SESSÃO ESPECIAL DA COMISSÃO DE TRABALHO E ASSUNTOS SOCIAIS DA UNIÃO AFRICANA WINDHOEK, NAMÍBIA DE ABRIL DE 2014 DOCUMENTO SÍNTESE
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- Débora Ferreira Bergler
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1 SA11658 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone: Fax: website : union.org SESSÃO ESPECIAL DA COMISSÃO DE TRABALHO E ASSUNTOS SOCIAIS DA UNIÃO AFRICANA WINDHOEK, NAMÍBIA DE ABRIL DE 2014 Tema: «Emprego, Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo» Original: Inglês DOCUMENTO SÍNTESE
2 1 A. INTRODUÇÃO/ANTECEDENTES 1. O Acto Constitutivo da União Africana (UA), nos seus Artigos 14 o e 16 o, estabeleceu Comités Técnicos Especializados (CTE), como importantes órgãos da União Africana. Os CTE foram originalmente criados ao abrigo do Artigo 25 o do Tratado da Comunidade Económica Africana (o Tratado de Abuja) e com a transformação da OUA para UA, estes foram inseridos no âmbito do Acto Constitutivo da União Africana. Espera-se que os CTE trabalhem em estreita colaboração com os vários Departamentos da Comissão da UA, no sentido de proporcionar contributos bem informados nas suas áreas de especialização, quanto ao trabalho do Conselho Executivo. Devem ainda, em nome do Conselho Executivo, envolver-se na monitorização da elaboração e implementação dos programas da UA e das CER. 2. A Conferência, mediante a sua decisão Assembly/AU/Dec.227 (XII), adoptada em Fevereiro de 2009, reconfigurou os CTE. No âmbito desta reconfiguração, a Comissão do Trabalho e Assuntos Sociais fará parte dos CTE sobre Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego. A operacionalização dos CTE, devia ter iniciado em Todavia, o Conselho Executivo, através da sua decisão EX.CL/Dec.701 (XXI), deferira a sua operacionalização para Janeiro de De facto, esta Sessão Especial da Comissão de Trabalho e Assuntos Sociais, será a última a ser composta apenas por Ministros do Trabalho. Em Abril de 2015, altura em que se realizaria a 10 a Sessão Ordinária da LSAC, os Ministros do Trabalho e os parceiros sociais, irão reunir-se com os Ministros do Desenvolvimento Social, como Comité Técnico Especializado sobre Desenvolvimento Especial, Trabalho e Emprego. 4. Em conformidade com a decisão (EX.CL/Dec.648 (XIX), a 19 a Sessão Ordinária do Conselho Executivo da UA decidiu realizar uma Sessão Especial da Comissão de Trabalho e Assuntos Sociais (LSAC) com o objectivo de avaliar a implementação da Declaração e Plano de Acção de Ouagadougou de 2004, sobre a Promoção de Emprego e Alívio da Pobreza. A 9 a Sessão Ordinária da LSAC (de Abril de 2013, em Adis Abeba), deliberou a realização da referida Sessão Especial em Windhoek, Namíbia, de 23 a 25 de Abril de A Sessão Especial realiza-se à margem das comemorações do 50 o Aniversário da União Africana que teve início em 2013 e, durante a qual está sendo elaborada uma Agenda Africana para os próximos 50 anos (Agenda Africana para 2063). A Sessão Especial, realiza-se, igualmente, aquando do engajamento da comunidade internacional na definição da Agenda de Desenvolvimento Pós Assim, a Sessão Especial, poderá tirar proveito da riqueza das linhas de pensamento e informações contemporâneas, com vista a enriquecer os seus resultados, particularmente, no que diz respeito ao desenvolvimento do capital humano, criação de empregos, protecção social e desenvolvimento inclusivo.
3 2 B. A SITUAÇÃO DO EMPREGO E DA POBREZA, 10 ANOS APÓS OUAGADOUGOU Em conformidade com o Relatório sobre o progresso que a África logrou em torno dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em , não obstante o declínio da proporção de pessoas empregadas que vivem abaixo do valor de referência da pobreza de 1,25$EU por dia, com excepção da África do Norte, a África, está mal encaminhada no que respeita à redução da pobreza pela metade até O emprego é reconhecido como uma caminho para a saída da pobreza. Por conseguinte, surge a necessidade de se aumentar o ritmo e inclusão do processo de crescimento, bem como investimentos no serviços e infra-estruturas sociais, tendo em vista melhorar a saúde, os rendimentos e a produtividade da maioria da força de trabalho activa. O continente continua dificultado com uma elevada concentração da maioria da camada trabalhadora nos sectores da economia informal e rural, com uma baixa cobertura de protecção social (caso possuam), baixa produtividade e baixo poder de geração de rendimentos. Ademais, apesar do notável progresso, a África permanece como uma das regiões menos produtivas do mundo. C. RELATÓRIOS DE SEGUIMENTO DA IMPLEMENTAÇÃO PELOS ESTADOS- MEMBROS 7. De acordo com vários relatórios bienais e dois relatórios de seguimento (2009 e 2014), as Principais Áreas Prioritárias (KPA) 1, 2, 4, 5 e 6 da Declaração e Plano de Acção de Ouagadougou de 2004 sobre a Promoção do Emprego e Alívio da Pobreza, centraram-se nos esforços de implementação dos Estados-membros. No seu diálogo político e particularmente na formulação ou revisão das suas políticas de emprego, os Estados Membros elevaram os seus perfis de promoção do emprego. Aumentaram as suas capacidades no que tange à Monitorização e Avaliação (M&A) e seguimento das políticas de emprego. Foram, igualmente, capazes de procurar por mais coerência e coordenação na área do trabalho e emprego. 8. Os principais desafios na implementação do Plano de Acção de Ouagadougou de 2004, foram: (i) o número elevado de KPA, Estratégias e Recomendações; (ii) a falta de recursos financeiros em todos os níveis; (iii) a debilidade das instituições do mercado de trabalho; (iv) a persistente fraca vontade política para com um compromisso concreto; (v) a pobre coordenação entre as relevantes instituições preocupadas com os desafios do mercado de trabalho. As Comunidades Económicas Regionais (CER) deviam ter desempenhado um papel fulcral no processo de implementação do Plano de Acção relativamente 1 Sexta Reunião Conjunta da Conferência da CEA dos Ministros Africanos das Finanças, Planificação e Desenvolvimento e da Conferência dos Ministros da Economia e Finanças da UA, Abidjan, de Março de 2013
4 3 aos desafios supracitados. Contundo, não possuíam a capacidade humana necessária para assim o fazer. 9. No âmbito do processo de implementação do Plano de Acção (PA) de Ouagadougou de 2004, foi elaborado um conjunto de vários outros instrumentos políticos e programas/projectos. Tendo como preocupação o facto de a África ser uma das regiões menos produtivas do mundo, o Conselho Executivo da UA engajou-se numa estratégia com duas abordagens possíveis, mediante a adopção da Agenda de Produtividade para a África, associada às Directrizes para o Diálogo Social. Em consonância com a Área Prioritária 4 do PA de Ouagadougou de 2004, foram promulgados dois instrumentos: o Programa sobre a Modernização da Economia Informal e o Plano de Protecção Social para os Trabalhadores da Economia Informal e Rural (SPIREWORK). Estes reflectem as prioridades da Liderança Política da UA em prol de um crescimento inclusivo, igualdade e respeito pelos direitos de todas as categorias de trabalhadores no mercado do emprego dominado pelos sectores da economia informal e rural. 10. Dez (10) anos após Ouagadougou de 2004 e, tendo em linha de conta as concretizações e retrocessos, os líderes da UA estão determinados a acelerar a criação de empregos no continente, particularmente, para a juventude e mulheres. Decidiram, entretanto, levar a cabo a avaliação abrangente desses dez anos de implementação, de modo a calcular as concretizações e os desafios enfrentados, bem como acções concretas a serem tomadas na década seguinte, para que se criem empregos decentes e se acelere a erradicação da pobreza, visando garantir o desenvolvimento inclusivo. É neste contexto que a Sessão Especial da Comissão do Trabalho e Assuntos Sociais, realizar-se-á em Abril de 2014 em Windhoek, Namíbia, de 23 a 25 de Abril de 2014, de forma a proceder aos preparativos de uma Sessão Extraordinária dos Chefes de Estado e de Governo em Setembro de 2014, em Burkina Faso. D. OBJECTIVOS DA SESSÃO ESPECIAL DA COMISSÃO DO TRABALHO E ASSUNTOS SOCIAIS 11. A Sessão Especial tem como objectivos gerais: a. Conceder uma oportunidade para uma Avaliação Participativa de Alto Nível da Declaração e Plano de Acção de Ouagadougou de 2004; b. Facilitar a chegada à um Acordo/Consenso em torno dos actuais e futuros desafios dos mercados de trabalho e perspectivas em termos de políticas em todos os níveis; c. Adoptar um Quadro Político Revisto para a próxima década do Trabalho e Protecção Social e do Emprego: Uma nova Declaração, Plano de Acção e Mecanismo de Seguimento; e d. Abordar as Modalidades de preparação da Cimeira Extraordinária de Setembro de 2014.
5 4 12. Para se concretizar os objectivos acima mencionados, o debate político Ouagadougou + 10, focalizar-se-á em 6 Principais Áreas e Metas Prioritárias relacionadas com: a. Emprego para a Juventude e Mulheres b. Protecção Social e Crescimento Inclusivo, Economia Informal, Economia Social e Emprego Rural c. Produtividade, Competitividade e Diálogo Social d. Governação do Mercado de Trabalho e. Migração Laboral e Integração Económica Regional f. Parcerias e Financiamento para a implementação de políticas de emprego E. RESULTADOS ESPERADOS 13. A Sessão Especial tem como resultados esperados a adopção dos seguintes projectos de documentos revistos: a. A Declaração Revista sobre Emprego, Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo b. O Plano de Acção Revisto sobre Emprego, Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo c. O Mecanismo de Seguimento Revisto 11. Um outro resultado importante, prende-se com as modalidades da organização da Cimeira Extraordinária em Ouagadougou, em Setembro de 2014, com a finalidade de garantir maior compromisso político relativamente à implementação dos resultados (instrumentos políticos). F. FORMATO DA REUNIÃO 12. A reunião será organizada em duas fases: a. Reunião dos Peritos: de Abril de 2014 Durante os primeiros dois dias, a Conferência, os peritos/altos funcionários e os parceiros sociais dos Estados-membros, procederão à análise dos relevantes documentos e tecerão as recomendações adequadas à análise e aprovação pelos Ministros. b. Reunião dos Ministros: 25 de Abril de 2014 Os Ministros analisarão o Relatório da Reunião de Peritos, bem como a documentação complementar, inclusivamente as recomendações relacionadas com a implementação da Declaração, o Plano de Acção e o
6 5 Mecanismo de Seguimento Revistos. O Relatório dos Ministros será adoptado no dia 25 de Abril de G. AGENDA E DOCUMENTAÇÃO: 13. A Sessão Especial procederá à análise dos seguinte pontos principais: i. Documento Temático: "Emprego, Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo"; ii. A Declaração sobre Emprego, Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo e o Mecanismo de Seguimento revistos; iii. Preparação da Cimeira Extraordinária; iv. Implementação do Pacto de Emprego para a Juventude e as Mulheres pela CUA, CER, BAD e parceiros internacionais; Projecto de Programa Conjunto CUA-OIT-OIM-CEA sobre a Migração Laboral; v. Transformação da economia informal para a formal: Como levar avante os instrumentos Políticos da UA; vi. Preparação de uma Posição Comum relativa aos pontos da Agenda da 103 a Conferência Internacional do Trabalho (CIT), em Junho de 2014: Eleição do Conselho de Administração da OIT e; vii. Documento sobre os Comités Técnicos Especializados. 14. A seguir listam-se os documentos de trabalho para a Sessão: a) Documento de Base para o painel de debate temático b) O Projecto de Declaração Revista sobre Emprego, Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo; c) O Projecto de Plano de Acção sobre Emprego, Erradicação da Pobreza e Desenvolvimento Inclusivo e o Mecanismo de Seguimento; d) Documento da Comissão sobre a Implementação da Pacto de Emprego para a Juventude e Mulheres pela CUA e CER, BAD e parceiros internacionais; e) Documento da CUA sobre a preparação da Cimeira Extraordinária; f) Documento da CUA sobre o rumo a seguir em torno da implementação dos instrumentos Políticos relativos à Economia Informal em preparação para a CIT, a ter lugar em Genebra, em Junho de 2014; g) Documento da CUA sobre Projecto de Programa Conjunto CUA-OIT- OIM-CEA sobre a Migração Laboral. 15. A seguir listam-se os Documentos de Referência para a Conferência: a) Declaração e Plano de Acção e o Mecanismo de Seguimento de Ouagadougou de 2004; b) Programa sobre a Modernização da Economia Informal; c) Plano de Protecção Social para os Trabalhadores da Economia Informal e Rural (SPIREWORK);
7 6 d) Quadro Político de Migração da UA; e) A Agenda de Produtividade para a África; f) Documento Estratégico sobre a Mobilização de Recursos para a Implementação do Plano de Acção de Ouagadougou de 2004; g) Estratégia de Comunicação do SPIREWORK; h) Quadro de Harmonização e Coordenação dos Sistemas de Informação do Mercado de Trabalho (LMIS-HCF) i) Pacto de Emprego para a Juventude e Mulheres; j) Plataforma de Cooperação Intra-Africana; e k) Relatórios de Bienais e Completos de Seguimento sobre a implementação da Declaração e Plano de Acção de Ouagadougou 2004; l) Declaração de Malabo sobre a Criação de Empregos para Acelerar o Desenvolvimento e Capacitação da Juventude m) Boas Práticas sobre o Emprego para a Juventude e Mulheres e sobre o desenvolvimento da capacidade institucional do mercado de Trabalho n) Resolução L6 sobre a Promoção do crescimento sustentável ao alto nível, com vista a reduzir o desemprego em África, da Conferência dos Ministros das Finanças, Economia e Planeamento, em Março de 2010, em Lilongwe e; o) Documentos contributivos das Agências da ONU H. METODOLOGIA I. Consultas a Nível Nacional: 16. Espera-se que os Estados-membros estabeleçam órgãos Nacionais Intersectoriais para coordenar as actividades preparatórias da Sessão Especial e da Cimeira Extraordinária, sobretudo, no que abarca os documentos a serem apresentados à Cimeira. O Ministério de tutela coordenará e encabeçará as consultas a nível nacional, bem como a realização de reuniões consultivas no seio dos Estados-membros. O objectivo é o de apoiar a participação dos Estados-membros no processo Ouagadougou + 10 e facilitar a adesão e protagonismo, respeitantemente aos resultados do processo durante a fase mais importante da implementação. II. Plataforma Web da Sessão Especial: 17. A CUA criará uma plataforma Web para apoiar o processo de consulta que, por sua vez, possibilitará ampla participação dos principais intervenientes a nível nacional, regional e continental.
8 7 III. Eventos Paralelos: 18. Serão organizados eventos paralelos em forma de almoços de trabalho e intercâmbios profundos sobre as seguintes questões: (i) Protecção Social e Crescimento Inclusivo; (ii) Migração Laboral e; (iii) Emprego para a Juventude e Mulheres. I. PARTICIPANTES 19. A Sessão Especial terá como participantes: os 54 Estados-membros da UA com as suas Delegações Tripartidas, em conformidade com Regimento Interno da LSAC, as CER, o PAP, a ECOSOCC, a NEPAD, parceiros internacionais, ONG e OSC, Organizações Religiosas, etc. 20. Serão convidados os seguintes parceiros internacionais: BAD, CEA, OIT, ONUDI ONU-Mulheres, UNICEF, FAO, PAM, OIM, UNFPA, Banco Mundial, FMI, UE, Liga Árabe, etc. J. QUESTÕES ORGANIZATIVAS 21. A CUA encarregar-se-á dos convites aos Estados-membros, a preparação de documentos, bem como colocará à disposição, serviços de tradução e interpretação e um secretariado de apoio. K. ORÇAMENTO E OUTROS RECURSOS 22. Embora a Comissão da UA contribuirá com o montante reservado no orçamento para a realização da Conferência, poderá contar-se com apoio financeiro e técnico das organizações parceiras, de forma a facilitar a preparação de documentos e a participação de representantes OSC, peritos independentes e pessoas de recurso. L. INFORMAÇÕES ADICIONAIS 23. Informações adicionais para a Sessão Especial podem ser adquiridas a partir de: Dr. Olawale Maiyegun Director do Departamento de Assuntos Sociais da CUA Adis Abeba, Etiópia Fax: / Tel.: Ext: 300/ DiopO@africa-union.org; SewnetM@africa-union.org;
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