondas. - Leis da reflexão e da refração. - Índice de refração de um meio.

Leia mais

Jorge Gustavo Bandeira dos Santos. Unidade: 3 de março de 2013

Jorge Gustavo Bandeira dos Santos. Unidade: 3 de março de 2013 Introdução à Óptica Geométrica 3 de março de 2013 Introdução à Óptica Geométrica 1 / 31 Sumário 1 Motivação 2 Introdução 3 Capítulo 1 Introdução à Óptica Geométrica 2 / 31 Sumário 1 Motivação 2 Introdução

Leia mais

Secção A Assinale a resposta certa.

Secção A Assinale a resposta certa. Física Geral III Óptica 2005/06 Exame Época Recurso 24/07/2006 Nome: Nº: 1ª Parte Duração 1h As respostas desta parte devem ser escritas neste mesmo enunciado. Não é permitido o uso de qualquer tipo de

Leia mais

Interferência de duas fendas

Interferência de duas fendas Interferência de duas fendas Experiência de Young natureza ondulatória da luz. As duas fontes coerentes, resultantes da iluminação de duas fendas muito estreitas e paralelas, produz na tela um padrão de

Leia mais

24/Abr/2014 Aula /Abr/2014 Aula 15

24/Abr/2014 Aula /Abr/2014 Aula 15 /Abr/014 Aula 15 Ondas de matéria; comprimento de onda de de Broglie. Quantização do momento angular no modelo de Bohr. Difracção e interferência. Função de onda; representação matemática do pacote de

Leia mais

O Laser e. suas Aplicações

O Laser e. suas Aplicações O Laser e suas Aplicações Laser: o que é? Sigla em inglês: Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation Dispositivo que produz luz com as seguintes características: Monocromática Coerência espacial

Leia mais

Capítulo II Imagem Digital

Capítulo II Imagem Digital Capítulo II Imagem Digital Proc. Sinal e Imagem Mestrado em Informática Médica Miguel Tavares Coimbra Resumo 1. Formação de uma imagem 2. Representação digital de uma imagem 3. Cor 4. Histogramas 5. Ruído

Leia mais

A Luz e o mundo que nos rodeia. A luz é fundamental para observarmos o que existe à nossa volta.

A Luz e o mundo que nos rodeia. A luz é fundamental para observarmos o que existe à nossa volta. LUZ A Luz e o mundo que nos rodeia A luz é fundamental para observarmos o que existe à nossa volta. A luz e os corpos Corpos luminosos corpos que produzem ou têm luz própria Corpos iluminados corpos que

Leia mais

Fenómenos ondulatórios

Fenómenos ondulatórios Fenómenos ondulatórios Relação entre a velocidade de propagação da onda, o comprimento da onda e o período: v. f ou v T Reflexão de ondas Na reflexão de ondas, o ângulo de reflexão r é igual ao ângulo

Leia mais

1678: teoria ondulatória para a luz (anterior e menos completa que o eletromagnetismo de Maxwell)

1678: teoria ondulatória para a luz (anterior e menos completa que o eletromagnetismo de Maxwell) Christian Huygens (1629 1695) 1678: teoria ondulatória para a luz (anterior e menos completa que o eletromagnetismo de Maxwell) Vantagens da teoria: explicar as leis de reflexão e refração em termos de

Leia mais

Física. Prof. Edelson Moreira

Física. Prof. Edelson Moreira Física Prof. Edelson Moreira FENÔMENOS ONDULATÓRIOS Os fenômenos ondulatórios mais comuns são: REFLEXÃO: ocorre quando uma onda incide sobre um obstáculo e retorna ao meio original de propagação. A onda

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA FERREIRA DIAS, AGUALVA - SINTRA

ESCOLA SECUNDÁRIA FERREIRA DIAS, AGUALVA - SINTRA ESCOLA SECUNDÁRIA FERREIRA DIAS, AGUALVA - SINTRA CURSOS PROFISSIONAIS Disciplina: FÍSICA E QUÍMICA Módulo (*) : F3 Luz e fontes de luz - * Ótica Geométrica (*) e extensão do módulo, se aplicável. Matriz

Leia mais

CONCEITOS GERAIS 01. LUZ. c = km/s. c = velocidade da luz no vácuo. Onda eletromagnética. Energia radiante

CONCEITOS GERAIS 01. LUZ. c = km/s. c = velocidade da luz no vácuo. Onda eletromagnética. Energia radiante CONCEITOS GERAIS 01. LUZ Onda eletromagnética Energia radiante c = 300.000 km/s c = velocidade da luz no vácuo (01) Um raio laser e um raio de luz possuem, no vácuo, a mesma velocidade OBSERVAÇÕES Todas

Leia mais

Aula 6 Interferência. Física 4 Ref. Halliday Volume4. Profa. Keli F. Seidel

Aula 6 Interferência. Física 4 Ref. Halliday Volume4. Profa. Keli F. Seidel Aula 6 Interferência Física 4 Ref. Halliday Volume4 Relembrando... Fenômenos de interferência de ondas eletromagnéticas... Interferência Experiência de Young Experiência de Young Pontos de máximo são denominados

Leia mais

Elementos de Óptica ÓPTICA GEOMÉTRICA. Um feixe luminoso como um conjunto de raios perpendiculares à frente de onda.

Elementos de Óptica ÓPTICA GEOMÉTRICA. Um feixe luminoso como um conjunto de raios perpendiculares à frente de onda. ÓPTICA GEOMÉTRICA Dimensões dos componentes ópticos muito superiores ao comprimento de onda da luz. Um feixe luminoso como um conjunto de raios perpendiculares à frente de onda. lente onda ÍNDICES DE REFRACÇÃO,

Leia mais

Figura 1 - Onda electromagnética colimada

Figura 1 - Onda electromagnética colimada Biofísica P12: Difração e interferência 1. Objectivos Observação de padrões de difração e interferência Identificação das condições propícias ao aparecimento de fenómenos de difração e interferência Aplicação

Leia mais

Impedância Acústica - Relação Entre Componente De Pressão e de Velocidade

Impedância Acústica - Relação Entre Componente De Pressão e de Velocidade Interacções Sonoras Impedância Acústica - Relação Entre Componente De Pressão e de Velocidade Caso específico de uma onda plana em propagação - velocidade e pressão em fase Impedância Acústica Relação

Leia mais

Fenómenos ondulatórios

Fenómenos ondulatórios Fenómenos ondulatórios Interferência É o fenômeno resultante da superposição de duas ou mais ondas. Onda estacionária Figura de interferência determinada pela superposição de ondas de mesma frequência

Leia mais

Índice. 1. Uma visão histórica. 2. Óptica de raios. 3. Ondas eletromagnéticas

Índice. 1. Uma visão histórica. 2. Óptica de raios. 3. Ondas eletromagnéticas Índice i 1. Uma visão histórica 1.1 Considerações preliminares...1 1.2 Desenvolvimentos iniciais...2 1.3 Óptica ondulatória versus corpuscular...4 1.4 Ressurgimento da teoria ondulatória...6 1.5 Ondas

Leia mais

Introdução à Física Quântica

Introdução à Física Quântica 17/Abr/2015 Aula 14 Introdução à Física Quântica Radiação do corpo negro; níveis discretos de energia. Efeito foto-eléctrico: - descrições clássica e quântica - experimental. Efeito de Compton. 1 Introdução

Leia mais

1 T. Ondas acústicas ONDAS. Formalismo válido para diversos fenómenos: o som e a luz, por exemplo, relacionados com dois importantes sentidos.

1 T. Ondas acústicas ONDAS. Formalismo válido para diversos fenómenos: o som e a luz, por exemplo, relacionados com dois importantes sentidos. Ondas acústicas ONDAS Formalismo válido para diversos fenómenos: o som e a luz, por exemplo, relacionados com dois importantes sentidos. Descrição válida para fenómenos periódicos ALGUNS CONCEITOS RELACIONADOS

Leia mais

Física IV para Química

Física IV para Química 4310277 Física IV para Química Sétima lista de exercícios 1. Suponha que, no experimento de fenda dupla de Young, a separação entre as duas fendas seja de 0, 32 mm. Se um feixe de luz de 500 nm atingir

Leia mais

Prof. Dr. Lucas Barboza Sarno da Silva

Prof. Dr. Lucas Barboza Sarno da Silva Prof. Dr. Lucas Barboza Sarno da Silva SUMÁRIO Introdução às ondas eletromagnéticas Equações de Maxwell e ondas eletromagnéticas Espectro de ondas eletromagnéticas Ondas eletromagnéticas planas e a velocidade

Leia mais

EXERCÍCIO 3 - INTERFERÊNCIA

EXERCÍCIO 3 - INTERFERÊNCIA CURSO: ENGENHARIA - UFSCar - TURMA 09.904-0 Profa. Dra. Ignez Caracelli - DF 17 de novembro de 2016 EXERCÍCIO 3 - INTERFERÊNCIA Exercícios extraídos do livro Fundamentos de Física volume 4: Óptica e Física

Leia mais

Óptica Física Interferência e difracção

Óptica Física Interferência e difracção Óptica Física Interferência e difracção Diferença de fase e coerência Interferência em filmes finos Interferência gerada por duas fendas Difracção por fenda única Difracção de Fraunhofer e Fresnel Redes

Leia mais

EFEITO FOTO-ELÉCTRICO DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE PLANCK

EFEITO FOTO-ELÉCTRICO DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE PLANCK EFEITO FOTO-ELÉCTRICO DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE PLANCK Objectivo: O objectivo desta experiência é o estudo do efeito fotoeléctrico de um metal, e a determinação da constante de Planck. Introdução :

Leia mais

ECOGRAFIAS. Ecografias. Imagens estruturais, baseadas na reflexão dos ultra-sons nas paredes dos tecidos.

ECOGRAFIAS. Ecografias. Imagens estruturais, baseadas na reflexão dos ultra-sons nas paredes dos tecidos. ECOGRAFIAS Ecografias Imagens estruturais, baseadas na reflexão dos ultra-sons nas paredes dos tecidos. Imagens dinâmicas baseadas no efeito de Doppler aplicado ao movimento sanguíneo. ULTRA-SONS, ECOS

Leia mais

Fontes Ópticas - Tipos e principais características -

Fontes Ópticas - Tipos e principais características - Fontes Ópticas - Tipos e principais características - As principais fontes ópticas utilizadas em comunicações ópticas são o LED (light emitting diode) e o LD (Laser diode que funciona segun o princípio

Leia mais

Verificação das Leis da Reflexão

Verificação das Leis da Reflexão Actividade Laboratorial Física 8º ano Tempo necessário para a execução do trabalho- 2 horas Conhecimentos necessários: saber utilizar o transferidor Verificação das Leis da Reflexão Um pouco de teoria

Leia mais

Termodinâmica e Estrutura da Matéria

Termodinâmica e Estrutura da Matéria Termodinâmica e Estrutura da Matéria Laboratório 2 (Grupos A, B e C) Efeito fotoeléctrico OBJECTIVOS Estudar o efeito fotoeléctrico. Determinar a constante de Planck. 1. INTRODUÇÃO O efeito fotoeléctrico

Leia mais

6.1 Optoelectrónica Aplicada Capítulo 6

6.1 Optoelectrónica Aplicada Capítulo 6 6.1 Optoelectrónica Aplicada Capítulo 6 CAPÍTUO 6. MODUADORES 6.1 INTRODUÇÃO Como se viu no Capítulo 4, num sistema de comunicação óptica (SCO) os emissores ópticos têm como objectivo converter um sinal

Leia mais

Nome: Jeremias Christian Honorato Costa Disciplina: Materiais para Engenharia

Nome: Jeremias Christian Honorato Costa Disciplina: Materiais para Engenharia Nome: Jeremias Christian Honorato Costa Disciplina: Materiais para Engenharia Por propriedade ótica subentende-se a reposta do material à exposição à radiação eletromagnética e, em particular, à luz visível.

Leia mais

Laboratório 4 Interferência em Microondas GUIA DE LABORATÓRIO LABORATÓRIO 4 INTERFERÊNCIA EM MICROONDAS

Laboratório 4 Interferência em Microondas GUIA DE LABORATÓRIO LABORATÓRIO 4 INTERFERÊNCIA EM MICROONDAS GUIA DE LABORATÓRIO LABORATÓRIO 4 INTERFERÊNCIA EM MICROONDAS 1. RESUMO Utilização de uma corneta rectangular para emissão de uma onda electromagnética em microondas. Estudo do padrão de interferência

Leia mais

Detecção Remota. Aquisição de dados. Sistema Modelo de Detecção Remota ICIST. Energia Electromagnética. Interacções com a Atmosfera

Detecção Remota. Aquisição de dados. Sistema Modelo de Detecção Remota ICIST. Energia Electromagnética. Interacções com a Atmosfera Aquisição de dados Como recolher informação geográfica? Fotografia Aérea Métodos topográficos GPS Processo que permite extrair informação de um objecto, área ou fenómeno, através da análise de dados adquiridos

Leia mais

Fontes Ópticas - Tipos e principais características -

Fontes Ópticas - Tipos e principais características - Fontes Ópticas - Tipos e principais características - As principais fontes ópticas utilizadas em comunicações ópticas são o LED (light emitting diode) e o LD (Laser diode que funciona segun o princípio

Leia mais

INTERFERÊNCIA E DIFRAÇÃO DA LUZ

INTERFERÊNCIA E DIFRAÇÃO DA LUZ INTERFERÊNCIA E DIFRAÇÃO DA LUZ INTRODUÇÃO A luz é uma onda eletromagnética; portanto é constituída por campos elétrico e magnético que oscilam, periodicamente, no tempo e no espaço, perpendiculares entre

Leia mais

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Física Departamento de Física. FIS01184 Física IV-C Área 1 Lista 1

Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de Física Departamento de Física. FIS01184 Física IV-C Área 1 Lista 1 Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Física Departamento de Física FIS01184 Física IV-C Área 1 Lista 1 1.A luz do Sol no limite superior da atmosfera terrestre tem uma intensidade de

Leia mais

Índice de refracção e propriedades ópticas. Química 12º Ano. Unidade 3 Plásticos, vidros e novos materiais Actividades de Projecto Laboratorial

Índice de refracção e propriedades ópticas. Química 12º Ano. Unidade 3 Plásticos, vidros e novos materiais Actividades de Projecto Laboratorial Índice de refracção e propriedades ópticas Química 12º Ano Unidade 3 Plásticos, vidros e novos materiais Actividades de Projecto Laboratorial Dezembro 2005 Jorge R. Frade, Ana Teresa Paiva Dep. Eng. Cerâmica

Leia mais

Unidade 1 SOM E LUZ. Ciências Físico-químicas - 8º ano de escolaridade. O que é a luz? Como se propaga? Objetivos. Unidade 1 Som e Luz

Unidade 1 SOM E LUZ. Ciências Físico-químicas - 8º ano de escolaridade. O que é a luz? Como se propaga? Objetivos. Unidade 1 Som e Luz Ciências Físico-químicas - 8º ano de escolaridade Unidade 1 SOM E LUZ Como se propaga? Objetivos Concluir que a visão dos objetos implica a propagação da luz, em diferentes meios, desde a fonte de luz

Leia mais

Aula do cap. 17 Ondas

Aula do cap. 17 Ondas Aula do cap. 17 Ondas O que é uma onda?? Podemos definir onda como uma variação de uma grandeza física que se propaga no espaço. É um distúrbio que se propaga e pode levar sinais ou energia de um lugar

Leia mais

3B SCIENTIFIC FÍSICA. Kit de aparelhos para óptica laser Instruções para o uso

3B SCIENTIFIC FÍSICA. Kit de aparelhos para óptica laser Instruções para o uso 3B SCIENTIFIC FÍSICA Kit de aparelhos para óptica laser 1003053 Instruções para o uso 06/18 Alf 1. Indicações de segurança O laser emite radiação visível com uma longitude de onda de 630-680 nm com um

Leia mais

Comunicação de informação a longas distâncias

Comunicação de informação a longas distâncias APSA Fenómenos ondulatórios Questão 1: Considere as seguintes superfícies onde incide a luz: espelho, parede, vidro muito polido, folha de papel. Indique em qual predomina a reflexão especular e a reflexão

Leia mais

ESCOLA SECUNDÁRIA DE EMÍDIO NAVARRO VISEU

ESCOLA SECUNDÁRIA DE EMÍDIO NAVARRO VISEU MATRIZ DA PROVA ESCRITA DE EXAME DE EQUIVALÊNCIA À FREQUÊNCIA DE FÍSICA E QUÍMICA B FORMAÇÃO CIENTÍFICA CÓDIGO 167 11º Ano de Escolaridade Cursos Tecnológicos Duração da prova escrita: 90 minutos Ano Lectivo:

Leia mais

FÍSICA. Oscilação e Ondas. Ondas e Propriedades Ondulatórias. Prof. Luciano Fontes

FÍSICA. Oscilação e Ondas. Ondas e Propriedades Ondulatórias. Prof. Luciano Fontes FÍSICA Oscilação e Ondas Ondas e Propriedades Ondulatórias Prof. Luciano Fontes ONDAS: É uma perturbação que se propaga num meio. Ondas e energia: Transporta energia mas não matéria Direção de Propagação:

Leia mais

2.7. Difração, bandas de frequência e efeito Doppler

2.7. Difração, bandas de frequência e efeito Doppler 2.7. Difração, bandas de frequência e efeito Doppler Difração de ondas A difração de uma onda é o fenómeno que ocorre quando a onda contorna um obstáculo, orifício ou fenda. Este fenómeno observa-se quando

Leia mais

3B SCIENTIFIC FÍSICA. Kit de aparelhos para óptica laser U Instruções para o uso 10/08 Alf

3B SCIENTIFIC FÍSICA. Kit de aparelhos para óptica laser U Instruções para o uso 10/08 Alf 3B SCIENTIFIC FÍSICA Kit de aparelhos para óptica laser U17303 Instruções para o uso 10/08 Alf 1. Indicações de segurança O laser emite radiação visível com uma longitude de onda de 630-680 nm com um desempenho

Leia mais

Cinemática de Mecanismos

Cinemática de Mecanismos Cinemática de Mecanismos C. Glossário de Termos Paulo Flores J.C. Pimenta Claro Universidade do Minho Escola de Engenharia Guimarães 2007 In language, clarity is everything. Confucius C. GLOSSÁRIO DE

Leia mais

O sistema visual humano e noções de colorimetria

O sistema visual humano e noções de colorimetria STV 3 MAR 2010 1 O sistema visual humano e noções de colorimetria Considera se que a cor consista em um atributo dos objetos, assim como a textura e a forma, entre outros. Depende basicamente de: 1. Características

Leia mais

Lista de Problemas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Física Departamento de Física FIS01044 UNIDADE III Interferência

Lista de Problemas. Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Física Departamento de Física FIS01044 UNIDADE III Interferência Universidade Federal do Rio Grande do Sul Instituto de Física Departamento de Física FIS01044 UNIDADE III Interferência Lista de Problemas Problemas extraídos de HALLIDAY, D., RESNICK, R., WALKER, J. Fundamentos

Leia mais

Prof.ª Adriana Martins

Prof.ª Adriana Martins PRÉ-PROVA ONDAS TURMAS 221, 222, 321, 322 e 323. Prof.ª Adriana Martins 3º TRIM 2º ANOS NOME:... TURMA:...Nº:... 1) Quando uma radiação passa de um meio para o outro: I. sua frequência varia e seu comprimento

Leia mais

POLARIZAÇÃO DA LUZ. Figura 1 - Representação dos campos elétrico E e magnético B de uma onda eletromagnética que se propaga na direção x.

POLARIZAÇÃO DA LUZ. Figura 1 - Representação dos campos elétrico E e magnético B de uma onda eletromagnética que se propaga na direção x. POLARIZAÇÃO DA LUZ INTRODUÇÃO Uma onda eletromagnética é formada por campos elétricos e magnéticos que variam no tempo e no espaço, perpendicularmente um ao outro, como representado na Fig. 1. A direção

Leia mais

REFRACTOMETRTIA. Medição do índice de refracção de um sólido e de um líquido com o Refractómetro de Abbe

REFRACTOMETRTIA. Medição do índice de refracção de um sólido e de um líquido com o Refractómetro de Abbe REFRACTOMETRTIA Medição do índice de refracção de um sólido e de um líquido com o Refractómetro de Abbe 1. OBJECTIVO PRINCIPAL: Determinação do índice de refracção de uma amostra sólida (lâmina de vidro)

Leia mais

Aula 3 - Ondas Eletromagnéticas

Aula 3 - Ondas Eletromagnéticas Aula 3 - Ondas Eletromagnéticas Física 4 Ref. Halliday Volume4 Sumário - Transporte de Energia e o Vetor de Poynting; Polarização; Reflexão e Refração; Reflexão Interna Total; Situação a ser analisada...

Leia mais

Contextualização. O aparecimento da Física Atómica teve o contributo de diversas descobertas. Contam-se: 1) Os espectros de absorção e de emissão.

Contextualização. O aparecimento da Física Atómica teve o contributo de diversas descobertas. Contam-se: 1) Os espectros de absorção e de emissão. Contextualização histórica No século XIX existiam as seguintes áreas da Física bem definidas: Mecânica Clássica Electromagnetismo Termodinâmica Física Estatística (tentava compreender a termodinâmica à

Leia mais

Fenómenos ondulatórios

Fenómenos ondulatórios Fenómenos ondulatórios Características das ondas Uma onda é descrita pelas seguintes características físicas: Amplitude, A Frequência, f Comprimento de onda, Velocidade, v Características das ondas A amplitude

Leia mais

TRABALHO Nº 2 LEI DE MALUS

TRABALHO Nº 2 LEI DE MALUS TRABALHO Nº 2 LEI DE MALUS Este trabalho tem como objectivo principal a verificação experimental da lei de Malus. Além disso vai procurar determinarse o estado de polarização de uma lâmpada de halogéneo

Leia mais

Elementos sobre Física Atómica

Elementos sobre Física Atómica Elementos sobre Física Atómica Carla Silva Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade do Algarve 1 ÍNDICE OS MODELOS ATÓMICOS O modelo de Pudim de Passas de Thomson O

Leia mais

Espectro da radiação electromagnética

Espectro da radiação electromagnética Espectro da radiação electromagnética Espectro da radiação electromagnética A Natureza da Luz Carácter corpuscular Isaac Newton (643-77) Carácter ondulatório Christiaan Huygens(69-695) Carácter corpuscular

Leia mais

Comunicações Ópticas. Profº: Cláudio Henrique Albuquerque Rodrigues, M. Sc.

Comunicações Ópticas. Profº: Cláudio Henrique Albuquerque Rodrigues, M. Sc. Comunicações Ópticas Profº: Cláudio Henrique Albuquerque Rodrigues, M. Sc. Corpos luminosos e Corpos iluminados O Sol, as estrelas, uma lâmpada ou uma vela, acesas, são objetos que emitem luz própria,

Leia mais

Planificação 3º Período GR Disciplina Ciências Físico-Químicas 8ºAno

Planificação 3º Período GR Disciplina Ciências Físico-Químicas 8ºAno Planificação 3º Período GR 50 - Disciplina Ciências Físico-Químicas 8ºAno Conteúdos. A como onda.. Características das ondas de.. Luz visível e não visível Competências Gerais Mobilizar saberes culturais,

Leia mais

Fenómenos ondulatórios

Fenómenos ondulatórios Fenómenos ondulatórios Onda É uma perturbação que se propaga em um meio, determinando a transferência de energia, sem transporte de matéria. Em relação à direção de propagação da energia nos meios materiais

Leia mais

Ondas. Jaime Villate, FEUP, Outubro de 2005

Ondas. Jaime Villate, FEUP, Outubro de 2005 Ondas Jaime Villate, FEUP, Outubro de 2005 1 Descrição matemática das ondas Uma onda é uma perturbação que se propaga num meio. Por eemplo, uma onda que se propaga numa corda ou o som que se propaga no

Leia mais

Ótica geométrica. Num sistema ótico arbitrário, um raio de luz percorre a mesma trajetória quando o seu sentido de propagação é invertido

Ótica geométrica. Num sistema ótico arbitrário, um raio de luz percorre a mesma trajetória quando o seu sentido de propagação é invertido Ótica geométrica Princípio da Reversibilidade Num sistema ótico arbitrário, um raio de luz percorre a mesma trajetória quando o seu sentido de propagação é invertido Deriva directamente do princípio do

Leia mais

CONCEITOS RADIOMÉTRICOS

CONCEITOS RADIOMÉTRICOS CONCEITOS RADIOMÉTRICOS Irradiância: intensidade do fluxo radiante, proveniente de todas as direções, que atinge uma dada superfície. EXCITÂNCIA fluxo deixando a superfície em todas as direções CONCEITO

Leia mais

Prova 05/06/2012. Halliday Vol 3-6ª edição Cap 29, 30, 31,32. Halliday Vol 3-8ª edição Cap 28, 29, 30, 32. Aulas 9-15

Prova 05/06/2012. Halliday Vol 3-6ª edição Cap 29, 30, 31,32. Halliday Vol 3-8ª edição Cap 28, 29, 30, 32. Aulas 9-15 7. Campo Magnético 7.1 - Campo magnético de uma corrente elétrica 7.2 - Linhas de força 7.3 - Fluxo magnético e indução magnética 7.4 - Campo magnético de uma espira 7.5 - Lei de Ampère 7.6 - Campo magnético

Leia mais

Sistemas de Comunicação Óptica Amplificadores Ópticos

Sistemas de Comunicação Óptica Amplificadores Ópticos Sistemas de Comunicação Óptica Amplificadores Ópticos João Pires Sistemas de Comunicação Óptica 85 Aplicações gerais (I) Amplificador de linha Usado para compensar a atenuação da fibra óptica em sistemas

Leia mais

Física VIII. Aula 4 Sandro Fonseca de Souza

Física VIII. Aula 4 Sandro Fonseca de Souza Física VIII Aula 4 Sandro Fonseca de Souza 1 Normas e Datas Atendimento ao estudante: quarta-feiras de 09:00-10:00 na sala 3016 A. Os alunos com menos de 75% de presença serão reprovados por falta. Entretanto,

Leia mais

Difracção de electrões

Difracção de electrões Difracção de electrões Objectivos: i) Verificar que electrões com energias da ordem de -0 kev são difractados por um filme de grafite, exibindo o seu carácter ondulatório; ii) verificar a relação de de

Leia mais

Filtros, Multiplexadores, Demutiplexadores Compensadores de Dispersão

Filtros, Multiplexadores, Demutiplexadores Compensadores de Dispersão MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina Campus São José Área de Telecomunicações Filtros, Multiplexadores,

Leia mais

Técnicas de Caracterização de Materiais

Técnicas de Caracterização de Materiais Técnicas de Caracterização de Materiais 4302504 2º Semestre de 2016 Instituto de Física Universidade de São Paulo Professores: Antonio Domingues dos Santos Manfredo H. Tabacniks 20 de setembro Caracterização

Leia mais

Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco Física e Química A, 10º ano. Ano lectivo 2008/2009

Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco Física e Química A, 10º ano. Ano lectivo 2008/2009 Escola Básica e Secundária Gonçalves Zarco Física e Química A, 10º ano Ano lectivo 2008/2009 Correcção do Teste de Avaliação Sumativa Nome: Nº de Aluno: Turma: Classificação: Professor: 1ªParte (Versão

Leia mais

Apostila de Física 33 Introdução à Óptica Geométrica

Apostila de Física 33 Introdução à Óptica Geométrica Apostila de Física 33 Introdução à Óptica Geométrica 1.0 Definições Raios de luz Linhas orientadas que representam, graficamente, a direção e o sentido de propagação da luz. Conjunto de raios de luz Feixe

Leia mais

Ficha Informativa n.º 5 Propriedades e Aplicações da Luz. Nome: Data: _/_ /20 INTRODUÇÃO TEÓRICA

Ficha Informativa n.º 5 Propriedades e Aplicações da Luz. Nome: Data: _/_ /20 INTRODUÇÃO TEÓRICA FÍSICO-QUÍMICA 8º ANO DE ESCOLARIDADE Ficha Informativa n.º 5 Propriedades e Aplicações da Luz Nome: Data: _/_ /20 INTRODUÇÃO TEÓRICA Luz Luz é uma onda eletromagnética (propaga-se simultaneamente em meios

Leia mais

INTRODUÇÃO À ONDULATÓRIA

INTRODUÇÃO À ONDULATÓRIA INTRODUÇÃO À ONDULATÓRIA Considerações Iniciais Considerações Iniciais: O que é ONDA??? Perturbação produzida: PULSO O PULSO se movimenta a partir da região onde foi gerado: ONDA A onda se movimenta transferindo

Leia mais

PROGRAMAÇÃO DA 3ª ETAPA

PROGRAMAÇÃO DA 3ª ETAPA PROGRAMAÇÃO DA 3ª ETAPA - 2012 FÍSICA CARLOS 3ª MÉDIO Srs. pais ou responsáveis, caros alunos, Encaminhamos a Programação de Etapa, material de apoio para o acompanhamento dos conteúdos e habilidades que

Leia mais

Polarização de Ondas

Polarização de Ondas Polarização de Ondas 1. polarização de Ondas. Considere uma onda transversal se propagando numa corda, na qual as direções de oscilação são totalmente aleatórias. Após a passagem da onda pela fenda, a

Leia mais

Interferência de ondas: está relacionada com a diferença de fase entre as ondas. A diferença de fase entre duas ondas pode mudar!!!!

Interferência de ondas: está relacionada com a diferença de fase entre as ondas. A diferença de fase entre duas ondas pode mudar!!!! Interferência de ondas: está relacionada com a diferença de fase entre as ondas. Construtiva: em fase Destrutiva: fora de fase A diferença de fase entre duas ondas pode mudar!!!! Coerência: para que duas

Leia mais

Vitor Oguri Departamento de Física Nuclear e Altas Energias Instituto de Física Armando Dias Tavares Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Vitor Oguri Departamento de Física Nuclear e Altas Energias Instituto de Física Armando Dias Tavares Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Vitor Oguri Departamento de Física Nuclear e Altas Energias Instituto de Física Armando Dias Tavares Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Rio de Janeiro, 07 de outubro de 2017 Óptica Geométrica

Leia mais

Medição da Velocidade da Luz

Medição da Velocidade da Luz Laboratório de Introdução à Física Experimental 2017/18 1 Medição da Velocidade da Luz em diferentes materiais homogéneos e isotrópicos 1 Introdução Em muitas das experiências descritas na literatura para

Leia mais