Políticas públicas para as externalidades: Regulamentação. Impostos e subsídios de Pigou e seus efeitos sobre a eficiência de mercado.
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- Otávio Oswaldo Figueiroa
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1 Políticas públicas para as externalidades: Regulamentação. Impostos e subsídios de Pigou e seus efeitos sobre a eficiência de mercado. Licenças Negociáveis para Poluir. 1
2 Já sabemos que a correção das externalidades pode se fazer mediante o uso da tributação corretiva. Essa forma de correção é conhecida como tributação pigouviana, em razão de ter sido inicialmente proposta por Arthur Cecil Pigou ( ), economista inglês responsável pela distinção entre custos e benefícios sociais e privados e pela ideia de que o governo, mediante o uso de uma combinação apropriada de impostos e subsídios, poderia corrigir esse tipo de falha de mercado. Nesse caso, o governo, ao penalizar os agentes causadores das externalidades por meio da cobrança de impostos (subsídios, no caso de externalidades positivas), aumentará os custos desses agentes fazendo, assim, com que eles considerem os efeitos externos de suas ações. Em termos gráficos, isto equivale a deslocar a curva de custo marginal (benefício marginal) para cima e para a esquerda (para cima e para a direita). Dessa forma, é possível identificar o nível de impostos (subsídios), exigido para que a curva de custo marginal (ou de benefício marginal) privado coincida com a curva de custo (benefício) marginal da sociedade corrigindo, assim, o problema de eficiência decorrente da presença de externalidades.
3 Correção de Externalidades Negativas (Custos Externos), em Mercados Competitivos, Mediante o Uso de um Imposto Pigouviano Preço Custo marginal social (incluindo o custo marginal de poluição) Na ausência de tributação corretiva, as firmas produzirão em Qm, onde o custo marginal privado é igual ao benefício marginal. C B E* Q* E M Qm Custo Marginal Privado Imposto por unidade sobre a poluição (custo marginal da poluição) Demanda (benefício marginal social) Quantidade A introdução de imposto por unidade de poluição (custo marginal de poluição), CB, representa um custo adicional para os produtores, obrigando-os a levar em conta os prejuízos causados à sociedade pelas externalidade negativas. Nesse caso é possível atingir o ponto eficiente em que o custo marginal social iguala-se ao benefício marginal; a produção é reduzida para Q*.
4 Correção de Externalidades Positivas (Benefícios Externos), em Mercados Competitivos, Mediante o Uso de Subsídios Subsídio por unidade produzida Preço C B E* Q* Oferta Benefício marginal social Demanda Quantidade Na presença de externalidades positivas, associadas ao consumo de um determinado bem, o benefício marginal social excede o benefício marginal privado e o consumo desse bem será inferior àquele que seria socialmente desejável. Se o governo subsidia essa atividade, pagando por cada unidade consumida, a diferença entre o benefício marginal social e o benefício marginal privado, CB, o consumo desse bem passará a ser Q*, que corresponde à quantidade socialmente eficiente.
5 Regulações e Multas Uma outra forma de o governo lidar com externalidades negativas, como a poluição, é por meio da fixação de esquemas regulatórios. Nesse caso, o agente que provoca a poluição é obrigado a reduzir a produção da atividade que gera a poluição, para os níveis que correspondam à quantidade socialmente eficiente; caso contrário terá de enfrentar as sanções legais que podem ir desde o pagamento de vultosas multas até a proibição de continuar funcionando. O problema é identificar qual o nível de poluição socialmente ótimo. Esse nível exige que se levem em conta todos os custos associados à redução da poluição bem como os benefícios dessa redução por exemplo, a diminuição dos danos ao meio ambiente.
6 Os custos de redução incluem aqueles requeridos para reduzir a poluição, tais como filtros antipoluentes, bem como os custos adicionais de se utilizar tecnologias limpas e os custos em termos da redução dos lucros decorrente da decisão de reduzir a poluição. Esses custos estão sumariados na curva de custo marginal adicional da poluição. Já, a curva de benefício marginal de redução da poluição mostra o valor de cada unidade de redução de poluição, expresso em termos dos benefícios externos, associados à redução dos danos causados pela poluição. Esses danos incluem as perdas dos agentes econômicos afetados adversamente pela produção de externalidades negativas, incluindo-se aí, consumidores e produtores, o custo das medidas tomadas por esses agentes para atenuar esses impactos negativos. Supondo-se que a curva de custo marginal adicional é crescente e que a curva de benefício marginal é decrescente o nível de redução de poluição ótimo é aquele em que BMG = CMA, que ocorre no quando as duas curvas se interceptam, no ponto Q*.
7 Eficiência na Produção em Presença de Externalidades Positivas (Benefícios Externos) em Mercados Competitivos Custo de redução de Poluição Oferta C EM E* Custo marginal privado de redução da poluição B Benefício marginal social de redução de poluição Benefício marginal privado de redução de poluição QM Q* Quantidade de redução de poluição
8 Licenças Negociáveis para Poluir Um sistema de licenças de poluição negociáveis reduz a poluição a um custo menor do que a regulação. Empresas com baixo custo de reduzira poluição o faze vender suas licenças não utilizadas. Empresas com alto custo da redução da poluição compra licenças. Resultado: redução de poluição está concentrada entre as empresas com custos mais baixos;
9 Como a maioria das curvas de demanda, a demanda das empresas pela capacidade de poluir é uma função negativamente inclinada em relação ao preço de poluentes. Um imposto corretivo eleva esse preço e, portanto, reduza quantidade de poluição da demandadas empresas. Um sistema de licenças negociáveis restringe a oferta de direitos de poluição, tem o mesmo efeito que o imposto. Quando responsáveis políticos não sabem a posição da curva de demanda, o sistema permite alcançar alvos de redução da poluição com mais precisão.
10 QUESTÕES Concurso: Secretaria da Fazenda do Estado - AC (SEFAZ/AC) 2009 Cargo: Fiscal da Receita Estadual Banca: Centro de Seleção e de Promoção de Eventos UnB (CESPE) Julgue os itens subsequentes, relativos aos instrumentos econômicos utilizados para promover a sustentabilidade. I Entre os instrumentos econômicos utilizados no combate à poluição se destacam os impostos pigouvianos imposto que, quando acrescido ao preço de um produto, gera uma externalidade negativa tal que o valor cobrado iguala o custo marginal externo dos danos ambientais. II O sistema de comércio de cotas de poluição é um mecanismo de promoção da eficiência alocativa, pois estabelece um mercado para os direitos de poluir, emitindo créditos ou permissões negociáveis para a poluição. No entanto, tal sistema existe apenas em teoria e muitos acreditam que jamais poderá ser implantado dadas as suas dificuldades operacionais. III As políticas de promoção da sustentabilidade fazem uso de uma série de instrumentos de comando e controle, especialmente a fixação de padrões que determinam a qualidade do meio ambiente a ser atingida, padrões que especificam o tipo de equipamento e normas e recomendações acerca do método a ser utilizado na produção. IV As soluções com base em mecanismos de mercado, como impostos e subsídios, são sempre mais eficientes e efetivas que os mecanismos fundamentados em estratégias de comando e controle. Estão certos apenas os itens B. I e III.
11 Questões Ano: 2013 Banca: FCC Órgão: SEFAZ-SP Provas: FCC SEFAZ-SP - Agente Fiscal de Rendas - Gestão Tributária - Prova 1 Considere as seguintes afirmações sobre externalidades negativas e tentativas de soluções públicas e privadas: I. Ocorre uma externalidade negativa quando o benefício marginal da produção de uma unidade adicional de um produto para os consumidores é inferior ao custo marginal de sua produção. II. O teorema de Coase permite concluir que, quando o direito de propriedade é bem especificado, uma negociação entre as partes beneficiadas e prejudicadas pela poluição, cujo custo seja baixo, pode conduzir a um resultado favorável para ambas, sem necessidade de intervenção governamental. III. O estabelecimento de limites máximos para emissões oferece um menor grau de certeza quanto à redução da poluição do que impostos cobrados sobre a emissão de poluentes, quando não há informações seguras sobre os custos a serem acarretados para as empresas por esses controles. IV. Recursos de propriedade comum, como florestas, devem ser diretamente regulados pela iniciativa privada, uma vez que o custo privado de sua exploração é maior que o custo marginal social. Está correto o que se afirma APENAS em A I e II. B I e III. C II e III. D II e IV. E III e IV. Gabarito: A
12 Questões Observações sobre a questão: B) Segundo PINDYCK E RUBINFELD, Microeconomia (6a. edição), página 571: Quando as partes puderem negociar sem custo e com possibilidade de obter benefícios para todos os envolvidos, o resultado das transações será eficiente, independentemente de como estejam especificados os direitos de propriedade. Essa proposição é denominada teorema de Coase. (grifo nosso) Segundo GRUBER, Finanças Públicas e Política Pública (2a. edição), página 77: quando há direitos de propriedade bem definidos e a negociação pode ser feita sem custos, então negociações entre a parte que cria a externalidade podem levar à quantidade de mercado socialmente ótima. (grifo nosso). A banca considerou a assertiva correta porque o sem custo é custos irrelevantes ou muito baixos. C) Pelo contrário, quando não há informações torna-se preferencial o limite de emissões. REGRA: Maior nível de informações > Imposto de Pigou menor nível de informações > Limite de Emissões de Poluentes. IV) Constam dois erros: i) Recursos de propriedade comum podem ser regulados pela iniciativa privada ou poder público. ii) Recursos de propriedade comum o custo privado é menor que seu custo marginal social. Lembre-se que, geralmente, recursos de propriedade comum são não excludentes, tornando o custo privado menor que o custo marginal social (eu posso ir para a floresta sem pagar nada, porém se muitos vão, isso gera uma externalidade negativa, semelhante a uma estrada congestionada).
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