PLANO BIENAL DE TRABALHO DA DIRETORIA
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- Lucas Amarante da Fonseca
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1 PLANO BIENAL DE TRABALHO DA DIRETORIA Gestão Resistência e Movimento ( ) Dos desafios e compromissos Nossa associação representa, desde seu nascedouro, o campo da pesquisa e da pós-graduação em educação, o que lhe permite mobilizar e organizar um conjunto de conhecimentos que sustentam a defesa da educação pública brasileira de qualidade, laica, democrática, gratuita, comprometida com a justiça social e com o combate a toda e qualquer manifestação de arbitrariedade e opressão. A defesa desse compromisso histórico e ético se agiganta no momento atual que vivemos. Estamos passando por um período de grave crisenas esferas da política e da economia que tem consequências para o país, às políticas públicas e o debate educacional. A crise internacional, percebida inicialmente nos Estados Unidos e nos países mediterrâneos, vem persistindo desde Acompanhamos seus desdobramentos na Grécia, por exemplo, e, em 2015, ela ganhou a cena central na economia brasileira. Aliado a isto, vivemos uma crise política que requer pesquisa e debate para que interpretações sólidas a respeito dos conflitos sociais no Brasil possam, quiçá, ajudar a compreender os movimentos contraditórios que assistimos, em especial, a onda conservadora que ganha espaço na sociedade brasileira, materializada em manifestações anticorrupção com motivações golpistas e pela volta ao regime militar; manifestações racistas, homofóbicas e de intolerância religiosa, que, em boa parte, estão articuladas contra a ampliação das ações das mulheres na sociedade. Em contraponto a esta realidade, aliados aos movimentos sociais progressistas, entram na disputa movimentos em defesa da democracia e manifestações legítimas contra o ajuste fiscal, ajuste que penaliza os setores mais empobrecidos da população brasileira. Se não é um cenário fácil para a disputa política, também não é fácil para a produção de conhecimento. Cabe destacar que esta diretoria reafirma o compromisso histórico da ANPEd com a democracia e se postará contrária a todas as tentativas de desestabilização da
2 ordem democrática e tentativas de golpe que possam se insinuar no cenário nacional. No campo educacional, as contradições não são menores. A aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE ) incorporou a necessidade de expansão dos fundos públicos para a área e estabeleceu a meta de 10% do PIB para a Educação, porém, tais recursos, a serem garantidos, podem ser direcionados tanto ao setor público como ao privado, o que indica um cenário de acirramento das disputas quanto à sua alocação e como eles serão efetivamente executados. A problemática público-privado está presente também em outros embates, tais como na definição de uma Base Nacional Comum para os currículos da Educação Básica, definidas em um quadro de proximidade excessiva de fundações privadas com o MEC, o que pode acarretar consequências graves para a Escola Pública nos moldes em que a defendemos. Ao mesmo tempo, a ampliação de vagas na Educação Superior, com alguns ganhos de inclusão trazidos por políticas de cotas sociais e raciais nas Universidades Públicas, e a interiorização do sistema Federal com novas IFES convivem com a expansão das instituições privadas com financiamento público, seja via PROUNI ou pela via do FIES, ao lado de corte de recursos de mais de dois bilhões para as IFES só em 2015, e uma grande redução orçamentária para 2016, prevista no Projeto de Lei Orçamentária encaminhado pelo governo federal ao Congresso Nacional. Nesse contexto, contraditoriamente, a despeito do contido no PNE do potencial crescimento da participação da educação no orçamento público, a pesquisa e a pós-graduação sofreram um golpe com o contingenciamento dos recursos de custeio que compromete as condições de trabalho em todos os programas, além de 2015 ter sido um ano com poucos editais das agências de fomentos e muitos problemas de execução dos recursos. A situação é agravada quando informações especulativas tensionam o cenário, a exemplo do risco de fusão do CNPq com a CAPES, medida que poderia ferir gravemente a organização da pesquisa e da pós-graduação no país. O quadro social contemporâneo é crítico, tornando ainda mais complicado o desafio da ANPED, cuja trajetória de quase quatro décadas é marcada por uma atuação forte em momentos importantes da vida nacional, da mobilização social, das políticas educacionais, da organização da pós-graduação e do financiamento da pesquisa no país.
3 Isto significa que nossa agenda é ampla. A vitalidade de nossa associação se materializa, fundamentalmente, por meio dos 23 GTs e do Comitê Científico, que são pólos fecundos de discussão, produção e difusão de conhecimento em praticamente todos os campos do debate educacional; do FORPRED, espaço político institucional dos Programas de Pós-Graduação; do FEPAE, espaço de articulação dos editores de periódicos de educação. frentes: Esta capilaridade é o nosso potencial para continuarmos as disputas em muitas - No contexto da pesquisa, com atuação junto aos órgãos de fomento e grupos de pesquisas, estimulando e acompanhando os debates no âmbito da Comissão Nacional de Ética na Pesquisa e no Fórum de Ciências Humanas e Sociais junto ao CNPq; - No contexto da pós-graduação, realizando o acompanhamento e a avaliação da agenda das agências de fomento, em especial no âmbito da CAPES, para discussão dos processos de avaliação e regulação dos programas; - No contexto da política educacional ampla, representando as associações científicas no Fórum Nacional de Educação, espaço privilegiado para o debate e acompanhamento, monitoramento e avaliação da execução do Plano Nacional de Educação e das demais políticas para a área educacional. Estes são espaços múltiplos, com possibilidades e limitações, que exigem um amplo trabalho coletivo para ocupá-los, tanto para marcar quanto para construir posições. Frente a isto, este grupo de associadas e associados eleito para a gestão tem a tarefa de continuar o trabalho de articulação da ANPEd em defesa da pesquisa e da pós-graduação em educação, reafirmando seu compromisso com o combate às desigualdades e assimetrias na sociedade brasileira. Para esta tarefa nos comprometemos com:
4 A defesa do direito à educação pública, gratuita, laica, democrática e de qualidade e a defesa da pesquisa e da pós-graduação em educação, em todos os espaços, destacando os fóruns de debates institucionais específicos; A defesa da gestão democrática e participativa da política educacional em todos os espaços institucionais; A participação no debate, acompanhamento e avaliação dos planos nacionais como Política de Estado: Plano Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Social Sustentável 2011/2020, Plano Nacional de Pós- Graduação (PNPG) 2011/2020 e Plano Nacional de Educação 2014/2024, desenvolvendo processos de acompanhamento e avaliação dessas ações; A defesa da qualidade da pesquisa e da pós-graduação no diálogo e na construção de cooperação com agências de fomento visando à superação das desigualdades e assimetrias entre as áreas do conhecimento e regiões; A defesa do aumento e democratização do financiamento para pesquisas no campo da educação; e, A interlocução entre a ANPEd e demais associações científicas de pesquisa e pós-graduação, nacionais e internacionais. A interlocução da ANPEd com os movimentos sociais organizados em defesa da educação pública no país. Ações estruturantes Imbuídos desses compromissos, que sintetizam a ideia de resistência e movimento, a Diretoria apresenta seu Plano de Trabalho para o biênio de , o qual assume as ações estratégicas que seguem: Garantir e consolidar as condições de diálogo democrático na organização e gestão da Anped. Objetivos/ Estratégias: Promover o debate amplo sobre a organização da ANPEd (Regulamentação dos Grupos de Trabalho, Revisão do Regulamento do Comitê Científico, Regimento do FORPRED em articulação com a coordenação do FORPRED), dando continuidade as demandas decorrentes da última revisão estatutária.
5 Trabalhar de forma articulada com o Forpred e o Fepae, visando o aperfeiçoamento da pós-graduação, da pesquisa e da divulgação científica por meio dos veículos de publicação na área. Objetivos/ Estratégias: Manter diálogo constante com as coordenações do FORPRED e do FEPAE de modo a garantir uma ação unitária da ANPEd nas discussões sobre a política de pós-graduação e no fortalecimento da divulgação científica da área de educação. Definir estratégias de comunicação que possibilitem ampliar o alcance da ANPEd e da produção científica da área na sociedade brasileira via fortalecimento e aprimoramento do Portal da ANPEd e com ações articuladas a outras formas de comunicação e disseminação. Objetivos/ Estratégias: Consolidar a política de comunicação da ANPEd. Ampliar o quadro de associados da ANPEd, de modo a fortalecer a entidade. Objetivos/ Estratégias: Realizar ampla campanha de filiação, com vistas a consolidar a organização da ANPEd nas regionais, estimulando a associação de pesquisadores, estudantes de pós-graduação e novos programas, mediante o estabelecimento de condições que considerem as assimetrias regionais. Desenvolver projetos, convênios e ações com órgãos públicos que se coadunem com a perspectiva e compromisso de fortalecimento da pesquisa em educação. Coordenação: Diretoria da ANPEd Objetivos/ Estratégias: Dar continuidade aos convênios existentes no âmbito da ANPEd, incluindo as ações em curso com a SECADI, e buscar novos projetos que se coadunem com o fortalecimento da pesquisa em educação. Dar continuidade às ações que garantam condições para a produção, a divulgação e a circulação, nacional e internacional, da Revista Brasileira de Educação RBE. Coordenação: Diretoria da ANPEd em articulação com o Editor da RBE e o Conselho Editorial. Objetivos/ Estratégias: Garantir a periodicidade da RBE e preservar sua qualidade, modernizando, na medida do possível, as formas de submissão/avaliação dos artigos, bases de indexação, divulgação e circulação da revista. Apoiar e fortalecer a organização das Reuniões Científicas Regionais da ANPEd.
6 Coordenação: Diretoria da ANPEd em articulação com as coordenações regionais do FORPRED e comissões locais. Objetivos/ Estratégias: Apoiar, participar e acompanhar todo o processo de planejamento e realização das reuniões regionais da Associação nos termos da regulamentação aprovada para as reuniões regionais da ANPEd. Organizar a 38ª Reunião Científica Nacional da ANPEd. Coordenação: Diretoria da ANPEd e comissão Local da Sede da 38ª Reunião Objetivos/ Estratégias: Planejar e organizar a 38ª Reunião Nacional da Associação, em sintonia com a instituição que a sediará, apresentando melhorias na forma de organização científica e de infra-estrutura da reunião. Atuar junto às agências de fomento e apoiar o Fórum de Ciências Humanas e Sociais na defesa da área da educação e no fortalecimento da pesquisa no Brasil. Objetivos/ Estratégias:Acompanhar o debate em articulação com as demais entidades científicas da área de Ciências Sociais e Humanas, mantendo diálogo constante com as instâncias internas da ANPEd para defesa da área da Educação e fortalecimento da pesquisa. Acompanhar e intensificar o debate sobre ética na pesquisa junto a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa e do Fórum de Ciências Humanas e Sociais. Coordenação: Diretoria da ANPEd e Comissão ANPED Ética na Pesquisa Objetivos/ Estratégias: Humanas de estudo sobre o tema no âmbito da pós-graduação brasileira. e CONEP e a realização Fortalecer as ações de preservação da memória da Anped pelo incremento e divulgação do acervo da Associação. Objetivos/ Estratégias: Dar continuidade ao processo de preservação de documentos e de divulgação do acervo da ANPEd, em articulação com o PROEDS e no Portal da ANPEd. Ampliar e fortalecer a articulação entre a ANPEd e os profissionais da Educação Básica. Objetivos/ Estratégias: Estabelecer e apoiar mecanismos que estimulem o diálogo e a aproximação dos professores da Educação Básica ao universo da pesquisa e da pós-graduação.
7 ANPEd Gestão Resistência e Movimento ( ) Diretoria Andréa Barbosa Gouveia (UFPR) presidente Vera Lúcia Jacob Chaves (UFPA) vice-presidente Norte Isabel Maria Sabino de Farias (UECE) vice-presidente Nordeste Maria Dilneia Espíndola Fernandes (UFMS) vice-presidente Centro Oeste Carlos Eduardo Ferraço (UFES) vice-presidente Sudeste Geovana Mendonça Lunardi Mendes (UDESC) vice-presidente Sul Paulo César Rodrigues Carrano (UFF) primeiro secretário Miriam Fábia Alves (UFG) segunda secretária Mário Luiz Neves de Azevedo (UEM) diretor financeiro Conselho Fiscal Alfredo Macedo Gomes (UFPE) Inês Barbosa de Oliveira (UERJ) Márcia dos Santos Ferreira (UFMT) Suplentes Conselho Fiscal José Marcelino Rezende Pinto (USP) Ivanilde Apoluceno de Oliveira (UEPa) Geraldo Magela Pereira Leão (UFMG)
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