03/06/14 CURSO SER GESTOR MANHÃ RELATORIA
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1 03/06/14 CURSO SER GESTOR MANHÃ RELATORIA Continuidade ao Curso Ser Gestor, palestra de hoje realizada pela Sra. Denise Rinehart assessora técnica do CONASEMS. Tema da palestra será a promoção da equidade e integralidade na saúde. Inicia fazendo uma síntese da Lei 8080, nos seus condicionantes e determinantes da saúde. Faz explicação das diretrizes do SUS universalidade é o tudo para todos; não se pode recusar ninguém; todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza... Faz uma reflexão quanto se somos iguais ou desiguais; somos todos diferentes mesmo, afinal cada um é cada um; e se aplicamos a igualdade... a justiça cai por terra. Para que a igualdade possa ser tornar justa precisa ser aplicada na equidade. Equidade possui dimensão ética e moral evidenciar diferenças evitáveis, desnecessárias e injustas; é necessário adotar estratégias diferenciadas para indivíduos e grupos populacionais em situação de exclusão e sem condições de maior vulnerabilidade. Passa para perguntas provocantes quanto: o que é vulnerabilidade? Quando devemos considerar um sujeito vulnerável? E uma comunidade? A saúde é capaz de compreender e incorporar esses conceitos no seu agir? Caso compreenda e incorpore como considerar as diferentes formas de vulnerabilidade? Não confundir com zona de conforto. Racismo e homofobia existem e de fato e com direito do SUS. Apesar da universalidade o SUS não chega primeiro para quem mais precisa. Atendemos todos? Homens, trabalhadores, ciganos, população de rua, adolescentes, negros. Consideramos a vulnerabilidade em nosso cotidiano de trabalho na gestão? E essa tal de vulnerabilidade, tem a ver conosco? Conhecer as condições que podem deixar estas pessoas em situação de fragilidade e expôlas ao adoecimento traz consigo conceito de risco e susceptibilidade, vai para além da vulnerabilidade individual e segue para o social e programático. Portanto para se avaliar vulnerabilidade devemos levar em conta não só a dimensão individual como também aquelas relativas ao local social ocupado pelo sujeito, o grau e qualidade. Considero como prioridade quando elaboro políticas e destina recursos? Os instrumentos, ferramentas e dispositivos de gestão podem incorporar esse conceito? A participação da comunidade na saúde pode ser uma aliada do gestor na identificação desta vulnerabilidade? Conselhos, conferências e ouvidoria essas instâncias podem contribuir? Na saúde nós demos o primeiro passos quando instituímos algumas políticas de promoção da equidade: saúde da mulher, criança, idoso... A PNSIPN objetiva promover a saúde
2 integral da população negra, priorizando a redução das desigualdades étnico-raciais, o combate ao racismo e à discriminação nas instituições e serviços do SUS. Foram assim lançadas várias portarias abordando cada grupo vulnerável necessário de atendimento diferenciado. Ex: Portaria n. 992/09 responsabilidade tripartite, identificar as necessidades da população negra; promoção da equidade; educação permanente Política nacional de saúde integral da população LGBT eliminando a discriminação e o preconceito institucional e contribuindo para promoção da saúde. Portaria 2866/11 diz respeito a tratar as pessoas com respeito, como direito humano e obrigação do Estado. Os municípios devem implementar políticas para evitar as desigualdades e discriminações. Trabalhar na cabeça de nossos profissionais a perguntar a orientação sexual do indivíduo e se despir de preconceitos pessoais. Devem-se implantar práticas educativas na rede de serviços para melhorar a visibilidade e o respeito a lésbicas e gays. Fazer com que desperte o olhar para esses grupos populacionais. Conhecer a população da zona rural mais distante, mortalidade infantil, etc. Nenhuma dessas políticas reinventou a roda ou se contrapõe ao SUS ou aos seus princípios e diretrizes. Foram criadas para melhorar o acesso à qualidade. Abre para perguntas: Participante (Rorley - ES), traz uma reflexão, o programa Mais Médicos suprirá as demandas da comunidade do interior do Estado? Participante (Raome Brasília), os estudantes de medicina ao sair da faculdade ainda não sabem como trabalhar com essa população vulnerável. Como resolver? Participante (secretário saúde MG), o descaso na política antidrogas, poderia falar um pouco? Responde: as extrações dentárias no Brasil aumentou muito nos últimos dias, o mesmo Estado que dá o direito será que está violando esse direito quando não está oferecendo os serviços? Enquanto a gente não se revogar, não se indignar que o nosso papel é garantir o direito a saúde. Não vou poder responder a todos, pois temos mais palestras. Dá sim para considerar os conceitos que trouxemos hoje aqui. Curso seguido pelo palestrante Sro. Tadahiro Tsubouchi presidente da comissão de direito sanitário da OAB/MG. Iniciar falando que de saúde vem da OMS como sendo sinônimo de felicidade. Vem para fazer provocações, traz a questão da judicialização da saúde, muito discutido no momento. Precisamos começar a fazer algumas perguntas como:
3 Quem somos? Somos gestores. Resolver problemas é sentar, discutir e tentar resolver esses problemas. O que devemos fazer? Não é o secretário de saúde que faz gestão da saúde. Como devemos fazer? Para onde vamos? Para onde queremos ir? Gestão e aprendizagem conhecimento não sei nada e passo a aprender, sei tudo e acabo não sabendo nada (desaprendizagem). Na saúde está cheio de conceitos equivocados. Não podemos fazer saúde com igualdade e sim com equidade. Saúde = assistência social. SUS foi criado para a população carente! Eu não uso o SUS! Não existe critério para a porta da saúde, mas na assistência social sim. Não utilizem nada pelo lado absoluto. Toda vez que se faz ação genérica se cria problema genérico. Confundimos SUS com assistência, com medicamentos e hospitais somente. O SUS é uma coisa ampla. Todos somos usuários do sistema SUS, Ex: pasta de dente controlada pela ANVISA e que é do SUS. Não confundir ações e serviços de saúde com os fatores determinantes e condicionantes da saúde. Saúde não se traduz somente em não ter doença. Morar é ter saúde, transporte é ter saúde. Gestão da saúde insuficiência de recursos financeiros; ineficiência da gestão como carência de competência gerencial; toda vez que melhoramos o serviço em uma unidade, a população vizinha vai exigir tal atendimento também. Saúde é um completo bem estar físico, mental e social (OMS 1946). A lógica é fazer um atendimento holístico, atendimento de qualidade. Atualmente temos os efeitos sociais na saúde que é a instabilidade de continuidade na esfera privada e aumento da demanda na rede pública. Para o barco que não tem destino, nenhum vento lhe é favorável (Provérbio Oriental). Traz algumas reflexões e diferenças para não ocorrer conflitos como: O que é ser gestor na saúde? Gestor político prefeito municipal; Gestor técnico secretário municipal de saúde; Gestor operacional servidores da saúde. O que é Seguridade social: Saúde prestação de serviços; Previdência social contribuição individual, seguro social público Assistência social tratamento da dignidade humana Legislação estruturante do sistema público de saúde: - Constituição Federal - Lei Orgânica da Saúde Lei 8080/90 - Lei 8142/90 Conselhos de Saúde - Lei Complementar 141/2012 (o que pode ser gasto em saúde) - Decreto 7508/11 regulamentação LOS
4 - Decreto 7827/12 SIOPS (informatização dos gastos públicos) - Resoluções da CIT e CIB / Portarias MS - Lei Orgânica de cada município (seção saúde) - Código sanitário (caso existir) - Lei de Criação do Fundo Municipal de Saúde com Cartão de Registro CNPJ - Lei de Criação do Conselho Municipal de Saúde - Lei de Diretrizes Orçamentárias ( ) - Lei Orçamentária Gestão jurídica - Orientação técnica para a procuradoria - Indicação das normas, regras, etc - Visão em direito sanitário - Conhecimento dos princípios e diretrizes do SUS - Participação em eventos de cunho jurídico Termina a palestra com a frase: se você não tem conhecimento, procure quem tenha Passada a palavra para a Sra. Blenda Pereira assessora técnica do CONASEMS, que discursa sobre Gestão dos Fundos de Saúde. Inicia a fala com questões envolvendo a gestão da saúde. Gestão envolve planejamento (PPA, PS, PAS), orçamento (LOA compatível com planejamento), execução orçamentária (FMS cumprimento das metas, ações do PPA), acompanhamento (controle interno e prestação de contas TCE), controle público (CMS, sociedade), avaliação (relatório de gestão saúde RAG/SIOPS). Tudo envolve resultados em políticas públicas eficientes. Bases legais envolvidas já foram citadas por Sro. Tadahiro Tsubouchi é a mesma. Foco maior na Lei Complementar 141 veio complementar a EC 29, e esclarecer o que se pode gastar com saúde. Sugere que tenham todos essa Lei em mãos para se respaldar quanto aos gastos e despesas do SUS. Em seguida entra no assunto central que é o Fundo de Saúde quantos aos aspectos: - políticos altos gastos do orçamento municipal em saúde, felizmente como investimento; - Técnicos relações com a área contábil e conselho municipal de saúde. Aborda a Lei 4230/64 Características: Receitas especificadas; Realização de determinados objetivos; Normas peculiares de aplicação; Descentralização interna do processo decisório; Plano de aplicação, contabilidade e prestação de contas específicas; Indicação de determinado órgão da administração; A movimentação financeira deve estar separada do caixa geral.
5 O fundo só pode pagar despesas que estejam explicitas no fundo de saúde e no PAS/OS; qualquer despesa nova tem que ser incluída no plano e aprovada no conselho; só o fundo paga despesas de saúde nenhum outro setor da prefeitura pode pagar sem passar os recursos para o fundo. Composição de recursos: recursos da União, recursos municipais, estaduais e outros repasses, formando os 5 blocos de financiamento da saúde e vários componentes que compõem cada bloco. Não se pode gastar entre os blocos, engessando a gestão, principalmente na ausência de financiamento do Estado. A portaria 204 é bem clara naquilo o que se pode ou não gastar na saúde. E por fim não se pode abrir conta bancária em bancos não credenciados. Abre para perguntas. Participante pergunta se somos ordenadores porque às vezes não conseguimos dar sequência nos projetos? Responde: todo o grupo envolvido na gestão precisa caminhar junto, para se evitar esses entraves. Participante pergunta quanto aos resíduos de saúde quem paga? Responde: podemos pagar empresa para recolhimento de resíduos de lixo hospitalar com o fundo municipal de saúde, mas para recolhimento de lixo em vias públicas não pode.
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