Plano de Acção do Programa Mínimo de Integração (PMI) Relatório de Cálculo de Custos

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1 AFRICAN UNION UNION AFRICAINE UNIÃO AFRICANA Addis Ababa, ETHIOPIA, P. O. Box 3243 Telephone: Ext Website: Plano de Acção do Relatório de Cálculo de Custos Julho de 2011

2 INDICE I. Introdução... 1 II. Antecedentes e Justificativa para o Exercício de Cálculo de Custos... 1 III. Metodologia... 4 IV. Resumo das Necessidades de Financiamento do PMI... 5 V. Canais de Financiamento... 7 VI. Conclusão e Perspectivas do Futuro... 8 Anexo 1...9

3 I. Introdução 1. O é um mecanismo para a convergência das Comunidades Económicas Regionais (CERs), formulado com base numa série de domínios prioritários a implementar a nível regional e continental. Permite às CERs reforçarem a sua cooperação e beneficiarem da vantagem comparativa umas das outras, das melhores práticas e experiências no domínio da integração. O PMI constitui o elo em falta entre o Tratado de Abuja e a sua realização. 2. A abordagem da integração voltada para a criação da Comunidade Económica Africana (CEA), prevista pelo Tratado de Abuja, tinha orientação regional e assentava nas CERs, que constituem os pilares e elementos essenciais da Comunidade. Essas comunidades regionais fizeram progressos espantosos nos seus respectivos domínios desde que foram criadas, mas o ritmo de implementação dos programas é ainda muito lento e precisa do apoio de um vasto leque de actores de integração. 3. O desempenho lento de algumas CERs poderá ser explicado pelas enormes dificuldades que enfrentam, tais como a escassez de recursos financeiros e humanos; adesão de numerosos Estados Membros a mais de uma CER; infraestrutura física inadequada; em alguns casos falta de coerência e correlação entre os programas de cooperação sectorial e as políticas macroeconómicas aplicadas pelas CERs; falta de vontade política; infra-estrutura institucional débil; insuficiente coordenação entre as instituições Pan-Africanas; falta de coesão face aos numerosos parceiros de desenvolvimento, etc. 4. As dificuldades supramencionadas, sufocantes e limitativas como elas são, fornecem a razão de ser e, na verdade, justificam a importância do mandato conferido à Comissão da União Africana (CUA) pelas autoridades competente da União Africana, no sentido de elaborar um, não só para ultrapassar as dificuldades citadas, mas também para infundir maior visibilidade à implementação da agenda regional e continental de integração. 5. O Plano de Acção do PMI é o instrumento que foi concebido em colaboração com as CERs, para a implementação do PMI, e é de capital importância porque reúne consenso em torno das actividades e projectos a serem executados para acelerar o processo de integração regional e continental; o Plano confere visibilidade ao processo e clarifica as relações entre os intervenientes ou actores em termos de coordenação e harmonização de políticas. II. Antecedentes e Justificativa para o Exercício de Cálculo de Custos 6. A génese por trás do PMI partiu de uma proposta formulada pela Comissão da UA, dirigida à Terceira Conferência dos Ministros Africanos responsáveis pela 1

4 Integração (COMAI III), realizada em Maio de 2008, em Abidjan, Côte d Ivoire. Os Directores Executivos da UA, CERs, UNECA e BAD, reuniram-se em Julho de 2008, em Sham-El Sheikh, Egipto, e definiram as modalidades práticas do Programa, assim como os parâmetros necessários para a sua elaboração. O PMI tem sido elaborado pela Comissão da UA em estreita colaboração com as CERs e foi apresentado à Quarta Conferência dos Ministros Africanos responsáveis pela Integração (COMAI IV), realizada em Maio de 2009 em Yaoundé, Camarões, onde foi adoptado como um quadro estratégico continental dinâmico para o processo de integração. Posteriormente, foi aprovado pela Assembleia da União em Julho de 2009, em Sirte, Líbia. 7. O PMI deverá ser implementado em três (3) fases de quatro (4) anos cada, de acordo com o Plano Estratégico da UA e estruturado em torno dos seguintes onze sectores prioritários: Livre circulação de pessoas, bens, serviços e capital; Paz e Segurança; Infra-estruturas e Energia; Agricultura; Comércio; Indústria Investimento: Estatísticas; Assuntos Políticos; Ciência e Tecnologia e; Assuntos Sociais; 8. Esses sectores estão subdivididos em subsectores prioritários respectivos e, dentro destes últimos, estão contidas as principais actividades prioritárias e foram identificados projectos após consultas com as CERs. Portanto, o PMI é composto por actividades e programas relacionados com os sectores e subsectores prioritários e é um programa consensual de todos os intervenientes envolvidos no processo de integração regional e continental. O PMI encarna os projectos e actividades definidas no âmbito das várias etapas do Tratado de Abuja e deverá conferir maior visibilidade e clareza à implementação do Tratado e à agenda continental de integração. 9. Importa recordar que a Comissão da União Africana, em colaboração com as CERs e outros intervenientes envolvidos no processo de integração, foi solicitada pelos Ministros da Integração, na sua Quarta Conferência, realizada em Yaoundé, a apresentar as actividades prioritárias implementáveis e financiáveis em cada sector/subsector para serem implementadas durante as fases previstas no PMI. 10. A este propósito, a Conferência solicitou à CUA, em colaboração com os Estados Membros, CERs e os seus parceiros, a organizarem reuniões sectoriais para 2

5 identificar os sectores prioritários que são considerados aceleradores do processo de integração dentro de um cronograma definido, de acordo com o Plano Estratégico da União Africana. Em aplicação da recomendação supramencionada, a CUA organizou duas reuniões sectoriais em Nairobi, Quénia, a 11 e 12 de Maio de 2010 e em Lilongwe, Malawi, a 1 e 2 de Junho de Para evitar duplicação de trabalho, foi decidido que uma vez que já existem programas/planos de acção detalhados e com custos calculados nos sectores das Infra-estruturas e Energia, Agricultura, Ciência e Tecnologia e Paz e Segurança, não devem ser elaborados mais planos. Por conseguinte, o custo global do PMI deve ser analisado conjuntamente com estes programas/planos de acção com custos já calculados, tal como o Programa para o Desenvolvimento das Infraestruturas em África (PIDA), o Programa Alargado para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP); a Segunda Década para Educação; o Plano de Acção para a Ciência e Tecnologia; e a Arquitectura de Paz e Segurança (PSA). Consequentemente, os sectores a que esses planos de acção pertencem não foram incluídos durante as reuniões sectoriais. O resultado das reuniões sectoriais foi a elaboração do Plano de Acção do PMI, com base nos seguintes nove (9) sectores: Assuntos Políticos; Indústria; Assuntos Sociais; Estatística; Comércio; Livre circulação de pessoas e migração; Género; Investimento; e Capacitação e aperfeiçoamento de recursos humanos. 12. A Comissão da União Africana organizou uma reunião do Comité de Coordenação entre a UA-CERs-UNECA-BAD, a 8 de Novembro de 2010 em Zanzibar, Tanzânia, durante a qual, o Plano de Acção do Programa Mínimo de Integração foi adoptado pelas CERs. Convém recordar que, dadas as carências agudas em termos de financiamento do processo de integração em geral e do PMI em particular, a COMAI IV solicitou à CUA para, em colaboração com o BAD, explorar a possibilidade de criar um Fundo Especial de Integração Continental para a implementação do PMI, que será parcialmente mantido com os fundos continentais e regionais existentes, bem como outras fontes alternativas de financiamento, que estão a ser identificadas pela UA. 13. Neste contexto, a CUA está a levar a cabo um estudo de viabilidade sobre a criação de um Fundo de Integração Continental. A CUA foi igualmente incumbida de fazer a estimativa dos fundos necessários (cálculo dos custos) para a implementação de cada actividade e projecto constante do Plano de Acção do PMI. O objectivo deste exercício de cálculo de custos, é obter uma ideia sobre as 3

6 necessidades financeiras para a implementação do Plano de Acção do PMI, como vista a montar uma estratégia para angariar os fundos necessários. Esta actividade é vista na perspectiva da avaliação geral das necessidades financeiras da União Africana para implementar os seus programas. III. Metodologia 14. A metodologia aplicada para calcular o custo do Plano de Acção do PMI baseou-se na abordagem da identificação dos factores essenciais, através da qual os factores essenciais (consultores, workshops, seminários, etc.) necessários para realização das actividades foram identificados ao longo das três etapas de quatro anos em que o PMI está dividido. Utilizando esta metodologia, foram calculados os custos e avaliadas as necessidades em termos de recursos líquidos para as actividades e fases do Plano de Acção do PMI. Contudo, após a avaliação da fase 1, os custos calculados para a fase 2 e 3 poderão ser revistos de modo a ajustá-los em função de um possível aumento no número de actividades. Optou-se pela aplicação desta técnica para assegurar uma abordagem metodológica na determinação dos valores calculados. Onde possível, a identificação dos factores essenciais foi realizada dentro dos parâmetros do princípio SMART (Específicos, Quantificáveis, Realistas/Realizáveis, Oportunos). Actividades & Projectos Prioritários Objectivos Resultados Previstos Indicadores de Desempenho Identificação dos Factores Essenciais Custo e Cronograma de implementação Responsabilidade 15. Esta abordagem fornece também uma estrutura útil para acompanhar a forma como os recursos técnicos e financeiros deverão ser utilizados ou, em alternativa, como outras formas de assistência (como equipamento) podiam ser feitas, com base nos factores essenciais identificados para facilitar a implementação do PMI. Iria possibilitar aos monitores e avaliadores do PMI (internos e externos) medir e apresentar relatórios sobre o progresso da implementação do PMI de cada sector, subsector e actividade com base nos factores essenciais necessários à realização. 16. A aplicação da metodologia envolveu o seguinte processo: O Plano de Acção do PMI, com uma coluna adicional denominada identificação dos factores essenciais foi enviado para os departamentos concernentes da CUA com os vários sectores dentro do PMI. Os Departamentos em causa foram: Assuntos Económicos, Assuntos Políticos, Comércio e Indústria, Assuntos Sociais e Direcção da Mulher, Género e Desenvolvimento; Foram realizadas reuniões com os coordenadores do PMI e/ou equipas da divisão do respectivo Departamento dos sectores concernentes para explicar o exercício e para facilitar e orientar o processo de identificação dos factores essenciais necessários; 4

7 A base para a maioria do processo de cálculo dos custos envolveu também a utilização dos orçamentos dos Departamentos, planos de trabalho e propostas de projecto; e Em alguns casos, após acordo sobre os factores essências, os Departamentos identificaram as necessidades para o processo do cálculo de custos através de consultas internas. IV. Resumo das Necessidades de Financiamento do PMI 17. Custo da implementação: O custo global para implementar as actividades constantes do Plano de Acção do PMI é o seguinte: custo total para implementação do Plano de Acção do PMI é estimado em 129,175$EU milhões1; custo total para implementação das actividades da Fase 1 ( ) é estimado em 24,125 $EU milhões; custo total para implementação das actividades da Fase 2 ( ) é estimado em 54,705 $EU milhões; custo total para implementação das actividades da Fase 3 ( ) é estimado em 50,345 $EU milhões; 18. O Quadro 1 abaixo resume o custo estimado do Plano de Acção do PMI por sector ao longo das 3 fases. Este quadro é seguido pelas gravuras 1 a 3, que apresentam a quota percentual do custo total necessário para cada fase, por cada sector. Quadro 1: Plano de Acção do PMI: Repartição dos custos por cada sector Sectores do PMI Custo para a Fase 1 ( ) ($ EU) 5 Custo para a Fase 2 ( ) ($ EU)* Custo para a Fase 3 ( ) ($ EU)* Livre circulação de pessoas e emigração , ,00 Comércio , , ,00 Indústria , , ,00 Investimento , ,00 0,00 Estatística , ,00 Assuntos Políticos , , ,00 Assuntos Sociais , ,00 Género , Total , , ,00 I. 1 Uma vez que os principais sectores têm as suas próprias iniciativas cujos custos foram calculados separadamente, tais como o PIDA (Infra-estruturas), CAADP (Agricultura) e as 2ª Década da Educação, (Recursos Humanos Ciência e Tecnologia), os mesmos não foram incluídos no custo global do PMI.

8 Os custos da Fase 2 e 3 são uma estimativa e, em alguns casos, poderão ser revistos após a avaliação da Fase 1. Figura 1: Repartição Percentual dos Custos para Fase 1 por sector Financiamento por Sector (%) 42.2 Género 4.6 Livre Circulação e Migração 6.4 Comércio 3.0 Indústria 11.2 Investimento 9.5 Estatística 4.8. Assuntos Sociais 18.2 Assuntos Políticos Figura 2: Repartição Percentual dos Custos para Fase 2 por sector Financiamento por Sector (%) 0.0 Assuntos Sociais 8.0 Assuntos Políticos 0.0 Género 1.7 Livre Circulação e Migração 6.8 Comércio 2.8 Indústria 9.9 Investimento 70.8 Estatística Figura 3: Repartição Percentual dos Custos para Fase 3 por subsector 6

9 Financiamento por Sector (%) 4.2 Assuntos Políticos 1.2 Assuntos Sociais 0.0 Género 4.0 Livre Circulação e Migração 7.1 Comércio Investimento 79.9 Estatística 19. Os custos supramencionados excluem financiamento adicional para a monitorização e avaliação. Portanto, estes custos constituem o financiamento necessário para a Agenda de Integração de África, a partir de uma perspectiva continental. V. Canais de Financiamento 20. De acordo com o Regulamentos Financeiros da UA, o financiamento do Plano de Acção do PMI e das actividades nele contidas deve ser canalizado através do orçamento da UA e submeter-se aos vários procedimentos de gestão relacionados com o processo. Contudo, importa salientar que o Plano de Acção não é um acréscimo ou uma adenda ao orçamento da UA. Ao contrário, quando os Departamentos estiverem a elaborar as propostas orçamentais, devem incluir as actividades com que se comprometeram ao abrigo do Plano de Acção do PMI nas suas propostas orçamentais. Acontece que estas são actividades prioritárias para a implementação com sucesso e aceleração do processo da integração africana. 21. Visto que é necessário que o financiamento do PMI passe pelos procedimentos de orçamentação da UA, uma dificuldade que se prevê é o tecto de 5% no aumento do orçamento que foi imposto à organização. Dado que o Plano de Acção do PMI fornece alguma estimativa relativamente ao financiamento necessário para a Agenda de Integração de África (excluindo os custos relacionados com o CAADP, o PIDA, e a 2ª Década da Educação em África e Ciência e Tecnologia) poderá não ser viável reter o tecto de 5%, mas, em vez disso, deve ser adoptada uma abordagem orientada para os resultados (RBM) para a elaboração do orçamento e, o pessoal deve ser devidamente formado em como elaborar propostas de orçamento orientadas para os resultados, de modo a assegurar uma execução eficiente, reduzir o esbanjamento e apresentar resultados que tenham um impacto 7

10 na agenda de desenvolvimento e integração de África. Nestes termos, o PMI e o seu Plano de Acção adoptam a abordagem orientada para os resultados. 22. O custo de qualquer processo de integração económica é sem dúvida um exercício oneroso, devido ao grande número de sectores envolvidos e à profundidade da integração pretendida. Contudo, conforme for salientado anteriormente, a Comissão da UA perspectiva partilhar e distribuir o custo da implementação pelos seus Estados Membros, parceiros de desenvolvimento e sector privado. Ademais, tão logo seja criado um mecanismo de financiamento, como um Fundo, será então possível ter uma dotação para financiamento específico para financiar as actividades relacionadas com a integração no contexto do PMI e, o referido mecanismo e dotação deverão, tal como o Plano de Acção, conferir mais visibilidade às actividades específicas da integração. VI. Conclusão e Perspectivas do Futuro 23. Prevê-se que após ter sido concluída esta consulta inicial com os Departamentos da CUA, o exercício de cálculo de custo será ainda mais aperfeiçoado por meio de uma reunião consultiva com as Comunidades Económicas Regionais (CERs), de forma a averiguar se as cifras são realistas, as contribuições prudentes e se os custos globais são aceitáveis, e chegar a consenso sobre as etapas do processo, especialmente a estratégia de mobilização de recursos. 24. Após a sua conclusão, o Plano de Acção do PMI será remetido à Quinta Conferência dos Ministros Africanos responsáveis pela Integração (COMAI V) para adopção dos Ministros. Em seguida, o Plano de Acção será publicado formalmente. Prevê-se que a estratégia de mobilização de recursos irá consistir, entre outros, no seguinte: Uma reunião com os parceiros de desenvolvimento para apresentar, expor e atrair apoios para a implementação do Plano de Acção do PMI; Apresentação do Plano de Acção do PMI aos vários fóruns, tais como o Fórum Anual do Sector Privado, o Fórum da Parceria Africana (FPA), bem como outros considerados apropriados. 25. O exercício de custo para o Plano de Acção do PMI apresenta uma panorâmica das necessidades financeiras da União Africana no contexto da integração, para implementar as actividades acordadas dentro das prioridades seleccionadas do Plano de Acção do PMI. 8

11 Anexo 1 9