Germinação de grãos de pólen de diferentes cultivares de oliveira
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1 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 10., 2013, Belo Horizonte Germinação de grãos de pólen de diferentes cultivares de oliveira Rennê Fonseca Ferreira (1), Adelson Francisco de Oliveira (2), Luiz Fernando de Oliveira da Silva (3), Carolina Ruiz Zambon (4) (1) Bolsista PIBIC FAPEMIG/EPAMIG, rennefonseca@yahoo.com.br; (2) Pesquisador/Bolsista BIP FAPEMIG/EPAMIG - Lavras, adelson@epamig.ufla.br; (3) Pesquisador EPAMIG, Maria da Fé, luiz.oliveira@epamig.br; (4) Mestranda UFLA - Lavras, carol-rzambon@hotmail.com INTRODUÇÃO A oliveira (Olea europaea L.) é uma das plantas mais antigas cultivadas pelo homem, assim como o trigo e a videira. Embora não exista um consenso, admite-se que a oliveira teve seu cultivo iniciado a.c. no norte do Mar Morto, expandindo-se para o Ocidente pelo Mediterrâneo (FRANKEL; GALUM, 1977). Estima-se que a área plantada no mundo seja de 8,3 milhões de hectares, com uma produção de azeitonas em torno de 16 milhões de toneladas. Em 2007, a produção mundial de azeite alcançou a marca de 2,9 milhões de toneladas, movimentando cerca de 7,3 bilhões de dólares. Atualmente o Brasil vem introduzindo a olivicultura em determinadas regiões, sendo que para isso fazem-se necessárias informações e tecnologias para manutenção e desenvolvimento da cultura. Na produção de muitas culturas agrícolas mundiais, a polinização é um fator essencial. Em escala global, mais de 80% das espécies vegetais e mais de 75% das plantas agrícolas dependem de animais para fazer a polinização. Além de insetos, a dispersão dos grãos de pólen em oliveira é predominantemente realizada pela ação de ventos, sendo caracterizada como uma planta alógama, com alta taxa de polinização cruzada. Para haver a formação de sementes e frutos faz-se necessário que depois da polinização, certo número de grãos de pólen depositados no estigma da flor, germine e fertilize o óvulo que constitui o ovário da flor. Quanto maior a quantidade de grãos de pólen viáveis e compatíveis no estigma, maior será a
2 EPAMIG. Resumos expandidos 2 probabilidade de fecundação dos óvulos, consequentemente, maior será a porcentagem de fertilização para formação do fruto. Estudos sobre germinação, viabilidade e quantidade de grãos de pólen em olivais e o desenvolvimento de uma metodologia de análise são de suma importância para determinar futuras linhas de pesquisa de melhoramento genético e adaptação dessas cultivares nas condições edafoclimáticas brasileiras. Assim, este estudo teve como objetivo avaliar a capacidade de germinação in vitro e a quantidade de grãos de pólen por flor de seis diferentes cultivares de oliveira. MATERIAL E MÉTODO As coletas dos grãos de pólen foram realizadas em setembro de 2012 na Fazenda Experimental de Maria da Fé (FEMF) da EPAMIG Sul de Minas, situada a 22 18' sul e 45 23' oeste a uma altitude média de m (OLIVEIRA et al., 2010). Para caracterização dos grãos de pólen foram coletadas cinco flores de cada cultivar (Arbequina, MGS ASC322, MGS GRAP541, MGS GRAP561, MGS MARIENSE e Picual), contado o número de anteras de cada flor e retiradas duas anteras, sendo cada conjunto armazenado em tubos Eppendorf contendo uma solução de µl de ácido láctico. Após 48 horas, retirou-se uma amostra de 1,5 µl dessa solução e realizou-se a contagem do número de grãos de pólen. Para quantificação do pólen por antera, multiplicou-se a média do número de grãos de pólen de cada amostra pelo volume de ácido láctico (1.000 µl) e dividiu-se este valor pelo produto entre o volume de ácido láctico da amostra (10 µl) e o número de anteras (2) de cada tubo. Para cálculo do número de grãos de pólen por flor, multiplicou-se a média destes por antera pelo número médio de anteras por flor. Para o experimento de germinação foram coletadas flores de oliveiras e em seguida, retiraram-se seus estames, armazenando-os em placa de Petri de vidro no escuro por 24 horas para ocorrência da antese e liberação do tubo polínico.
3 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 10., 2013, Belo Horizonte 3 Em seguida o pólen foi inoculado in vitro com auxílio de um pincel fino, em meio de cultura contendo 5 g/l de Ágar, 1,27 mm de Ca(NO3) 2. 4H2O, 0,87 mm de MgSO 4. 7H2O, 0,99 mm de KNO 3 e 1,62 mm H 3 BO a ph 7,0 (BREWBAKER; KWACK, 1963), com concentração de sacarose de 100 g/l. Até a contagem, contabilizaram-se 16 horas. Foram considerados germinados os grãos de pólen cujo comprimento do tubo polínico ultrapassou o dobro do próprio diâmetro (CHAGAS et al., 2010). O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, sendo cada tratamento (cultivar) constituído por quatro parcelas e cinco repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância, sendo as médias agrupadas pelo teste de Scott-Knott (p < 0,05), utilizando-se o programa estatístico SISVAR.9 (FERREIRA, 2012). RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante a avaliação do experimento a cultivar MGS GRAP541 foi a que apresentou a maior quantidade de grãos de pólen por flor, com estimativa média de ,75 grãos por flor, seguida das cultivares MGS MARIENSE, Arbequina, Picual, MGS GRAP561 e MGS ASC322, apresentando resultados de 9.683,75, 9.043,75, 8.528,75, 7.857,50 e 7.203,75 grãos de pólen por flor, respectivamente (Tabela 1). No experimento de germinação, houve diferença significativa entre as cultivares que apresentaram melhor desempenho, MGS ASC322 (44,7%) e Picual (41,1%), seguidas das cultivares MGS GRAP561 e Arbequina com 37,85% e 32,85%, respectivamente (Tabela 1). Quanto ao número de grãos de pólen por antera, a cultivar MGS GRAP 541 foi a que mais se destacou. Apesar desse resultado satisfatório, recomenda-se cautela ao utilizá-la como polinizadora, pois esta apresentou baixa taxa de germinação. No estudo de germinação de pólen, os resultados obtidos mostraram que, com exceção das cultivares MGS GRAP541 e MGS MARIENSE, as demais produzem pólen com boa capacidade germinativa, apresentando taxa de germinação superior a 32%, corroborando com resultados de Albuquerque Junior et al. (2010) que apontam que uma taxa de germinação superior a 30% é o suficiente para assegurar uma boa fertilização e frutificação efetiva.
4 EPAMIG. Resumos expandidos 4 CONCLUSÃO As cultivares MGS ASC322 e Picual apresentaram melhor perfil como polinizadoras. AGRADECIMENTO À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), pelo financiamento das pesquisas e pelas bolsas concedidas. REFERÊNCIAS BREWBAKER, J.L.; KWACK, B.H. The essential role of calcium íon in pollen germination and pollen tube growth. American Journal of Botany, v.48, p , CHAGAS, E. A. et al. Composição do meio de cultura e condições ambientais para germinação de grãos de pólen de porta-enxertos de pereira. Ciência Rural, Santa Maria, v.40, n.2, p , fev FERREIRA, D. F. Análise estatística por meio do SISVAR - Sistema para Análise de Variância para Windows versão 4.0. In: REUNIÃO ANUAL DA REGIÃO BRASILEIRA DA SOCIEDADE INTERNACIONAL DE BIOMETRIA, 45., 2000, São Carlos. Anais... São Carlos: UFScar, 2000, p FRANKEL, R.; GALUM, E. Pollination mechanisms, reproduction and plant breeding. Berlin: Springer-Verlag, p. OLIVEIRA, A. F. et al. Espaçamento entre plantas no desempenho de jardim clonal de cultivares de oliveira. Scientia Agraria, v.11, n.4, p , ALBUQUERQUE JUNIOR, C. L. de et al. Número de antenas por flor, grãos de pólen por antena e capacidade germinativa do pólen de diferentes cultivares de macieiras. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal, v.32, n.4, , dez
5 Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica, 10., 2013, Belo Horizonte 5 Tabela 1 - Germinação média (%) e número de grãos de pólen (unidade) produzidos por flor de diferentes cultivares de oliveira - EPAMIG, Lavras, 2012 Cultivar Germinação (%) Grãos de pólen por flor (n o ) Arbequina 32,58 b 9.043,75 b MGS ASC322 44,74 a 7.203,75 c MGS GRAP541 20,65 c ,75 a MGS GRAP561 37,85 b 7.857,50 c MGS MARIENSE 18,10 c 9.683,75 b Picual 41,14 a 8.528,75 c Média 32, ,20 CV (%) 12,81 9,78 NOTA: Médias seguidas de mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo teste de Scott- Knott a 5% de probabilidade.
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