Teoria de Campos em Cosmologia. Sergio E. Jorás IF UFRJ

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Teoria de Campos em Cosmologia. Sergio E. Jorás IF UFRJ"

Transcrição

1 Teoria de Campos em Cosmologia Sergio E. Jorás IF UFRJ 1

2 SUMÁRIO Inflação (cold e warm) Quadro geral Re aquecimento Pré aquecimento Warm Inflation 2

3 INFLAÇÃO 3

4 4

5 5

6 6

7 Admitindo que escrever seja homogêneo, podemos como o de um fluido perfeito: PROJETOR 7

8 Em um sistema de coordenadas adaptado ao observador, isto é: pode se escrever 8

9 9

10 Parâmetros de slow roll: 10

11 Interpretação termodinâmica: 11

12 Um exemplo: inflação caótica potencial plano: slow roll: amplitude das perturbações: 12

13 Problemas: 1. Campo escalar?! BOSON DE HIGGS?! 13

14 14

15 2. Como começar?! Campo homogêneo a alta T Fraco auto acoplamento 15

16 3. Como terminar?! 16

17 SLOW ROLL (RE)AQUECIMENTO 17

18 (Re)aquecimento exercício: 18

19 transferência para radiação: 19

20 Temp t 20

21 (Pre)aquecimento SLOW ROLL (PRE)AQUECIMENTO 21

22 22

23 23

24 24

25 BANDAS DE RESSONÂNCIA 25

26 26

27 Warm Inflation SLOW ROLL 27

28 28

29 29

30 Espectro de perturbação 30

31 31

32 warm inflation: 32

33 Física Transplanckiana* t * Brandenberger and Martin,

34 34

35 35

36 A. Campo escalar de teste Tempo conforme: 36

37 37

38 B. Perturbações cosmológicas Métrica uniforme e homogênea Métrica perturbada 38

39 Perturbações escalares: + matéria (campo escalar) 39

40 Variáveis INdependentes de gauge 40

41 de Sitter: 41

42 Perturbações tensoriais: 42

43 43

44 C. Mapeando o problema: 44

45 Dentro do Horizonte: 45

46 Fora do Horizonte: + solução decrescente 46

47 em de Sitter: 47

48 WKB 48

49 ? 49

50 Duas abordagens: Modificar condições iniciais Modificar relações de dispersão 50

51 D. Modificar Condições iniciais Abordagem usual: vácuo adiabático Vantagem: sem suposições sobre Física trans Planckiana Basta definir uma condição razoável para cada modo ao sair da escala de Planck. 51

52 52

53 O que são condições iniciais razoáveis?! 53

54 Vácuo adiabático depende de em ds, é uma solução exata 54

55 vácuo adiabático de ordem zero mínima energia mínima incerteza... Cada escolha corresponde a uma determinada Física trans-planckiana 55

56 A amplitude dos efeitos depende de: 56

57 E. Relações de Dispersão Não Lineares 57

58 J.M. and R.B., Phys. Rev. D63, (2001) 58

59 Expansão em série* 59

60 WKB 60

61 Rel. Disp. LINEAR 61

62 62

63 Em progresso, com G. Marozzi (U. Bologna)*: estimar a amplitude das perturbações para esta relação de dispersão em particular; vincular os parâmetros usando dados da RCF * Proccedings of Les Houches Summer School,

64 CONDIÇÕES INICIAIS: 64

65 65

66 66

67 67

68 68

69 69

70 Λ : lado esquerdo ou direito? 70

71 5A. Contração de Wigner-Inonu* * Lorentz Galileo De Sitter Poincaré J.Math.Phys. 8 (1967),

72 Geradores de ds*: * T. Garidi,

73 Representações unitárias irredutíveis 73

74 Poincaré: massa e spin ds: Q(1) e Q(2) Problema: CdS < 0?! 74

75 5B. Deformação da Álgebra 4-MOMENTUM BOOSTS ROTAÇÕES 75

76 76

77 Kowalski-Glikman, Physics Letters B 499 (2001)

78 Em progresso, com M.V. Cougo Pinto, C. Farina e M.J. de Oliveira Neves (UFRJ): determinação dos efeitos de tais deformações na RCF 78

79 DEFEITOS TOPOLÓGICOS 79

80 Alguns Elementos de Teoria de Campos 1

81 LAGRANGEANA L = 1 2 µφ µ φ V [φ(x)] (1) Quando V [φ] = 1 2 µ2 φ 2, obtém-se a equação de Klein-Gordon: ( µ µ + µ 2 )φ = 0. (2) Podemos passar ao espaço dos momenta: E 2 + p 2 + µ 2 = 0. (3) 2

82 Uma regra fácil de ser aplicada para a determinação da massa de um campo sem correções quânticas é calcular a derivada segunda do seu potencial no seu estado de menor energia. Assim, de modo geral, pode-se dizer que µ 2 = 2 V φ 2 φ0. (4) 3

83 CAMPO ELETROMAGNÉTICO A µ (φ, A) Como o potencial vetor define o campo magnético a menos de um gradiente, a Lagrangeana do campo EM deve ainda ser invariante sob transformações do tipo A µ A µ + µ Λ. (5) 4

84 Duas transformações consecutivas deste tipo estão relacionadas a uma terceira do mesmo tipo: µ Λ 1 + µ Λ 2 = µ Λ 3 Λ 1 + Λ 2 = Λ 3. (6) Estas transformações de gauge ou de calibre formam um grupo, cuja regra de composição é a mesma do grupo U(1). O EM é, portanto, invariante sob U(1). 5

85 A Lagrangeana que fornece as equações de Maxwell do EM é L C F µν F µν j µ A µ, (7) onde C é uma constante (exercício!) e F µν µ A ν ν A µ (8) j µ (ρ, j) (9) cujos componontes designam os campos elétrico e magnético e a densidade e corrente elétricas. 6

86 Note que um termo de massa, do tipo 1 2 m2 γ A µ A µ, não é invariante pela transformação de calibre do EM. A µ A µ + µ Λ. (10) 7

87 MECANISMO DE HIGGS L = 1 2 ( µφ) µ φ 1 2 m2 φ φ φ, (11) onde ( ) indica o complexo conjugado. Note que ela é invariante sob a transformação φ φ exp(ieα), pertencente ao grupo U(1). 8

88 φ φ exp(ieα) µ Λ 1 + µ Λ 2 = µ Λ 3 Λ 1 + Λ 2 = Λ 3. exp(ieα 1 ) exp(ieα 2 ) = exp(ieα 3 ) α 1 + α 2 = α 3 Quando α é uma constante, a simetria sob U(1) é dita global. 9

89 Suponhamos agora uma Lagrangeana que acople este campo e o EM, dada por L = 1 4 F µνf µν + (D µ φ) (D µ φ) V (φ) (12) onde V (φ) = λ 4! ( φ φ a 2) 2 (13) D µ µ + iea µ 10

90 Figura 1: Potencial com quebra espontânea de simetria para um campo escalar complexo, com a 0. O plano horizontal é definido pelas componentes real e imaginária do campo φ. O círculo, pertencente a este plano, é o vácuo deste campo. 11

91 φ(x) φ(x) exp[ieα(x)] (14) A µ (x) A µ (x) µ α(x) (15) Note que esta definição identifica a constante e com a carga elétrica, que acopla o campo EM com o campo φ representando, portanto, uma partícula carregada eletricamente. 12

92 PERTURBAÇÕES φ(x) = a 1 2 (φ R (x) + i φ I (x)) (16) 13

93 Ao redor deste ponto, o potencial dado pela Eq. (13) fica V (φ) = 1 2 λa 2 6 φ2 R + O(φ 3 ). (17) O campo φ R possui massa quadrada m 2 R = λa 2 /6 enquanto que o campo φ I não tem massa. Este é o chamado bóson de Goldstone, e aparece sempre que a simetria do campo é quebrada espontaneamente. 14

94 O campo de gauge A µ também adquire um termo de massa: Expandindo o termo da derivada covariante e lembrando que o módulo do campo φ no seu estado de vácuo vale a 0, obtemos o termo e 2 a 2 A µ A µ (18) o que indica uma massa m A = 2ea para o campo de gauge A µ. 15

95 UNIFICAÇÃO DAS FORÇAS FUNDAMENTAIS E TRANSIÇÕES DE FASE Vamos utilizar o mecanismo de Higgs para descrever o processo de unificação das forças fraca (com simetria SU(2) L ) e eletromagnética (U(1)). Diferença fundamental: grupos não-abelianos! 16

96 µ D µ µ + i 2 gac µσ c i 2 g B µ, (19) onde há 4 campos de gauge: três A c µ (c = 1, 2, 3), associados ao grupo SU(2), e B µ, ao U(1). 17

97 PERTUBAÇÕES φ P = a (20) 18

98 O campo φ, como antes, adquire massa m φ = a λ/6. Os valores das massas adquiridas pelos campos de gauge podem ser obtidos calculando D µ φ 2 diretamente da expressão (19), o que leva aos termos extras 1 2 a 2 4 na Lagrangeana. [ g 2 (A 1 µ) 2 + g 2 (A 2 µ) 2 + ( ga 3 µ + g B µ ) 2] (21) 19

99 Os campos A 1 µ e A 2 µ são associados aos bósons vetoriais carregados W ± µ, com massa ag/2. O terceiro termo acima representa o Z 0 µ, com massa a/2. Estes são os três mediadores da força fraca. Há um quarto grau de liberdade, pois começamos com 4 campos de gauge. Exigindo-se ortogonalidade ao Z 0 µ, obtemos a expressão A µ = que é associado ao fóton. 1 ( ) g A 3 g 2 + g µ + gb µ 2, (22) 20

100 Assim, o campo eletromagnético não é associado à simetria U(1) presente no início, mas à que permaneceu após a quebra. Indica-se este processo por SU(2) L U(1) Y U(1) EM, (23) associando a simetria incial à hipercarga. 21

101 Analogia com Matéria Condensada: o Efeito Meissner 22

102 A principal característica dos potenciais efetivos que nos interess é a mudança no sinal do termo de massa, que depende da temperatura do sistema: V T (φ) = 1 2 m2 T φ2 + σ 3! φ3 + λ 4! φ4 (24) 23

103 Figura 2: Comportamento do potencial efetivo V [φ] com a mudanç a progressiva no sinal do termo de massa para uma transição de fase de primeira (à esquerda) e segunda (à direita) ordens. 24

104 Unificação: porquê, como, quando? 25

105 PORQUÊ: Figura 3: Esquematização do processo de blindagem de uma carga elétrica positiva em um meio dielétrico. 26

106 g Forte g Fraca g EM GUT E Figura 4: Variação das constantes de interação com a energia. O eixo horizontal se estende por várias ordens de grandeza. 27

107 COMO: Unificação dos grupos de simetria SU(2) L U(1) Y SU(3) C 28

108 QUANDO: o universo como um acelerador 29

109 GUT Pelas justificativas apresentadas anteriormente, acredita-se que um grupo de simetria que englobaria as forças forte e eletrofraca deve ter se dividido nos conhecidos SU(3) C SU(2) L U(1) Y quando T GeV e t s. 30

110 Eletro-fraca A transição eletro-fraca, que separou a força fraca da eletromagnética quebrando os grupos SU(2) L U(1) Y U(1) EM, ocorreu em t s, a uma temperatura T 300 GeV. Nesta quebra as partículas adquirem massa através do mecanismo de Higgs. Não se sabe, ao certo, qual a ordem desta transição, mas parece ser fracamente de primeira ordem. Acredita-se que esta transição seja fundamental para a existência de matéria atualmente em nosso universo, através do mecanismo explicado mais adiante. 31

111 Quiral Dois fenômenos caracterizam o final da época das transições, quando t 10 6 s, e T 1 GeV : o confinamento dos quarks e a conseqüente formação dos hádrons. Os bósons de Goldstone desta simetria são os píons, cujas pequenas massas indicam a validade do raciocínio. Esta simetria não descreve uma relação fundamental, e é conseqüência apenas dos pequenos valores das massas dos três quarks mais leves (u, d, s). 32

112 Antes desta transição, o universo era composto por um plasma de quarks e glúons. Experiências estão atualmente em curso no Relativistic Heavy Ion Collider (RHIC), em Brookhaven (NY, EUA), para tentar reproduzir este estado da matéria. 33

113 CONDIÇÕES DE SAKHAROV 1. Interações que violem a conservação do número de bárions: De outra forma, um bárion seria criado sempre com um anti-bárion, e deveria-se imaginar um mecanismo bastante eficiente para separá-los espacialmente e evitar, assim, sua futura aniquilação mútua. 2. O sistema deve estar fora do equilíbrio térmico: Em equilíbrio, as reações que geram a procurada assimetria podem ser invertidas com a mesma taxa, anulando seu efeito. Isto é alcançado quando as taxas de reações são menores que a taxa de expansão do universo (dada pela 34

114 constante de Hubble) ou em transições de fase de primeira ordem, como as que acontecem em algumas quebras de simetria, dependendo do potencial efetivo. 3. Interações que discriminem matéria de anti-matéria: Ou seja, violação das simetrias discretas de carga (C) e paridade (P) simultaneamente. Já observadas em laboratório no decaimento do káon, controlado pela interação fraca. 35

115 Defeitos Topológicos transição de fase G H SU(3) C SU(2) L U(1) Y SU(3) C U(1) EM. (25) 36

116 Matéria Condensada: congelamento de um lago Cosmologia: quebra espontânea de simetria região causalmente conectada natureza do defeito 37

117 Paredes Cósmicas vácuo tem simetria discreta L = 1 2 µφ µ φ V (φ) V (φ) = λ ( φ 2 η 2) 2 4 ESTADO DE VÁCUO: φ = ±η 38

118 µ µ φ = V (φ) d 2 φ dz 2 = V (φ) 1 2 ( dφ dz )2 V (φ) = cte = 0 z z 0 = ± dφ = ± 2 2V (φ) λ dφ φ 2 η 2 39

119 φ = η tanh η 2 (z z 0 ) 2 40

120 41

121 Problemas: energia muito grande colapso do universo! 42

122 Tensor Momento-energia para um fuido de paredes T µν = 1 2 φ,µφ,ν 1 2 g µνφ,ρ φ,ρ + g µν V (φ) 43

123 ρ = λ 4 cos 4 η λ 2 (z z 0) p x = py = λ 4 η4 cos 4 η λ 2 (z z 0) p z = 0 T µν = ρdiag(1, 1, 1, 0) 44

124 Fazendo a média sobre todas as direções espaciais: T µν = ρdiag(1, 2/3, 2/3, 2/3) p = 2 3 ρ 45

125 Cordas Cósmicas L = g [ 1 2 µφ µ φ V (φ φ)] V (φ φ) = λ 4 ( φ φ η 2) 2 ESTADO DE VÁCUO: φ = ηe iθ 46

126 47

127 T µν = ρdiag(1, 1/3, 1/3, 1/3) Vantagens: contribuição energética sob controle cenário para formação de estruturas 48

128 49

129 50

130 51

131 52

132 53

133 54

134 Monopolos Magnéticos φ = (φ 1, φ 2, φ 3 ) L = g [ µ φ µ φ V ( φ φ) ] ( φ φ η 2 ) 2 V ( φ φ) = λ 4 55

135 ESTADO DE VÁCUO: φ φ = η 2 56

136 57

137 Problemas: energia alta: GeV!!! G H SU(3) C SU(2) L U(1) Y SU(3) C U(1) EM. (26) inflação 58

138 GUT T GeV m ρ g/cm 3 ρ g/cm ρ c!! 59

139 Outros defeitos: texturas híbridos 60

140 e os Raios Cósmicos Ultra High Energy Cosmic Rays (UHECRs) E ev GZK: ev 61

141 62

Mecânica Clássica 1 - Lista de natal - Ho Ho Ho Professor: Gabriel T. Landi

Mecânica Clássica 1 - Lista de natal - Ho Ho Ho Professor: Gabriel T. Landi Mecânica Clássica 1 - Lista de natal - Ho Ho Ho Professor: Gabriel T. Landi O campo vetorial 1 Aquecimento: quadri-potencial e os campos elétrico e magnético O objeto fundamental do eletromagnetismo é

Leia mais

Formulação Covariante do Eletromagnetismo

Formulação Covariante do Eletromagnetismo Capítulo 12 Formulação Covariante do Eletromagnetismo O objetivo deste capítulo é expressar as equações do Eletromagnetismo em forma manifestamente covariante, i.e. invariante por transformações de Lorentz

Leia mais

Física de Partículas

Física de Partículas matheus@ift.unesp.br http://www.ift.unesp.br/users/matheus/ Física de Partículas Parte 3 Ricardo D Elia Matheus Construindo o Modelo Padrão da Física de Partículas Onde estamos: sabemos qual teoria usar

Leia mais

Quebra espontânea de simetria, o modelo de Salam-Weinberg e o bóson de Higgs

Quebra espontânea de simetria, o modelo de Salam-Weinberg e o bóson de Higgs Quebra espontânea de simetria, o modelo de Salam-Weinberg e o bóson de Higgs Gabriel Brito Apolinário Instituto de Física, UFRJ Seminário fora de área 22 de Abril de 206 Sumário Quebra espontânea de simetria

Leia mais

O que é Supersimetria?

O que é Supersimetria? O que é Supersimetria? Victor O. Rivelles Instituto de Física Universidade de São Paulo e-mail:rivelles@fma.if.usp.br http://www.fma.if.usp.br/~rivelles Convite à Física 11/08/10 Simetria Senso impreciso

Leia mais

Física de Partículas

Física de Partículas matheus@ift.unesp.br http://www.ift.unesp.br/users/matheus/ Física de Partículas Parte 2 Ricardo D Elia Matheus Construindo Lagrangeanas Onde estamos: vimos que a estrutura teórica adequada para descrever

Leia mais

Teoria de Cordas. Nelson R. F. Braga. Instituto de Física UFRJ. Tópicos em Física Geral I, 06 de abril de

Teoria de Cordas. Nelson R. F. Braga. Instituto de Física UFRJ. Tópicos em Física Geral I, 06 de abril de Teoria de Cordas Nelson R. F. Braga Instituto de Física UFRJ Página: www.if.ufrj.br/~braga Tópicos em Física Geral I, 06 de abril de 2017 2 Física das Partículas Elementares: Estuda os constituintes elementares

Leia mais

Teoria de Cordas. Nelson R. F. Braga. Instituto de Física UFRJ. Tópicos em Física Geral I, 14 de junho de

Teoria de Cordas. Nelson R. F. Braga. Instituto de Física UFRJ. Tópicos em Física Geral I, 14 de junho de Teoria de Cordas Nelson R. F. Braga Instituto de Física UFRJ Página: www.if.ufrj.br/~braga Tópicos em Física Geral I, 14 de junho de 2016 2 Física das Partículas Elementares: Estuda os constituintes elementares

Leia mais

A Inflação. Ronaldo E. de Souza

A Inflação. Ronaldo E. de Souza mailto:ronaldo@astro.iag.usp.br 28 de maio de 2007 1 Criação de Matéria no Vácuo O Universo na Escala das Partículas Elementares Princípio da Incerteza de Heisenberg Condição Para Criação de Matéria no

Leia mais

Bilineares do Campo de Dirac. Analogamente:

Bilineares do Campo de Dirac. Analogamente: Teoria Quântica de Campos I 133 ( eq. 133.1 ) Analogamente: ( eq. 133.2 ) Bilineares do Campo de Dirac Claramente, qualquer grandeza observável vai ter que ser composta do produto de um número par de campos

Leia mais

Quantização de um campo fermiônico

Quantização de um campo fermiônico Teoria Quântica de Campos II 54 p linhas ( eq. 54.1 ) Um exemplo trivial seria: Quantização de um campo fermiônico (Nastase 12 e 13; Peskin 3.1-3.4 [campo clássico], 3.5 [quant. canônica], 9.5 [quant.

Leia mais

1 Regras de Feynman para QED

1 Regras de Feynman para QED 1 Regras de Feynman para QED Decaimentos e espalhamentos que geram duas partículas no estado final são descritas da seguinte maneira no CM: Γ = p f 3π M dω 1) s onde s é a energia do centro de massa; e

Leia mais

O Universo Homogêneo II:

O Universo Homogêneo II: Parte III O Universo Homogêneo II: Breve História Térmica do Universo Equação de estado e temperatura Se kt >> mc 2 : relativístico p ρ/3 Se kt

Leia mais

A Energia Escura. Eduardo Cypriano. June 24, 2009

A Energia Escura. Eduardo Cypriano. June 24, 2009 June 24, 2009 Aceleração Cósmica A evidêcias obtidas através da RCF e principalmente das SNe tipo Ia indicam que o Universo está numa fase de expansão acelerada. Esse tipo de comportamento não pode ser

Leia mais

Teoria Clássica de Campos

Teoria Clássica de Campos Teoria Quântica de Campos I 7 No passo (1) o que estamos fazendo é quantizar (transformar em operadores) uma função definida em todo espaço (um campo) e cuja equação de movimento CLÁSSICA é de Dirac ou

Leia mais

produto completamente antissimétrico Definindo a terminologia, dado um bilinear texto pseudo-vetor ou vetor axial tensor antissimétrico

produto completamente antissimétrico Definindo a terminologia, dado um bilinear texto pseudo-vetor ou vetor axial tensor antissimétrico E exigindo a normalização: Teoria Quântica de Campos I 136 Rigorosamente: Temos a relação de completeza: Que leva a uma eq. equivalente a 135.3: ( eq. 136.1 ) Dada a base 135.4, não precisamos nos preocupar

Leia mais

Lista 3 - FIS Relatividade Geral Curvatura, campos de Killing, fluidos, eletromagnetismo.

Lista 3 - FIS Relatividade Geral Curvatura, campos de Killing, fluidos, eletromagnetismo. Lista 3 - FIS 404 - Relatividade Geral Curvatura, campos de Killing, fluidos, eletromagnetismo. 2 quadrimestre de 2017 - Professor Maurício Richartz Leitura sugerida: Carroll (seções 3.1-3.4,3.6-3.8),

Leia mais

ENRICO BERTUZZO (DFMA-IFUSP) UMA INTRODUÇÃO À FÍSICA DE PARTÍCULAS

ENRICO BERTUZZO (DFMA-IFUSP) UMA INTRODUÇÃO À FÍSICA DE PARTÍCULAS ENRICO BERTUZZO (DFMA-IFUSP) UMA INTRODUÇÃO À FÍSICA DE PARTÍCULAS PLANO DO CURSO Aula 1- Uma história da Física de Partículas (parte 1: 1897-1936) Aula 2 - Uma história da Física de Partículas (parte

Leia mais

Teoria de Cordas. Nelson R. F. Braga. Instituto de Física UFRJ. Tópicos em Física Geral I, 25 de abril de

Teoria de Cordas. Nelson R. F. Braga. Instituto de Física UFRJ. Tópicos em Física Geral I, 25 de abril de Teoria de Cordas Nelson R. F. Braga Instituto de Física UFRJ Página: www.if.ufrj.br/~braga Tópicos em Física Geral I, 25 de abril de 2013 Física das Partículas Elementares: Estuda os constituintes elementares

Leia mais

Física de Partículas

Física de Partículas matheus@ift.unesp.br http://www.ift.unesp.br/users/matheus/ Física de Partículas Parte 2 Ricardo D Elia Matheus Construindo Lagrangeanas Onde estamos: vimos que a estrutura teórica adequada para descrever

Leia mais

Física de Partículas

Física de Partículas matheus@ift.unesp.br http://www.ift.unesp.br/users/matheus/ Física de Partículas Parte 3 Ricardo D Elia Matheus Construindo o Modelo Padrão da Física de Partículas Onde estamos: sabemos qual teoria usar

Leia mais

Eletromagnetismo I - Segundo Semestre de 2017

Eletromagnetismo I - Segundo Semestre de 2017 4302303 - Eletromagnetismo I - Segundo Semestre de 2017 25 de agosto de 2017 invariante vs. covariante muda, mas de um jeito legal ação/escalar de SO(1,3) eq. do movimento ( d 2 x µ 2 =0 ) Partícula relativística

Leia mais

Um Sonho de Einstein:

Um Sonho de Einstein: Um Sonho de Einstein: A Unificação da Leis da Física Victor O. Rivelles rivelles@fma.if.usp.br Instituto de Física Universidade de São Paulo Um Sonho de Einstein: p. 1 Einstein e Teorias Unificadas De

Leia mais

Cinemática relativística et al. Carlos Alexandre Wuensche Processos Radiativos I

Cinemática relativística et al. Carlos Alexandre Wuensche Processos Radiativos I Cinemática relativística et al. Carlos Alexandre Wuensche Processos Radiativos I 1 1 Transformações de Lorentz e cinemática relativística Postulados da relatividade especial As leis da natureza são as

Leia mais

Violação das simetrias de Lorentz e CPT em teoria de campos

Violação das simetrias de Lorentz e CPT em teoria de campos Violação das simetrias de Lorentz e CPT em teoria de campos Eduardo Passos UAF-UFCG, PNPD/CAPES October 21, 2008 Conteúdo 1 Questões e Motivações 2 Indução do termo tipo Chern-Simons na QED não-massiva

Leia mais

Capítulo 5 - Aplicações das leis de Newton. Hoje reconhecemos 4 forças da natureza. São elas (em ordem crescente de

Capítulo 5 - Aplicações das leis de Newton. Hoje reconhecemos 4 forças da natureza. São elas (em ordem crescente de Capítulo 5 - Aplicações das leis de Newton Hoje reconhecemos 4 forças da natureza. São elas (em ordem crescente de intensidade) Força Gravitacional Força Fraca Intensidade Força Eletromagnética Força Forte

Leia mais

1 Glashow-Weinberg-Salam: a teoria GWS

1 Glashow-Weinberg-Salam: a teoria GWS 1 Glashow-Weinberg-Salam: a teoria GWS Vimos na seção Teorias de Gauge que a lagrangiana completa da teoria de gauge é: L i ψγ µ D µ ψ m ψψ 1 4 G µνg µν (1) onde a derivada covariante é definida como:

Leia mais

Regras de Feynman para uma teoria Bosônica em geral

Regras de Feynman para uma teoria Bosônica em geral Teoria Quântica de Campos I 106 mente pois tratamos os estados iniciais e finais com mais detalhe (ainda que de forma heurística), como ondas planas. Veremos que na versão final da história, quando estivermos

Leia mais

Regras de Feynman para uma teoria Bosônica em geral

Regras de Feynman para uma teoria Bosônica em geral Teoria Quântica de Campos I 106 mente pois tratamos os estados iniciais e finais com mais detalhe (ainda que de forma heurística), como ondas planas. Veremos que na versão final da história, quando estivermos

Leia mais

Capítulo I Introdução

Capítulo I Introdução Capítulo I Introdução No contexto filosófico e científico atual, é consenso que o ser humano não ocupa nenhuma posição privilegiada no universo, assim como nada indica que haja alguma orientação espacial

Leia mais

Olhando além: em busca de dimensões extras

Olhando além: em busca de dimensões extras Olhando além: em busca de dimensões extras Seminários de Grupo 1 Introdução 2 Dimensões Extras 3 Procurando nos experimentos 4 Resultados e Cálculos futuros 5 Sumário e Perspectivas A motivação Estudo

Leia mais

Geração de Massa das Partículas Mecanismo de Higgs

Geração de Massa das Partículas Mecanismo de Higgs Geração de Massa das Partículas Mecanismo de Higgs G. G. Silveira gustavo.silveira@ufrgs.br Grupo de Fenomenologia de Partículas de Altas Energias www.if.ufrgs.br/gfpae Instituto de Física Universidade

Leia mais

Campo Escalar Complexo

Campo Escalar Complexo Finalmente consideremos: Teoria Quântica de Campos I 60 operador na representação de Schödinger, basta partir de 59.2 e usar lembrando que: É uma superposição de vários estados de uma partícula (cada um

Leia mais

(loops de férmions geram traços) temos que trazer o último campo para a primeira posição e então aplicar as derivadas:

(loops de férmions geram traços) temos que trazer o último campo para a primeira posição e então aplicar as derivadas: (Espaço das posições, Euclid.) ( eq. 144.3 ) Teoria Quântica de Campos I 144 ( eq. 144.1 ) (Espaço das posições, Euclid.) (Mink.) ( eq. 144.2 ) A importância do ordamento do campo fermiônico cria uma importante

Leia mais

Notas de aula - Espaço Tempo

Notas de aula - Espaço Tempo Notas de aula - Espaço Tempo Prof. Ronaldo Carlotto Batista 5 de abril de 019 1 Revisão da Mecânica Newtoniana Quantidade elementares: posição: r t) = x t), y t), z t)) velocidade: v = d dt r momento linear

Leia mais

Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF

Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF I. Introdução. Aula I II. Visão geral de estrelas compactas. III. Física nuclear relativística. Aula II IV. Estrelas de Nêutrons no contexto da física nuclear.

Leia mais

Simetrias C, P e T para férmions

Simetrias C, P e T para férmions Teoria Quântica de Campos I 152 ( eq. 152.1 ) No entanto a corrente axial: só é conservada se o férmion em questão não tiver massa: Simetrias C, P e T para férmions ( eq. 152.2 ) Além da simetria de Lorentz

Leia mais

Curso de Cosmologia. 2013B Parte I. Aula 5. M a r t í n M a k l e r CBPF. Thursday, September 5, 13

Curso de Cosmologia. 2013B Parte I. Aula 5. M a r t í n M a k l e r CBPF. Thursday, September 5, 13 Curso de Cosmologia 2013B Parte I Aula 5 M a r t í n M a k l e r CBPF Cosmologia - CBPF 2013 Parte Ic O Universo Homogêneo II: Breve História Térmica do Universo Equação de estado e temperatura Se kt >>

Leia mais

O propagador do Fóton: Fazemos uma mudança de variáveis em A:

O propagador do Fóton: Fazemos uma mudança de variáveis em A: Teoria Quântica de Campos I 156 Fazemos uma mudança de variáveis em A: Já sabemos que a ação é invariante de Gauge, então: e vamos assumir que O[A] também tenha esta propriedade (o que é obrigatório para

Leia mais

Eq. de Dirac com campo magnético

Eq. de Dirac com campo magnético Eq. de Dirac com campo magnético Rafael Cavagnoli GAME: Grupo de Médias e Altas Energias Eletromagnetismo clássico Eq. de Schrödinger Partícula carregada em campo mag. Eq. de Dirac Partícula carregada

Leia mais

Introdução Altas Energias

Introdução Altas Energias Introdução à Física de Altas Energias São Paulo Regional Analysis Center Programa Introdução Uma visão geral das partículas e suas interações Aceleradores e Detectores Como explorar o interior da matéria

Leia mais

A Matéria Escura no Universo e as Partículas

A Matéria Escura no Universo e as Partículas A Matéria Escura no Universo e as Partículas P. S. Rodrigues da Silva Departamento de Física - UFPB 29 de Julho de 2008 - UFCG Conteúdo Introdução Evidência e características Candidatos à ME Modelo Padrão

Leia mais

Introdução à Cosmologia: 1 - a cosmologia newtoniana

Introdução à Cosmologia: 1 - a cosmologia newtoniana 1 Introdução à Cosmologia: 1 - a cosmologia newtoniana Laerte Sodré Jr. August 15, 2011 objetivos: abordagem rápida dos principais conceitos de cosmologia foco no modelo cosmológico padrão veremos como

Leia mais

Conjugação de Carga: deve fazer o mesmo para o spin invertido, trocando ξ s por ξ -s na função de onda, defini- mos: Para os espinores temos:

Conjugação de Carga: deve fazer o mesmo para o spin invertido, trocando ξ s por ξ -s na função de onda, defini- mos: Para os espinores temos: Teoria Quântica de Campos I 142 deve fazer o mesmo para o spin invertido, trocando ξ s por ξ -s na função de onda, defini- e que mos: ( eq. 142.1 ) Para os espinores temos: (basta expandir a raiz em p)

Leia mais

Capítulo IX Interações Fundamentais

Capítulo IX Interações Fundamentais Capítulo IX Interações Fundamentais No atual estágio de conhecimento, partículas elementares e os campos de interação são os constituintes fundamentais do universo. Toda a matéria conhecida tem como elementos

Leia mais

Campo Eletromagnético Cap. 5 e 6

Campo Eletromagnético Cap. 5 e 6 Campo Eletromagnético Cap. 5 e 6 Equações de Maxwell Formulação dos potenciais e invariância de calibre Decomposição dos campos vetoriais Força de Lorentz e momento canônico Densidade e fluxo de energia

Leia mais

A inflação. Por André G.campos. Simetria perfeita

A inflação. Por André G.campos. Simetria perfeita A inflação Por André G.campos Simetria perfeita De acordo com as teorias da grande unificação, ou GUT, a evolução inicial do universo consiste de uma série de transições para estados com simetrias cada

Leia mais

ENRICO BERTUZZO (DFMA-IFUSP) UMA INTRODUÇÃO À FÍSICA DE PARTÍCULAS

ENRICO BERTUZZO (DFMA-IFUSP) UMA INTRODUÇÃO À FÍSICA DE PARTÍCULAS ENRICO BERTUZZO (DFMA-IFUSP) UMA INTRODUÇÃO À FÍSICA DE PARTÍCULAS PLANO DO CURSO Aula 1- Uma história da Física de Partículas (parte 1: 1897-1936) Aula 2 - Uma história da Física de Partículas (parte

Leia mais

O Modelo-Padrão, Além. Sua Influência nos Processos EMs. (EMs no Século XXI) J. A. Helayël-Neto CBPF GFT JLL PVNC

O Modelo-Padrão, Além. Sua Influência nos Processos EMs. (EMs no Século XXI) J. A. Helayël-Neto CBPF GFT JLL PVNC O Modelo-Padrão, Além e Sua Influência nos Processos EMs (EMs no Século XXI) J. A. Helayël-Neto CBPF GFT JLL PVNC #1. Interações Fundamentais O que são as Interações Fundamentais : Gravitação Eletrofraca

Leia mais

Introdução à Magneto-hidrodinâmica

Introdução à Magneto-hidrodinâmica Introdução à Magneto-hidrodinâmica Gilson Ronchi November, 013 1 Introdução A magneto-hidrodinâmica é o estudo das equações hidrodinâmicas em uidos condutores, em particular, em plasmas. Entre os principais

Leia mais

Cosmologia Básica: 4 - as eras do universo

Cosmologia Básica: 4 - as eras do universo 1 Cosmologia Básica: 4 - as eras do universo Laerte Sodré Jr. August 17, 2011 As 4 eras do Universo O paradigma cosmológico atual sugere que o universo passou por 4 etapas distintas: o Big-Bang e a inflação

Leia mais

Eletromagnetismo II. 5 a Aula. Professor Alvaro Vannucci. nucci

Eletromagnetismo II. 5 a Aula. Professor Alvaro Vannucci. nucci Eletromagnetismo II 5 a Aula Professor Alvaro Vannucci nucci Na aula passada, das Equações de Maxwell,, vimos: 1 o ) Conservação de Energia n da = S S ( E H ) ˆ (Vetor de Poynting) 1 + + H B E D V dv t

Leia mais

Introdução ao Modelo Padrão. Augusto Barroso

Introdução ao Modelo Padrão. Augusto Barroso Introdução ao Modelo Padrão (Standard Model) Augusto Barroso 1 O que é o Standard Model? 2 Programa Os Constituintes Elementares Leptons & Quarks As Interacções Forte, Electromagnética, Fraca & Gravítica

Leia mais

Física de Partículas

Física de Partículas matheus@ift.unesp.br http://www.ift.unesp.br/users/matheus/ Física de Partículas Parte 1 Ricardo D Elia Matheus O que queremos da Física de Partículas? Animação: Scales of the Universe II http://htwins.net/scale2/

Leia mais

( eq. 12.1) No caso de um campo com várias componentes, se a transformação for linear em φ, podemos escrever:

( eq. 12.1) No caso de um campo com várias componentes, se a transformação for linear em φ, podemos escrever: Temos então a corrente conservada: Teoria Quântica de Campos I 12 ( eq. 12.1) No caso de um campo com várias componentes, se a transformação for linear em φ, podemos escrever: De forma que : ( eq. 12.2)

Leia mais

Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF

Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF Prof. Rodrigo Negreiros UFF XI Escola do CBPF I. Introdução. Aula I II. Visão geral de estrelas compactas. III. Física nuclear relativística. Aula II IV. Estrelas de Nêutrons no contexto da física nuclear.

Leia mais

O Bóson de Brout- Englert-Higgs

O Bóson de Brout- Englert-Higgs O Bóson de Brout- Englert-Higgs Leandro de Paula leandro@if.ufrj.br Mestrado Profissional de Ensino de Física 15 de abril de 2014 Plano das Apresentação Introdução Simetrias e leis de conservação O Modelo

Leia mais

GRAVITAÇÃO QUÂNTICA. Victor O. Rivelles. Instituto de Física Universidade de São Paulo. IFSC-20/04/04 p.

GRAVITAÇÃO QUÂNTICA. Victor O. Rivelles. Instituto de Física Universidade de São Paulo. IFSC-20/04/04 p. IFSC-20/04/04 p.1/30 GRAVITAÇÃO QUÂNTICA Victor O. Rivelles rivelles@fma.if.usp.br Instituto de Física Universidade de São Paulo IFSC-20/04/04 p.2/30 ROTEIRO Gravitação Teoria Quântica de Campos Modêlo

Leia mais

Diagramas de Feynman para a Matriz S

Diagramas de Feynman para a Matriz S Teoria Quântica de Campos I 186 Diagramas de Feynman para a Matriz S ( Nastase 20; Peskin 4.6 ) Agora queremos calcular a matriz S da mesma forma que fizemos para as funções de Green, passando para o quadro

Leia mais

GRAVITAÇÃO E TEORIAS DE GAUGE

GRAVITAÇÃO E TEORIAS DE GAUGE GRAVITAÇÃO E TEORIAS DE GAUGE Victor O. Rivelles rivelles@fma.if.usp.br Instituto de Física Universidade de São Paulo O LHC O LHC é um acelerador de partículas dedicado. Projetado para detectar o Higgs

Leia mais

O bóson de Higgs e a massa das coisas

O bóson de Higgs e a massa das coisas O bóson de Higgs e a massa das coisas F.S. Navarra Instituto de Física Universidade de São Paulo navarra@if.usp.br Parte I O lado qualitativo O Modelo Padrão Portadores de força Matéria: quarks e leptons

Leia mais

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 4 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.4

Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ. 1º. semestre de 2010 Aula 4 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.4 Métodos de Física Teórica II Prof. Henrique Boschi IF - UFRJ 1º. semestre de 2010 Aula 4 Ref. Butkov, cap. 8, seção 8.4 Equação da Difusão Um problema importante para vários ramos da Física é saber como

Leia mais

No caso do campo, mesmo dentro de um volume finito, a energia total dada pela soma de todos estes modos zero é infinita: ( compare com 33.

No caso do campo, mesmo dentro de um volume finito, a energia total dada pela soma de todos estes modos zero é infinita: ( compare com 33. número de partículas Teoria Quântica de Campos I 34 pois veremos que cada um destes modos de excitação do campo corresponde a uma partícula (de momento k) Espaço de Fock O espaço de Hilbert construído

Leia mais

JORNADA DE FÍSICA TEÓRICA. U.N.E.S.P. 19 a

JORNADA DE FÍSICA TEÓRICA. U.N.E.S.P. 19 a JORNADA DE FÍSICA TEÓRICA INSTITUTO DE FÍSICA TEÓRICA U.N.E.S.P. 19 a 23-07-2010 Monday, July 19, 2010 3. CAMPOS DE GAUGE//suzuki 1 CAMPOS CLÁSSICOS, QUÂNTICOS, DE CALIBRE E POR AÍ AFORA INSTITUTO DE FÍSICA

Leia mais

A teoria geométrica-escalar da gravitação e sua aplicação à cosmologia

A teoria geométrica-escalar da gravitação e sua aplicação à cosmologia A teoria geométrica-escalar da gravitação e sua aplicação à cosmologia Júnior Diniz Toniato Instituto de Cosmologia, Relatividade e Astrofísica - ICRA Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas - CBPF Rio

Leia mais

PORQUÊ SIMETRIAS?! Crença de que essas simetrias espelhavam a natureza Leis de Newton e invariância de Galileu

PORQUÊ SIMETRIAS?! Crença de que essas simetrias espelhavam a natureza Leis de Newton e invariância de Galileu NUNO AGOSTINHO PORQUÊ SIMETRIAS?! Fascínio dos Gregos nas simetrias dos objetos Kepler impôs as noções de simetria ao movimento dos planeta Crença de que essas simetrias espelhavam a natureza Leis de Newton

Leia mais

Bem vindos ao Instituto de Física Teórica! Física ao Entardecer

Bem vindos ao Instituto de Física Teórica! Física ao Entardecer Bem vindos ao Instituto de Física Teórica! Física ao Entardecer Nossa página na internet: http://www.ift.unesp.br Acompanhe e compartilhe: http://www.facebook.com/ift.unesp Física ao Entardecer O Bóson

Leia mais

Quantização de um campo fermiônico

Quantização de um campo fermiônico Teoria Quântica de Campos I 122 p linhas a menos de um fator ( eq. 122.1) Um exemplo trivial seria: Quantização de um campo fermiônico (Nastase 12 e 13; Peskin 3.1-3.4 [campo clássico], 3.5 [quant. canônica],

Leia mais

Cosmologia Básica: 2 - as equações de Friedmann-Lemaitre

Cosmologia Básica: 2 - as equações de Friedmann-Lemaitre 1 Cosmologia Básica: 2 - as equações de Friedmann-Lemaitre Laerte Sodré Jr. August 15, 2011 Cosmologia Relativística equações de Einstein: estabelecem uma relação entre a geometria do espaço-tempo e a

Leia mais

Investigando as propriedades da matéria nuclear em colisões de íons pesados relativísticos

Investigando as propriedades da matéria nuclear em colisões de íons pesados relativísticos Investigando as propriedades da matéria nuclear em colisões de íons pesados relativísticos Luiz Fernando Mackedanz luiz.mackedanz@ufrgs.br Grupo de Fenomenologia de Partículas de Altas Energias (GFPAE)

Leia mais

Relatividade Especial & Geral

Relatividade Especial & Geral Relatividade Especial & Geral Roteiro Relatividade Especial: Conceitos básicos e algumas conseqüências Paradoxo dos gêmeos Relatividade Geral: Conceitos básicos, conseqüências e aplicabilidade. Relatividade

Leia mais

Léptons e Quarks: os constituintes básicos de todo o Universo

Léptons e Quarks: os constituintes básicos de todo o Universo Léptons e Quarks: os constituintes básicos de todo o Universo Vimos que, segundo o modelo de Bohr, os átomos são formados por elétrons que estão em órbita em torno de um núcleo que, por sua vez, é formado

Leia mais

Marina Nielsen Instituto de Física USP

Marina Nielsen Instituto de Física USP Marina Nielsen Instituto de Física USP Marina Nielsen Instituto de Física USP Introdução à QCD: Elementos Invariância de gauge Introdução às Regras de Soma da QCD Partículas Elementares (metade do sec.

Leia mais

Estrutura de Helicidade em um referencial específico

Estrutura de Helicidade em um referencial específico Teoria Quântica de Campos I 82 Logo podemos fazer o crossing direto nas variáveis de Mandelstam e obter: Estrutura de Helicidade em um referencial específico Façamos novamente o cálculo da seção de choque

Leia mais

Partículas: a dança da matéria e dos campos. Aula 26 A música do balé 6 1.Quebra espontânea de simetria. 2.Força eletrofraca.

Partículas: a dança da matéria e dos campos. Aula 26 A música do balé 6 1.Quebra espontânea de simetria. 2.Força eletrofraca. Partículas: a dança da matéria e dos campos Aula 26 A música do balé 6 1.Quebra espontânea de simetria. 2.Força eletrofraca. Quebra espontânea de simetria Introduzimos na aula anterior algumas idéias estranhas:

Leia mais

O COMEÇO DO UNIVERSO O BIG-BANG

O COMEÇO DO UNIVERSO O BIG-BANG O COMEÇO DO UNIVERSO O BIG-BANG ESTÁGIOS INICIAIS DO UNIVERSO No modelo padrão do Big-Bang, de acordo com as equações de Friedmann, os estágios iniciais do universo são caracterizados por condições de

Leia mais

Fases de Berry. David A. Ruiz Tijerina. November 11, Evolução temporal de um autoestado e a fase de Berry

Fases de Berry. David A. Ruiz Tijerina. November 11, Evolução temporal de um autoestado e a fase de Berry Fases de Berry David A. Ruiz Tijerina November 11, 15 1 Evolução temporal de um autoestado e a fase de Berry Vamos supor que temos um Hamiltoniano H(R) que depende de um conjunto de parámetros R = {R i

Leia mais

este termo já se tornou obsoleto, pois depois das derivadas em φ, qualquer termo que sobrar com J multiplicado vai ser nulo (quando J=0)

este termo já se tornou obsoleto, pois depois das derivadas em φ, qualquer termo que sobrar com J multiplicado vai ser nulo (quando J=0) este termo já se tornou obsoleto, pois depois das derivadas em φ, qualquer termo que sobrar com J multiplicado vai ser nulo (quando J=0) vetor vetor Teoria Quântica de Campos II 39 estamos generalizando

Leia mais

Rafael Cardeal Tavares (Aluno de ICV), Prof. Dr. Paulo Renato Silva de Carvalho(Orientador, Depto de Física UFPI)

Rafael Cardeal Tavares (Aluno de ICV), Prof. Dr. Paulo Renato Silva de Carvalho(Orientador, Depto de Física UFPI) RAZÃO ENTRE AMPLITUDES DA SUSCEPTIBILIDADE PARA O PONTO DE LIFSHITZ Rafael Cardeal Tavares (Aluno de ICV), Prof. Dr. Paulo Renato Silva de Carvalho(Orientador, Depto de Física UFPI) Introdução Muitas ideias

Leia mais

Curso de Cosmologia. 2013B Parte I. Aula 7. M a r t í n M a k l e r CBPF

Curso de Cosmologia. 2013B Parte I. Aula 7. M a r t í n M a k l e r CBPF Curso de Cosmologia 2013B Parte I Aula 7 M a r t í n M a k l e r CBPF Resumo RCF Copyleft Martín Makler Universo recombinou em z ~ 1100 e reionizou em z ~ 10 Universo ~ plano, requer matéria e energia

Leia mais

O COMEÇO DO UNIVERSO. O BIG-BANG Parte I

O COMEÇO DO UNIVERSO. O BIG-BANG Parte I O COMEÇO DO UNIVERSO O BIG-BANG Parte I A RADIAÇÃO CÓSMICA DE FUNDO Como podemos observar o universo a distâncias bem maiores do que o mais distante quasar detectado?! Resposta: através de um experimento

Leia mais

Teoria Quântica de Campos

Teoria Quântica de Campos Teoria Quântica de Campos I 1 Teoria Quântica de Campos (escopo do curso e um pouco de história) (Weinberg cap 1, Peskin 2.1, Nastase 1) Objetivo: uma teoria Quântica e Relativística (no sentido restrito)

Leia mais

Se pensarmos em um campo sem massa (m = 0) e cuja fonte externa é uma carga pontual. Por outro lado, para esta teoria livre sabemos que (eq. 109.

Se pensarmos em um campo sem massa (m = 0) e cuja fonte externa é uma carga pontual. Por outro lado, para esta teoria livre sabemos que (eq. 109. Teoria Quântica de Campos I 178 Se pensarmos em um campo sem massa (m = 0) e cuja fonte externa é uma carga pontual temos que φ(x) = φ(x) é justamente 1/ x (o Laplaciano agindo em φ(x) tem produzir a delta)

Leia mais

Equações de Maxwell e densidades Lagrangiana e Hamiltoniana do eletromagnetismo clássico

Equações de Maxwell e densidades Lagrangiana e Hamiltoniana do eletromagnetismo clássico Equações de Maxwell e densidades Lagrangiana e Hamiltoniana do eletromagnetismo clássico André Juan Ferreira Martins de Moraes Resumo Estas notas se baseiam na Seção 1.1 do artigo 1, na qual as equações

Leia mais

Física de Partículas

Física de Partículas matheus@ift.unesp.br http://www.ift.unesp.br/users/matheus/ Física de Partículas Parte 1 Ricardo D Elia Matheus O que queremos da Física de Partículas? Animação: Scales of the Universe II http://htwins.net/scale2/

Leia mais

PGF Mecânica Clássica

PGF Mecânica Clássica PGF 5005 - Mecânica Clássica Prof. Iberê L. Caldas Segunda Lista de Exercícios o semestre de 018 1. Considere, inicialmente, a seguinte Hamiltoniana integrável: H 0 = I 1 + I I 1 3I 1 I + I, a qual está

Leia mais

Princípios Gerais da Mecânica Quântica

Princípios Gerais da Mecânica Quântica Princípios Gerais da Mecânica Quântica Vitor Oguri Departamento de Física Nuclear e Altas Energias (DFNAE) Instituto de Física Armando Dias Tavares (IFADT) Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)

Leia mais

interação forte (no interior dos núcleos) não depende das massas nem das cargas elétricas

interação forte (no interior dos núcleos) não depende das massas nem das cargas elétricas Vitor Oguri prótons e nêutrons - mesmo spin ( J = ½ ) interação forte (no interior dos núcleos) não depende das massas nem das cargas elétricas prótons e nêutrons, genericamente conhecidos como núcleons,

Leia mais

Quantização do Campo Eletromagnético

Quantização do Campo Eletromagnético Teoria Quântica de Campos II 52 Voltando para o espaço de Minkowsky isto nos permite entender porque a parte on-shell do propagador é reponsável por partículas se propagando por longas distâncias: Quantização

Leia mais

Eletromagnetismo I. Preparo: Diego Oliveira. Aula 2

Eletromagnetismo I. Preparo: Diego Oliveira. Aula 2 Eletromagnetismo I Prof. Dr. R.M.O Galvão - 1 Semestre 2015 Preparo: Diego Oliveira Aula 2 Na aula passada recordamos as equações de Maxwell e as condições de contorno que os campos D, E, B e H devem satisfazer

Leia mais

Campo Eletromagnético Cap. 5 e 6

Campo Eletromagnético Cap. 5 e 6 Campo Eletromagnético Cap. 5 e 6 Campos convectivos e difusivos Potenciais eletromagnéticos Campos quase-estacionários Formulação dos potenciais e invariância de calibre Representação de Fourier e funções

Leia mais

GênesedasPartículasElementaresedosNúcleosAtômicos

GênesedasPartículasElementaresedosNúcleosAtômicos Constituintes Fundamentais da Matéria. 1. Relatividade Geral Nova Cosmologia Gênese do Universo: estudo do início do Universo. Com base nos dados coletados nas últimas décadas :: formulação de teorias

Leia mais

Raios atômicos Física Moderna 2 Aula 6

Raios atômicos Física Moderna 2 Aula 6 Raios atômicos 1 2 8 8 18 18 32 2 Energias de ionização 3 Espectros de R-X A organização da tabela periódica reflete a distribuição dos e - nas camadas mais externas dos átomos. No entanto, é importante

Leia mais

Universidade Estadual de Santa Cruz

Universidade Estadual de Santa Cruz Universidade Estadual de Santa Cruz PROFÍSICA Programa de Pós-graduação em Física Seleção 2009. Prova Escrita 2/0/2009 Candidato (nome legível): - Esta prova consta de oito questões distribuídas da seguinte

Leia mais

Fundamentos da Eletrostática Aula 02 Cálculo Vetorial: derivadas

Fundamentos da Eletrostática Aula 02 Cálculo Vetorial: derivadas Campo Escalar e Gradiente Fundamentos da Eletrostática Aula 02 Cálculo Vetorial: derivadas Prof. Alex G. Dias (alex.dias@ufabc.edu.br) Prof. Alysson F. Ferrari (alysson.ferrari@ufabc.edu.br) Um campo escalar

Leia mais

Fabricio Marques do Carmo. 29 de Junho de 2011

Fabricio Marques do Carmo. 29 de Junho de 2011 Fabricio Marques do Carmo Introdução à Física das Partículas Elementares I Universidade de São Paulo Instituto de Física 29 de Junho de 2011 O que faremos: 1 Introdução Paridade ou Inversão Espacial Conjugação

Leia mais

Partículas: a dança da matéria e dos campos

Partículas: a dança da matéria e dos campos Partículas: a dança da matéria e dos campos Aula 2&3 1. Campos clássicos e quânticos 2. Fontes e receptores 3. Mediadores 4. Interações 5. Constituintes e forças fundamentais 6. Tolerância e intolerância

Leia mais

PROGRAMA DA DISCIPLINA TEORIA QUÂNTICA DOS CAMPOS III SEMESTRE

PROGRAMA DA DISCIPLINA TEORIA QUÂNTICA DOS CAMPOS III SEMESTRE UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE FÍSICA DEPARTAMENTO DE FÍSICA GERAL DISCIPLINA: TEORIA QUÂNTICA DOS CAMPOS III - FISC89 CARGA HORÁRIA: : 68 HS PROFESSOR: LUCIANO MELO ABREU PROGRAMA DA DISCIPLINA

Leia mais

Partículas, Campos e Cordas. Henrique Boschi Filho Instituto de Física UFRJ

Partículas, Campos e Cordas. Henrique Boschi Filho Instituto de Física UFRJ Partículas, Campos e Cordas Henrique Boschi Filho Instituto de Física UFRJ Tópicos de Física Geral I, IF/UFRJ, 14 de junho de 2007 A estrutura da matéria Demócrito (420 A.C.): Átomos - parte indivisível

Leia mais