PRONTO EDUCAÇÃO PLANO DE GESTÃO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA
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- Carla Penha Álvaro
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1 UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI LAUREATE INTERNACIONAL EDUCATION Klaibert Miranda Jacqueline Cícera Florêncio dos Santos Valter Garoli Mariana Estima do Nascimento PRONTO EDUCAÇÃO PLANO DE GESTÃO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA São Paulo
2 Apresentação As TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) têm permeado o contexto educacional nas instituições de ensino nos últimos anos, principalmente no que se refere às chamadas tecnologias da WEB 2.0 (blogs, redes socais, wikis, podcasts, etc). Os alunos geralmente têm acesso aos dispositivos móveis como smartphones e tablets que para muitos, representa o ingresso a Internet falam e utilizam a linguagem da internet e das tecnologias. Jogam, postam, compartilham, baixam, curtem e levam estas práticas não apenas para o ambiente escolar, mas para as suas relações sociais. Estes são os nativos digitais. Já os educadores, em sua maioria, imigrantes digitais, que não nasceram na era da tecnologia, falam outra língua, se comunicam e se relacionam de maneira diferente dos seus alunos, geralmente não utilizam a Internet para aprender e nem para ensinar, dificilmente trabalham colaborativamente via web ou outras ferramentas de autoria, comunicação e colaboração. Diante desse contexto é preciso repensar e replanejar esse processo de ensino e aprendizagem que, no século XXI, exige um profissional com habilidades e competências para o mundo atual: autonomia, resolução de problemas, aquisição de novos conhecimentos, flexibilidade para aprender a aprender, aprender a fazer, senso crítico, pensamento complexo. Como as instituições educacionais nem sempre desenvolvem essas habilidades nos alunos, muitos perdem o interesse pelo o que é ensinado nestas instituições e procuram aprender em outros lugares e espaços, de outras formas: em rede, jogando, simulando, escolhendo como, onde e o que aprender. A Fundação entendendo esse cenário de descompasso entre o que é ensinado, como é ensinado e aquilo que os alunos querem aprender, como, quando e onde, entrou em contanto com a nossa empresa de consultaria em tecnologia educacional, Pronto Educação para elaboração de uma proposta de transição da modalidade presencial para à distância. Para atender a essa demanda a Pronto Educação apresenta uma proposta de consultaria, que contempla os seguintes itens: 1. Plano Geral com orientações para a Fundação realizar a transição de aulas apenas presenciais para aulas a distância; 2. Uma breve proposta de estrutura organizacional para conduzir essa transição. 3. Plano de Formação dos professores para o uso de tecnologias nas aulas; 2
3 2. Plano Geral de transição das aulas na modalidade presencial para a modalidade a distância 2.1 Legislação de Suporte Durante a história da EAD no Brasil foram criados diversos decretos e portarias sobre essa modalidade de ensino. Nesta seção, procuramos selecionar os mais relevantes para o entendimento do trabalho na modalidade à distância por parte das equipes envolvidas na criação do CEAD. Decreto Nº 5.622, de 19 de Dezembro de Art. 1 o Para os fins deste Decreto, caracteriza se a educação a distância como modalidade educacional na qual a mediação didático pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. 1 o A educação a distância organiza se segundo metodologia, gestão e avaliação peculiares, para as quais deverá estar prevista a obrigatoriedade de momentos presenciais para: I avaliações de estudantes; II estágios obrigatórios, quando previstos na legislação pertinente; III defesa de trabalhos de conclusão de curso, quando previstos na legislação pertinente; e IV atividades relacionadas a laboratórios de ensino, quando for o caso. (Fonte: /2005/Decreto/D5622.htm ) No decreto acima o que nos interessa é a definição da EAD e seu reconhecimento como uma modalidade de ensino, com metodologia, gestão e avaliação própria. Decreto Nº 7.690, de 02 de março de Art. 9 o À Secretaria de Educação Básica compete: VI formular, propor, planejar, avaliar e supervisionar políticas e programas de educação a distância, visando à universalização e democratização do acesso à informação, ao conhecimento e à educação básica; 3
4 VII criar, desenvolver e fomentar a produção de conteúdos, programas e ferramentas para a formação inicial na modalidade a distância, direcionados para a educação básica; VIII prospectar e desenvolver metodologias e tecnologias educacionais que utilizam tecnologias de informação e de comunicação no aprimoramento dos processos educacionais e processos específicos de ensino e aprendizagem na educação básica; IX propor e fomentar o provimento de infraestrutura de tecnologia de informação e comunicação às instituições públicas de ensino, paralelamente à implantação de política de formação para o uso harmônico dessas tecnologias na educação; XI propor, coordenar e acompanhar o conteúdo destinado ao desenvolvimento e aprimoramento do ensino a distância de alunos e da capacitação de professores, transmitido e disponibilizado pelo canal de educação denominado TV Escola, e pela exploração dos serviços de sons e imagens, satélite, internet ou de outras mídias. 5 ) (Fonte: Neste decreto nos interessa a questão da prospecção de metodologias e tecnologias educacionais que utilizem as TIC no processo de ensino e aprendizagem da educação básica e formação de professores para o uso das TIC em suas práticas pedagógicas. 2.2 Criação do CEAD Centro de Educação a Distância: a ser desenvolvido em 5 (cinco) etapas: a) Apresentação da proposta inicial de criação do CEAD (Centro de Educação à Distância) para a validação da direção e gestores da Fundação. b) Reuniões com as equipes envolvidas, sendo docentes, coordenadores pedagógicos e gestão administrativa para elaboração de planos de ações que promovam a transição da modalidade presencial para à distância. c) Desenvolvimento do Plano de Gestão de EAD com a incorporação do CEAD, elemento novo na estrutura organizacional da Fundação. d) Implantação do Plano de Gestão de EAD para a operacionalização da implementação do CEAD na empresa. e) Avaliação das etapas de implantação do processo. 2.3 Objetivos Estratégicos Os objetivos estratégicos do CEAD consistem em: 4
5 Implantar a estrutura organizacional de um CEAD. Consolidar um sistema de gestão de EAD. Investir no treinamento contínuo dos colaboradores do CEAD. Investir na formação pedagógica dos tutores. Manter organizada a documentação sobre os cursos. Criar estatísticas para análise constante dos cursos. Implementar melhorias no ambiente virtual de aprendizagem e nas ferramentas de gestão de alunos. Aplicar teorias de aprendizagem adequadas para a EAD. Engajar os alunos no aprendizado. Ampliar a oferta dos cursos e vagas oferecidos. Acompanhar os processos de expansão de cursos e vagas. 2.4 Estrutura organizacional do CEAD O Plano apresenta a proposta de criação de um Centro de EAD visando os objetivos estratégicos da Fundação: a inserção das TICs no processo de ensino e aprendizagem e a expansão em território nacional. Como a Fundação visa expandir seu território de expansão e aumentar seu market share, sugerimos a seguinte estrutura organizacional para a implantação do Centro Educacional de EAD, aproveitando o quadro de colaboradores atual e incluindo alguns poucos perfis profissionais com experiência em EAD, tais como designer educacional e especialista de TI. 5
6 3. Plano de Formação dos professores para o uso de tecnologias nas aulas; Dado o contexto explicitado acima, a consultoria sugere um trabalho inicial de entrevista com os professores, com o objetivo de conhecer a relação atual dos mesmos com as tecnologias na educação, suas principais dificuldades e casos de uso. A partir deste entendimento inicial, os professores que possuem algum conhecimento e possam colaborar com a transição, serão convidados a formar um grupo que centralizará as informações do processo de transição dentro da sua área, visando facilitar a implantação e acompanhamento do processo. Entendendo a realidade da Fundação e seus objetivos, serão elaborados treinamentos de formação personalizados, com o intuito de, inicialmente, nivelar o conhecimento em relação as TICs. Pensando em preparar o docente para essa transição, que passa a compreender também, o ensino a distância mediado por tecnologias a Pronto Educação ficará responsável por elaborar, palestras e workshops, com apresentação de exemplos de uso das novas tecnologias na educação presencial e a distância ao redor do planeta. A intenção é apresentar um trabalho específico para a Fundação, que pode inclusive, aproveitar os talentos e cases internos como parte de seu conteúdo. Os workshops e palestras sugeridos inicialmente tratam de temas como: Internet Breve história da internet, navegadores ( browser ), serviços de e mail, conceito de nuvem Dispositivos Notebooks, tablets, smartphones, desktops, sistemas operacionais Exemplo de utilização em educação e resultados obtidos Escolas inovadoras, metodologias ativas, conectivismo A proposta da Fundação O que vai acontecer neste período de transição para o ensino a distância, o que será adotado inicialmente, objetivos e metas da Fundação 6
7 Após este período de palestras e workshops, os docentes serão convidados a experimentar na prática as tecnologias apresentadas e suas possibilidades para tornar mais rico o processo de ensino e aprendizagem, através de um curso que nomeamos Introdução às Tecnologias Digitais para a Educação, onde as unidades estão assim divididas: Unidade 1 Redes Sociais em Educação; Unidade 2 Mobile Learning; O conteúdo foi disposto de uma maneira que sejamos capazes de fornecer insights a respeito das alternativas disponíveis para os interessados neste novo cenário que se desenha na Fundação e na educação de modo geral. Com base nos objetivos e público alvo, segue a descrição das atividades a serem desenvolvidas: Unidade 1: Redes Sociais em Educação 1.1 Objetivos Compreender e utilizar as potencialidades das redes sociais em educação Identificar e selecionar redes sociais adequadas para disponibilizar conteúdos educacionais (blog, Youtube, Slideshare, entre outros) 1.2 Temas Uso das redes sociais As principais mídias sociais e suas particularidades: Youtube, blog, Facebook, Twitter, Wikipédia Comparação entre os resultados de aprendizagem em redes sociais e AVAs 1.3 Atividades Atividade Introdutória Familiarização com o tema e nivelamento O docente apresenta os materiais de aula (recursos) como fonte de introdução ao tema e também como forma de nivelar os conhecimentos enquanto apresenta as principais mídias sociais, suas particularidades e alguns exemplos de uso na educação. 7
8 Abre se um fórum para discutir questões específicas e também para criar um espaço de dúvidas e ampliação de conhecimento através da participação dos participantes com o apontamento de suas próprias referências e cases. Atividade 1 Criação ou edição de verbete no Wikipédia A atividade deverá ser feita em grupo e os participantes deverão adicionar contribuições ao verbete até formar um quadro claro e completo sobre o assunto escolhido. Atividade 2 Criação e alimentação de canal educativo no Youtube A atividade envolve a criação de um canal de vídeo educacional no Youtube a sua alimentação com vídeos autorais ou seleção e publicação de vídeos com caráter educativo sobre um tema, que pode ser de escolha do aluno ou disponibilizado pelo docente. Atividade 3 Criação de blog ou página educacional no Facebook O objetivo é criar um blog ou página educacional no Facebook sobre um assunto de escolha do aluno para ensinar algo, seja formal ou informalmente e gerar engajamento (comentários, visualizações, curtidas). Atividade 4 Criação de um Twitter Nessa atividade, o aluno irá criar um Twitter com função educativa, seja para indicar fontes de informação, complementar conteúdo abordado, postar frases de personalidades históricas, dar dicas de português, etc. Atividade 5 Resenha A resenha deverá permear os pontos fortes e fracos dos AVAs e das mídias sociais, a adequação desses sistemas para determinado tipo de atividade e indicar exemplos de ensino híbrido com utilização desses dois recursos. Atividade 6 Participação dos trabalhos desenvolvidos pelos colegas: 8
9 Colaboração na edição das wikis, fazer comentários nas mídias sociais criadas pelos colegas. Atividade 7 Participação no fórum de discussão do AVA Debater sobre os artefatos educacionais criados pela turma, apontando os pontos fortes e sugerindo melhorias. Unidade 2: Mobile Learning 2.1 Objetivos Entender a evolução do celular e a importância de seu uso no ambiente escolar; Utilizar as diversas possibilidades oferecidas pelos celulares como recurso educacional (Youtube, redes sociais, aplicativos, QR codes, podcasts, foto). 2.2 Temas A história e evolução do uso do celular; Como usar o celular em sala de aula: exemplos de sites, atividades e aplicativos que podem ser utilizados para fins educacionais. 2.3 Atividades Atividade Introdutória A evolução do celular Os participantes serão convidados a pesquisar a história do celular, da sua criação as previsões para o futuro dos dispositivos móveis e postar o seu entendimento sobre o que pesquisou em um fórum com formato bola de neve, onde o aluno posta a sua síntese e o seguinte deve responder com base nessa discussão iniciada, mas comentando a mensagem anterior, complementando, questionando, concordando ou mudando o direcionamento. Atividade 1 Criação de uma atividade educacional usando o QR Code 9
10 Após visualização do material sobre QR Code e das pesquisas complementares desenvolvidas por cada aluno, segundo seus interesses, deve se criar uma atividade educacional com tema livre, envolvendo o uso do QR Code. Atividade 2 Criação de grupo no WhatsApp com finalidade educacional Para a realização da atividade os participantes, divididos em grupos, devem criar um grupo no WhatsApp e utilizá lo com a finalidade de disseminar conteúdo educativo sobre temas previamente determinados, estimulando interatividade entre os membros, com a finalidade de compor colaborativamente um material completo que será compartilhado com os demais grupos da turma em uma wiki, blog ou fórum. Atividade 3 Utilização da câmera fotográfica como recurso educacional Em grupos, os alunos deverão elaborar uma atividade com tema livre (voltado a educação) que contemple o uso da câmera fotográfica do celular como principal meio de criação, interação e reflexão (criação de um jogo investigativo com pistas ou evidências que devem ser encontradas, fotografia do cotidiano com reflexão, registros fotográficos de eventos, etc.) Atividade 4 Criação de um aplicativo educacional O objetivo desta atividade é criar um aplicativo educacional utilizando uma plataforma online de criação de apps, dispensando assim a necessidade de conhecimentos em linguagens de programação. O aplicativo deverá ser disponibilizado para download. Atividade 5 Participação no fórum de discussão do AVA Participar dos fóruns interagindo com os colegas, incentivando e motivando quando necessário, gerando e esclarecendo dúvidas, apontando links relacionados e respondendo aos questionamentos do docente e demais colegas. Atividade 6 Elaboração de aula com utilização de dispositivos móveis Elaborar um plano de aula que contemple atividades a serem realizadas com o uso de dispositivos móveis. 10
11 Atividade 7 Criação de podcast reflexivo Criar um podcast abordando o conhecimento adquirido ao longo da unidade, tanto teórico quanto prático. Ao término daquilo que consideramos como implantação desse novo modelo, existe a necessidade de um trabalho contínuo de acompanhamento da aplicação prática dos recursos disponíveis. Para que essa dinâmica possa acontecer de forma a não prejudicar a produtividade da Fundação, serão realizados encontros periódicos que podem se dar através de vídeo conferências e/ou presencialmente, diretamente com o grupo estabelecido no início deste processo. O objetivo destes encontros é detectar dificuldades, sanar dúvidas, apresentar novas possibilidades e eventualmente preparar treinamentos pontuais. 11
12 Conclusão Entendendo a complexidade e dinamismo exigido para a implantação do CEAD dividimos o projeto em duas fases. Os itens apresentados acima contemplam a primeira fase, que terá a duração estimada de 18 meses, após esse período a Pronto Educação juntamente com a direção da Fundação avaliará os resultados obtidos. Com base nisso, traçaremos o plano de ação para os ajustes necessário e dando início à fase dois. 12
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14 Referências Bibliográficas FILATRO, Andrea. Design Instrucional contextualizado educação e tecnologia. São Paulo: SENAC, GENTE. Disponível em: < GRAVATÁ, André et al. Volta ao mundo em 13 escolas: sinais de futuro no presente. São Paulo: Fundação Telefônica: A.G., Disponível em: < m_13_escolas.pdf>. MATTAR, João. Web 2.0. e Redes Sociais na Educação. São Paulo: Artesanato Educacional, MATTAR, J.; CZESZAK, W. Avaliação em Educação a Distância. In: FARIA, E.M.B. de; SOUSA, H. de M.; FERNANDES, T. A. (org.) Educação a Distância: textos aplicados a situações práticas. João Pessoa: F&A Gráfica e Editora, MORAN, José. Desafios dos educadores com as tecnologias. In: Educação 2009 As mais importantes tendências na visão dos mais importantes educadores. Curitiba: Multiverso, ª ed. SILVA, Robson S. da. Gestão de EaD: educação a distância na era digital. São Paulo: Editora Novatec,
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