Contribuições da iniciação científica no aprendizado e desenvolvimento dos estudantes no Ensino Superior
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- João Vítor Gama
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1 Linha editorial: Pesquisa Científica Contribuições da iniciação científica no aprendizado e desenvolvimento dos estudantes no Ensino Superior Viviane Helena Zampieri(FCSGN) 1 Julio Cesar Santin 2 Keylla Mara Cardoso de Sousa 3 Humbelina Silva Siqueira Lopes 4 Sueli Sanches 5 Hidelvani Nunes Silva 6 Aline Akemi Ishikawa 7 Ana Paula Ferreira de Almeida 8 Felipe Moura Pontes 9 Robson Cavalin Rodrigues 10 Resumo: Com o presente estudo objetiva-se investigar de que maneira a participação dos acadêmicos de graduação em projetos de pesquisa científica pode colaborar para a construção do conhecimento e na formação profissional dos estudantes de graduação. Com base em uma revisão da bibliografia existente sobre pesquisa e iniciação científica nas universidades, em torno da história da pesquisa e iniciação científica no ambiente universitário; contribuições da pesquisa e iniciação cientifica para o aprendizado; e no desenvolvimento intelectual e pessoal dos alunos de graduação, é possível constatar que a pesquisa e produção científica ainda hoje está muito associada aos programas de pós-graduação, porém com os projetos de fomento e subsídio à pesquisa científica nas universidades, possibilita uma maior a 1 Zootecnista formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT, Sinop-MT, 2016). E- mail:vhzootecnia@gmail.com Novembro de Graduado em Agronomia - Escuela de Agricultura de La Región Tropical Húmida (1998) Costa Rica, América Central. jcsantin@uol.com.br 3 Pós graduação stricto sensu em Ciências Odontológicas Integradas, pela Unic Cuiabá, em andamento.graduada em Odontologia pela Universidade José do Rosário Vellano. Kmckny@hotmail.com 4 Doutora em Ciência do Solo, Universidade do Estado de Santa Catarina UDESC. humbelinasiqueira@gmail.com 5 Licenciada em Química pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Arapongas - Paraná (1984). ssanches.quimica@hotmail.com 6 Graduação em fisioterapia. Faculdade de ciências Sociais Aplicadas de Sinop, FACISAS, Brasil. nego_hidel@hotmail.com 7 Doutora em Ciências pelo Programa de Pós - Graduação em Toxicologia da USP de Ribeirão Preto (2016). alineishikawa10@gmail.com 8 Possui graduação em Agronomia pela Universidade do Estado de Mato Grosso (2009). ana.engagro@hotmail.com 9 Doutorado na Universidade Federal Rural do Semi-Árido, na área de bioquímica e pós-colheita felipefito@bol.com.br 10 Mestre em Física pela Universidade Federal de Pelotas (UFPEL, Pelotas-RS, 2014). robsonufpel@gmail.com V.7,N.1(2018) Página 76
2 inserção de estudantes de graduação no meio científico. A pesquisa científica quando bem estruturada e aplicada se torna uma excelente ferramenta de ensino. Em que através da participação de projetos de pesquisa o estudante está participando diretamente da construção do processo do conhecimento. Porém é necessário conciliar e distribuir corretamente o tempo dedicado à pesquisa, com atividades e disciplinas obrigatórias contidas da grade curricular. Algumas habilidades que podem ser adquiridas pelos estudantes de graduação com a participação em projetos de pesquisa científica contribuem não só para o destaque desses alunos em seleções ligadas ao meio científico, mas auxilia também para um melhor desempenho profissional no mercado de trabalho. Palavras-chaves: Capacidade intelectual; Desenvolvimento Científico; Ensino. Abstract: This study aims to investigate how the participation of under graduate students in scientific research projects can contribute to the construction of knowledge and professional training of under graduate students. Based on are view of the existing bibliography on research and scientific initiation in universities, around the history of research and scientific initiation in the university en vie on men; research contributions and scientific initiation on for learning; and in the intellectual and personal de velopmento funder graduate students, it is possible to verify that scientific research and production is still very much associated with postgraduate programs, but with projects to promote and subsidize scientific research in universities, insertion of undergraduate students in scientific circles. Scientific research when well structure Dan dappled become san excellent aching tool. In that through the participation of research projects, the student is participating directly in the construction of the knowledge process. However, it is necessary to reconcile and correctly distribute the time devoted to research, with activity I sand compulsory subjects contained in the curriculum. Some skill stat can be acquired by undergraduate students with participation in scientific research projects contribute not only to the prominence of these students in selections linked to the scientific environment, butyl so helps to better professional performance in the job market. Keywords: Intellectual ability; Scientific Development; Teaching. 1. INTRODUÇÃO A pesquisa e a tecnologia ocupam um lugar de destaque nas universidades brasileiras nos dias atuais. Os programas de pós-graduação juntamente com ações de incentivo e recursos destinados à pesquisa contribuíram para o aumento de produções científicas no interior das universidades, e facilitaram o acesso de alunos da graduação ao meio científico. V.7,N.1(2018) Página 77
3 Bastos etç al., (2010) definem a Iniciação Científica como uma forma de introduzir os alunos de graduação na pesquisa científica, sendo esta um suporte teórico e metodológico para realização de um projeto que contribua na formação profissional do aluno. Fava-de-Moraes e Fava(2000) evidencia mas contribuições da Iniciação Científica sobre o desenvolvimento intelectual e pessoal dos acadêmicos participantes, ressaltando um histórico mais favorável do que contrário. Enquanto graduando do curso de Zootecnia da Universidade Federal de Mato grosso e participante de Iniciação Cientifica, foi possível observar que ao rever e aprofundar alguns conceitos teóricos e o desenvolvimento do projeto em si, foi relevante para um melhor entendimento dos conteúdos abordados em sala de aula. Deste modo, com o presente estudo objetiva-se investigar de que maneira a participação dos acadêmicos de graduação em projetos de pesquisa científica pode colaborar para a construção do conhecimento e na formação profissional dos estudantes. Em que se utilizou uma revisão da bibliografia existente sobre pesquisa e iniciação científica nas universidades, destacando alguns pontos, como a história da pesquisa e iniciação científica no ambiente universitário, contribuições da pesquisa e iniciação cientifica para o aprendizado e no desenvolvimento intelectual e pessoal dos alunos de graduação. 2. PESQUISAS CIENTÍFICAS NA GRADUAÇÃO A pesquisa científica aos poucos foi ganhando espaço nas universidades do Brasil, alguns autores destacaram a importância quanto a participação e vivência dos estudantes no meio cientifico durante a graduação. De acordo com Bastos etç al., (2010) a iniciação científica surgiu com objetivo de descoberta de possíveis vocações científicas e incentivo a talentos de estudantes de graduação, através da participação em projeto de pesquisa, orientados por pesquisador qualificado. 2.1 Breve contexto histórico da pesquisa científica nas universidades brasileiras V.7,N.1(2018) Página 78
4 As primeiras iniciativas científicas no Brasil, de nominadas de ciência moderna, surgiram após a transferência da Corte portuguesa em 1808, que foi responsável por significativas transformações na vida política, cultural e econômica do país elevou à criação das primeiras instituições ligadas à ciência, à publicação dos primeiros livros e ao surgimento da imprensa, apontou Bittencourt(2016). Na área da educação Vieira (2003), destacou dois momentos marcantes na história da pesquisa. O primeiro deles foi o projeto desenvolvido por Anísio Teixeira, O Instituto de Pesquisas Educacionais do Departamento de Educação da Prefeitura do Distrito Federal, entre os anos de 1931 e Que posteriormente, em 1938 teve um novo desdobramento: a criação do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP). E a divisão da Psicologia Aplicada dentro do INEP sob direção de Lourenço Filho. O segundo momento relevante para Vieira (2003), foi a criação do Centro Brasileiro de Pesquisa Educacional (CBPE), dentro do próprio INEP ocorrido em Mais adiante, foram desenvolvidos os Centros Regionais de Pesquisas Educacionais (CRPES). A partir de então sob gestão de Anísio Teixeira a pesquisa educacional adquiriu institutos, recursos e quadros próprios. Durante a década de 50 também ocorreu outro fato histórico marcante, a criação do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq, ações de incentivo e fomento institucionalizadas destinadas a pesquisas. Como apontou Mas si e Queiroz (2010) em revisão sobre estudo da Iniciação Científica no Brasil. Mas foi a partir de 1970 com a criação dos programas de pós-graduação que houve significativa transformação no cenário da pesquisa brasileira. De acordo com Bittencourt (2016), nos anos de 1970 e 1980 o governo militar promoveu relevantes mudanças no que se refere a ciência e tecnologias nacionais. Fortaleceu e expandiu o ensino superior e após-graduação; criou e estruturou instituições e centros de pesquisas; Fundou um sistema de ciência e tecnologia. Essas modificações ocorridas contribuíram para o aumento de pesquisadores no país. V.7,N.1(2018) Página 79
5 Massi e Queiroz (2010, p.175) ressaltaram que: Em 1988 o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) criou o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica Pibic, um instrumento adicional de fomento, pelo qual bolsas de IC passaram a ser concedidas diretamente às Instituições de Ensino Superior IES e aos Institutos de Pesquisa IPq, responsáveis por gerenciar diretamente as concessões dessas bolsas. A criação do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) foi de grande relevância para o desenvolvimento científico nas universidades e para uma maior participação de estudantes em pesquisas. Rossato (2004apud BITTENCOURT2016) caracterizou a década de 1990 como um período de redemocratização, em que as medidas tomadas durante essa fase, provocaram expansão por meio da rede privada e a proliferação de instituições de ensino de natureza não universitária. Porém, mesmo com a expansão das instituições, o país ainda apresentava taxa muito baixa de matrículas na educação superior. 2.2 Projetos científicos no ensino-aprendizagem A pesquisa científica para Almeida (2002 apud MASSI 2008) poderia ser um excelente instrumento educativo, no instante em que levava os alunos a lidar em como desenvolvimento do projeto científico, ou seja, o processo de conhecer e não apenas o produto desse processo. Segundo Demo (2003 apud BITTENCOURT 2016), a metodologia tradicional de ensino, atrapalhava o estudante, porque o deixa como objeto de ensino e instrução, sem articulação da teoria e prática. Sendo apontada pelo autor necessidade do retorno à reconstrução do conhecimento e além da instituição, podendo a pesquisas a porte na aprendizagem. Breglia (2002 apud MASSI 2008), em estudo no qual entrevistou alguns professores orientadores, a Iniciação Científica era apontada como uma atividade motivadora para o aluno em sala de aula, o que favorecia para uma maior base de conhecimentos prévios, uma visão mais ampla do curso e desmistificação de V.7,N.1(2018) Página 80
6 conceitos e teorias. No entanto, Breglia (2002 apud MASSI 2008) ressaltou ainda que para alguns professores de graduação, o trabalho durante o projeto científico deveria ser dosado, pois o entusiasmo e envolvimento dos alunos com a pesquisa poderia criar uma divisão a carga horária entre a pesquisa e as disciplinas, resultando em reprovações. 2.3 Eficácia da Iniciação Científica no desenvolvimento dos discentes de graduação As contribuições da Iniciação Científica sobre o desenvolvimento profissional e pessoal dos alunos de graduação foram evidenciadas por alguns autores. Para Favade-Moraes e Fava (2000) a primeira conquista do estudante que fazia Iniciação Cientifica, era a possibilidade de desenvolver atividades fora de sala de aula e sair da rotina, além de escolher trabalhar com áreas e professores que tinha mais afinidade. Além de outras habilidades adquiridas como escrita, habilidades manuais e leitura crítica bibliográfica. Em estudo da iniciação científica na Universidade de Brasília, no período de 2011 a 2013 Bittencourt (2016), ressaltou a importância da pesquisa na formação profissional, pois a participação dos acadêmicos em produções científicas ainda em fase de graduação, com práticas teóricas e empíricas da pesquisa, contribuiu para o desenvolvimento de capacidades de raciocínio, observação e crítica atingindo os objetivos da própria aprendizagem. Bridi (2010) constatou por meio de um estudo realizado sobre as contribuições da Iniciação Científica na formação geral do estudante universitário que, com o desenvolvimento do projeto de iniciação científica, os discentes participantes apresentaram características positivas que iam além da evolução como pesquisador especializado, ocorreu melhora no desempenho intelectual, cultural e moral do estudante. De acordo com Fava-de-Moraes e Fava (2000) geralmente os estudantes que participaram de iniciação científica, tiveram um melhor desempenho nas seleções para a pós-graduação, se destacaram em atividades coletivas, melhor espírito de equipe e maior facilidade de falarem público e de se adaptar às atividades didáticas V.7,N.1(2018) Página 81
7 futuras. Com relação ao desenvolvimento pessoal, as pesquisas apontam algumas qualidades/habilidades despertadas pela prática da pesquisa e interiorizadas para futura vida profissional, quer na prestação de serviços ou na academia, principalmente. (MALDONADO,1998 apud MASSI e QUEIROZ, 2010, p. 181). Enfatizando que as habilidades desenvolvidas por alunos que participavam da iniciação cientificam não se aplicavam apenas ao meio científico. Fava-de Moraes e Fava (2000) também apontaram as vantagens para a vida profissional. Em que os estudantes de Iniciação Científica que seguiram para o mercado de trabalho puderam aproveitar de uma melhor capacidade de análise crítica, maturidade intelectual e de maior discernimento para enfrentar as suas dificuldades e tomar decisões. 3. CONCLUSÃO A produção científica ainda hoje está muito associada aos programas de pósgraduação, porém com os projetos de fomento e subsídio à pesquisa científica nas universidades, é possível a inserção cada vez maior de estudantes de graduação no meio científico. A pesquisa científica quando bem estruturada e aplicada se torna uma excelente ferramenta de ensino. Pois com o desenvolvimento do projeto de pesquisa, aliando teoria a prática, o estudante está participando diretamente da construção do processo do conhecimento. Porém é necessário conciliar e distribuir corretamente o tempo dedicado à pesquisa, com atividades e disciplinas obrigatórias contidas da grade curricular, para não haver possíveis prejuízos, como por exemplo, reprovações disciplinares. Algumas habilidades que podem ser adquiridas pelos estudantes de graduação com a participação em projetos de pesquisa científica como: desenvolvimento e maturidade intelectual, análise crítica, raciocínio, leitura crítica, facilidade de trabalhar em equipe, entre outras, contribuem não só para o destaque desses alunos em seleções ligadas ao meio científico, mas auxilia também para um melhor V.7,N.1(2018) Página 82
8 desempenho profissional no mercado de trabalho. REFERÊNCIAS BASTOS, F.; MARTINS, F.; ALVES, M.; TERRA, M.; LEMOS, C.S. A importância da Iniciação Científica para os alunos de graduação em Biomedicina. Revista Eletrônica Novo Enfoque, v. 11, n.11,p.61-66,2010. Disponível em < Acessado em 02/11/2017. BITTENCOURT, D. Iniciação Científica na Universidade de Brasília: Uma análise da política institucional no período Dissertação (Mestrado) Universidade de Brasília, Brasília/DF, Disponível em < link artigo 2016>. Acessado em 02/11/2017. BRIDI, J.C.A. Atividade de pesquisa: contribuições da Iniciação Cientifica na formação geral do estudante universitário. Olhar de Professor, Ponta Grossa, v. 13, n.2, p , Disponível em < Acessado em: 01/11/2017. FAVA-DE-MORAES, F.; FAVA, M. A Iniciação Científica: muitas vantagens e poucos riscos. São Paulo em Perspectiva, v. 14, n. 1, p , Disponível em < Acessado em: 28/10/2017. MASSI, L. Contribuições da iniciação científica na apropriação da linguagem científica por alunos de graduação em Química. Dissertação (Mestrado) Instituto de Química da Universidade de São Paulo, São Carlos, Disponível em < Acessado em: 24/10/2017. MASSI, L.; QUEIROZ, S. L. Estudo sobre Iniciação Científica no Brasil: uma revisão. Cadernos de Pesquisa, São Paulo, v. 40, n. 139, p , jan./abr Disponível em < Acessado em: 24/10/2017. VIEIRA, Carlos Eduardo. Anísio Teixeira e a pesquisa em educação no Brasil: ensaio sobre o processo de formação do campo. Série-Estudos - Periódico do Programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB, [S.l.], nov ISSN Disponível em < Acessoem: 25/10/2017. V.7,N.1(2018) Página 83
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