Addis Ababa, ETHIOPIA, P. O. Box 3243 Telephone Fax :
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1 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA, P. O. Box 3243 Telephone Fax : QUARTA SESSÃO DA CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL (CAMSD4) DE MAIO DE 2014 ADIS ABEBA, ETIÓPIA TEMA: "Fortalecimento da Família Africana em prol do Desenvolvimento Inclusivo" DOCUMENTO-SÍNTESE
2 DOCUMENTO-SÍNTESE QUARTA SESSÃO DA CONFERÊNCIA DA UA DOS MINISTROS DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL (CAMSD4), ADIS ABEBA, ETIÓPIA, DE MAIO DE 2014 I. ANTECEDENTES 1. O Acto Constitutivo da União Africana (UA), nos seus Artigos 14 o e 16 o, estabeleceu Comités Técnicos Especializados (CTE), como importantes órgãos da União Africana. Os CTE foram originalmente criados ao abrigo do Artigo 25 o do Tratado da Comunidade Económica Africana (o Tratado de Abuja) e com a transformação da OUA para UA, os CTE foram inseridos no âmbito do Acto Constitutivo da União Africana. Espera-se que os CTE trabalhem em estreita colaboração com os vários Departamentos da Comissão da UA, no sentido de facilitar contributos bem informados nas suas áreas de especialização, quanto ao trabalho do Conselho Executivo. Devem ainda, em nome do Conselho Executivo, envolver-se na monitorização da elaboração e implementação dos programas da UA e das CER. 2. A Conferência, mediante a sua decisão Assembly/AU/Dec.227 (XII), adoptada em Fevereiro de 2009, reestruturou os CTE. No âmbito desta reestruturação, a Comissão do Trabalho e Assuntos Sociais passará a integrar o CTE sobre Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego. A operacionalização dos CTE devia ter iniciado em Todavia, o Conselho Executivo, através da sua decisão EX.CL/Dec.701 (XXI), havia deferido a operacionalização para Janeiro de Deste modo, a avizinhada Quarta Sessão será a última a ser composta apenas por Ministros do Sector de Desenvolvimento Social. Em Abril de 2015, altura em que se realiza a 10 a Sessão Ordinária da LSAC, os Ministros do Trabalho e os parceiros sociais, irão reunir-se com os Ministros do Desenvolvimento Social, na qualidade de Comité Técnico Especializado sobre Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego. Quarta Sessão da Conferência da UA dos Ministros do Desenvolvimento Social 4. Em Janeiro de 2013, o Conselho Executivo, através da sua Decisão EX.CL/Dec.750 (XXII), adoptou a Posição Comum Africana em Preparação ao 20 o Aniversário do Ano Internacional da Família a comemorar-se em Subsequentemente, a avizinhada 4 a Sessão da Conferência da UA dos Ministros do Desenvolvimento Social, agendada para 26 a 30 de Maio de 2014, terá como tema preponderante o fortalecimento da família. 5. A família é uma unidade fundamental da sociedade, desempenha funções e papéis múltiplos, sobretudo em África, onde esta tem sido fulcral, peculiar e indispensável. Todavia, depara-se com desafios e tem se desintegrado em função das várias mudanças socioeconómicas, inclusivamente, o desgaste dos existentes padrões tradicionais e das enormes mudanças causadas pela migração, conflitos, alterações climáticas e doenças, especialmente o VIH/SIDA. A realidade é patenteada por um 1
3 padrão de mudança da família em África, à medida que o continente vivencia lares chefiados por mulheres (algumas vezes, avôs), lares monoparentais e até mesmo chefiados por crianças. 6. Reconhece-se haver um elo em falta, ou seja, a ausência de enfoque sobre o papel da família e à necessidade desta ser fortalecida, tendo em vista a consecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM). A concretização dos ODM depende em significativa dimensão, na forma como a família é capacitada a cumprir com as suas funções primordiais. A erradicação da pobreza, o emprego a tempo integral, o trabalho decente e a integração social, devem centrar-se nos programas designados a fortalecer a família. A África desfruta de um crescimento económico sem precedentes, porém, os seus benefícios não alcançam as famílias mais pobres e marginalizadas, visto não ter havido qualquer decréscimo notável nos índices de pobreza familiar. São necessárias intervenções directas para beneficiar as famílias e os grupos marginalizados. As políticas baseadas na família e apontadas para a família como uma unidade e à sua dinâmica como um todo, ao invés do enfoque único sobre pessoas singulares, produzem melhores resultados e facilitam o desenvolvimento. 7. Dentre as políticas orientadas na família destacam os sistemas de protecção social. A protecção social tem por objectivo reduzir o risco e a vulnerabilidade social e económica. Tem impactos económicos de benefícios múltiplos, reforça o capital humano, quebra o ciclo de pobreza entre gerações e reduz as desigualdades crescentes. A criação e o fortalecimento dos sistemas de protecção social, constituem uma prioridade importante para a União Africana, particularmente, a protecção que visa oferecer alívio à privação económica e social, inclusivamente a eliminação da pobreza crónica e extrema, alívio humanitário em casos de emergência e sistemas de transferência de dinheiro, entre outros. 8. Durante gerações, a família tem sido uma fonte de força para os seus membros, dispondo de um sistema de segurança social sofisticado, bem como o apoio e mecanismos de orientação, sobretudo, nos momentos de necessidade e de crise, tais como desemprego, doença, luto e velhice i. A família tem sido igualmente uma fonte fundamental de acolhimento e socialização da criança e de relações de prestação de cuidados entre os membros mais jovens e mais velhos da família ii. 9. O próxima CAMSD4 apresenta uma oportunidade para em todas as suas ramificações, examinar-se como fortalecer a família, bem como, concede a conjuntura de se interrogar e debater pormenorizadamente, duas políticas e instrumentos vocacionados à família, ou seja, às crianças e aos sistemas de protecção social e; um projecto de protocolo sobre os direitos e bem-estar dos idosos. Estas duas questões são pertinentes ao avanço da integração social e da solidariedade entre gerações no seio da família. 10. Deste modo, tal como a protecção e a promoção da mulher, da criança, da juventude e idosos (como função vital da família), figuram no topo das prioridades 2
4 da Agenda de Desenvolvimento Pós-2015, a adição da família nessas prioridades, representaria um grande passo rumo à capacitação e redução das desigualdades e, contribuiria para a concretização das metas de desenvolvimento sustentável 1. O mesmo argumento aplica-se à Agenda 2063 da União Africana e à inclusão da família no Documento-Quadro. II. PRINCIPAIS OBJECTIVOS 11. Os principais objectivos são: (i) (ii) (iii) III. Como melhorar o bem-estar da família, através da implementação de políticas, estratégias e programas a nível continental e nacional, de modo a fortalecer a capacidade da família africana e a abordar as necessidades de todos os seus membros. Definir uma agenda que estabelecerá as bases para o aumento proporcional e o amparo aos sistemas integrados nacionais de protecção da criança, no âmbito da agenda de desenvolvimento pós-2015 em África. Validar o projecto de Protocolo à Carta dos Direitos do Homem e dos Povos relativo aos Direitos dos Idosos em África. RESULTADOS ESPERADOS 12. A Conferência espera obter os seguintes resultados: i. Identificação de políticas, estratégias e programas eficazes que visam fortalecer a família; ii. iii. iv. Um projecto de Quadro de Monitorização e Avaliação para a implementação do Plano de Acção da UA sobre a Família; Aprovação do Projecto de Protocolo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos relativo aos Direitos dos Idosos em África; Um projecto de Quadro de Monitorização e Avaliação do Plano de Acção Continental sobre a Década Africana de Pessoas Portadoras de Deficiência ( ); v. Agenda para o aumento proporcional da protecção social da criança. IV. FORMATO DA REUNIÃO 1 Relatório do Secretário-geral da ONU sobre os Preparativos e observância do vigésimo aniversário do Ano Internacional da Família em 2014, Nações Unidas, Dezembro de 2013, p 15 3
5 13. A reunião será organizada em duas etapas: a. Reunião de Peritos: de Maio de 2014 Durante os dois primeiros dias da Conferência, os peritos/altos funcionários dos Estados-membros, procederão à análise dos relevantes documentos e tecerão as recomendações adequadas para análise e aprovação dos Ministros. A Reunião de Peritos será precedida de uma Consulta de Peritos da UA sobre Protecção Social em Joanesburgo, África do Sul, nos dias 29 e 30 de Abril de A África do Sul e os Parceiros convidarão e patrocinarão a participação de dois (2) delegados de Ministérios do Desenvolvimento Social ou de tutela da Criança, bem como de Finanças e Planeamento para o Desenvolvimento de cada Estado-membro, respectivamente. b. Reunião dos Ministros: de Maio de 2014 Os Ministros tomarão decisões sobre a via a seguir, após análise dos pontos da agenda abaixo descriminados, respeitantes à Família Africana, aos idosos, pessoas portadoras de deficiência, crianças e à promoção da política social e de intervenções no domínio da protecção social. Durante o segmento Ministerial, terá lugar um Diálogo Ministerial ao Alto Nível sobre a Protecção Social da Criança. V. AGENDA E DOCUMENTAÇÃO 14. A Conferência procederá à análise dos seguintes pontos principais: i. Documento Temático: "O Fortalecimento da Família Africana em prol do Desenvolvimento Inclusivo em África ii. iii. iv. A Crianças e os Sistemas de Protecção Social: Reforço da Agenda Africana O Projecto de Protocolo à Carta Africana dos Direitos do Homem e dos Povos, relativo aos Direitos dos Idosos em África; Relatório da 1 a Reunião do Comité dos Sete (7) sobre a Liquidação dos Activos no âmbito da Restruturação do Centro Africano de Reabilitação (ARI); v. Relatório sobre a Dissolução do Instituto Africano de Reabilitação (ARI); vi. O Projecto de Quadro de Monitorização e Avaliação da Implementação do Plano de Acção Continental sobre a Década Africana de Pessoas Portadoras de Deficiência ( ) 4
6 vii. viii. VI. Relatório Sucinto sobre o conteúdo e resultados das sessões do Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e Bem-estar da Criança, desde Novembro de 2012; Estratégia para promover e proteger os direitos da Criança Portadora de Deficiência, pelo Comité Africano de Peritos sobre os Direitos e Bem-estar da Criança. OS DOCUMENTOS DE TRABALHO PARA A CONFERÊNCIA SERÃO OS SEGUINTES: 15. Documentos: i. O Quadro de Política Social de África; ii. O Plano de Acção sobre a Família em África; iii. A Posição Comum Africana em Preparação ao 20 o Aniversário do Ano Internacional da Família em iv. A Arquitectura de Deficiência da União Africana; v. O Quadro Político e Plano de Acção sobre a Velhice; vi. O Projecto de Protocolo sobre os Direitos dos Idosos; vii. O Documento-Síntese para uma Reunião de Peritos e do Diálogo Ministerial sobre a Protecção Social à margem da Conferência da UA dos Ministros do Desenvolvimento Social; viii. O Relatório da Reunião de Peritos sobre a Protecção Social. 16. O Documento-Síntese, as Agenda, os Programas de Trabalho e os documentos a serem analisados pela Conferência, serão disponibilizados no portal da UA ( devendo outros documentos relevantes serem circulados durante a Conferência. VII. PARTICIPANTES 17. Espera-se que a 4 a Sessão da Conferência da UA dos Ministros do Desenvolvimento Social venha a ajuntar: Ministros responsáveis pelo Desenvolvimento Social e Peritos/Altos Funcionários dos Estados-membros da UA, as CER, a CUA e Órgãos da UA, Agências da ONU e Organizações Nacionais, particularmente, OSC vocacionadas às questões de desenvolvimento social, Peritos Independentes, Pessoas de Recursos e Convidados Especiais. 18. Recomenda-se que as Delegações dos Estados-membros ao CAMSD4, devam incluir assessores jurídicos, visto que haverá debates extensivos em torno dos Projectos de Protocolos sobre Direitos dos Idosos e Direitos de Pessoas Portadoras de Deficiência respectivamente, dos quais, o referente aos Idosos, já fora aprovado pela Comissão Africana dos Direitos do Homem e dos Povos e validado pelos intervenientes, restando apenas ser analisado pela CAMSD4 e pelos Ministros de Justiça da UA, antes da sua adopção final pela 5
7 Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da UA. Ambos os projectos serão circulados aos Estados-membros antes da CAMSD4. VIII. QUESTÕES ORGANIZATIVAS 19. A CUA encarregar-se-á de convidar os Estados-membros e da preparação de toda a documentação. Os serviços de tradução e interpretação bem como o apoio de secretariado serão disponibilizados pela CUA. IX. ORÇAMENTO E OUTROS RECURSOS 20. Embora a Comissão da UA contribuirá com o valor orçado para a realização da Conferência, os Estados-membros e as organizações parceiras poderão fornecer apoio técnico e financeiro, de modo a facilitar a preparação de documentos e a participação dos representantes das OSC, peritos independentes e pessoas de recurso. X. PESSOAS DE CONTACTO: i. Dr. Olawale Maiyegun Director, Departamento de Assuntos Sociais Adis Abeba, Etiópia Fax: Tel: MaiyegunO@africa-union.org ii. Dr. Johan Strijdom, Chefe da Divisão: Bem-estar Social, Grupos Vulneráveis, Controlo de Drogas e Prevenção do Crime, Departamento de Assuntos Sociais Adis Abeba, Etiópia Fax: Tel: STRIJDOMJ@africa-union.org; KesamangL@africa-union.org; ThunduN@africa-union.org. i Mokomane, Z.(2012). Social Protection as a Mechanism for Family Protection in sub-saharan Africa. International Journal of Social Welfare.Doi: /j x ii Blanc, A. C., & Lloyd, C. B. (1994).Women s work& childbearing over the life cycle in Ghana. In: A. Adepoju& C. Oppong (Eds.), Gender, work &populationin sub-saharan Africa(pp ). London: James Currey Ltd.; Mokomane, Z. (2011). Anti-poverty policies focusing on families: Regional overview: Africa. Paper presented at the United Nations Expert Group Meeting on Assessing Family Policies: Confronting Family Poverty and Social Exclusion & Ensuring Work-family Balance, 1 3 June 2011, New York. 6
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