O problema do livre arbítrio
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- Danilo Gameiro Mirandela
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1 O problema do livre arbítrio O que é o livre arbítrio? Libero arbitrium Livre Arbítrio -Ausência de - Constrangimentos -Determinações que obriguem -Capacidade de: - Arbitrar - Decidir -Escolher -Optar entre alternativas Livre arbítrio liberdade política Também chamado Liberdade metafísica (questão descritiva: somos livres?) (questão normativa: devemos ser livres) Se não tivermos livre arbítrio porque tudo está determinado a acontecer, então não seríamos livres, mesmo se tivéssemos liberdade política (por exemplo, de criticar o governo), porque a própria decisão de criticar ou não o governo estaria determinada e não resultaria da nossa escolha livre
2 O que é o determinismo? Teoria que defende que todos os acontecimentos estão causalmente determinados Por acontecimentos anteriores Segundo as leis da Natureza Mundo é um conjunto de Cadeias causais
3 Cadeia causal Sequência de causas e efeitos
4 Determinismo Tudo o que acontece, acontece por causa de outras coisas que aconteceram antes e de leis naturais, mas nenhuma tinha mesmo de acontecer Fatalismo Tudo está destinado a acontecer, acontecerá de qualquer maneira Em certas circunstâncias acontecem certas coisas Noutras circunstâncias acontecem outras coisas diferentes Independentemente das circunstâncias acontece o que tinha de acontecer Não dispomos liberdade absoluta (página 70, último parágrafo)
5 Condicionante o que é? (página 71, último parágrafo) É uma condição: porque permite certas coisas Exemplo: os pulmões permitem-nos respirar É uma limitação: porque impede outras coisas. Exemplo: pulmões não permitem respirar debaixo de água (ler Páginas 72/73)
6 Condicionantes Determinantes (razões) (causas) Influenciam a decisão Obrigam/causam a decisão Apesar delas a nossa vontade é livre Por causa delas a nossa vontade não é livre Desejo comer um bolo Não posso não respirar posso decidir não o fazer Problema do livre arbítrio\john Searle - What is Free Will_.mp4 O que é o problema do livre-arbítrio?
7 (página 74, início) Probema do livre-arbítrio Saber de que modo os fatores anteriores interferem nas nossas escolhas? Determinam causalmente ( não poderíamos ter escolhido/agido de outro modo) Influenciam ou condicionam (poderíamos ter escolhido/agido de outro modo) Não somos livres: as causas anteriores determinam-nos Somos livres autodeterminamo-nos A questão é: Se o faço influenciado por fatores anteriores ou não? Se o faço em função de fatores anteriores ainda sou livre, isto é, poderia ter escolhido de outro modo? Exemplo:
8 Tenho vontade de comer um chocolate, mas sou diabético, tenho de optar por comê-lo ou não. Optando por uma ou outra alternativa, Problema do livre-arbítrio Como compatibilizar crenças opostas Libertista Senso comum Determinista Religiosa Científica
9 Perspetiva do senso comum Vemo-nos como agentes capazes de escolher e agir de acordo com o que escolhemos. Em todas as nossas ações vai pressuposta a nossa liberdade Agir é optar Perspetiva Religiosa (página 74 2º parágrafo) Se Deus Vê e não pode ser enganado, o que quer que veja do futuro deve, inevitavelmente, acontecer " Anício Mânlio Torquato Severino Boécio (Roma, ca. 480 Pavia, 524 ou 525) Filósofo, estadista e teólogo romano
10 Perspetiva científica (página 75, penúltimo parágrafo) Nós podemos tomar o estado presente do universo como o efeito do seu passado e a causa do seu futuro. Um intelecto que, em dado momento, conhecesse todas as forças que dirigem a natureza e todas as posições de todos os itens dos quais a natureza é composta [ ] para tal intelecto nada seria incerto e o futuro, assim como o passado, seria presente perante seus olhos Pierre Simon Marquis de Laplace (Beaumont-en-Auge, 23 de março de 1749 Paris, 5 de março de 1827).Matemático, astrônomo e físico francês. Tipos de determinismo: Determinismo Behaviorista: o meio ambiente é que nos faz ser o que somos 2 Teoria do Behaviorismo de John Watson.mpg Determinismo genético: nós somos o que os nossos genes nos fazem ser Determinismo metafísico: como parte de um universo comandado por relações causais de uma necessidade absoluta só podemos ser/fazer o que somos/fazemos
11 RESPOSTAS AO PROBLEMA DO LIVRE ARBÍTRIO Determinismo radical 3 ideias chave O livre-arbítrio é uma ilusão O determinismo é incompatível com o livre-arbítrio O determinismo é verdadeiro Ser livre pressupõe 3 condições essenciais: As nossas deliberações e ações não são determinadas por acontecimentos anteriores. As nossas escolhas e ações resultam apenas das nossas deliberações racionais. As nossas deliberações e ações iniciam uma nova cadeia causal.
12 (premissa 1) Se tudo está determinado, não há livre-arbítrio Argumento base (página 77 do manual) (premissa 2) Tudo está determinado (conclusão) Não há livre-arbítrio Defesa da 1ª premissa (o determinismo e o livrearbítrio não são compatíveis) Dada uma certa cadeia causal, os seus efeitos não podem ser diferentes do que são. Ter livre-arbítrio implicaria poder agir de modo diferente apesar de um conjunto de cadeias causais ser o mesmo = equivaleria a poder iniciar uma nova cadeia causal Mas isso é a negação do determinismo Se o determinismo é verdadeiro, não pode haver o livre-arbítrio (páginas 74-4º parágrafo-; 75-úlimo parágrafo,-76-3º,4º,5º parágrafos; 76- penúltimo parágrafo-) A nossa compreensão e ação no mundo pressupõem o determinismo. Defesa da 2ª premissa (o determinismo é verdadeiro) o A ciência, sem a qual não podemos compreender adequadamente o mundo baseia-se no pressuposto determinista de que tudo obedece a relações causais: (página 75) o Quando agimos (chutar numa bola, acender um fósforo, etc.) pressupomos o determinismo. Acreditamos que se fizermos certas coisas (causas: chutar, riscar o fósforo na caixa) outras se seguirão (efeitos: bola move-se, o fósforo incendeia-se) A sensação de liberdade é uma ilusão: é verdade que quando agimos não nos sentimos constrangidos e parece que agimos de acordo com o que desejamos e decidimos. A questão é se as nossas decisões e desejos poderiam ter sido diferentes daquilo que foram dado os nossos antecedentes?
13 Argumento da Responsabilidade (último parágrafo da página 77. Página 80 3º ao 5º parágrafo) (premissa) Se não temos livre-arbítrio, então não podemos ser responsáveis pelo que fazemos (premissa) Mas a sociedade considera-nos responsáveis pelo que fazemos (conclusão) Temos livre-arbítrio Objeções Argumento da experiência fenomenológica da liberdade ao agir (último parágrafo da página 77. Página 80 3º ao 5º parágrafo) Quando agimos a experiência da liberdade é muito forte e imediata porque: Ao escolher de entre alternativas não nos sentimos forçados Temos a sensação de que poderíamos ter optado não o fazer aquela opção Argumento do indeterminismo (página 81, 2º,3º 4º parágrafo) (premissa) Se o determinismo fosse verdadeiro, todo o universo seria determinado (premissa) O universo não é todo determinado (a nível subatómico há incerteza) (conclusão) O determinismo é falso Problema principal do Determinismo radical Mesmo que a sensação da liberdade seja uma ilusão, não conseguimos viver sem esse pressuposto. Agir é manifestar a crença no livre arbítrio.
14 Libertismo 2ª resposta Libertismo 3 ideias chave O livre-arbítrio existe O determinismo é incompatível com o livre-arbítrio O determinismo é falso Ser livre pressupõe 3 condições essenciais: As nossas deliberações e ações não são determinadas por acontecimentos anteriores As nossas escolhas e ações resultam apenas das nossas deliberações racionais As nossas deliberações e ações iniciam uma nova cadeia causal. Argumento base (premissa 1) Se há livre-arbítrio, o determinismo é falso (premissa 2) Temos livre-arbítrio (conclusão) O determinismo é falso O determinismo defende que dada uma certa cadeia causal, o seu efeito não poder ser diferente do que é.
15 Defesa da 1ª premissa (o determinismo e o livrearbítrio não são compatíveis) O libertismo defende que ter livre-arbítrio é não estar determinado a escolher de uma determinada maneira. É poder fazer escolhas genuínas, isto é, perante uma cadeia de causas poder optar por efeitos diferentes Se temos livre-arbítrio o determinismo é falso (página 79 penúltimo parágrafo). Defesa da 2ª premissa (o livre arbítrio é verdadeiro) Os seres humanos são especiais. O comportamento humano não é previsível porque não é determinado, e não é determinado porque, apesar de sermos sistemas físicos, as leis da natureza aplicam-se ao nosso corpo, mas não ao nosso comportamento. Temos uma mente/alma que é a fonte não física da consciência e das nossas escolhas, e que não é controlada pelas leis da Natureza. (PÁGINAS 79-80) Argumentos Argumento da responsabilidade e da experiência fenomenológica da liberdade (página 80, 3º-5º parágrafos) (premissa) Se não temos livre-arbítrio, então não nos poderíamos sentir livres nem responsáveis pelo que fazemos (premissa) Mas temos a experiência diária da liberdade e a sociedade considera-nos responsáveis pelo que fazemos (conclusão) Temos livre-arbítrio Argumento do indeterminismo (página 81, 2º -4º parágrafos) (premissa) Se nem tudo está determinado, há livre-arbítrio (premissa) Nem tudo está determinado (a física quântica prova-o) (conclusão) Há livre-arbítrio Princípio da incerteza\principio da Incerteza.mp4 Objeções Argumento da ilusão da experiência da liberdade (página do manual) O facto de sentirmos que somos livres e responsáveis não prova que o sejamos de facto. Como muitas experiências que temos, esta também pode ser ilusória
16 (página 80, último parágrafo) Argumento Indeterminismo não é liberdade O indeterminismo também não garante a liberdade, já que o acaso ou a aleatoriedade não garantem que as ações são minhas, logo não garante a liberdade. (página 81, dois últimos parágrafos) Argumento Libertismo não tem uma conceção positiva de liberdade O Libertismo acaba por não fornecer explicação uma explicação positiva acerca daquilo que produz as nossas decisões (página 82) Principal problema do Libertismo Conceber uma ação genuinamente livre que não seja determinada por acontecimentos anteriores e que não seja aleatória
17 Compatibilismo/determinismo moderado 3ª resposta O determinismo é compatível com o livre-arbítrio Ser livre pressupõe duas condições essenciais: Que a ação resulte causalmente do que queremos. Que o que queremos não resulte causalmente de uma coação, doença, controlo artificial Eventos anteriores Crenças, desejos, personalidade do indivíduo Vontade ação
18 Tudo está determinado (tudo tem uma causa) As ações também têm causas (escolhemos e agimos determinados por causas) Causas apropriadas/não coercivas (vontade, desejos, crenças, personalidade) Causas não propriadas/coecivas (alheias a nós) Livres (ausência de coação) Não livres (coação) Argumento principal Se queremos algo e fazemos o que queremos (sem constrangimentos), então somos livres Algumas vezes fazemos o que queremos sem constrangimentos Algumas vezes somos livres O compatibilismo defende que as nossas ações são sempre determinadas. Porque é que ser determinado por acontecimentos anteriores que não controlamos é ser livre e ser determinado por alguém, por exemplo os nossos pais, já não é ser livre? (página 79, 4º parágrafo) Objeção A única diferença é que no 1º caso não temos consciência de que estamos a ser determinados
19 Principal problema do compatibilismo A sua noção de liberdade é limitada. Ser livre significa querer fazer algo e poder fazê-lo, não sendo a isso obrigado ou impedido. Mas a questão é se poderia ter decidido/podido fazer outra coisa?
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