MATERIAL DE APOIO - PROFESSOR. 1. Como e quais são os requisitos para a instituição de uma unidade de conservação?
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- Ronaldo Esteves Machado
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1 RETA FINAL PROCURADOR FEDERAL Disciplina: Direito Ambiental Prof. Fabiano Melo Aula nº 01 MATERIAL DE APOIO - PROFESSOR Questões dissertativas AGU/Procurador Federal 2ª Fase/2010 (*) Unidades de Conservação 1. Como e quais são os requisitos para a instituição de uma unidade de conservação? 2. O Presidente da República, através de decreto, criou uma unidade de conservação de proteção integral em que não é possível a permanência de população tradicional, decorrência da incompatibilidade com os seus objetivos. Beltrano de Tal vive com sua família dentro dos limites dessa unidade de conservação antes de sua criação, ao passo que Ciclano de Tal transferiu-se com sua família para dentro dos limites da unidade de conservação imediatamente após a sua criação. Com esses apontamentos, indaga-se: a) na indenização em unidades de conservação, por desapropriação ou não, o que deve considerar o Poder Público? b) Qual o tratamento que deve ser dado ao Sr. Beltrano de Tal e ao Sr. Fulano de Tal? 3. Um determinado Parque Nacional cobra pela entrada de visitantes em seus limites, com a anuência do seu conselho consultivo e do ente executor e arrecadou, em 2006, o montante de R$60.000,00, dos quais ,00 para a manutenção do Parque Nacional. Outra unidade de conservação do grupo de proteção integral, por seu turno, de grande beleza cênica, tem as imagens de seus atributos constantemente vinculadas em comerciais televisivos, com a cobrança respectiva. Nesse sentido, indaga-se: a) Como deve ocorrer a exploração comercial de produtos e imagens das unidades de conservação? b) Qual a destinação e os critérios dos recursos financeiros obtidos pelas unidades do grupo de proteção integral? c) Em uma eventual auditoria no Parque Nacional, a destinação de R$29.000,00 para a manutenção da unidade encontra-se em conformidade com a legislação? 4. Uma determinada empresa submeteu ao órgão ambiental o licenciamento de uma atividade causadora de significativo impacto ambiental com proximidade à zona de amortecimento de uma Floresta Nacional. Por exigência do ente ambiental, foi exigida para a concessão da licença de operação a compensação ambiental no montante mínimo de 0,5% do valor total do empreendimento a uma unidade do grupo de proteção integral. Com esses apontamentos, indaga-se: a) O percentual mínimo de 0,5% sobre o valor total do empreendimento encontra embasamento legal? b) A destinação da compensação ambiental para a unidade de conservação do grupo de proteção integral encontra-se correta?
2 c) É necessário, para a compensação ambiental, a manifestação do órgão gestor da unidade de conservação? 5. Fulano de tal, produtor rural, pretende plantar soja geneticamente modificada a 600 metros de distância de uma unidade de conservação do grupo de proteção integral que ainda não possui a sua zona de amortecimento nem o seu plano plano de manejo. Outro produtor rural, Ciclano de tal, pretende plantar algodão geneticamente modificado a 700 metros dos limites de uma Reserva Particular do Patrimônio Natural. Nesse sentido, indaga-se: a) É possível o planto de soja geneticamente na zona de amortecimento de uma Unidade de Conservação? b) É necessária a autorização do gestor da unidade de conservação para o plantio de organismos geneticamente modificados? 6. No curso da realização dos estudos para a criação de uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, é possível ao Poder Público instituir limitações administrativas? Se sim, quais os limites? 7. O Poder Público, através de decreto, criou uma unidade de conservação do grupo de proteção integral, da espécie Parque Nacional. Fulano de tal, por sua vez, é proprietário de uma área rural que se insere no Parque Nacional em questão, que foi desapropriada pelo Poder Público. Ao se compor o preço do imóvel para fins indenizatórios, o Poder Público não quantificou pecuniariamente as áreas de preservação permanente e a reserva legal inserida em sua propriedade. Com essas considerações, indaga-se: a) como deve proceder o Poder Público no processo de desapropriação em unidades de conservação? b) o que deve ser incluído no quantum da indenização para fins da desapropriação no caso em epígrafe? c) as coberturas florestais, em especial as áreas de preservação permanente, incluem-se no quantum? E a reserva legal florestal?] Legislação brasileira de proteção florestal 8. Como se institui uma Área de Preservação Permanente? 9. Disserte sobre o corte e a supressão de vegetação em uma Área de Preservação Permanente. 10. Discorra sobre a Reserva Legal Florestal. É possível a exploração de uma Reserva Legal Florestal? 11. O Município de Curitiba, na gestão e manutenção das vias públicas, efetuou em 22 de novembro de 2007 o corte de 20 árvores cinqüentenárias. Após realizado o corte das árvores e a retirada do entulho das vias públicas, em 30 de novembro de 2007, o Município de Curitiba foi citado em sede de Ação Civil Pública proposta pelo Ministério Público Estadual, na qual foi alegado em síntese que: a) O Município de Curitiba realizou o corte sem a devida autorização ambiental, haja vista que a competência para autorização de corte e poda de árvores é do órgão Ambiental Estadual (IAP); b) O Município de Curitiba por seus agentes, deu causa a dano ambiental ao realizar o corte de árvores cinqüentenárias, que, independentemente da espécie, em decorrência da idade, estariam previstas no rol de árvores imunes de corte protegidas por lei;
3 c) Referido dano ambiental atingiu toda à coletividade, violando direito difuso ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, estando o Município de Curitiba adstrito à reparação do dano ambiental, de natureza objetiva, mediante o pagamento de indenização no valor de R$ ,00 (cem mil reais), considerando a extensão do dano e a proporcionalidade da lesão ao patrimônio natural. A partir do caso acima, discorra sobre a regularidade do corte das árvores e as argumentações apresentadas pelo Ministério Público Estadual. 12. Um produtor rural pretende efetuar o corte de árvores em uma floresta de mata atlântica para a construção de um silo em sua propriedade. Trata-se de floresta de vegetação secundária em estágio médio de regeneração. A partir do que se consignou, manifeste sobre a pretensão do produtor rural e os requisitos para eventual deferimento da autorização. 13. (FGV/Rio) Para efeitos de proteção do bioma Mata Atlântica, como se dá a divisão entre os diferentes estágios de regeneração e qual a exceção prevista para comunidades tradicionais e pequenos proprietários rurais? 14. Disserte sobre o corte de vegetação de Mata Atlântica em área urbana. 15. Quais os regimes de gestão das florestas públicas no Brasil? 16. Disserte sobre a concessão florestal? Destaque o seu processo licitatório. 17. O que é o Plano Anual de Outorga Florestal? (*) Questões extraídas de concursos anteriores ou formuladas pelo professor. Jurisprudência Correlata RE /SP. Rel. Min. Celso de Mello, DJ 22/09/95 "(...) A norma inscrita no art. 225, 4º, da Constituição deve ser interpretada de modo harmonioso com o sistema jurídico consagrado pelo ordenamento fundamental, notadamente com a cláusula que, proclamada pelo art. 5º, XXII, da Carta Política, garante e assegura o direito de propriedade em todas as suas projeções, inclusive aquela concernente à compensação financeira devida pelo Poder Público ao proprietário atingido por atos imputáveis à atividade estatal. - O preceito consubstanciado no art. 225, 4º, da Carta da República, além de não haver convertido em bens públicos os imóveis particulares abrangidos pelas florestas e pelas matas nele referidas (Mata Atlântica, Serra do Mar, Floresta Amazônica brasileira), também não impede a utilização, pelos próprios particulares, dos recursos naturais existentes naquelas áreas que estejam sujeitas ao domínio privado, desde que observadas as prescrições legais e respeitadas as condições necessárias à preservação ambiental. A ordem constitucional dispensa tutela efetiva ao direito de propriedade (CF/88, art. 5., XXII). Essa proteção outorgada pela Lei Fundamental da Republica estende-se, na abrangência normativa de sua incidência tutelar, ao reconhecimento, em favor do dominus, da garantia de compensação financeira, sempre que o Estado, mediante atividade que lhe seja juridicamente imputável, atingir o direito de propriedade em seu conteúdo econômico, ainda que o imóvel particular afetado pela ação do Poder Público esteja localizado em qualquer das áreas referidas no art. 225, par. 4., da Constituição. Questão 07 AI AgR / Relator(a): Min. EROS GRAU Julgamento: 20/05/2008
4 EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. DESAPROPRIAÇÃO. ÁREA SUJEITA À PRESERVAÇÃO PERMANENTE. INDENIZAÇÃO DEVIDA. 1. A área de cobertura vegetal sujeita à limitação legal e, conseqüentemente à vedação de atividade extrativista não elimina o valor econômico das matas protegidas. Agravo regimental a que se nega provimento. RESP HERMAN BENJAMIN DJE DATA: 09/06/2009 Ementa ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. INEXISTÊNCIA DE PLANO DE MANEJO OU EXPLORAÇÃO DAS MATAS. COBERTURA FLORÍSTICA. CÁLCULO EM SEPARADO. INVIABILIDADE. 1. A indenização da cobertura florística depende da efetiva comprovação de que o proprietário esteja, no momento da edição do ato constritor, explorando econômica e licitamente os recursos vegetais, nos termos e limites de autorização expedida de maneira regular pelo órgão ambiental competente. Precedentes do STJ. 2. Na análise do potencial econômico madeireiro, além das dificuldades de acesso e dos custos de transporte, devem-se levar em consideração as restrições legais e administrativas à utilização da propriedade, excluindo-se da base de cálculo as Áreas de Preservação Permanente (arts. 2 e 3 do Código Florestal), as de Reserva Legal não averbadas ou sem Plano de Manejo aprovado pelo órgão ambiental competente, bem como as que, por suas características naturais ou por obediência a estatuto jurídico próprio, não podem ser exploradas por conta da vedação de supressão para fins comerciais, de que são exemplos as árvores imunes a corte (art. 14, alínea "b", do Código Florestal) e a vegetação da Mata Atlântica, primária ou secundária em estágio avançado de regeneração, na moldura da Lei /2006, dentre outros casos. 3. O valor comercial, como aptidão madeireira, da cobertura florística depende diretamente da sua explorabilidade, que é um conceito a um só tempo jurídico (= condição legal de corte) e técnico (= condição material de acesso, transporte e mercado). 4. As áreas de inclinação média (entre 25 e 45 graus), previstas no art. 10 do Código Florestal, seguem o regime da Reserva Legal, isto é, são parcialmente indenizáveis, desde que contem com Plano de Manejo regularmente aprovado e anterior ao ato de constrição editado do Poder Público. 5. Na falta de autorização ou licença ambiental e de Plano de Manejo, a exploração de florestas, quando juridicamente possível, não é um direito ou interesse indenizável; ao contrário, se ocorrer, caracteriza ilícito ambiental (Lei 9.605/98) sujeito a sanções administrativas e penais, sem prejuízo do dever de reparar o dano causado, de forma objetiva, nos termos da Lei 6.938/ Hipótese em que o acórdão recorrido, apesar de reconhecer a inviabilidade do cálculo em separado da cobertura florística e a imprecisão do laudo pericial, adotou-o integralmente, considerando que o valor atribuído à vegetação representa mais que o dobro do montante relativo à terra nua. 7. Recursos Especiais providos. REsp / RO RECURSO ESPECIAL Ministro HERMAN BENJAMIN 07/02/ A indenização da cobertura florística depende da efetiva comprovação de que o proprietário esteja explorando econômica e licitamente os recursos vegetais, nos termos e limites de autorização expedida de maneira regular. Precedente: REsp /RN, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, Rel. p/ acórdão Min. João Otávio de Noronha, Segunda Turma, DJ Na análise do potencial econômico madeireiro, deve-se levar em consideração as restrições legais e administrativas à utilização da propriedade, excluindo-se da base de cálculo as Áreas de Preservação Permanente (arts. 2 e 3 do Código Florestal), as de Reserva Legal sem Plano de Manejo aprovado pelo órgão ambiental competente, bem como as que, por suas características naturais ou por obediência a estatuto jurídico próprio, não podem ser exploradas por conta da vedação de supressão para fins comerciais, de que são exemplos as árvores
5 imune a corte (art. 14, alínea b, do Código Florestal) e a vegetação da Mata Atlântica, primária ou secundária em estágio avançado de regeneração, na moldura da Lei /2006, dentre outros casos. 3. Na falta de autorização ou licença ambiental e de Plano de Manejo, a exploração de florestas, quando juridicamente possível, não é um direito ou interesse indenizável; ao contrário, se ocorrer, caracteriza ilícito ambiental (Lei 9.605/98), sujeito a sanções administrativas e penais, sem prejuízo do dever de reparar o dano causado, de forma objetiva, nos termos da Lei 6.938/81. Legislação pertinente ao tema Lei nº. 9985/00; Lei nº /06; Lei nº. 4771/65; Decreto nº. 5950/06; Decreto nº. 4340/02; Resolução Conama 369/06
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