Construtivismo. UNICURITIBA Curso de Relações Internacionais Teoria das Relações Internacionais II Professor Rafael Reis
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- Tomás Cunha Pinto
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1 Construtivismo UNICURITIBA Curso de Relações Internacionais Teoria das Relações Internacionais II Professor Rafael Reis
2 - Nicholas Onuf World of Our Making Rules and Rule in Social Theory of International Politics (1989) - Alexander Wendt Anarchy is what States make of it (1992) Social theory of international politics (1999) Ambos destacavam a premissa básica do construtivismo: vivemos em um mundo que construímos, no qual somos os principais protagonistas, e que é produto das nossas escolhas. Este mundo em permanente construção é construído pelos agentes. Não se trata de um mundo que nos é imposto, que é predeterminado e que não podemos modificar. Podemos mudá-los, transformá-lo.
3 O mundo é socialmente construído (NOGUEIRA, pág. 162). A natureza do debate não é mais sobre metodologia, mas sim a respeito da ontologia. Isto é, sobre a natureza daquilo que deveríamos estudar e sobre aquilo que vemos nas relações internacionais (NOGUEIRA, pág. 162). Ontologia: A ontologia de uma teoria corresponde às referências concretas de um discurso, ou seja, às coisas que compõem o mundo real. Em física, a ontologia seria o tempo, a matéria, a força, etc. Nas Relações Internacionais, refere-se a como os atores constroem o mundo o político e dão propósito a ele. Em R.I., a grande pergunta ontológica é: o que é a realidade constituída das relações internacionais, ou, em outras
4 palavras, do que é composto o mundo das relações internacionais? Epistemologia: A epistemologia de uma teoria refere-se a como o conhecimento é construído, como ele é gerado. É extremamente importante, pois indicará o que o teórico privilegiará como explicação. Por exemplo, as ciências econômicas têm o positivismo como sua epistemologia porque os economistas privilegiam as observações empíricas para explicar a realidade. Metodologia: refere-se a como se deve resolver uma questão. O modo de resolução geralmente se divide em métodos quantitativos e qualitativos. Os métodos quantitativos envolvem observações quantificáveis da realidade, enquanto os qualitativos procuram buscar os elementos que explicam ou traduzem a compreensão de
5 uma realidade e que não necessariamente são quantificáveis. Positivismo: Enfatiza a centralidade de proposições empíricas isto é: as razões para aceitar hipóteses são evidentes a partir de uma observação cuidadosa da realidade. Observamos eventos e com base nessas observações esperamos prognosticar as conseqüências de ações realizadas agora ou no futuro (Nicholson, 1996, p. 132). O Positivismo procura explicar as RI, isto é, as teorias positivistas racionalistas (Realismo, Neorealismo, Neoliberalismo) procuram formular as explicações, entendidas como leis ou regras sobre o que são as coisas e como elas funcionam. O Pós-Positivismo procura entender do que são constituídas as RI. As teorias que
6 procuram entender afirmam que todo o marco teórico que constrói uma teoria o faz carregado de seus preconceitos e crenças, e isso afeta como ele vê o assunto a ser analisado. +++ Assim, o Positivismo crê em uma realidade objetiva que se possa explicar,...enquanto que o Pós-Positivismo vê que a realidade é socialmente construída. +++ Pós-Modernismo Teoria Normativa Teoria Crítica Sociologia Histórica Teorias Reflexivas
7 CONSTRUTIVISMO: Procura conciliar a epistemologia positivista (empirismo) com a ontologia póspositivista. via média (middle ground) Premissas centrais do construtivismo: 1ª) A premissa comum a todos os construtivistas é que o mundo não é prédeterminado, mas sim construído à medida que agem, ou seja, que o mundo é uma construção
8 social. É a interação entre os atores, isto é, os processos de comunicação entre os agentes, que constrói os interesses e as preferências dessas agentes (NOGUEIRA, pág. 166). 2ª) Debate Agente versus Estrutura - É preciso saber quem veio antes os agentes ou a estrutura para depois saber quem influencia, constrange e ou limita as opções e a evolução do outro. - Negação de qualquer antecedência ontologia aos agentes e à estrutura. - No debate agente-estrutura, os construtivistas negam simultaneamente que os agentes precedam a estrutura e a moldam para servir seus interesses e suas preferências, e que a estrutura tenha capacidade de constranger e limitar as opções e, portanto, as
9 ações dos agentes. Para eles, agentes e estrutura são co-constitutivos uns dos outros, e nenhum precede o outro nem no tempo, nem na capacidade de influenciar o outro. Trata-se de um processo contínuo e permanente (NOGUEIRA, pág. 166). 3ª) Relação entre materialismo e idealismo. Se, por um lado, os construtivistas não descartam as causas materiais, por outro, consideram que as idéias e os valores que informam a relação do agente com o mundo material desempenham uma função central na formulação do conhecimento sobre este mesmo mundo (NOGUEIRA, pág. 167). Isso significa que os construtivistas não ignoram que exista um mundo lá fora, mas consideram que ele só faz sentido a partir do
10 momento que nos referimos a ele, e mediante os meios que usamos para nos referirmos a ele. 4ª) Negação da anarquia com uma estrutura que define a disciplina das Relações Internacionais. Existe um conjunto de normas e regras que organizam e norteiam as relações internacionais, tornando-as objeto de uma disciplina específica. 5ª) A anarquia internacional é socialmente construída. Isso significa que definir as relações internacionais como um espaço de conflito e competição permanentes é parcialmente correto, já que a natureza da anarquia não é pré-determinada, sendo socialmente construída. O sistema internacional pode variar entre conflito e cooperação.
11 6ª) A importância do conceito de identidade. Crítica às noções de identidade como algo prédeterminado. * A identidade é definida como o conjunto de significados que os atores atribuem a si próprios, tomando em perspectiva os outros. É importante notar que as identidades sociais de uma pessoa/estado podem assumir múltiplas formas (eu torço para o time X, pertenço à corporação Y, sou brasileiro, sou da religião Z, etc.). * Dessa forma, vemos que as identidades, tanto as nossas como as dos Estados, são socialmente construídas, porque a relação com o outro é que forma a minha percepção sobre mim mesmo. * Portanto, não poderíamos dizer que um Estado X tem um interesse conflitivo em relação ao
12 Estado Y antes de os dois se relacionarem. A identidade é base da construção dos interesses e somente passa a existir quando ambos começam a se relacionar. Não poderíamos dizer de antemão se os Estados X e Y teriam uma relação conflituosa (como afirma o Neorealismo) ou cooperativa (como o Neoliberalismo). As relações de cooperação e conflito entre Estados dependem substancialmente do processo de formação de identidade entre eles. Os Estados que se identificam positivamente entre si tendem a cooperar, enquanto aqueles que se identificam negativamente tendem a manter uma relação conflituosa.
13 Afinal, como você, a priori, poderia gostar de uma pessoa ou odiá-la antes de, ao menos, tomar contato com ela?
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