PLANO DE ACÇÃO PARA O EMPREGO E ALÍVIO DA POBREZA

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "PLANO DE ACÇÃO PARA O EMPREGO E ALÍVIO DA POBREZA"

Transcrição

1 SA11757 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA P. O. Box 3243 Telephone 517 Fax: PLANO DE ACÇÃO PARA O EMPREGO E ALÍVIO DA POBREZA

2 Antecedentes/Introdução: 1. Em 2004, a Cimeira Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo da União Africana aprovou uma Declaração e um Plano de Acção para o Emprego e Alívio da Pobreza, com o seu respectivo Mecanismo de Acompanhamento. Após dez anos de implementação, ainda prevalecem desafios de alto nível de desemprego e subemprego. A avaliação da Cimeira Extraordinária de Ouagadougou de 2004 destaca o seguinte: A implementação foi limitada pela fraca capacidade institucional aos níveis nacional, regional e continental, poucos recursos financeiros, falta de capacitação e a vasta gama de Áreas Prioritárias Principais contidas no Plano de Acção com um grande número de recomendações. Outros factores se relacionam com a falta de metas e indicadores que facilitem a planificação e acompanhamento pelos Estados-membros, e à fraca coordenação com os empreendimentos pelos parceiros internacionais de desenvolvimento. 2. Durante o período de implementação, os líderes políticos a UA sublinharam a importância dos tópicos estratégicos tais como a protecção social dos trabalhadores da economia informal e rurais, melhoria de produtividade, em particular nas Empresas Pequenas e de Média Dimensão (EPMS), microempresas da economia informal e do sector público, migração laboral e necessidade de fortalecer a cooperação técnica entre os Estados Membros. 3. Subsequentemente, numa nova Década de compromisso para o trabalho, emprego e protecção social, as seis Principais Áreas Prioritárias a seguir foram determinadas para atenção especial: a. Liderança Política, Prestação de Conta e Boa Governação b. Emprego para Jovens e Mulheres c. Protecção Social e Produtividade para Crescimento Sustentável e Inclusivo d. Instituições do Mercado de Trabalho em bom Funcionamento e Inclusivas e. Migração Laboral e Integração Económica Regional f. Parceria e Mobilização de Recursos 4. Com o objectivo de facilitar a implementação efectiva do novo compromisso consagrado no presente Plano de Acção, algumas estratégias são articuladas com as seis Áreas Prioritárias Principais e atribui-se papéis a diferentes níveis de responsabilidade. O Plano de Acção será implementado através de programas periódicos que serão compartilhados com os parceiros de desenvolvimento internacionais por meio de fóruns apropriados a todos os níveis. A abordagem de implementação baseia-se no princípio da subsidiariedade, que coloca as CER no comando. 1

3 a. Principal Área Prioritária 1: Liderança Política, Prestação de Conta e Boa Governação Resultado Previsto: Liderança Política de Alto Nível concebida para alcançar um crescimento de base ampla e inclusiva, para erradicar a pobreza no trabalho, alcançar o emprego pleno e produtivo e assegurar a coesão social no contexto da Agenda de Desenvolvimento pós-2015, Agenda 2063 da UA e realização dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Estratégias: Dos Estados Membros: a. Estabelecer uma Orientação e Revisão Política de Alto Nível ao nível de Chefes de Estado ou de Primeiros-ministros para apoiar e dirigir o envolvimento e apoio político às políticas e estratégias nacionais de emprego abrangentes; b. Desenvolver uma coerência das políticas para desenvolver complementaridades e sinergias entre as políticas macroeconómicas e de desenvolvimento sectorial com as de emprego a fim de promover o crescimento e erradicação da pobreza através aumento do emprego e de resultados de crescimento da produtividade; e combater más práticas tais como corrupção que dificultam o potencial de criação de empregos produtivos do sector privado e investimentos; c. Integrar/Traduzir as políticas de emprego em quadros jurídicos que permitam uma Abordagem eficaz Baseada em Direitos; d. Desenvolver uma coerência institucional sobre a gestão do mercado de trabalho, aumentando a coerência orgânica entre as principais funções do mercado de trabalho do emprego, do Trabalho, Ensino Técnico Profissional (ETP) e Desenvolvimento de Competências; e. Aumentar a atribuição orçamental adequada para políticas e programas de emprego, como parte do quadro macro tais como o Quadro de Despesas a Médio Prazo; f. Fortalecer o ambiente de negócios, governação política e económica para permitir os investimentos e a transferência de tecnologia na indústria manufatureira de trabalho altamente intensivo a fim de impulsionar um crescimento comandado pelo sector privado - que iria aumentar as oportunidades de emprego. 2

4 g. Criar plataformas que permitam aos cidadãos e actores não estatais (ONG), associações da sociedade civil, organizações de base comunitária) a levantar suas vozes sobre questões relativas à prestação de contas e transparência no que diz respeito ao emprego e crescimento inclusivo. Reforçar as políticas de planificação de recursos humanos, especialmente nas áreas principais tais como a saúde, a educação, onde a escassez de mão-de-obra pode ser prejudicial para o desenvolvimento humano e inclusivo. Pela CUA: a. Garantir a prestação de contas da Conferência dos Chefes de Estado através de avaliações do progresso bienais sobre a implementação das Principais Áreas Prioritárias pelos Estados Membros e as Comunidades Económicas Regionais, uma Avaliação Intercalar em 2019 e uma avaliação final em 2024; b. Usar os mecanismos de prestação de contas da UA existentes tais como o MARP; c. Desenvolver e implementar instrumentos para medir e reportar casos de exclusão social, com apoio técnico das agências da ONU e de peritos independentes; Área Prioritária Principal 2: Emprego para Jovens e Mulheres Resultado Previsto: Desemprego de Jovens e Mulheres e Redução do Subemprego 5. Os resultados previstos serão alcançados através da implementação acelerada do Pacto da UA para o Emprego dos Jovens e das Mulheres, em particular as intervenções consagradas nas estratégias a seguir. Estratégias: Pelos Estados Membros: a. Apoiar a participação dos Jovens e das Mulheres no diálogo político sobre o emprego e outras políticas relacionadas; b. Promover uma abordagem integrada ligando as políticas de emprego, da redução da pobreza e de desenvolvimento inclusivo para reduzir o elevado nível de pobreza de jovens e mulheres; 3

5 c. Tomar medidas urgentes para melhorar e aumentar a capacidade de resposta dos sistemas de educação e formação às necessidades actuais e futuras do mercado de trabalho, a fim de resolver a inadequação generalizada e estrutural de competências; realizar com urgência uma identificação e previsão das necessidades de competências para correspondência eficaz entre a demanda e a oferta de competências na economia formal e informal e para fazer face ao longo período de desemprego da maioria de jovens e mulheres. d. Apoiar o autoemprego e empreendedorismo dos jovens e das mulheres, através de uma melhor formação em competências básicas de negócios e um ambiente de negócios que é sensível às necessidades e expectativas dos jovens e das mulheres; e. Apoiar o empreendedorismo social e as empresas, em particular, as cooperativas como empresas de negócios sustentáveis e com sucesso, contribuindo para a geração de emprego, protecção social e erradicação da pobreza; o apoio deve ser alargado ao sector social das ONG, OBCS e OR como meio de promover crescimento inclusivo através emprego e intervenções de protecção social; f. Optimizar a força de trabalho feminina, através da promoção da igualdade de acesso ao trabalho e melhoria das condições de trabalho para as mulheres; e apoiar a implementação da Decisão EX/CL/117 (V) e da Declaração sobre a Igualdade de Género em África, adoptada pela Quinta Sessão Ordinária do Conselho Executivo e pela Terceira Sessão Ordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo; g. Oferecer incentivos fiscais e sociais adequados para apoiar a criação do emprego para jovens e mulheres nas Empresas Micros, Pequenas e Médias, na Agricultura, Economia Informal, Indústrias Culturais e Serviços, em particular os serviços baseados em TIC; h. Reforçar as ligações entre o emprego para jovens e mulheres e as Tecnologias da Informação e Comunicação e o crescimento do emprego impulsionado pelos sectores, tais como economia verde, agricultura, pesca, carreiras artísticas; i. Promover a inclusão financeira para aliviar restrições vinculativas representadas pela falta de acesso ao financiamento por parte de empresas, famílias e indivíduos, com foco na exploração de serviços financeiros inovadores (tais como poupança, seguros, crédito, transferência de dinheiro) para permitir o acesso ao emprego a mulheres e jovens nas áreas rurais; j. Apoiar instituições que podem ajudar jovens recém-chegados no Mercado de trabalho, incluindo emprego com base nas escolas e bazares de carreiras; e 4

6 k. Reconhecer os programas de aquisição de competências informal e formal. Pela CUA e CER: a. Integrar o emprego para jovens e mulheres nos Programas da NEPAD, CAADP, PIDA, AIDA e outros da UA; b. Intensificar o Diálogo sobre a Política Espacial com os órgãos decisores da UA para apoiar a visão comum e envolvimento sustentável sobre a promoção do emprego para jovens e mulheres numa perspectiva de muitos intervenientes; c. Promover trabalho digno para Jovens e Mulheres pela paz, reconstrução e desenvolvimento nos países acabados de sair de conflitos; d. Promover uma Campanha de Trabalho Seguro para Jovens e Mulheres, defendendo condições de trabalho mais seguras para jovens e mulheres; e. Implementar a Parceria Público-Privada continental obre a Promoção de Emprego para Jovens e Mulheres; f. Identificar factores económicos a nível regional e continental que ofereceriam amplas oportunidades de desenvolvimento industrial e criação de emprego através de desenvolvimento da força de trabalho qualificada necessária (diamante, ouro, madeira, couro, etc.) e promover iniciativas de desenvolvimento integrado; g. Oferecer gestão como Governos e alcançar uma coerência política nos Quadros de Certificação Nacionais e Regionais para o Ensino Técnico- Profissional, bem como desenvolvimento de Planos de Acção Nacionais e Regionais de Emprego para Jovens e Mulheres; h. Garantir o intercâmbio de experiências sobre o emprego para jovens e mulheres, incluindo através de publicação de brochuras de boas práticas no domínio do emprego para jovens e mulheres; Área Prioritária Principal 3: Protecção Social, Produtividade e Competitividade para Desenvolvimento Sustentável e Inclusivo Resultado Previsto: Cobertura alargada de protecção social para as categorias excluídas de trabalhadores (ou para os Trabalhadores da Economia Informal e Rurais) e membros das suas famílias e melhor produtividade e concorrência em África. 5

7 Estratégias: Pelos Estados Membros: a. Realizar estudos multissectoriais para avaliar a situação de protecção social para os trabalhadores da economia informal e rurais, e membros das suas famílias e utilizar as constatações para o desenvolvimento de planos nacionais para implementar o Plano de Proteção Social para os Trabalhadores da Economia Informal e Rurais (SPIREWORK) como prioridade para o governo, com o apoio de parceiros internacionais. b. O Plano de Proteção Social do País para a economia os Trabalhadores da Informal e Rurais (SPIREWORK) deve abranger: (i) um Pacote Mínimo de Proteção Social; (ii) um Quadro Jurídico e Regulamentar Favorável; (iii) Advocacia, Estatísticas e Gestão do Conhecimento; (iv) Organização e Criação de Redes para a Capacitação e Participação Eficaz dos Trabalhadores Informais; e (v) Diálogo Político e Social; c. Desenvolver viabilidade flexível, determinação de custos e estratégias de financiamento sustentável, combinando regimes contributivos e não contributivos para os programas SPIREWORK definidos a nível nacional, para reduzir os gastos públicos e aliviar a pressão sobre os escassos recursos públicos destinados a proteção social; d. Garantir a formalização progressiva da economia informal através de criação de um ambiente jurídico e regulamentar para empresas sustentáveis, desenvolvimento de competências, extensão progressiva do trabalho e da proteção social, desenvolvendo sinergias e complementaridades entre SPIREWORK e em conformidade com a Recomendação do Piso de Proteção Social da ONU (n o 202), promoção da produtividade e estímulo à organização de trabalhadores informais e das empresas; e. Tomar medida específica para alargar o trabalho e protecção social para os trabalhadores domésticos; e em geral, desenvolver políticas de protecção sociais e programas na economia informal mais sensíveis ao género; f. Promover uma abordagem integrada que estabelece ligação com a redução da pobreza, maternidade e protecção da saúde e acesso à proteção social para as mães que trabalham na economia informal a fim de lhes permitir uma melhor conciliação entre responsabilidades de trabalho, da família e de cuidado. g. Tomar medidas apropriadas para fazer advocacia contra e reduzir a incidência de formas inaceitáveis do trabalho em todas as suas formas. 6

8 h. Aumentar a produtividade das economias africanas, com foco nas EPM, Micro Empresas e no Sector Público, em harmonia com a agenda de Produtividade para África; i. Fortalecer a capacidade de centros de gestão de produtividade de nível nacional. Pela CUA: a. Integrar SPIREWORK no Programa Integrado de Desenvolvimento da Agricultura Africano (CAADP), alavancando as empresas cooperativas e instituições de micro-finanças para promover a protecção social dos trabalhadores rurais e dos membros das suas famílias; b. Implementar a iniciativa especial continental sobre a segurança social tendo como alvo as EPM, em colaboração com as CER; c. Acelerar a implementação da Agenda de Produtividade de África a fim de apoiar a aplicação das políticas da UA sobre o desenvolvimento da agricultura e industrialização; d. Desenvolver um Índice de Produtividade e Competitividade para África; e. Aumentar mais-valia da produtividade e concorrência das Economias Africanas, com ênfase nas EPM, Micro Empresas e o Sector Público; f. Promover a indução de uma cultura de produtividade no seio das pessoas em África e uma cultura de proteção social entre os trabalhadores da economia informal e rurais; e g. Desenvolver capacidade de planificação através do estabelecimento de um Centro Africano da Economia Informal (ACIE) e de um Conselho de Produtividade Africano. Pelos Parceiros de Desenvolvimento Internacionais: a. Empenhar-se numa coordenação melhor e regular das suas intervenções ao nível nacional, regional e continental; Área Prioritária Principal 4: Instituições do Mercado de Trabalho em Bom Funcionamento e Inclusivas Resultado Previsto: modernizadas Instituições do Mercado de trabalho melhoradas e 7

9 Estratégias: Pelos Estados Membros; a. Desenvolver e fortalecer sinergias e complementaridades entre os principais intervenientes do mercado de trabalho, permitindo que os Serviços Públicos de Emprego actuem como um centro para a melhoria da prestação de serviços sobre auto-emprego e intervenções de intermediação; b. Estabelecer Unidades Planificação, Monitorização e Avaliação de Emprego e de Recursos Humanos, com objectivo de criar e melhorar a capacidade de planificação estratégica nos ministérios responsáveis pelo trabalho, emprego, protecção social e ETP; c. Promover os mecanismos e instituições de diálogo social, enquanto se estende o seu domínio para a economia informal e o sector rural para apoiar o crescimento económico equilibrado e inclusão social; d. Acelerar a profissionalização das instituições do mercado de trabalho para apoiarem as políticas de desenvolvimento e planos de investimento, concertando-se na prestação de serviços profissionais de qualidade para as EPM e Micro Empresas na Economia Informal; e. Implementar o Quadro de Harmonização e Coordenação dos Sistemas de Informação do Mercado de Trabalho para fortalecer os Sistemas de Informação do Mercado de Trabalho e capacidades de Planificação dos Recursos Humanos a fim de melhorar a compreensão, participação e parceria na formulação, implementação e avaliação e monitorização de políticas de desenvolvimento inclusivo; f. Levar a cabo reformas institucionais, jurídicas e outras do mercado de trabalho, para aumentar o emprego e o crescimento, garantir a inclusão dos grupos vulneráveis; g. Adotar e aprofundar as reformas para garantir a flexibilidade do mercado de trabalho adequado e a eliminar distorções que incentivam as técnicas de produção intensivos do capital, em detrimento das do trabalho intensivo; h. Prosseguir políticas fiscais que promovam o investimento em trabalho intensivo no sector de infraestruturas e outros. Enquanto isso, as políticas monetárias devem prestar atenção ao crescimento e emprego, enquanto se garante a estabilidade dos preços; i. Fortalecer a capacidade das administrações descentralizadas e das autoridades locais ao participarem na implementação de políticas de emprego para o desenvolvimento local eficaz para o emprego local, no âmbito da Carta Africana 8

10 sobre os valores, princípios da descentralização, governação e desenvolvimento locais; j. Promover a coordenação de políticas internas entre os ministérios e outras instituições do Estado em matéria de elaboração de políticas para melhorar a coerência, eficiência e eficácia na integração do emprego nos planos e programas de desenvolvimento; Pela CUA: a. Implementar a Plataforma de Cooperação Técnica Intra-Africana para tirar proveito da valiosa experiência técnica acumulada pelos Estados Membros ao longo de décadas nas áreas de emprego, trabalho, migração de trabalhadores e gestão das políticas de proteção social; b. Realizar uma avaliação dos Centros de Administração Regionais de Trabalho Africana e elevá-los a estruturas africanas especializadas para apoiar a implementação de Políticas da UA sobre o trabalho, emprego, protecção social e migração; c. Promover o empreendedorismo social, incluindo o estabelecimento e fortalecimento de empresas cooperativas economicamente viáveis, para a criação de empregos e ampliação da proteção social para os trabalhadores da economia informal e rurais; d. Reforçar a capacidade das instituições do mercado de trabalho africanas com vista a identificar as futuras competências e necessidades de formação profissional para o crescimento inclusivo e a integração económica regional. Área Prioritária Principal 5: Migração de Trabalhador e Integração Regional Estratégias: a. Resultado Previsto: Governação da Migração de Trabalhadores Melhorada no seio de África para Integração Económica Regional e com outras Regiões Pelos Estados Membros: a. Harmonizar e coordenar os quadros jurídicos e regulamentares do trabalho e de segurança social e os códigos de investimento, bem como os quadros de acreditação de competências, a fim de atrair investidores e apoiar a implementação das políticas de desenvolvimento; adoptar políticas nacionais de emprego, que permitem a livre circulação de pessoas e trabalhadores a nível regional e intra-regional como componente essencial da cooperação económica e da integração regional; 9

11 b. Desenvolver a capacidade de Inspecções do Trabalho, Serviços Públicos de Emprego e Instituições de Previdência Social para regular a migração de trabalhadores através de políticas de migração laboral e legislação consistentes com as políticas de emprego e de estruturas administrativas e técnicas eficazes, incluindo as associações dos trabalhadores e organizações dos empregadores; c. Desenvolver quadros regulamentares para assegurar que as agências de colocação privadas envolvidas em recrutamentos internacionais estão a operar de acordo com as normas nacionais e internacionais, tendo em consideração o recrutamento ético internacional, a fim de assegurar a disponibilidade do conjunto de competências necessárias para o desenvolvimento dos países africanos; d. Desenvolver a recolha, análise e disseminação de dados de migração de trabalhadores através da melhoria dos sistemas de informação do mercado de trabalho; e. Criar mecanismos institucionais para o diálogo regular sobre migração entre os países de origem e os de destino, bem como criar sistemas de gestão de recrutamento estruturado em ambos os países de origem e de destino; f. Proporcionar igualdade de tratamento e não discriminação entre os trabalhadores migrantes e nacionais nas áreas de emprego, ocupação, condições de trabalho, remuneração, segurança social, educação e mobilidade geográfica; os trabalhadores migrantes devem ser ajudados a regressar e reassentar no seu Estado de origem, mediante, inter alia, incentivos fiscais para iniciar novos negócios bem com outros tipos de incentivos, tais como garantir a retenção dos direitos de segurança social dos trabalhadores migrantes; g. Facilitar a criação de mecanismos específicos de proteção social aos trabalhadores migrantes no sector da economia informal e rural e aos membros das suas famílias; h. Promover o respeito e a proteção dos direitos dos trabalhadores migrantes através da sensibilização, informação, comunicação que apoiam percepções públicas positivas em relação aos migrantes, a fim de combater a discriminação e xenofobia e melhor integrar os trabalhadores migrantes nas comunidades de acolhimento; i. Reforçar o emprego de jovens e mulheres para reduzir as crescentes pressões migratórios e os riscos da migração irregular e do tráfico de pessoas. 10

12 j. Desenvolver programas e actividades de sensibilização sobre o direito nacional e internacional respeitante aos trabalhadores migrantes, para combater a discriminação e xenofobia e para uma melhor integração dos trabalhadores migrantes nas comunidades de acolhimento. Pelas CER: a. Estabelecer intercâmbios regionais de trabalhadores, inclusive com a utilização das TIC, destinados a facilitar o emprego de recursos humanos disponíveis de um Estado Membro noutros Estados Membros que têm falta de mão-de-obra qualificada e apoiar o intercâmbio de boas práticas; b. Fortalecer a cooperação intra-regional e inter-regional em matéria de migração de trabalhadores e facilitar o diálogo regional nesta esfera através de órgãos políticos regionais e as autoridades técnicos competentes sobre o trabalho, emprego, protecção social e desenvolvimento de competências; c. Integrar a perspectiva do género nos programas de migração de trabalhadores, representando as necessidades específicas das mulheres no comércio informal transfronteiriço; d. Facilitar o reconhecimento das qualificações e credenciais, elaborando uma revisão anual de lacunas de competências e garantir a parceria dos sectores público-privada em todas as CER. e. Assegurar a ratificação e aplicação de protocolos regionais e convenções internacionais em matéria da livre circulação e direito de estabelecimento. f. Abordar os desafios relacionados com os trabalhadores domésticos migrantes dentro e fora de África, especialmente no que diz respeito a abusos, violação dos direitos fundamentais e vulnerabilidade social e económica. Pela CUA: a. Criar, com outras regiões de destino, mecanismos de diálogo sobre Mobilidade a de Trabalhadores e Migração Circular com vista a melhorar a compreensão das principais tendências e dos desafios, facilitar a identificação de preocupações políticas comuns e apoiar a migração regular de trabalhadores e o seu impacto sobre o desenvolvimento, acordo sobre o reconhecimento mútuo de habilidades e acreditação com compromisso de investir em recursos humanos, através da modernização dos sistemas do ETP nos países de origem para mitigar o desafio da fuga de cérebros; 11

13 b. Assegurar a coerência e a coordenação entre as políticas comerciais e do mercado do trabalho, para atingir uma taxa global superior de criação de emprego e atenuar algumas das pressões de uma concorrência global pelo emprego, em colaboração com as CER; c. Apoiar a Comissão dos Assuntos de Trabalho e Sociais no acompanhamento, monitorização e avaliação de políticas e programas sobre a migração de trabalhadores, incluindo o papel dos trabalhadores migrantes africanos no desenvolvimento social e económico. d. Desenvolver boas políticas de planificação de recursos humanos para fazer face à fuga de cérebro africano e desperdício de cérebro, promover a transferência do conhecimento e de competências e a contribuição dos migrantes altamente qualificados e das diásporas científicas em relação à educação, investigação científica e tecnológica e desenvolvimento social e económico. e. Criar um Comité Consultivo sobre Migração de Trabalhadores Africanos, com missão de avaliar a escassez de trabalho, dados demográficas e outros relacionados com a força de trabalho, aconselhar um melhor acompanhamento dos fluxos e saídas migratórios através para e fora do continente, em coordenação com os Estados Membros e as CER. Área Prioritária Principal 6: Parceria e Mobilização de Recursos Resultado Previsto: Melhor Parceria e Mobilização de Recursos para implementação eficaz da Declaração e do Plano de Acção a todos os níveis. Pelos Estados Membros: a. Envolver o Ministério das Finanças e Planificação do Desenvolvimento para aumentar a dotação do orçamento nacional para as políticas e programas do emprego e protecção social, inclusive através dos Quadros de Despesas a Médio Prazo desenvolvidos pelos Estados Membros; b. Envolver o Ministério das Finanças e Planificação do Desenvolvimento para definir o emprego e proteção social como áreas prioritárias no âmbito da agenda de cooperação internacional dos Estados Membros; c. Reforçar as parcerias baseadas nos programas de médio prazo com os parceiros internacionais de desenvolvimento; Pela CUA: a. Facilitar a avaliação da implementação, monitorização e avaliação do progresso do Plano de Acção, CUA elaborará um programa detalhado e 12

14 orçamentado com duração de quatro anos, com metas e indicadores, no âmbito do seu processo de planificação. Em 2019 e 2025 serão, respetivamente, produzidos relatórios de Avaliação Intercalar e Final; b. Através da implementação do Documento Estratégico de Mobilização de Recursos, aumentar a capacidade de planificação, monitorização e avaliação dos ministérios responsáveis pelo trabalho, emprego e ETP, para os mobilizar recursos necessários para a implementação de políticas do emprego; c. A CUA e o BAD devem considerar a criação de um Fundo de Emprego e Coesão Social para prestar apoio à implementação, acompanhamento, monitorização e avaliação da Declaração e do Plano de Acção com os mecanismos adequados a cada nível; d. Garantir a participação efectiva do continente no fórum global onde o emprego, a protecção social, migração, trabalho, produtividade e erradicação da pobreza são discutidos para a posição, definição de normas, formulação de directrizes e de políticas de desenvolvimento; e. Estabelecer a implementação, acompanhamento, monitorização e mecanismos de avaliação a serem utilizados em todos os níveis pelos intervenientes no seu esforço para atingir os objectivos da Declaração e do Plano de Acção. Por todas as Partes: a. Estabelecer/fortalecer Parcerias Público-Privadas a todos os níveis, incluindo programas de Responsabilidade Social Empresarial; b. Identificar e desenvolver, em todos os níveis, planos, programas e projectos, com orçamento, formulando os recursos necessários para o seu financiamento pelos orçamentos nacionais e em consulta com outros parceiros internacionais financiadores; c. Organizar uma mesa redonda com os parceiros internacionais de desenvolvimento para apoiar a implementação de políticas, programas e planos de acção desenvolvidos sobre o emprego, trabalho e proteção social; Organizar conferências periódicas de doadores (bienais) com os parceiros internacionais de desenvolvimento. Conclusão: 6. A implementação com sucesso e sustentável deste Plano de Acção e sua da Declaração exigem parcerias fortes e amplo um vasto mecanismo de financiamento sustentável a nível nacional, regional, continental e internacional. 13

15 Para o efeito, a cada Estado Membro compromete-se aumentar seu orçamento para as políticas de emprego e forjar e manter parcerias com Organizações Não- Governamentais, Sindicatos e Organizações de Empregadores, da Sociedade Civil, Religiosas, Comunitárias e do sector privado. 7. Os Estados Membros são, portanto, convidados a identificar as suas prioridades de acordo com as condições nacionais e especificidades, o seu estado de desenvolvimento, bem como os seus recursos humanos, financeiros e nacionais e capacidades institucionais. 8. A União Africana deve fortalecer as actividades de cooperação técnica em termos de capacitação com os Estados Membros e as CER, para uma melhor governação do emprego e para o reforço do seu papel fundamental no crescimento inclusivo e na integração económica regional 14