Economia Social Pós. Ações governamentais com impacto sobre rendimento e emprego: Ações governamentais com impacto sobre rendimento e emprego:
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1 Economia Social Pós Parte III: Mercado de Trabalho Ênfase na parte de políticas Profa. Danielle Carusi Prof. Fábio Waltenberg Aula 5 (parte III) setembro de 2010 Economia UFF 1. Políticas macroeconômicas, industriais e tecnológicas e políticas de infra-estrutura. Afetam o nível e a composição setorial da produção. Afetam a tecnologia e a intensidade do capital utilizado. 2. Regulamentação das relações de trabalho. Proteção dos salários em detrimento de uma queda do emprego. Proteção do emprego diante de uma queda da produtividade e da remuneração. Regulamentação das formas de interação dos agentes. 3. Políticas públicas que atuam diretamente no mundo do trabalho (políticas ativas). Elevar a disponibilidade de trabalho. Elevar nível de renda dos trabalhadores. Transformação dos agentes ou do ambiente em que operam. Oferta de serviços básicos, como treinamento, microcrédito e intermediação. 4. Políticas públicas que atuam diretamente nos trabalhadores (políticas passivas). Contribuem para reduzir os efeitos negativos de choques negativos sobre os trabalhadores. 1
2 Breve descrição do funcionamento do mercado de trabalho Existe uma diversidade de políticas voltadas para reduzir o desemprego e aumentar a produtividade. Existência de diferentes formas de desemprego e razões para a baixa produtividade. A adequabilidade de uma política dependerá da natureza destes dois fenômenos. Breve descrição do funcionamento do mercado de trabalho Três tipos de desemprego: Dificuldade de preenchimento dos postos existentes: Desemprego friccional: Desemprego por descasamento: Escassez de postos de trabalho Desemprego estrutural: Desemprego friccional O preenchimento das vagas não ocorre devido a informação assimétrica. Trabalhadores possuem informação limitada sobre a disponibilidade e natureza das vagas existentes. Empregadores possuem informação limitada sobre a disponibilidade, qualificação e características dos trabalhadores. Desemprego por descasamento A dificuldade de preenchimento das vagas relaciona-se a diferença entre a qualificação dos desempregados e a qualificação exigida pelas firmas que ofertam postos de trabalho. Desemprego estrutural Escassez de vagas. Baixo crescimento econômico. O crescimento econômico é pouco afetado por políticas ativas de emprego e renda (exceções: políticas de crédito para micro e pequenas empresas). Afetado por política macroeconômica e pela legislação trabalhista. Razões para a baixa produtividade Baixa qualificação do trabalhador; Baixa qualidade do posto de trabalho; Baixa qualidade do casamento entre trabalhador e posto de trabalho. 2
3 Baixa qualidade do trabalhador Baixa qualificação do trabalhador Pode ser corrigida com programas de qualificação e treinamento profissional. Baixa qualidade do casamento Heterogeneidade entre trabalhadores e empregadores. Alocações ineficientes. Baixa qualidade do casamento Trabalhador A é alocado no posto de trabalho Y, mas ele seria altamente produtivo no posto de trabalho X. Trabalhador B foi incorretamente alocado em X. Troca de posições entre A e B aumentaria a produtividade total da economia. Baixa qualidade do casamento A baixa produtividade pode ser gerada se o mercado de trabalho alocar trabalhadores a postos de trabalho de forma ineficiente. Existe outra realocação que aumenta o nível geral de produção. Ausência de informação completa. Intervenção do governo no mercado de trabalho Políticas passivas: transferência de renda via prestações pagas à população desempregada, consistindo basicamente no seguro-desemprego. Não aumentam a empregabilidade do desempregado. Políticas ativas: instrumentos destinados a melhorar a qualidade da oferta de mão-de-obra, a gerar demanda por trabalho e a intermediar o matching entre ofertantes e demandantes de trabalho. Aumentar a probabilidade do desempregado encontrar uma ocupação e; Aumentar a probabilidade do sub-empregado melhorar sua produtividade e seus ganhos. Políticas Ativas Serviços Públicos de Emprego: Intermediação de mão-de-obra, assistência ao desempregado, assessoria a empregadores, banco de empregos, estatísticas sobre mercado de trabalho. Programas de capacitação de trabalhadores: treinamento para adultos desempregados e trabalhadores ameaçados de perder o emprego; treinamento para trabalhadores adultos empregados. Emprego de jovens e medidas de treinamento: para jovens desempregados e em condições de desvantagem no mercado de trabalho; ajuda para aprendizado e outras formas de treinamento para o trabalho. Emprego subsidiado: subsídios para o emprego no setor privado, frentes de trabalho, emprego público, terceiro setor, apoio ao desenvolvimento de micro e pequenas empresas (oferta de crédito e assistência técnica). Programas de emprego para trabalhadores em dificuldade: reabilitação profissional, incentivos a postos de trabalhos específicos para trabalhadores em dificuldade. Incentivos à mobilidade de trabalhadores Seguro - Desemprego Políticas Passivas Qualquer outro tipo de transferência de renda aos trabalhadores desempregados ou em risco de perda de emprego. Aposentadoria precoce Extensão do ciclo escolar Expulsão de imigrantes 3
4 Políticas ativas Serviços públicos de emprego Reduzir os custos de busca de emprego. Promover o matching entre trabalhadores e vagas. Agências públicas: Agence Nationale pour l Emploi, U.S. Employment Service, SINE, etc. Job search assistance (JSA). Organizações privadas. Políticas ativas Políticas de treinamento Aumento da empregabilidade, aumento da produtividade individual. Dinamarca e Alemanha: principal política ativa. Treinamento geral ou específico. Políticas ativas Emprego e treinamento para jovens Melhorar a inserção dos jovens no mercado de trabalho. Aprendizagem (período de estágio ): instruções em classe e treinamento on the job (OJT 3 a 12 meses). Programas para jovens em situação de risco social. Programas para jovens que deixaram a escola e não conseguiram emprego ou para aqueles que deixaram a escola antes de terminar. Políticas ativas Emprego subsidiado Transferências (temporárias ou permanentes) a empresas privadas para incentivar contratação de grupos específicos de trabalhadores. Emprego público temporário para desempregados de longa duração ou jovens (elegíveis para SD ou para adquirir skills para uma nova ocupação). Apoio ao trabalho por conta própria e ao pequeno empreendedor. Políticas passivas e ativas Um trabalhador pode estar envolvido em diferentes programas. Definição de políticas ativas e passivas apenas para facilitar a análise. Em alguns casos, existe uma linha tênue entre estes dois tipos de políticas. Holanda: suporte para uma categoria específica. Diferenças entre os países Gasto Público como % PIB Total Ativas Passivas Australia 0,74 0,29 0,45 Austria 1,83 0,67 1,16 Belgium 3,32 1,28 2,04 Canada 0,96 0,3 0,66 Czech Republic 0,42 0,23 0,2 Denmark 2,56 1,35 1,22 Finland 2,18 0,82 1,35 France 1,98 0,81 1,17 Germany 1,91 0,81 1,1 Greece.... 0,46 Hungary 0,67 0,3 0,37 Ireland 2,03 0,7 1,33 Italy 1,26 0,45 0,81 Japan 0,57 0,26 0,3 4
5 Gasto Público como % PIB Total Ativas Passivas Korea 0,49 0,2 0,29 Luxembour g 0,95 0,42 0,53 Netherlands 2,31 1,04 1,26 New Zealand.... 0,28 Norway.... 0,32 Poland 0,91 0,56 0,35 Portugal 1,59 0,57 1,02 Slovak Republic 0,69 0,25 0,43 Spain 2,62 0,73 1,89 Sweden 1,45 0,99 0,46 Switzerland 1,01 0,47 0,54 United Kingdom 0,52 0,32 0,2 United States 0,98 0,17 0,81 OECD countries 1,37 0,57 0,78 Fonte: data extracted on 20 Sep :13 UTC (GMT) from OECD.Stat Usualmente o gasto em políticas passivas ultrapassa o gasto com políticas ativas Divisão dos gastos em políticas ativas e passivas Alemanha e França: emprego subsidiado. Dinamarca: treinamento (+55%). Japão, Austrália, Canadá e Inglaterra: serviços públicos de emprego. Políticas passivas: seguro desemprego, aposentadoria (França e Dinamarca). Sistema Público de Emprego (SPE) Arcabouço institucional que articula benefícios aos trabalhadores desempregados, a intermediação de mão de obra e a reciclagem e qualificação profissional. Histórico do SPE Brasil: consultar Azeredo e Ramos (1995) Financiamento dos Programas Sistema Nacional de Emprego (SINE) O objetivo do SINE (1975), que agrega a função de intermediação da mão-de-obra bem como o pagamento do segurodesemprego, é tornar mais ágil e eficiente a inserção dos trabalhadores desempregados. 5
6 Sistema Nacional de Emprego (SINE) Azeredo (1998) e Cardoso et al (2006): Apenas a intermediação de mão-de-obra se consolidou; Os serviços de atendimento aos trabalhadores foram bem heterogêneos entre os diversos SINEs do Brasil. SINE Ramos e Freitas (1998): indicadores para avaliar a eficácia do sistema de intermediação de mão-deobra: Grau de atratividade: razão entre o total de trabalhadores que procuram os postos de atendimento e o total de trabalhadores demitidos (6 milhões em 15 milhões, em 2008); Grau de matching: razão entre total de trabalhadores colocados pelos postos de atendimento e o total de trabalhadores inscritos nos SINEs (18%); Grau de abrangência: total de trabalhadores colocados pelos SINEs sobre total de trabalhadores admitidos. 6
7 Algumas considerações sobre o SPE brasileiro Falta de integração entre os diversos programas. Falta de participação social na fiscalização dos programas. Linhas de financiamento alternativas ao FAT. Incentivos a programas de geração de emprego e renda (microcrédito). 7
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