A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS PARA A GERAÇÃO DE SABERES AMBIENTAIS

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1 A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO CONTEXTO DE UMA ESCOLA DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: ALTERNATIVAS METODOLÓGICAS PARA A GERAÇÃO DE SABERES AMBIENTAIS Francisco Claudemir de Oliveira 1 ; Janari Rui Negreiros da Silva 2 INTRODUÇÃO Este trabalho assumiu o objetivo de produzir alternativas metodológicas para a prática de educação ambiental em ambiente escolar de jovens e adultos, a fim de contribuir para minimizar os problemas ambientais amazônicos, com o intuito também de colaborar para a formação emancipatória do sujeito da região, contextualizando esse indivíduo com meio em que vive e conscientizando-o de suas obrigações. Além disso, apresenta alguns fundamentos da história da educação ambiental desde seus primeiros passos, seu desenvolvimento no Brasil e desdobramentos na região amazônica, partindo, principalmente, de uma realidade escolar formal, no caso que nos coube, a escola Prof.ª Jacira Caboclo, Centro de Educação de Jovens e Adultos - CEJA. Pensando nesse sentido, a pesquisa objetivou delinear esse caminho, apresentando as leis e diretrizes para essa educação. Em seguida, foi realizado breve histórico da Educação de Jovens e Adultos EJA no Estado do Amazonas, área da pesquisa. Assim, o trabalho surgiu na perspectiva de produzir conhecimento em educação ambiental, a fim de desenvolver alternativas metodológicas para a geração de saberes a partir de atividades participativas, por meio de oficinas e usando as ferramentas como a dos 4R s: Repensar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar, entre outras. Apresentamos parte da percepção ambiental de atores escolares da citada escola sobre os problemas ambientais de Manaus-Am. Saneamento básico, água, resíduos sólidos, lixo, poluição ar/água/solo, são os principais óbices a serem enfrentados pelos diversos organismos da esfera do poder público e sociedade em geral, apontados pelos discentes da EJA na atividade preliminar desenvolvida em sala de aula, como ponto de partida a este trabalho investigativo. 1 Discente do curso de Ciências Biológicas pesquisador Pibic 2 Docente Instituto Federal do Amazonas Campus Centro Orientador Pibic 16

2 MÉTODO OU FORMALISMO A pesquisa foi desenvolvida na escola Jacira Caboclo - Centro de Educação de Jovens de Adultos CEJA. Para a materialização dos seus objetivos, primeiramente, conversamos com a gestora da instituição onde propusemos nossa proposta de trabalho; em seguida fomos encaminhados à pedagoga a fim de planejarmos a ação junto aos demais sujeitos da pesquisa. Fomos atendidos pela pedagoga, expusemos nossa inquietação em relação ao problema ambiental amazônico, no caso em tela, os da cidade de Manaus-AM, o que gerou a presente proposta de trabalho, em seguida a professora nos orientou quanto à estrutura diferenciada da Educação de Jovens e Adultos, como deveríamos proceder em relação à aplicação da estratégia, pois o horário das turmas é diferenciado do tradicional ofertado pelas escolas de educação continuada. Ante as proposições da pedagoga, escolhemos a turma de Língua Portuguesa, que funcionava dois dias na semana: segundas e quintas-feiras. Nesse sentido, os sujeitos da pesquisa foram os vinte alunos da citada turma, do turno vespertino, a gestora da Instituição, a pedagoga e a professora da turma. O próximo passo foi a elaboração da primeira estratégia, onde optamos por apresentar aos alunos da turma, por meio de palestra, os problemas ambientais, suas origens e contextos. Após isso, expusemos nosso projeto, depois a docente nos explicou sobre o tempo disponível para execução das tarefas. No momento seguinte, reforçamos para a turma a problemática ambiental, nela incluída a amazônica, além de explanarmos sobre a necessidade de a educação ambiental se constituir como tema gerador de saberes ambientais por meio de alternativas metodológicas, a fim de minimizar a ação antrópica e melhorar a relação homem/natureza, em especial, na cidade de Manaus-Am. Após a atividade, solicitamos aos estudantes que produzissem em forma de desenhos os problemas ambientais que os inquietavam, para possível intervenção educacional, focando na cidade de Manaus-Am. Alguns estão listados no quadro abaixo e representados nas imagens a seguir. 17

3 Quadro n 1 - Manifestações dos discentes Fonte: Oliveira, 2015 O objetivo da ação foi compreender quais os problemas ambientais que mais chamavam sua atenção, a fim de que fossem produzidas as alternativas adequadas para os óbices ambientais apontados. Tabulados os dados, conforme o Quadro nº 2, planejamos um elenco de ações metodológicas em educação ambiental, no formato de oficinas, com o objetivo de cumprir os objetivos e metas assumidos pelo projeto. O detalhamento das ações consta no capítulo a seguir. RESULTADOS E DISCUSSÃO Segundo Reigota (2001), a educação ambiental é crítica, inovadora que deve ser entendida como educação política, prepara o cidadão a exigir justiça social, cidadania nacional como identidade planetária com autogestão e ética nas relações sociais, mantendo postura de equilibro com a natureza. As manifestações dos discentes apresentam maior incidência, de acordo com o Quadro nº 1, de lixo nos igarapés e coleta do lixo urbano, e esses problemas, segundo eles, são fruto de desatenção do poder público em geral com o tratamento dessa massa de resíduos urbanos. É importante frisar indagações dos discentes e fazer com que pensem sobre os problemas ambientais que os incomodam. Há expressões focando na necessidade de as leis serem mais rígidas, porque não basta a letra no papel, mas sim, na integralidade da prática. Alunos relatam que os problemas existentes são decorrentes da ausência de programas que atendam à educação ambiental em seus aspectos formal, não formal e informal. A seguir apresentamos as oficinas (alternativas), usando o instrumento de política ambiental 4R s Repensar, Reduzir, Reutilizar, Reciclar com o objetivo de conscientização para o tratamento do lixo doméstico. 18

4 1 - Oficina - Os 4R s e meu objeto preferido Descrição: Nessa atividade, os alunos produzirão cartazes e em seguida os reformulam, propondo novas formas de usar e descartar os objetos de sua preferência, baseadas nos 4R s. Para a eficiência da ação, seria de bom alvitre desenvolvê-la após visita técnica a um aterro sanitário. Materiais: Produzir lista com perguntas acerca do funcionamento e da função do aterro sanitário como parte preliminar da atividade. Produzir cartazes sobre impactos gerados por resíduos anteriores à visita. O pôster OS 4R s NO CICLO DE VIDA DE UM CELULAR (confeccionar). 2 - Oficina: O meu, o seu e o nosso lixo. Nessa atividade os alunos procuram estabelecer a quantidade de lixo (resíduos sólidos) produzida diariamente nas suas casas, buscando identificar as porcentagens presentes de cada tipo de resíduo: reciclável, material orgânico e outros. Materiais CONCLUSÃO Balança (opcional). Caixas de papelão e sacos plásticos para lixo. Luvas de borracha (opcional). Realizar ações de educação ambiental na EJA em uma conjuntura metodológico-pedagógica foi o objetivo da presente pesquisa, pois devemos integrar seus discentes à realidade do convívio de todos aqueles que se preocupam com meio em qual vivem, principalmente sujeitos da área da pesquisa: a cidade de Manaus; marcada pelo abandono, onde sua malha hídrica apresenta baixíssimos índices de oxigênio, ou seja, poluída pela ação antrópica, pela inconsciência ao pertencimento a um bioma importante para o planeta, o amazônico. 19

5 AGRADECIMENTOS A FAPEAM pela concessão da bolsa, e ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas Campus Centro Manaus, pelo apoio técnico e Infraestrutura básica. REFERÊNCIAS ARROYO, Miguel González. Educação de jovens-adultos: um campo de direitos e de responsabilidade pública. Diálogos na educação de jovens e adultos. Autêntica: Belo Horizonte, 2005, MEDINA, Naná Mininni. SANTOS, Elizabeth da Conceição. Educação ambiental: Uma metodologia participativa de formação. Petrópolis, RJ: Vozes, PEDRINI, Alexandre de Gusmão. Educação ambiental: Reflexões e Práticas Contemporâneas. 4. ed. Rio de Janeiro: Vozes, REIGOTA, M. O que é educação ambiental? São Paulo: Brasiliense, 1994;