INSTITUTO ÁGORA CEZAR CANESSO. PSICOLOGIA GERAL Resenha Crítica

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1 INSTITUTO ÁGORA CEZAR CANESSO PSICOLOGIA GERAL Resenha Crítica Rio de Janeiro - RJ 2018

2 1 PSICOLOGIA GERAL O primeiro tema tratado no presente artigo faz referência às influências filosóficas para o surgimento e desenvolvimento da Psicologia. Nesse sentido, temos que desde a origem do homem como um ser pensante, este vem tentando encontrar as explicações de suas origens, os motivos de sua existência e para onde ele caminha. Esta curiosidade natural faz com que a Psicologia seja uma das mais antigas e uma das mais novas disciplinas acadêmicas, criando assim esse paradoxo. Assim, desta natural sede de conhecimento presente nos homens, no início do século VI a.c., surge a Filosofia na Grécia. Esta significa " Amizade pelo Saber " e chegou aos poucos para mostrar que aquele mundo explicado de maneira mitológica já não tinha mais sentido e que o pensamento sistematizado, crítico e racional, era capaz de aos poucos encontrar as verdadeiras explicações que o ser humano tanto procurava. Assim, através da Filosofia Grega, que foi instituída para o ocidente, nos foi possível conhecer as bases e os princípios fundamentais de conceitos que conhecemos como razão, racionalidade, ética, política, técnica, arte, física, pedagogia, cirurgia, cronologia e, principalmente o conceito de ciência. Ademais, continuando no desenvolvimento do artigo, o próximo tema faz menção à contribuição da Filosofia grega. Para isso, são apresentados os seguintes filósofos: Pitágoras (séc. V a.c.): considerava que a sabedoria pertencia aos deuses, mas que era possível ao ser humano alcançá-la. Parmênides (+/ a.c.): este dizia que não deveríamos confiar nos dados empíricos capturados pelos sentidos, mas recorrer à razão; Heráclito (+/ a.c.): É dele as frases: Tudo flui As explicações sobre esses filósofos é de maneira breve, todavia o texto quer nos passar é os estes e outros pensadores conhecidos como pré-socráticos contribuíram para o rompimento com uma visão mítica e religiosa que se tinha até então da natureza e a partir disso foi adotado uma forma científica e racional de pensar. 1 Resenhado por Cezar Canesso a partir do artigo sobre a Psicologia Geral na atividade modular nº III.

3 Sócrates ( a.c.): devido ao seu novo modo de pensar, é considerado um divisor de águas na Filosofia. Foi o criador do método chamado de Maiêutica (trazer a luz o conhecimento). Para ele as etapas do saber são quatro: Ignorar sua Ignorância, Conhecer sua Ignorância, Ignorar seu Saber e Conhecer seu Saber. Foi condenado à morte por envenenamento devido ao incômodo causado pelas suas ideias inovadoras. Aristóteles ( a.c.): discípulo de Platão, mas contrariou seu mestre e é um dos maiores críticos à teoria das ideias platônica; fundador da própria escola, o Liceu. Seu estilo sempre foi predominantemente científico ponto de se afirmar que a ciência ocidental efetivamente começou com ele. Para o estagirita, "o homem é um ser racional" e argumenta que é a razão que controla nossos atos e nela há o raciocínio a partir dos dados dos sentidos mas que a relação sujeito-objeto era direta. Apesar de sua grande capacidade e colaboração indiscutível para a filosofia, sua fisiologia era precária (obviamente isso é justificável devido aos poucos recursos disponíveis na época, nem de longe comparados aos dos últimos séculos). Em suma, é fato que Platão, Aristóteles e outros filósofos gregos a partir do século V a.c. não desenvolveram um estudo sistemático sobre a psicologia, no entanto se preocuparam com muitos problemas que hoje os Psicólogos tentam explicar: a memória, a aprendizagem, a percepção, a motivação, os sonhos e principalmente o comportamento anormal. Prosseguindo nas explicações, observa-se que até o século XVII os filósofos estudavam a natureza humana mediante a especulação, a intuição e a generalização, pois baseavam-se em sua pouca experiência. Com o desenvolver do método científico e, consequentemente, com os avanços da Física e de novas tecnologias, os métodos e as descobertas da ciência cresciam vertiginosamente. A observação e a experimentação, seguidos pela medição eram marcas distintivas da ciência e começou a ficar evidente que todos os fenômenos poderiam ser descritos e quantificáveis. Esse fatos se deram a aproximadamente 200 anos do estabelecimento da Psicologia como ciência, no entanto é notório que esses mesmos eficazes métodos experimentais e quantitativos, utilizados para revelar os segredos do universo físico, podiam ser aplicados na exploração e previsão dos processos e condutas humanas e assim o foram. Nos primórdios da Psicologia Moderna temos Descartes como grande destaque A maior contribuição dele foi a tentativa de resolver o problema corpo-mente. Descartes argumentou que a função da mente era somente a do pensamento e que todos os outros

4 processos era realizados pelo corpo. Mente e corpo, apesar de serem duas entidades distintas, são capazes de exercer influências mútuas e interatuar no organismo humano. Essa teoria foi chamada de interacionismo mente-corpo. Assim, concluiu que a glândula pineal era um ponto no corpo onde essa interação mútua entre corpo e mente poderia acontecer. Por fim, sua maior obra foi "O Discurso do Método" onde destaca que através da razão é que se pode chegar à verdade sobre as coisas. Depois de Descartes, a ciência moderna e a psicologia se desenvolveram rapidamente. Em meados do século XIX o pensamento europeu foi impregnado por um novo espírito: o Positivismo. Esse espírito materialista gerou idéias de que a consciência poderia ser explicada em termos científicos. Na Inglaterra surgia outro grupo de filósofos, os empiristas. Eles pesquisavam como a mente adquire o conhecimento e diziam ser somente através dos sentidos que isso acontecia. Dentre os empiristas britânicos e suas principais contribuições para a Psicologia temos John Locke ( ) - Ensaio Acerca do Entendimento Humano Assim, o artigo deixa claro que o positivismo, o materialismo e o empirismo tornavam-se os alicerces filosóficos de uma nova psicologia, onde os fenômenos psicológicos eram constituídos de provas fatuais, observacionais e quantitativas, sempre baseados na experiência sensorial, ou seja, a psicologia passa a utilizar dos métodos científicos. Ademais, é também apresentada a contribuição de George Berkeley ( ) - autor de Um Ensaio Para Uma Nova Teoria da Visão (1709) e O Tratado Sobre os Princípios do Conhecimento Humano (1710). Ele concordou com Locke acerca de que todo conhecimento provinha do experiência, mas discordou quanto às qualidades primárias, dizendo só existirem as secundárias, pois todo conhecimento é função da pessoa que percebe ou experimenta. Por fim, o artigo indica ainda três filósofos historiadores que contribuíram para a história da Psicologia foram David Hume ( ) com a obra Tratado Sobre a Natureza Humana (1739), David Hartley ( ) com sua obra: Observações Sobre o Homem, Sua Constituição, Seu Dever e Suas Expectativas (1749) e James Mill ( ) com sua obra: Análise dos Fenômenos da Mente Humana (1829). Como último tema, o artigo apresenta as influências fisiológicas para o desenvolvimento da Psicologia. Esclarece que a fisiologia influenciou a psicologia devido às

5 diferenças e características individuais do ser humano sobre as quais não se tem controle e devido à subjetividade da percepção que influenciava na percepção da pessoa com a natureza do objeto. Com isso, os cientistas despertaram interesse em estudar e pesquisar os processos psicológicos e o comportamento através dos estudos dos órgãos dos sentidos. Essa pesquisa fisiológica, como indica o tópico, foi um produto do final do séc. XIX que influenciou a psicologia. A partir daí a psicologia vai ter outra lógica, surgindo uma nova psicologia. A psicologia então surge como uma disciplina científica que estuda os comportamentos e os processos psicológicos. Dentre os vários cientistas que utilizaram o método experimental para o estudo da psicologia, o texto destaca como precursores os alemãe s Hermann von Helmholtz, Ernest Weber, Gustav T. Fechner e Wilhelm Wundt como integradores do desenvolvimento da fisiologia e da ciência na metade do século XIX e como seus trabalhos foram decisivos para a fundação da nova Psicologia. Para não ficar demasiadamente longa as considerações, apresento somente algumas informações sobre esses autores: Helmholtz : experimentos sobre a velocidade dos impulsos nervosos; Weber : foi um pouco mais além de Helmholtz, realizando pesquisas das sensações cutâneas e musculares, mas sua principal contribuição para a Psicologia foi seu trabalho designado de Limiar de Dois Pontos; Fechner : Ele deu à psicologia técnicas de medidas precisas e elegantes, fazendo dela uma ciência e é considerado fundador de uma Nova Psicologia. Com algumas modificações, os métodos dele na pesquisa dos problemas psicológicos são utilizados até hoje; Wundt : Seu método de estudo era o da introspecção analítica. Considerava as sensações e os sentimentos formas elementares da experiência, apesar de considerar a mente e o corpo sistemas paralelos mas não interatuantes, e como a mente não dependia do corpo, era possível estudá-la eficazmente em si mesma. Um ponto interessante sobre Wundt é que 1892 sua psicologia foi levada aos Estados Unidos por seu aluno E. B. Titchener, que a alterou consideravelmente e propôs uma nova abordagem que denominou estruturalismo. O estruturalismo, por sua vez apresentava algumas limitações óbvias, mostrando que o método de estudo, a introspecção formal, falhava por ser obscuro e pouco confiável, portanto fora do alcance do objetivo científico.

6 Assim o movimento que veio remediar essas falhas foi o funcionalismo. Nessa corrente de pensamento destaca-se William James ( ), um dos mais influentes psicólogos americanos. Para ele a consciência é subjetiva, está em constante movimento de evolução, é seletiva na escolha dos inúmeros estímulos que a bombardeiam e tem como papel principal a adaptação dos indivíduos aos seus ambientes. Apesar de contrariarem fortemente o estruturalismo, muitos estudiosos discordaram entre si em alguns aspectos. Isso fez com que em 1912 surgisse um novo movimento norte-americano, o Behaviorismo. O Behaviorismo (ênfase para John Watson ( ) marcou bastante a psicologia norte-americana e até hoje o estudo do comportamento humano exerce grande influência na Psicologia Moderna. A filosofia principal do Behaviorismo começou por estudar os comportamentos controlados em laboratórios, dos animais (os quais podiam ser comparados aos dos humanos), de acordo com estímulos que lhes eram apresentados. De resto, B. F. Skinner ( ) também deu sua contribuição e é uma das mais importantes figuras do comportamentalismo. Enquanto isso, na Alemanha, crescia a Psicologia da Gestalt (que significa forma, estrutura) que, no lugar de criticar o objeto de estudo, que no caso era a mente, vem para criticar o método utilizado até então, que era o da introspecção e de certa forma, critica também o reducionismo praticado pelos behavioristas. Em 1912, Max Wertheimer ( ), apontado como o fundador da Psicologia da Gestalt, publicou um relatório sobre seus estudos sobre um fenômeno que chamou de Movimento Aparente, ou seja, a impressão de movimento quando na verdade ele não está acorrendo. O cinema e as imagens de telas de TV são ótimos exemplos desse fenômeno, onde uma seqüência de imagens consecutivas nos é apresentada e essa consecução nos dá a nítida idéia de movimento. Com isso, pela primeira vez, foi demonstrado que "O todo é mais que a soma das partes." E, concluindo o artigo, o mesmo apresenta que na europa surgia um novo movimento chamado de Teoria Psicanalítica, onde Sigmund Freud ( ) foi seu precursor. Todavia, não traz mais considerações obviamente pela sua grande extensão do assunto.