Programa de Monitorização da Lagoa de Óbidos e do Emissário Submarino da Foz do Arelho

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1 Programa de Monitorização da Lagoa de Óbidos e do Emissário Submarino da Foz do Arelho CARACTERIZAÇÃO DA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA: QUALIDADE DA ÁGUA DA LAGOA DE ÓBIDOS

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3 INDÍCE 1. INTRODUÇÃO CARACTERÍSTICAS GERAIS DA LAGOA CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA OCUPAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DE ÓBIDOS CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA PRINCIPAIS USOS DA LAGOA CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DAS PRINCIPAIS DESCARGAS NA LAGOA DE ÓBIDOS DESCARGAS DOS PRINCIPAIS AFLUENTES BREVE CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA DESCARGAS DE ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS E INDUSTRIAIS BREVE CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA QUANTIFICAÇÃO RELATIVA DAS DESCARGAS CARACTERIZAÇÃO HIDRODINÂMICA DA LAGOA CIRCULAÇÃO INSTANTÂNEA E CIRCULAÇÃO RESIDUAL TEMPOS DE RESIDÊNCIA CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DE REFERÊNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA DA LAGOA MAPAS DE CONCENTRAÇÕES Parâmetros Físico-Químicos Nutrientes e Clorofila a Parâmetros Microbiológicos AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS AMOSTRADOS Avaliação segundo o critério de Eutrofização Avaliação segundo o Decreto-Lei N.º236/ Avaliação segundo a classificação da Qualidade da Água para usos Múltiplos proposta pelo INAG (Instituto da Água) CONCLUSÕES TRABALHO FUTURO BIBLIOGRAFIA...57

4 INDÍCE DE FIGURAS FIGURA 1 LOCALIZAÇÃO DA LAGOA DE ÓBIDOS ( FIGURA 2 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS USOS E OCUPAÇÃO DOS SOLOS. ( FIGURA 3 TAXA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL POR CONCELHO, REFERENTE A 2001 ( FIGURA 4 DIMENSÃO MÉDIA DOS EDIFÍCIOS (ESQUERDA) E TAXA DE CRESCIMENTO DE ALOJAMENTOS (DIREITA) POR FREGUESIA, REFERENTES A 2001 ( FIGURA 5 TAXA DE CRESCIMENTO POPULACIONAL POR FREGUESIA, REFERENTE A 2001 ( FIGURA 6 DENSIDADE POPULACIONAL POR FREGUESIA, REFERENTE A 2001 ( FIGURA 7 IDENTIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS USOS DA LAGOA E DAS SUAS MARGENS (ADAPTADO DE VÃO, 1991)...10 FIGURA 8 CARACTERIZAÇÃO GRANULOMÉTRICA DO TIPO DE SEDIMENTOS PRESENTES NA LAGOA (IPIMAR, 2002)...11 FIGURA 9 IDENTIFICAÇÃO DAS SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS DRENANTES PARA A LAGOA DE ÓBIDOS E DAS ESTAÇÕES DE MONITORIZAÇÃO DO INAG PARA O RIO DA CAL (CÓDIGO 17B/03) E CONFLUÊNCIA DO RIO ARNÓIA E REAL (CÓDIGO 17B/02) FIGURA 10 COMPARAÇÃO RELATIVA DAS DESCARGAS, EM TERMOS DE CBO 5, CONSIDERANDO A SITUAÇÃO NA QUAL A ETAR DAS CR TEM TRATAMENTO PRIMÁRIO (ESQUERDA) E NA SITUAÇÃO ACTUAL COM TRATAMENTO SECUNDÁRIO (DIREITA) FIGURA 11 COMPARAÇÃO RELATIVA DAS DESCARGAS, EM TERMOS DE SST, CONSIDERANDO A SITUAÇÃO NA QUAL A ETAR DAS CR TEM TRATAMENTO PRIMÁRIO (ESQUERDA) E NA SITUAÇÃO ACTUAL COM TRATAMENTO SECUNDÁRIO (DIREITA) FIGURA 12 COMPARAÇÃO RELATIVA DAS DESCARGAS, EM TERMOS DE NTOTAL, CONSIDERANDO A SITUAÇÃO NA QUAL A ETAR DAS CR TEM TRATAMENTO PRIMÁRIO (ESQUERDA) E NA SITUAÇÃO ACTUAL COM TRATAMENTO SECUNDÁRIO (DIREITA)...23 FIGURA 13 - VELOCIDADES NA ZONA DA EMBOCADURA PARA UMA SITUAÇÃO DE ENCHENTE DURANTE A MARÉ-VIVA...24 FIGURA 14 - VELOCIDADES NA ZONA DA EMBOCADURA PARA UMA SITUAÇÃO VAZANTE DURANTE A MARÉ-VIVA...25 FIGURA 15 - FLUXO RESIDUAL NAS PRINCIPAIS ZONAS DA LAGOA DE ÓBIDOS...26 FIGURA 16: FLUXO RESIDUAL NA LAGOA DE ÓBIDOS NA ZONA DA EMBOCADURA (ESQUERDA) E NO INTERIOR DA LAGOA (DIREITA) FIGURA 17: FLUXO RESIDUAL NA LAGOA DE ÓBIDOS NA ZONA DA EMBOCADURA (ESQUERDA) E NO INTERIOR DA LAGOA (DIREITA) FIGURA 18 - VARIAÇÃO DO VOLUME DE ÁGUA NO INTERIOR DA LAGOA DE ÓBIDOS DURANTE O PERÍODO DE SIMULAÇÃO FIGURA 19 - DISTRIBUIÇÃO INICIAL DAS PARTÍCULAS LAGRANGEANAS NA LAGOA DE ÓBIDOS...30 FIGURA 20 - DISTRIBUIÇÃO DAS PARTÍCULAS APÓS 7 DIAS DE SIMULAÇÃO FIGURA 21: DISTRIBUIÇÃO DAS PARTÍCULAS APÓS 15 DIAS DE SIMULAÇÃO FIGURA 22 - EVOLUÇÃO DA FRACÇÃO DE TRAÇADORES LAGRANGEANOS NO INTERIOR DA LAGOA FIGURA 23 TROCAS DE ÁGUA NA LAGOA DE ÓBIDOS APÓS 10 DIAS...33 FIGURA 24 TROCAS DE ÁGUA NA LAGOA DE ÓBIDOS APÓS 20 DIAS...34 FIGURA 25 LOCALIZAÇÃO DAS ESTAÇÕES DO INAG FIGURA 26 MAPAS DE PH NA LAGOA DE ÓBIDOS FIGURA 27 MAPAS DE CONCENTRAÇÃO DE OXIGÉNIO NA LAGOA DE ÓBIDOS...38 FIGURA 28 MAPAS DE TEMPERATURA NA LAGOA DE ÓBIDOS...39 FIGURA 29 MAPAS DE SALINIDADE NA LAGOA DE ÓBIDOS FIGURA 30 MAPAS DE CONCENTRAÇÃO DE SÓLIDOS SUSPENSOS TOTAIS NA LAGOA DE ÓBIDOS FIGURA 31 MAPAS DE CONCENTRAÇÃO DE AZOTO AMONIACAL NA LAGOA DE ÓBIDOS...43 FIGURA 32 MAPAS DE CONCENTRAÇÃO DE NITRATO NA LAGOA DE ÓBIDOS...44 FIGURA 33 MAPAS DE CONCENTRAÇÃO DE FOSFATO TOTAL NA LAGOA DE ÓBIDOS...45 FIGURA 34 MAPAS DE CONCENTRAÇÃO DE CLOROFILA A NA LAGOA DE ÓBIDOS FIGURA 35 MAPAS DE CONCENTRAÇÃO BACTÉRIAS COLIFORMES TERMOTOLERANTES NA LAGOA DE ÓBIDOS...47 FIGURA 36 IDENTIFICAÇÃO DAS ZONAS APRESENTADAS SEGUNDO A CLASSIFICAÇÃO DE WETZEL...50

5 INDÍCE DE TABELAS TABELA 1- PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA LAGOA DE ÓBIDOS (ADAPTADO DE VÃO, 1991)....3 TABELA 2 - PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS CLIMÁTICAS DA REGIÃO ONDE SE LOCALIZA A LAGOA DE ÓBIDOS (VÃO, 1991)....4 TABELA 3 - CARACTERÍSTICAS DOS PRINCIPAIS AFLUENTES DA LAGOA DE ÓBIDOS (ADAPTADO DE VÃO, 1991) TABELA 4 VALORES CARACTERÍSTICOS DO ESCOAMENTO ANUAL (M 3 /S), (VÃO, 1991) TABELA 5 CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA USOS MÚLTIPLOS DOS RIOS ARNÓIA E RIO DA CAL RELATIVAMENTE AOS ANOS HIDROLÓGICOS DE 2001/2002 E 2002/ TABELA 6 ÁREAS CALCULADAS ATRAVÉS DO MOHIDGIS PARA CADA SUB-BACIA DRENANTE PARA A LAGOA DE ÓBIDOS...17 TABELA 7 - VALORES DE CAUDAIS ESTIMADOS COM BASE NA PRECIPITAÇÃO PARA OS ANOS DE 2001, 2002 E 2003 (M 3 /S), (VÃO, 1991) TABELA 8 CARGAS CALCULADAS COM BASE NO CAUDAL E NA CONCENTRAÇÃO, PARA AS SUB-BACIAS MAIS IMPORTANTES DA BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DE ÓBIDOS TABELA 9- UNIDADES INDUSTRIAIS PRESENTES NAS SUB-BACIAS DA LAGOA DE ÓBIDOS...19 TABELA 10 CARGAS CALCULADAS PARA AS ETAR S QUE VÃO LIGAR AO EMISSÁRIO SUBMARINO DA FOZ DO ARELHO, COM EXCEPÇÃO DA ETAR DO CASALITO QUE DESCARREGA DIRECTAMENTE NA LAGOA TABELA 11 VALORES MÉDIOS ANUAIS (MG/M 3 ) SEGUNDO WETZEL (WETZEL, 1993) TABELA 12 CARACTERIZAÇÃO DA LAGOA DE ÓBIDOS COM BASE NA CLASSIFICAÇÃO PROPOSTA POR WETZEL (1993) TABELA 13 VALORES LIMITES DEFINIDOS PELO DL 236/ TABELA 14 RESULTADOS DAS ANÁLISES DE ACORDO COM A CONFORMIDADE LEGAL TABELA 15 CLASSES DE CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA ( TABELA 16 CLASSES DE CLASSIFICAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA PARA USOS MÚLTIPLOS EM CADA ESTAÇÃO DE MONITORIZAÇÃO DA LAGOA DE ÓBIDOS...54

6 RESUMO Em Julho de 2004 deu-se início ao programa de Monitorização da Lagoa de Óbidos e Emissário Submarino da Foz do Arelho, estabelecido entre as Água dos Oeste (AdO) e o Instituto Superior Técnico (IST). O programa de monitorização consiste, numa fase inicial, na caracterização da situação de referência na lagoa e na zona do emissário e realização de trabalho de campo na zona de mar e interior da lagoa. Posteriormente, através de uma componente de modelação, procurar-se-á quantificar a interacção entre os dois sistemas. As campanhas de amostragem visam a avaliação e controle da qualidade do meio receptor, complementar eventuais lacunas na informação já existente e o estudo dos processos físicoquímicos e biológicos da lagoa a diferentes escalas espaciais e temporais. Os dados adquiridos, além de permitirem complementar os existentes, conjuntamente com uma componente de modelação, vão permitir quantificar a interacção entre os dois sistemas (descarga do emissário e lagoa), para posterior assimilação da informação no modelo numérico MOHID e para a elaboração de uma base de dados em MAPSERVER. O presente documento faz parte de uma lista de produtos que foi definida por acordo entre as AdO e o IST, tendo como principal objectivo caracterizar a situação de referência no interior da Lagoa. A caracterização da situação de referência na lagoa, requer o conhecimento das principais variáveis que caracterizam o sistema e dos processos que as determinam de modo a identificar e quantificar o ecossistema. Para tal é necessário a recolha de informação bibliográfica sobre a lagoa, que na presença de lacunas, será complementada com o trabalho de campo a realizar no âmbito do projecto. Estes trabalhos, de trabalho de campo tiveram início a 7 de Outubro de 2004 e compreendem a execução de 4 campanhas na coluna de água e sedimento no interior da lagoa, cujo planeamento foi feito de modo a permitir uma caracterização sazonal, e 4 campanhas na coluna de água e 2 no sedimento na zona do emissário. Os relatórios que abordam as campanhas serão apresentados faseadamente após a realização de cada campanha, sendo enviados após recepção dos dados por parte dos laboratórios envolvidos: IST e IPIMAR.

7 1. INTRODUÇÃO A Lagoa de Óbidos integra-se no cordão litoral que vai da Nazaré a Peniche. Cobrindo uma área de drenagem de cerca de 440 km 2 recebe, de um lado, água vinda do mar e, de outro, de alguns pequenos rios, como é o caso do Arnóia, do Cal e do Real. O caudal destes rios e ribeiros só se torna considerável na época de Inverno, chegando mesmo a secar nalguns trechos durante o Verão. O canal de ligação ao oceano apresenta características de uma barra móvel com tendência para o assoreamento. Este processo apresenta consequências ao nível da capacidade de renovação da água na lagoa, que se tem revelado insuficiente para garantir a qualidade da água durante alguns períodos do ano. Para limitar os aspectos negativos deste problema, revelou-se necessário no passado, executar periodicamente trabalhos de desobstrução do canal de forma a aumentar os fluxos de água e assim, melhorar a qualidade da água no interior. Com o objectivo de tentar encontrar soluções para estes problemas, têm sido realizados diferentes estudos, entre os quais, se podem referir, a título de exemplo, os trabalhos do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e do Danish Hidraulic Institute (DHI, 1997). No entanto, dada a complexidade dos processos que condicionam a dinâmica do sistema, nomeadamente na zona da barra, nenhum destes estudos foi completamente conclusivo no que respeita a definição de soluções definitivas, capazes de minorar os actuais problemas da lagoa. Outro dos problemas actuais, associado à mobilidade da barra, tem a ver com o facto do canal que liga a lagoa ao mar se ter desviado para a zona da praia do Bom Sucesso onde existem seis vivendas. Para minorar o risco de destruição das propriedades o Instituto Nacional da Água (INAG) tem vindo a colocar desde 1998 milhares de sacos de plástico com areia na zona com o objectivo de funcionarem como uma protecção temporária. Actualmente encontram-se em fase de avaliação no LNEC projectos para obras de protecção mais definitivas desta zona. Aliados aos problemas de assoreamento existem igualmente problemas na qualidade da água. Os principais afluentes (Rio Arnóia e Rio da Cal) são apontados como uma das principais causas de poluição por transportarem excessivas cargas de nutrientes e matérias sedimentáveis. Este facto origina uma tendência para a eutrofização da lagoa que foi classificada como sensível em relação aos critérios de eutrofização segundo o DL nº149/2004 de 22 de Junho ( 1/57

8 Esta classificação teve como base a Directiva Relativa ao Tratamento das Águas Residuais Urbanas, 91/271/CEE, de 21 de Maio de 1991 ( Nos braços superiores da lagoa, nomeadamente Barrosa e Bom Sucesso, o efeito de troca de água é menos acentuado, sendo estas as zonas mais afectadas. Segundo estudos da DRALVT (1997), estas zonas apresentavam maior concentração de algas do que no corpo central da lagoa. Actualmente este problema ainda persiste nessas mesmas zonas referidas pela DRALVT, tal como se pode constatar no decorrer da campanha de monitorização na lagoa cujo início ocorreu a 7 de Outubro de /57

9 2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DA LAGOA A Lagoa de Óbidos é um ecossistema costeiro localizado na costa Oeste Portuguesa, junto à Foz do Arelho, com uma orientação NW-SE (Figura 1). A Bacia hidrográfica, com 440 Km 2, recebe águas provenientes dos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Cadaval, Bombarral e Lourinhã. A comunicação com o mar é feita através de um canal com deslocamentos sazonais e de largura variável, vulgarmente conhecido como "Aberta". As principais características da lagoa estão resumidas na Tabela 1. Tabela 1- Principais características da Lagoa de Óbidos (Adaptado de VÃO, 1991). Localização: Concelhos de Óbidos e de Caldas da Rainha Sistema: Lagunar Ligação ao mar: Estreito canal de largura variável Número de Braços: 2: Barrosa e Bom Sucesso Bacia hidrográfica: 440 Km 2 Área: 6,9 Km 2 Largura máxima: 1800 m Comprimento máximo: 4,5 Km Perímetro: Aproximadamente 22 Km Profundidade média: 2 m Profundidade máxima 5 m Profundidade mínima 0,5 m Rio Arnóia Rio da Cal Braço da Barrosa Afluentes: Vala do Ameal Braço do Bom Sucesso Linha de água da Foz do Arelho Ribeira das Ferrarias Poça das Ferrarias Os vários afluentes, em conjunto com as trocas com o oceano, são determinantes para a qualidade da água da lagoa. As características físico-químicas da água ficam assim, condicionadas não só pela permanente ligação ao mar mas também pela qualidade da água dos rios afluentes, cuja repercussão é maior durante a baixa-mar. Segundo a classificação climática de Kopper, o clima é do tipo mesotérmico húmido, com estação seca no Verão pouco quente, mas extensa. O clima temperado resulta da influência da proximidade do mar. As estações do ano são bem delimitadas, sendo as Primaveras e os Outonos amenos e luminosos, os Verões suavemente quentes mas prolongados e os Invernos 3/57

10 chuvosos (Vão, 1991). As características climáticas da região encontram-se resumidas na Tabela 2. Figura 1 Localização da Lagoa de Óbidos ( O regime de ventos é caracterizado por uma frequência de calmas relativamente reduzidas, variando entre 0% (Cabo Carvoeiro) e 34,2% (Caldas da Rainha), (VÃO, 1991). A sua velocidade média anual é de 18 km/h, sendo os ventos do quadrante Norte predominantes ao longo de todo o ano. No período de Novembro a Fevereiro, ocorrem com maior frequência os ventos do quadrante Sul. Tabela 2 - Principais características climáticas da região onde se localiza a Lagoa de Óbidos (VÃO, 1991). Humidade Temperatura Temperatura Temperatura Pluviosidade Evapotranspiração Relativa Média Anual Jul. Ago. Dez. Jan. Média Anual Média Anual Média do Ar (ºC) (ºC) (ºC) (mm) (mm) (%) /57

11 3. CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA 3.1. OCUPAÇÃO DA BACIA HIDROGRÁFICA DA LAGOA DE ÓBIDOS Através da análise da cartografia, apresentada na Figura 2, constata-se que a ocupação do solo da bacia hidrográfica da Lagoa de Óbidos incide maioritariamente em vinhas e hortícolas (eucalipto), algumas terras ocupadas por agricultura (maioritariamente na margem Este da Lagoa) e alguns terrenos associados a culturas agrícolas permanentes (macieira, ameixeira e pereira). Existe ainda, uma predominância de zonas de sapal, associadas às linhas de água, principalmente no Braço do Bom Sucesso e Barrosa, nas Poça das Ferrarias e na formação do delta do Rio Arnóia e Real. Verifica-se ainda, que estas também ocorrem de uma forma descontínua, ao longo da faixa entre a margem Este da Lagoa e a estrada Foz/Nadadouro. Figura 2 Identificação dos principais usos e ocupação dos solos. ( 5/57

12 As zonas de incultos são, depois das zonas húmidas, a classe de uso do solo mais frequente, encontrando-se associadas a estradas, áreas adjacentes a estas, e zonas de areais junto à ligação da lagoa ao mar. As restantes áreas apresentam um padrão pontual, devido, provavelmente, a desbastes de floresta e áreas abandonadas entre outras. A floresta mista e a de produção, apresentam uma ocupação associada às encostas sobranceiras à Lagoa. Verifica-se um predomínio da floresta de produção na margem Oeste da Lagoa, enquanto que a floresta mista ocorre, principalmente, nas encostas de maior declive, provavelmente devido à maior dificuldade, em estabelecer floresta de produção nas zonas de maior declive. A agricultura ocorre, exclusivamente, na margem Este da lagoa, constituindo a zona aluvionar junto à Foz do Arelho a principal mancha. Surgem ainda nas duas margens o depósito de dragados resultantes das obras de dragagem do cordão de areia da foz. Estes apresentam-se incultos ou com alguma vegetação instalada em processo de regeneração. 6/57

13 3.2. CARACTERIZAÇÃO DEMOGRÁFICA A Lagoa de Óbidos desempenhou sempre, a nível local e regional, uma função importante, constituindo não só um factor de rendimento e exploração económica mas, também, um marco de referência societária. Da análise das taxas de crescimento da população por concelho, apresentadas na Figura 3, verifica-se que de acordo com os dados preliminares dos CENSOS de 2001, o concelho das Caldas da Rainha (CR) teve um crescimento de 12.4% (face aos resultados apresentados perante as estatísticas de 1991) o que perfaz uma população de habitantes. Na Figura 4 está representada a dimensão média dos edifícios e taxas de crescimento de alojamento por freguesia. Da análise desta verifica-se a freguesia de Stº. Onofre e Nossa Senhora do Pópulo, apresenta um aumento de cerca 20% de edifícios e 28% de alojamentos, em relação ao mesmo período referido anteriormente. Figura 3 Taxa de crescimento populacional por concelho, referente a 2001 ( Figura 4 Dimensão média dos edifícios (esquerda) e taxa de crescimento de alojamentos (direita) por freguesia, referentes a 2001 ( 7/57

14 Da análise da taxa de crescimento por freguesia, Figura 5, verifica-se que no concelho de CR, a generalidade das freguesias adjacentes à lagoa, ganharam população na década de 90, à excepção da freguesia do Nadadouro, a qual sofreu um decréscimo da população. Cruzando esta informação com a densidade populacional apresentada na Figura 6, verifica-se ainda que o concelho de CR apresenta uma maior densidade populacional, sobretudo nas freguesias contíguas com a lagoa. Este acréscimo não foi acompanhado, na totalidade, por uma fixação permanente de residentes, sendo associado ao uso sazonal, particularmente nos períodos de férias e fins-de-semana, durante os meses de Verão. De acordo com as estatísticas de 1981 para 1991, o número de alojamentos para uso sazonal no concelho das CR, teve uma variação de cerca de 113% face a 77% apresentado para o concelho de Óbidos. Figura 5 Taxa de crescimento populacional por freguesia, referente a 2001 ( Figura 6 Densidade Populacional por freguesia, referente a 2001 ( Este acréscimo sazonal junto da lagoa tem tendência para se acentuar num futuro próximo, recorrendo-se para tal, a novas construções hoteleiras e outras unidades de alojamento, que poderão vir a ser instaladas nalgumas das zonas de eucalipto ainda existentes nas proximidades das margens da lagoa. Assim, qualquer intervenção humana e técnica no sistema lagunar 8/57

15 deverá ter consideração a magnitude e significância dos impactes sociais estimados, de forma directa ou indirecta PRINCIPAIS USOS DA LAGOA Desde há muito tempo que, devido às suas características, a Lagoa de Óbidos é usada como zona de lazer e recreio, nomeadamente para a prática de desportos náuticos (banhos, remo e vela) (DRALVT, 1997). Além do interesse turístico, a lagoa tem também, grande importância para a reprodução e recria de bivalves e espécies piscícolas com interesse económico (Sampayo, 1988). Em 1986 a lagoa suportava ainda uma comunidade de 300 pescadores (Peneda, 1986), que se dedicava à exploração de populações naturais de bivalves, amêijoa e berbigão, mas também à pesca, sobretudo de tainha e enguia. A utilização da lagoa acentuou-se nos últimos tempos, fazendo com que as localidades de Nadadouro, foz do Arelho (ambas do concelho de Caldas da Rainha) e Vau (no concelho de Óbidos) reforçassem a sua dependência económica em relação à Lagoa (ICTM, 1994). Muito embora a lagoa apresente fortes potencialidades turísticas, as infra-estruturas existentes são de pouco relevo. Na margem norte, junto ao Cais da Foz do Arelho, existe um hotel com capacidade para 83 hóspedes e as instalações do INATEL com capacidade para 800 pessoas, ocupadas sobretudo no Verão. A montante do Cais da Foz do Arelho, existe um parque de campismo com capacidade de 500 pessoas. De acordo com a CESL (1985), ocorria em certos períodos, uma ocupação de 2000 a 3000 pessoas, as quais praticavam em grande parte, turismo selvagem nos terrenos que ladeiam a lagoa. A margem esquerda foi urbanizada, sendo a responsável pela urbanização a empresa imobiliária Turisbel. Actualmente, a construção de um campo de golfe de nove buracos instalado próximo da Lagoa de Óbidos, é a nova aposta turística da região Oeste. Será assim criada uma nova zona de lazer, que poderá surgir como uma alternativa saudável ao chamado turismo tradicional (praia). O Campo de Golfe, Pérola da Lagoa Country Club, localiza-se no braço superior da Lagoa de Óbidos (concelho de Óbidos) e desenvolver-se-á numa área de m 2 a Oeste da Lagoa, a Norte da Poça das Ferrarias e a Sul da urbanização do Casalinho. A criação desta infra-estrutura, por um lado permitirá uma nova zona de lazer, importante para o desenvolvimento económico e social da lagoa, mas por outro, implicará uma forte pressão na zona mais a montante da lagoa, podendo, de algum, modo contribuir para o agravamento da situação na envolvente do Braço da Barrosa e Bom Sucesso. A Figura 7 representa os principais usos da Lagoa e das suas margens. 9/57

16 Figura 7 Identificação dos principais usos da Lagoa e das suas margens (Adaptado de Vão, 1991). A lagoa como zona estuarina, tem uma estratificação relativa de habitats, estando os povoamentos bentónicos distribuídos do seguinte modo: povoamento marinho, povoamento lagunar e ecótono. O povoamento marinho localiza-se nas areias grosseiras limpas e instáveis da embocadura, ocupando cerca de 4% dos fundos da lagoa e caracteriza-se pela pobreza de espécies e de indivíduos. O povoamento lagunar distribui-se a montante nos fundos de vasa pura do centro da Lagoa, braços interiores e no banco intertidal. O povoamento de transição entre o meio marinho e o meio lagunar, distribui-se nas areias médias da margem norte do canal de ligação ao mar, e ocupa 11% dos fundos lagunares (IPMAR, 2002). Esta distribuição é feita com base no tipo de fundo presente na lagoa. A Figura 8, mostra a distribuição granulométrica de sedimentos na lagoa. A classificação granulométrica é feita com base nos diâmetros dos sedimentos, sendo dividida em, sedimentos coesivos (D <63 µm) e não coesivos (D >63 µm). Os sedimentos não coesivos incluem as areias e os coesivos incluem os lodos e os lodos arenosos. Da análise da figura verifica-se que a distribuição varia de lodo na zona de montante (braços da Barrosa e Bom Sucesso), a areia na zona de jusante (proximidade da barra). 10/57

17 Figura 8 Caracterização granulométrica do tipo de sedimentos presentes na lagoa (IPIMAR, 2002). O número de espécies de moluscos distribui-se segundo um gradiente crescente de jusante para montante, sendo do ponto de vista qualitativo, os bivalves o grupo dominante. Salientam-se as espécies exploradas comercialmente, berbigão, amêijoa boa, amêijoa cão, e amêijoa branca. A amêijoa branca distribui-se nas areias grosseiras da embocadura; as outras espécies distribuemse preferencialmente no canal que ladeia o banco de areia principal. Em paralelo com este trabalho, está a ser efectuado um levantamento píscicola para a lagoa, o qual será apresentado e entregue posteriormente sob a forma de um relatório. 11/57

18 4. CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA E QUALITATIVA DAS PRINCIPAIS DESCARGAS NA LAGOA DE ÓBIDOS 4.1. DESCARGAS DOS PRINCIPAIS AFLUENTES BREVE CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA Os principais afluentes à lagoa, com uma área de drenagem igual a 440 Km 2 e com um perímetro de 109 km, são o Rio da Cal (Braço da Barrosa), Rio Arnóia, Vala do Ameal (Braço de Bom Sucesso), Ribeira das Ferrarias (Poço das Ferrarias) e a linha de água que desagua na Foz do Arelho. A Tabela 3 apresenta as características dos principais afluentes. O Rio da Cal conflui no Braço da Barrosa. Por sua vez o Rio Arnóia recebe o Rio Real a cerca de 2 Km a montante da Lagoa de Óbidos. A Vala do Ameal conflui no Braço do Bom Sucesso. A Figura 9, apresentada na secção 4.1.2, mostra as principais sub-bacias drenantes para a Lagoa de Óbidos. Tabela 3 - Características dos principais afluentes da Lagoa de Óbidos (Adaptado de VÃO, 1991). Linha de água Área de bacia Comprimento (Km) (Km 2 ) % Rio da Cal Rio Arnóia Rio Real Vala do Ameal Os Rios Real, Arnóia e Cal só apresentam caudais significativos no Inverno, chegando a registar cheias em anos de maior pluviosidade. Nos meses estivais, em regra, a grande maioria das linhas de água seca e o caudal das restantes é quase exclusivamente constituído por águas residuais. Na Tabela 4 apresentam-se os valores característicos de escoamentos anuais referentes a diferentes tipos de ano hidrológico para os cursos de água referidos. Tabela 4 Valores característicos do escoamento anual (m 3 /s), (VÃO, 1991). Bacia Hidrográfica Muito Seco Seco Médio Húmido Muito Húmido Rio Cal Rio Arnóia Rio Real Vala do Ameal /57

19 A precipitação observada na bacia hidrográfica da Lagoa de Óbidos é normalmente escassa durante longos períodos do ano e, mesmo quando ocorre em quantidades significativas, o escoamento subsequente é geralmente mínimo quando comparado com o volume de água do mar trocado com a lagoa em cada ciclo de maré. O Oceano Atlântico é assim o principal e grande responsável pela renovação de água na lagoa, que é substancialmente afectada pela barreira de areia junto à comunicação com o mar (Vão, 1991). O transporte sólido observado é reflexo do efeito erosivo na bacia hidrográfica. Esta acção é evidente na época invernosa, altura em que a drenagem de águas pluviais da bacia originam caudais turbulentos carregados de elevado teor de sólidos em suspensão. Os sedimentos afluentes de origem continental são, em regra, muito finos (argila e silte) (Vão, 1991). A contínua sedimentação dos sólidos transportados pelos cursos de água diminui a profundidade da lagoa e, aumenta a possibilidade da sua colonização por plantas superiores. 13/57

20 CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA A caracterização qualitativa dos principais afluentes foi efectuada tendo como base, a informação proveniente do INAG ( que possui estações de monitorização nas principais linhas de água, ou seja, no Rio da Cal e na confluência do Rio Arnóia e do Rio Real. A monitorização destas linhas de água permite identificar o impacte das descargas das várias fontes pontuais presentes na bacia hidrográfica da Lagoa de Óbidos. Os valores de concentração foram medidos na estação 17B/03 para o Rio da Cal e 17B/02 na confluência do Rio Arnóia e Rio Real, inseridas na rede de qualidade (Figura 9). Figura 9 Identificação das sub-bacias hidrográficas drenantes para a Lagoa de Óbidos e das estações de monitorização do INAG para o Rio da Cal (Código 17B/03) e confluência do Rio Arnóia e Real (Código 17B/02). Segundo CESL (1981), o Rio Arnóia transportava, logo desde o início do seu percurso, uma carga poluente apreciável essencialmente devido ao vasto número de pecuárias e matadouros fixados perto do troço inicial. Para jusante, e após a descarga dos esgotos de Óbidos, verificavase alguma melhoria e recuperação da qualidade da água do rio até montante da entrada do Rio Real. 14/57

21 A jusante da entrada das águas do Rio Real observava-se uma degradação muito significativa, aumentando consideravelmente os teores de Sólidos Suspensos Totais (SST), azoto e fosfatos, enquanto que o teor de Oxigénio Dissolvido (OD) baixava significativamente. Segundo o estudo da CESL (1981), os elevados teores de SST, eram indicadores de presença de esgotos domésticos devido ás descargas das ETAR s de Figueiroa, Alguber, Painho e A-dos-Francos, enquanto que os elevados teores de azoto foram atribuídos à componente industrial, nomeadamente devido à presença de pecuárias. De acordo com Vão (1991), o qual realizou algumas determinações analíticas no local de Ponte de Óbidos, continuavam a observar-se elevados teores de SST, teores de OD relativamente baixos e valores de CBO 5 (Carência Bioquímica de Oxigénio) muito elevados, sobretudo em Maio, levando a considerá-lo, nesse período, como um esgoto diluído. Os nutrientes e coliformes apresentavam também concentrações muito elevadas. Nos estudos feitos pela DRARN/LVT (actuais CCDRS) em 1993/94, verificava-se uma melhoria nos valores de coliformes fecais e totais, CBO 5 e OD, mas os nutrientes e SST continuavam elevados. No Anexo B.3, Quadro 6 apresentam-se os valores observados para alguns parâmetros de qualidade da água na zona de confluência entre o Rio Arnóia e o Rio Real os quais permitem, de um modo geral, avaliar a carga poluente que aflui à lagoa. Com base nos valores apresentados é possível retirar algumas conclusões importantes sobre a qualidade da água, fazendo-se referência à elevada concentração de nutrientes (essencialmente amónia e nitratos) e SST sendo os valores mais elevados atingidos nos meses de Inverno. Em relação aos valores de CBO 5 e OD verifica-se que estes não apresentam valores muito elevados, estando os valores de OD bastantes próximos dos valores de saturação, confirmando as observações realizadas no estudo da CESL em 1981 e da DRARN/LVT em 1993/94 As concentrações medidas no Rio da Cal, encontram-se apresentadas no Quadro 7 do Anexo B.4. A análise destes valores permite concluir que este rio, apresenta uma elevada concentração de SST, nutrientes (particularmente amónia e nitrato) e coliformes fecais. Os índices de CBO 5, são elevados enquanto que os valores de OD são muito baixos. Na maioria dos registos, os teores de oxigénio dissolvido são inferiores a 75% do valor de saturação. Este Rio caracteriza-se por um elevado nível de poluição da água, com valores de OD e CBO5 impeditivos de qualquer vida piscícola. Segundo o mesmo estudo apontado para o Rio Arnóia (CESL, 1981), a qualidade da água do Rio da Cal é agravada pela recepção dos esgotos do concelho das CR, estando o aumento de SST associados à descarga das águas residuais da fábrica de cerâmica SECLA, nas CR (CESL, 1981 e 1985). 15/57

22 A informação cruzada dos estudos e monitorização efectuadas em anos posteriores, relativamente à monitorização efectuada pelo INAG em 2001/2002 e 2002/2003, permite concluir que a qualidade da água da bacia drenada pelos Rios Arnóia e Rio Real, tem mostrado uma melhoria significativa, em relação a alguns parâmetros (coliformes e OD), embora continue a apresentar elevados teores de nutrientes e sólidos suspensos totais. No caso do Rio da Cal, não se tem verificado uma melhoria significativa da qualidade da água, embora se espere, que com o novo tratamento aplicado na ETAR das Caldas da Rainha, parte destes parâmetros, particularmente em termos de azoto total e CBO5, tenham uma melhoria considerável. Estas conclusões vêm de encontro com o publicado no Plano de Bacia das Ribeiras do Oeste ( que considera os cursos de água citados anteriormente extremamente poluídos em termos de qualidade para usos múltiplos (classificação da Equipa de Projecto do Plano Nacional de Água, EPPNA) com base em nove parâmetros apresentados na Tabela 8 do Anexo B.4. Esta classificação foi também aplicada para os anos hidrológicos considerados, ou seja 2001/2002 e 2002/2003, tendo como base as concentrações apresentadas na Tabela 6 e Tabela 7 do Anexo B, as quais foram comparadas com os valores referidos por lei apresentados na Tabela 10 do Anexo B.5. Através desta análise, verificou-se que persistem as mesmas conclusões apresentadas no Plano de Bacia das Ribeiras do Oeste. O resultado desta análise encontra-se apresentado na Tabela 5. Tabela 5 Classificação da Qualidade da água para usos múltiplos dos Rios Arnóia e Rio da Cal relativamente aos anos hidrológicos de 2001/2002 e 2002/2003. Curso de Água Estação de Medição Classificação por Parâmetro Temp. SST CBO 5 OD NO 3 CF NH 4 Classificação Global 2001/ /2003 Rio Arnóia Confluência do Rio Arnóia e Rio Real Rio da Cal Rio da Cal x Rio Arnóia Confluência do Rio Arnóia e Rio Real Rio da Cal Rio da Cal x A rede hidrométrica é responsável pela medição dos caudais na bacia da lagoa, não tendo, no entanto, dados disponíveis para os mesmos períodos apresentados para as concentrações pela rede qualidade. Assim, e tendo em mente quantificar as descargas dos principais afluentes à lagoa para o mesmo período de dados, na ausência de valores de caudal, recorreu-se a uma relação entre a precipitação média e área da bacia drenante, considerando um runoff de 33%. A precipitação foi medida na estação de Óbidos (17C/07), cuja localização se encontra na Figura 9. 16/57

23 A área de cada sub-bacia foi calculada através do MohidGIS, software desenvolvido no MARETEC/IST (Braunschweig et. al., 2004), sendo os respectivos valores apresentados na Tabela 6. Os valores obtidos pelo MohidGis foram comparados com os valores referenciados na literatura (Tabela 3), permitindo concluir que estes são bastantes realistas (Tabela 6). É de notar que a estação da rede de qualidade fica na confluência do Rio Arnóia com o Rio Real, optandose por considerar que a bacia que drena para a Lagoa representa estas duas linhas de água. Com base nisso, todos os cálculos efectuados serão sempre referidos em termos da sub-bacia do Rio Arnóia e do Rio Real. Tabela 6 Áreas calculadas através do MOHIDGIS para cada sub-bacia drenante para a Lagoa de Óbidos. Linha de Água Área (km 2 ) Rio Arnóia e Real Rio da Cal 20.5 Vala do Ameal 9.7 Com base na precipitação média de cada sub-bacia drenante para a Lagoa de Óbidos e valores representativos da sua área, foi possível estimar os caudais diários dos principais afluentes. Na Tabela 4 e Tabela 5 do Anexo B.1 são apresentados os valores médios mensais para a subbacia do Rio Arnóia e do Rio Real e do Rio da Cal, respectivamente. A sua variação sazonal e interanual, pode ser observada no Anexo B.2, através da Figura 1, a qual representa os caudais diários estimados apresentando-se na Figura 2 respectivos valores médios mensais. Com base nestes resultados verifica-se que os maiores valores de caudal se encontram associados aos períodos de Inverno e são referentes ao ano de 2001, uma vez que este foi um ano mais chuvoso que 2002 e Os valores médios anuais são apresentados na Tabela 7. Estes foram obtidos com base nos caudais mensais para os diferentes anos e posteriormente comparados com os valores característicos referidos na literatura (ver Tabela 4), verificando-se que de facto o ano de 2001, tal como referido anteriormente e constatado pelos valores característicos, representa um ano húmido e os anos de 2002 e 2003 representam um ano médio. Tabela 7 - Valores de caudais estimados com base na precipitação para os anos de 2001, 2002 e 2003 (m 3 /s), (Vão, 1991). Caudal (m 3 /s) Ano Bacia do Rio Arnoia e Real Bacia do Rio da Cal /57

24 As concentrações medidas através da monitorização do INAG e os caudais estimados a partir da precipitação, possibilitaram o cálculo das cargas para os diferentes anos em termos de Azoto Total (NTotal), SST, Fósforo Total (PTotal) e CBO 5 em toneladas por ano para os principais afluentes, Rio Arnoia e Rio Real, e Rio da Cal. Em relação à linha de água da Vala do Ameal, não foi possível quantificar as respectivas cargas uma vez que o INAG não possui nenhuma estação de monitorização representativa. Contudo, a área drenada por esta sub-bacia (Vala do Ameal), pode considerar-se desprezável quando comparada com a área drenada pelas subbacias mais importantes, Rio Arnoia e Real, e Rio da Cal. As cargas calculadas, para os dados existentes, estão apresentadas na Tabela 8. Da análise destes valores verifica-se, tal como referido anteriormente, que no ano de 2001 os valores das cargas são superiores face aos anos 2002 e Tabela 8 Cargas calculadas com base no caudal e na concentração, para as sub-bacias mais importantes da bacia hidrográfica da Lagoa de Óbidos. 1 Sub-Bacia Ano 2001 (ton/ano) Ano 2002 (ton/ano) Ano 2003 (ton/ano) NTotal PTotal SST CBO 5 NTotal PTotal SST CBO 5 NTotal PTotal SST CBO 5 Arnóia e Real Cal As cargas apresentadas já têm incluído valor da descarga das ETAR s, representando assim, a descarga total de cada uma das subbacias na Lagoa de Óbidos. 18/57

25 4.2. DESCARGAS DE ÁGUAS RESIDUAIS DOMÉSTICAS E INDUSTRIAIS BREVE CARACTERIZAÇÃO QUANTITATIVA A elevada poluição dos principais rios afluentes, deve-se ao facto de constituírem o principal meio receptor de águas residuais domésticas e de grande parte das águas residuais das indústrias localizadas nas respectivas sub-bacias. Consequentemente, transportam até à lagoa uma elevada carga poluente, constituindo a sua principal fonte de nutrientes. Na Tabela 9, estão apresentadas as principais unidades industriais, número e tipo, presentes nas sub-bacias dos principais afluentes. Da análise deste quadro constata-se que as pecuárias e as destilarias são dominantes quando comparadas com as restantes indústrias. Em relação às indústrias de abate, embora presentes em número menor, produzem em períodos muito curtos efluentes de alta concentração de substâncias orgânicas. Tabela 9- Unidades industriais presentes nas sub-bacias da Lagoa de Óbidos. Sub - bacia UNIDADES INDUSTRIAIS Real Arnóia Cal Pecuária Produção de vinho Destilarias Matadouros Artigos de cimento Secagem de bagaço Estação de serviço 1-1 Cerâmica Sabões Artigos de plástico As principais ETAR s que descarregam para a Bacia do Rio Arnóia e Rio Real são Painho, Algúber, A-dos-Negros, Gaeiras, Carregal, Óbidos, Casais da Areia, Quinta do Carvalhedo, Sancheira, A-dos-Francos, Casal Camarão, Rostos, Vidais, Casal dos Camarnais, Azambujeira dos Carros, Estorninho, Amoreira e Vau. As ETAR s de Amoreira, Vau, A-dos-Negros, Quinta do Carvalhedo e Casais da Areia são responsabilidade da Câmara Municipal de Óbidos ( As ETAR s a ser exploradas neste momento pelas Águas do Oeste ( são Painho, Algúber, Gaeiras, 19/57

26 Carregal e Óbidos. As restantes ETAR s são responsabilidade do SMAS das Caldas da Rainha ( A principal ETAR a descarregar para a bacia hidrográfica do Rio da Cal é a de Caldas da Rainha. Esta ETAR tem Tratamento Secundário com Remoção de Azoto a funcionar desde Julho de 2004, tendo estado anteriormente a descarregar durante aproximadamente 2 anos para o Rio da Cal (Braço da Barrosa) com o equivalente a Tratamento Primário. De acordo com este tipo de tratamento os parâmetros que irão sofrer alterações significativas, são essencialmente em termos de azoto total e CBO 5. Em termos de azoto total, a maior evidência será em termos de nitrato, uma vez que considera uma remoção de cerca de 85%. Em relação ao CBO5, a remoção será de 90%. De qualquer modo, a eficiência dos diferentes tipos tratamento é apresentada na Tabela 2 do Anexo A, podendo ser consultada com mais detalhe. A linha de água da Foz do Arelho, recebe as descargas da ETAR da Foz do Arelho (responsabilidade dos SMAS das Caldas da Rainha). Esta tem tratamento secundário mas estará subdimensionada para épocas como o Verão, cuja população flutuante tem um peso significativo. A única ETAR que descarrega directamente para a Lagoa é a ETAR do Casalito (actualmente a ser explorada pelas Águas do Oeste). Com excepção da ETAR do Casalito, todas as ETAR s mencionadas anteriormente vão ligar ao emissário submarino CARACTERIZAÇÃO QUALITATIVA As cargas das ETAR s da sub-bacia do Rio Arnóia e Rio Real, foram calculadas com base nas tabelas típicas assumidas por capitação (Tabela 1 do Anexo A), (população servida e indústrias) (Tabela 3 do Anexo A) e considerando o respectivo tratamento à saída da ETAR (Tabela 2 do Anexo A). Os dados da Tabela 3, apresentado no Anexo A, (indústrias e população servida por cada ETAR), foram facultados pelas Águas do Oeste. No caso da ETAR da Foz do Arelho, as cargas apresentadas são as medidas efectivamente à saída da ETAR. Para a ETAR de Caldas da Rainha, ainda não foi disponibilizada a informação sobre a população servida e caudal medido à saída da ETAR, esperando-se que esta informação venha a estar disponível brevemente. Nesta fase, o valor das cargas produzidas por esta ETAR foi estimado através de dados disponibilizados em estudos anteriores. O valor das cargas calculadas foi confirmado através dos 20/57

27 dados que foram facultados pelos SMAS das Caldas da Rainha, sendo os valores calculados bastante realistas. As cargas para cada uma das ETAR s encontram-se apresentadas no Tabela 10. Neste quadro são apresentados os valores de caudal para cada ETAR, bem como as cargas em termos de CBO 5, N Total e SST. Nesta tabela também consta a linha de água para onde descarrega cada uma das ETAR s caracterizada. Da análise do quadro apresentado constata-se que a ETAR das Caldas da Rainha apresenta face ás restantes o maior valor de caudal e por conseguinte de cargas, uma vez que a população servida é em maior número. Tabela 10 Cargas calculadas para as ETAR s que vão ligar ao emissário submarino da Foz do Arelho, com excepção da ETAR do Casalito que descarrega directamente na lagoa. Nome Caudal(m3/s) CBO 5 (ton/ano) SST (ton/ano) Ntotal (ton/ano) Sub -Bacia Painho Rio Arnóia Algúber Rio Arnóia A-dos-Negros Rio Arnóia Gaeiras Rio Arnóia Carregal Rio Arnóia Óbidos Rio Arnóia Casais da Areia Rio Arnóia Quinta do Carvalhedo Rio Arnóia Sancheira Rio Arnóia A-dos-Francos Rio Arnóia Casal Camarão Rio Arnóia Rostos Rio Arnóia Vidais Rio Arnóia Casal dos Camarnais Rio Real Azambujeira dos Carros Rio Real Estorninho Rio Real Amoreira Rio Real Vau Rio Real Casalito Lagoa Foz do Arelho Foz do Arelho Caldas da Rainha Rio da Cal QUANTIFICAÇÃO RELATIVA DAS DESCARGAS Com base nos cálculos apresentados anteriormente (cargas das ETAR s e rios principais) é possível quantificar a importância relativa de cada componente face à carga total que entra na 21/57

28 lagoa. Os resultados resumidos nas Figura 10 à Figura 12 permitem quantificar a contribuição em termos de percentagem de cada uma das descargas pontuais, ou seja ETAR s, face ao input total por parte de cada sub-bacia na Lagoa de Óbidos. Estes valores apenas quantificam as fontes pontuais, ou seja esgotos domésticos e indústria servida, sendo a percentagem restante atribuída à poluição difusa, associada a várias origens. No lado esquerdo destas figuras está representada a legenda que identifica cada uma das ETAR s com a cor respectiva. Assim face ao que foi descrito anteriormente, consideraram-se duas situações distintas para representar os resultados, ou seja, considerando a altura que ETAR das CR tinha Tratamento Primário (imagem apresentada à esquerda) e considerando a situação actual que passa pelo facto da mesma ETAR ter Tratamento Secundário com Remoção de Azoto (imagem apresentada à direita). Da análise destas figuras pode-se concluir que a sub-bacia do Rio Arnóia e do Rio Real, representam a maior componente de azoto total, SST e CBO 5 na Lagoa de Óbidos. As ETAR s que descarregam para a sub-bacia do Rio Arnóia e Rio real, têm um peso pouco significativo, sendo a maior contribuição em relação ás cargas de azoto total atribuída à ETAR de Óbidos, Vidais e Amoreira com cerca de 2%. Em relação à sub-bacia do Rio Real verifica-se que a ETAR das Caldas da Rainha, na situação que se considerava Tratamento Primário, tem um peso importante, particularmente em termos de azoto total e CBO 5. Se reparamos para a situação com o tratamento actual, verifica-se que de facto é importante ter um tratamento eficiente, uma vez que se nota uma diminuição bastante significativa. Assim, em termos de azoto total a contribuição relativa passa de 9% para 5%, enquanto que no caso do CBO 5, passa de 16% para 2%. Em termos de SST, a diferença não foi tão significativa, uma vez que para o Tratamento Primário a remoção era de 50% e para o Tratamento Secundário a remoção é de 85%. Os resultados discutidos anteriormente, são sem dúvida bastante interessantes, uma vez que na descrição da qualidade da água dos principais afluentes, nomeadamente do Rio da Cal, foram referidos estes três parâmetros descritos anteriormente. Uma conclusão importante a tirar deste resultado, reside no facto de o tratamento aplicado à saída das ETAR s pode ser em parte, determinante na qualidade da água do meio receptor, ou seja, os principais cursos de água. 22/57

29 Figura 10 Comparação relativa das descargas, em termos de CBO 5, considerando a situação na qual a ETAR das CR tem Tratamento Primário (esquerda) e na situação actual com Tratamento Secundário (direita). Figura 11 Comparação relativa das descargas, em termos de SST, considerando a situação na qual a ETAR das CR tem Tratamento Primário (esquerda) e na situação actual com Tratamento Secundário (direita). Figura 12 Comparação relativa das descargas, em termos de NTotal, considerando a situação na qual a ETAR das CR tem Tratamento Primário (esquerda) e na situação actual com Tratamento Secundário (direita) 23/57

30 5. CARACTERIZAÇÃO HIDRODINÂMICA DA LAGOA 5.1. CIRCULAÇÃO INSTANTÂNEA E CIRCULAÇÃO RESIDUAL A caracterização hidrodinâmica foi realizada através da aplicação do modelo hidrodinâmico MOHID. A implementação e calibração do modelo hidrodinâmico é apresentada no Anexo C. Os dados necessários para efectuar a calibração foram obtidos através do projecto de monitorização do IH (2002). Com o modelo devidamente calibrado foram feitas simulações que permitem caracterizar a hidrodinâmica na Lagoa de Óbidos. Na Figura 13 e Figura 14 estão representados os mapas das velocidades referentes a um período de simulação ao longo de 30 dias. A Figura 13 representa uma situação de maré-viva em enchente e a Figura 14 em vazante. Da análise destas figuras uma das primeiras conclusões que se pode tirar, é que a zona da Barra é aquela que apresenta velocidades mais acentuadas especialmente em situação de enchente. No canal de comunicação da lagoa com o mar são atingidas velocidades com cerca de 1.5 m/s. Figura 13 - Velocidades na zona da embocadura para uma situação de enchente durante a maré-viva. 24/57

31 Figura 14 - Velocidades na zona da embocadura para uma situação vazante durante a maréviva. As figuras seguintes, representam a circulação residual obtida após 30 dias de simulação. A circulação residual é calculada como uma integração das propriedades instantâneas durante o período de simulação representando a média das intensidades e sentidos calculados em cada célula da malha. Através da análise da circulação no interior da lagoa, é possível uma melhor compreensão sobre os processos de transporte. A Figura 15, representa o fluxo residual, encontrando-se nela assinaladas as zonas às quais dizem respeito as ampliações representadas nas restantes figuras. Da análise desta figura é possível visualizar que a maior parte da água flúi ao longo da margem norte da lagoa, existindo no entanto um vórtice bastante demarcado no interior. Na Figura 16 encontra-se representada uma ampliação da embocadura e na Figura 17 a parte do corpo central da lagoa. 25/57

32 Figura 15 - Fluxo residual nas principais zonas da Lagoa de Óbidos. Figura 16: Fluxo residual na Lagoa de Óbidos na zona da embocadura (esquerda) e no interior da lagoa (direita). 26/57

33 Figura 17: Fluxo residual na Lagoa de Óbidos na zona da embocadura (esquerda) e no interior da lagoa (direita). 27/57

34 5.2. TEMPOS DE RESIDÊNCIA O tempo de residência da água no interior da lagoa é um importante indicador para a compreensão global do sistema. De acordo com a descrição em Technical Guidance Manual for Nutrient Criteria ( existem diversas formas de definir o tempo de residência. Em geral pretende-se determinar quanto tempo a água permanece no interior da lagoa, ou seja, o seu tempo de renovação. O tempo de residência torna-se um factor importante no que diz respeito à disponibilidade de nutrientes, uma vez que grande parte dos nutrientes têm origem externa, através dos rios ou descargas de águas residuais domésticas e industriais. Quando o tempo de residência é muito baixo, embora a disponibilidade de nutrientes possa não ser reduzida, o facto de estes passarem um período de tempo reduzido no interior do sistema, pode ser um importante factor limitativo da produção primária. Nestas condições, apesar de não existir realmente uma falta de nutrientes, estes não são consumidos simplesmente porque não passam tempo suficiente na água para permitir que sejam desencadeados os processos de produção primária. Assim, considera-se que os sistemas com tempos de residência baixos, apresentam importantes exportações de nutrientes e blooms de algas menos frequentes. Contrariamente, se o tempo de residência for elevado, os nutrientes permanecem o necessário e suficiente para desencadear a produção primária. O tempo de residência da lagoa foi determinado recorrendo ao Módulo de Transporte Lagrangeano do sistema MOHID, que permite utilizar o conceito de traçador lagrangeano, com a finalidade de marcar a água no interior da lagoa. Na fronteira aberta considerou-se a existência de maré, e nas fronteiras laterais fechadas as descargas de água doce no interior da lagoa, ou seja, Rio Arnóia e Rio da Cal. A simulação parte de uma distribuição de traçadores que preenche todo o volume da lagoa, sendo feita para um período de 30 dias. Para esta simulação dividiu-se a lagoa em 5 caixas distintas. O volume de partículas em cada caixa corresponde, no instante inicial, ao volume de água da respectiva caixa, pelo que no total, o volume de partículas representa o volume total da lagoa. O volume total da lagoa varia ao longo do tempo, devido não só às oscilações diárias de maré, mas também à existência do ciclo maré viva-morta. A Figura 18 representa a variação de volume de água no interior da lagoa ao longo do período de simulação. O prisma de maré, volume entre a maré-cheia e vazia, é m 3 e m 3 em maré morta e m 3 e m 3 em maré viva, sendo o volume médio da lagoa cerca de m 3. A contribuição média diária, das descargas de água doce, no interior da Lagoa totaliza cerca de m 3 nos meses de Inverno 28/57

35 e m 3 nos meses de Verão, o que significa que, na Lagoa de Óbidos, as trocas de água com o mar assumem uma importância maior, relativamente às trocas com a terra. 2.0E E E+07 Volume (m 3 ) 1.4E E E E E E E E Tempo (Dias) Figura 18 - Variação do volume de água no interior da Lagoa de Óbidos durante o período de simulação. Na Figura 19, apresenta-se a distribuição inicial de traçadores no interior da lagoa. Cada uma das caixas de integração possui uma coloração distinta, o que permite distinguir a origem dos traçadores ao longo da simulação. Do lado esquerdo da figura encontra-se a respectiva legenda com a cor e o número da caixa. Cada traçador tem associada a sua posição, ou seja, a caixa em que se encontra em cada instante, mas também a sua caixa de origem. Com este tipo de informação é possível determinar, em cada instante, o volume de traçadores que se encontram no interior da lagoa e as proporções relativas das contribuições das várias origens. 29/57

36 Figura 19 - Distribuição inicial das partículas lagrangeanas na Lagoa de Óbidos. As Figura 20 e Figura 21, representam a distribuição de traçadores após 7 e 15 dias de simulação, respectivamente. Verifica-se que o número de traçadores no interior da lagoa diminui gradualmente ao longo da simulação. Após 7 dias cerca de 70% dos traçadores permanece ainda no interior da lagoa mas decorridos 15 dias este valor é reduzido para 20%. A zona dos braços e, em geral a zona central da lagoa, é caracterizada por uma mistura completa dos traçadores das várias regiões, sugerindo que o tempo de residência nas caixas localizadas nestas zonas será maior do que nas caixas próximas da Barra. Atendendo à descrição da circulação transiente e residual (discutidas anteriormente), o efeito dos vórtices de pequenas dimensões no interior da lagoa e na zona dos braços, proporcionam em geral um tempo de residência mais longo dos traçadores no seu interior e uma mistura rápida das várias origens. As figuras permitem ainda distinguir que, alguns traçadores de cor castanha e laranja (Caixa 4 e Caixa 5, respectivamente), após 7 e 15 dias permanecem ainda na sua caixa de origem, o que significa que se trata de uma zona onde o tempo de residência da água é bastante elevado relativamente a outras. 30/57

37 Figura 20 - Distribuição das partículas após 7 dias de simulação. Figura 21: Distribuição das partículas após 15 dias de simulação. 31/57

38 A Figura 22 representa a fracção de traçadores no interior da lagoa ao longo do período de simulação, ou seja, a razão entre o número de traçadores lagrangeanos existentes no interior da Lagoa de Óbidos e o volume total. A relação entre a quantidade de traçadores no interior da lagoa e a quantidade inicial, diminui ao longo do tempo devido à renovação da água imposta pelo efeito da maré que, tal como foi dito anteriormente, é muito mais importante na circulação do que as descargas dos afluentes. Considerando o tempo de residência como sendo o tempo necessário para que 80% da água (que inicialmente se encontrava no seu interior) tenha sido renovada, pode-se considerar que na Lagoa de Óbidos o tempo de residência médio é cerca de 10 dias. 1.0 Volume Traçadores / Volume estuário Tempo (Dias) Figura 22 - Evolução da fracção de traçadores lagrangeanos no interior da Lagoa. Os 10 dias de tempo de residência é um valor global da Lagoa de Óbidos, mas é possível, seguindo esta mesma metodologia, determinar o tempo de residência de cada uma das áreas definidas anteriormente como as caixas de integração. No entanto, talvez mais importante do que conhecer o tempo de residência de cada zona da lagoa, é poder identificar as origens da água que se encontra em determinada zona, ou seja conhecer de que forma é que a água vinda do exterior, rios ou mar, contribui para o volume presente em cada zona. As Figura 23 e Figura 24, representam as trocas de água para 10 e 20 dias, respectivamente. Os gráficos apresentados em forma de queijo, mostram todas as contribuições de água na lagoa. A 32/57

39 cor branca representa a água vinda do exterior, rios ou mar, enquanto que as outras representam as cores da respectiva caixa que lhes está associada. Da análise destas figuras verifica-se que a maior parte da água permanece na sua caixa de origem, excepto para as caixas 1 e 3, uma vez que estas são as zonas da lagoa que têm tempos de residência da água menores. Estas caixas encontram-se localizadas na zona próxima da embocadura, possuindo contribuição de praticamente todas as origens e uma vez que se encontram perto da barra são muito influenciadas pelas trocas com o oceano, devido aos efeitos da maré. As caixas mais para montante apresentam uma renovação de água menor. Após 20 dias de simulação a contribuição relativa de água vindo do exterior (rios ou mar) é, em todas as caixas, superior a 60%, com excepção da caixa 4 (Braço do Bom Sucesso), que apresenta ainda uma enorme concentração de partículas da sua própria caixa. Nesta caixa as trocas de água são bastante mais reduzidas, e por conseguinte as partículas apresentam um tempo de residência na ordem dos 26 dias. No Braço da Barrosa o tempo de residência é menor, embora também seja no entanto, suficiente para desencadear a produção primária (~10 dias). Em contrapartida as caixas na zona de montante têm tempos de residência na ordem dos 2 dias. Figura 23 Trocas de água na Lagoa de Óbidos após 10 dias. 33/57

40 Figura 24 Trocas de água na Lagoa de Óbidos após 20 dias. 34/57

41 6. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DE REFERÊNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA DA LAGOA A Directiva específica, que aprova as normas de qualidade da água, é a 80/7781CEE, que foi transferida para a legislação nacional através do Decreto-Lei nº 74/90, posteriormente revogado pelo DL n.º 236/98 de 1 de Agosto. Este último estabelece normas, critérios e objectivos de qualidade com a finalidade de proteger o meio aquático e melhorar a qualidade da água em função dos seus principais usos. Segundo estas normas, os principais parâmetros indicadores da qualidade da água são agrupados por parâmetros físico-químicos, nutrientes e parâmetros biológicos e microbiológicos. Neste estudo os parâmetros físico-químicos apresentados são a salinidade, a temperatura, o ph, o oxigénio dissolvido e os sólidos suspensos totais. Os nutrientes apresentados são o nitrato, o azoto amoniacal e o fósforo total. Em relação aos parâmetros biológicos apresenta-se a clorofila a. As bactérias coliformes termotolerantes, representam os parâmetros microbiológicos. É de notar que a nomenclatura para os parâmetros microbiológicos foi recentemente alterada, sendo que, o parâmetro coliforme fecal, passou a ser designado por bactérias coliformes termotolerantes. Os dados que permitem caracterizar a situação de referência da qualidade da água na lagoa, serão essencialmente os dados obtidos pelo programa de monitorização do INAG, que possui um vasto conjunto de estações no interior da lagoa. As estações de amostragem, para as quais foram avaliados os parâmetros de qualidade da água, encontram-se representadas na Figura 25. Em relação às concentrações de clorofila a, apenas existem registos para uma das estações de monitorização (Seixo). Esta lacuna, irá ser corrigida através das campanhas de monitorização que começaram em 7 de Outubro de /57

42 LO1 LO2 LO3 LO4 LO5 LO6 Pedra Furada Seixo Poça das Ferrarias Ponta Branca Bico dos Corvos Quinta do Barroso Figura 25 Localização das Estações do INAG MAPAS DE CONCENTRAÇÕES Neste capítulo pretende-se apresentar a distribuição espacial da concentração das propriedades na Lagoa de Óbidos. Os mapas de concentração são apresentados para as diferentes estações do ano, uma vez que se pretende caracterizar também a variação sazonal de algumas propriedades. Tal como já foi referido anteriormente, os mapas de concentrações das diferentes propriedades estão agrupados de acordo com as suas características físico-químicas, biológicas e microbiológicas. No canto superior esquerdo das figuras estão representadas as várias classes de acordo com a variação da concentração na Lagoa de Óbidos, sendo esta representada por pontos de tamanhos diferentes, que aumentam de acordo com as respectivas gamas de valores Parâmetros Físico-Químicos ph O ph da água representa uma medida da sua acidez ou da sua alcalinidade. A importância do ph prende-se essencialmente com a sua influência no ciclo do carbonato de cálcio e parâmetros associados: anidrido carbónico, dureza, alcalinidade, magnésio. A partir do ph da água é possível determinar a solubilidade e disponibilidade biológica dos nutrientes (fósforo, azoto e carbono) e metais pesados (Chumbo, Cádmio entre outros). 36/57

43 Os níveis de ph aceitáveis variam entre 6.5 e 8.5, enquanto que os níveis considerados óptimos variam entre 7.0 e 8.0. Os mapas de ph para a Lagoa de Óbidos encontram-se representados Figura 26. Da análise da figura, verifica-se que o valor de ph é mais ou menos uniforme em toda a lagoa, e que a gama de valores se encontra dentro dos limites considerados óptimos. Primavera Verão Outono Inverno Figura 26 Mapas de ph na Lagoa de Óbidos Oxigénio Dissolvido O oxigénio dissolvido detém um papel importante nos ecossistemas marinhos, participando em muitas reacções químicas e biológicas que constituem a dinâmica do ecossistema. O oxigénio dissolvido na água é continuamente consumido na respiração, tanto das plantas como dos animais. Por outro lado é produzido pelas plantas através da fotossíntese durante os períodos de luz, ou seja ao longo do dia. A respectiva concentração é variável com a temperatura, a salinidade e a pressão parcial do gás na atmosfera. Geralmente, os níveis aceitáveis de oxigénio situam-se entre 7-8 mg/l, sendo os níveis óptimos considerados por volta dos 9 mg/l. A diminuição acentuada dos níveis de oxigénio é um dos 37/57

44 principais indicadores de Eutrofização. Esta diminuição pode ser causada normalmente por dois motivos: (i) excesso de algas e/ou (ii) excesso de matéria orgânica. No primeiro caso, apesar das algas serem produtoras de oxigénio durante o dia, durante a noite representam mais um dos elementos consumidores podendo por isso, levar a situações de anoxia matinal. No segundo caso, a diminuição do oxigénio dá-se devido ao consumo que alimenta a actividade microbiana de mineralização da matéria orgânica. A concentração de oxigénio dissolvido na Lagoa de Óbidos encontra-se apresentada na Figura 27. Embora resultados anteriores (ICTM, 1994), demonstrassem não existir problemas de oxigénio na lagoa junto do Braço da Barrosa, actualmente essa zona já apresenta graves problemas no que respeita a este aspecto como se pode confirmar a partir das concentrações apresentadas na Figura 27 onde se pode observar que a gama de valores se situa entre os 0 e 4 mg/l. Esta depleção pode estar associada ao excesso matéria orgânica (devido ao crescimento excessivo de algas). Com excepção desta zona, as concentrações apresentam valores muito próximos dos valores de saturação. Primavera Verão Outono Inverno Figura 27 Mapas de concentração de oxigénio na Lagoa de Óbidos. 38/57

45 Temperatura Os mapas de temperatura estão apresentados na Figura 28. Através da análise dos mapas para as diferentes estações do ano verifica-se uma vincada variação sazonal, sendo os valores mais elevados atingidos na estação de Verão. Nesta altura o período de radiação solar é mais longo e intenso quando comparado com a época de Inverno, permitindo assim um aquecimento mais rápido das camadas superficiais. Durante o Verão são atingidos valores na ordem dos 20 a 22 ºC enquanto que no Inverno os valores de temperatura se situam entre os 12 e os 14 ºC. Primavera Verão Outono Inverno Figura 28 Mapas de temperatura na Lagoa de Óbidos Salinidade A salinidade é um parâmetro de grande relevância. Uma vez que não é afectada por nenhum tipo de processo para além do transporte e mistura representa um excelente indicador dos processos de transporte. Os valores de salinidade na lagoa dependem do balanço entre caudal das fontes de água doce e maré. Da análise da Figura 29, verifica-se a distribuição de salinidade 39/57

46 é praticamente homogénea, o que era de esperar, uma vez que os rios afluentes à lagoa, tal como se verificou através da caracterização hidrodinâmica na Secção 5, têm um caudal desprezável face ao prisma de maré. Primavera Verão Outono Inverno Figura 29 Mapas de salinidade na Lagoa de Óbidos Sólidos Suspensos Totais (SST) Os SST representam a matéria particulada em suspensão na água. Estes têm uma grande relevância em termos de produção primária uma vez que condicionam a disponibilidade de luz, a qual depende da turbidez, ou seja, da concentração de SST bem como de outros componentes orgânicos que existem em suspensão. Na Figura 30 estão apresentadas as concentrações de SST. Da análise desta figura pode concluir-se que as concentrações diminuem de montante para jusante. Os valores mais elevados 40/57

47 são atingidos no Inverno, e próximo das descargas dos rios, devido à ocorrência de cheias que caracterizam esta época do ano. Na sequência da campanha que ocorreu na lagoa verificou-se também que a turbidez da água diminui de montante para jusante, sendo os braços as zonas mais turvas, o que está de encontro com distribuição apresentada para os SST. Em qualquer dos casos a concentração de SST não deverá condicionar a passagem da luz, uma vez que a lagoa é caracterizada por baixas profundidades, sendo a produção primária limitada pelos nutrientes disponíveis e respectivo tempo de residência na água. Primavera Verão Outono Inverno Figura 30 Mapas de concentração de sólidos suspensos totais na Lagoa de Óbidos. 41/57

48 Nutrientes e Clorofila a Azoto Amoniacal e Azoto Inorgânico (Nitrato) A Figura 31, representa o mapa de concentrações de amónia enquanto que na Figura 32, está representado o nitrato. Num sistema natural, os produtores primários consomem principalmente as formas amoniacais (amónia) e as inorgânicas (nitrato). No caso da Lagoa de Óbidos, as fontes acrescidas de nutrientes na forma inorgânica e amoniacal, podem levar ao aparecimento de sintomas nocivos para o sistema, como falta de oxigénio, blooms de algas e mudanças de espécies. Da análise da Figura 31, verifica-se que as concentrações de amónia diminuem de montante para jusante, sendo as maiores concentrações registadas na proximidade das descargas dos rios, nomeadamente no Braço da Barrosa. Neste Braço aflui o Rio da Cal, o qual por sua vez recebe as descargas da água residuais das Caldas da Rainha. Esta ETAR, tal como referido no Capítulo 4.1.2, recebe esgotos de um número considerável de habitantes e também da Indústria de Cerâmica. Como se verificou através da quantificação relativa das descargas, a ETAR de Caldas da Rainha representava, antes da entrada em funcionamento com tratamento secundário, uma fonte importante em termos de azoto total para a Lagoa de Óbidos. Eventualmente, através das medições efectuadas na lagoa a partir de Outubro de 2004, poderão ser discutidas as novas concentrações e verificar se existe alguma relação com o tratamento considerado actualmente. Os mapas de concentração de nitrato estão apresentados na Figura 32. Da análise desta figura verifica-se que no Inverno são registados os maiores valores de nitrato, o qual poderá estar associado ao facto de nesta altura as descargas dos rios serem caracterizadas por valores mais elevados de caudal. Verifica-se ainda que concentração de nitrato não apresenta o padrão típico da variação da concentração para jusante, uma vez que esta é influenciada pela concentração de nitrato presente na água do mar devido ás trocas de água com o mar. 42/57

49 Primavera Verão Outono Inverno Figura 31 Mapas de concentração de azoto amoniacal na Lagoa de Óbidos. Primavera Verão 43/57

50 Outono Inverno Figura 32 Mapas de concentração de Nitrato na Lagoa de Óbidos Fósforo Total Na Figura 33, estão apresentadas as concentrações de fósforo total na Lagoa de Óbidos. A concentração diminui de montante para jusante, sendo a maior concentração registada no Braço da Barrosa. Este facto pode estar associado aos campos de agricultura existentes ao longo da margem Este da lagoa. A principal mancha de terrenos agrícolas ocorre na zona junto à Foz do Arelho e Braço da Barrosa tal como se constatou na Secção 3.1 através da análise do uso e ocupação de solo da Bacia Hidrográfica da Lagoa de Óbidos. Os adubos e fertilizantes usados na agricultura contêm grandes concentrações de fósforo. Os fertilizantes utilizados pela agricultura em escala crescente são arrastados, em parte, pelas águas de escorrência e assim lançados na lagoa. Primavera Verão 44/57

51 Outono Inverno Figura 33 Mapas de concentração de fosfato total na Lagoa de Óbidos Clorofila a A concentração de clorofila, que representa a actividade do fitoplâncton, pode ser bastante variável dentro da lagoa e ao longo do ano. O desenvolvimento do fitoplâncton é limitado pela temperatura, nutrientes e luz. A quantidade de luz na água está associada a vários ciclos: ciclo sazonal de intensidade luminosa (Inverno/Verão), ciclo diário (Dia/Noite), ciclo Maré Viva/Morta, Cheia/Vazia que afecta a turbidez e ainda, a ocorrência de fenómenos ocasionais como cheias, secas e blooms de algas. Em termos de transporte verifica-se que as maiores concentrações de clorofila estão, normalmente, associadas a áreas com maiores tempos de residência da água. A Figura 34 representa a concentração de clorofila a para a única estação (Seixo) onde existem registos de valores. Com o registo apenas de uma estação é muito difícil caracterizar a variação espacial deste parâmetro, pelo que esta lacuna será preenchida com os resultados da monitorização na lagoa a decorrer desde Outubro. Com base neste registo, apenas se pode dizer que o valor mais elevado ocorreu na Primavera, o qual poderá estar associado, tal como foi dito anteriormente, à variação sazonal da intensidade luminosa. No entanto a confirmação destas conclusões deverá ser confirmada por adição de novos dados. No decorrer das campanhas de monitorização da lagoa verificou-se o Braço da Barrosa apresentava uma enorme quantidade de algas. Esta constatação vai ao encontro do registo da concentração de oxigénio, uma vez que o crescimento excessivo das algas pode levar a uma depleção de oxigénio. Por outro lado, também as maiores concentrações de nutrientes se registam no Braço da Barrosa, o qual tem associado um tempo de residência elevado (~10 dias). 45/57

52 No caso do Braço do Bom Sucesso, embora apresente tempos de residência mais elevados (na ordem dos 26 dias) não apresenta as concentrações de nutrientes em excesso (tal como se verifica através dos mapas de concentração), nem níveis baixos de oxigénio, apresentando, antes pelo contrário, valores de acordo com as gamas consideradas aceitáveis. Primavera Verão Outono Inverno Figura 34 Mapas de concentração de clorofila a na Lagoa de Óbidos Parâmetros Microbiológicos As bactérias do grupo coliforme são utilizadas como indicador biológico da contaminação fecal. A contaminação das águas por fezes humanas e/ou animais pode ser detectada pela presença de bactérias deste grupo. Assim, a determinação da concentração de coliformes assume importância como parâmetro indicador da qualidade da água. Na Figura 35, estão representados os mapas de concentração de bactérias coliformes termotolerantes. As concentrações estão representadas em forma de gráficos de barras, estando 46/57

53 a escala representada no canto inferior direito da figura. É de referir que as concentrações foram representadas em escala logarítmica para permitir uma melhor visualização das zonas onde existem baixas concentrações. Da análise da figura, verifica-se que as maiores concentrações de bactérias coliformes termotolerantes se registam no Braço da Barrosa podendo estar associadas aos esgotos provenientes da ETAR das Caldas da Rainha. É de salientar também, que na estação da embocadura (Pedra Furada), os valores registados para o Verão são superiores aos apresentados para as outras épocas do ano, estando associados à variação sazonal de população que caracteriza esta zona durante este período. A concentração de bactérias coliformes termotolerantes nas duas estações de montante, Seixo e Bico dos Corvos, é superior aos registos apresentados para as outras épocas do ano, podendo estar associada aos períodos de cheias que caracterizam o Inverno. Primavera Verão Outono Inverno Figura 35 Mapas de concentração bactérias coliformes termotolerantes na Lagoa de Óbidos. 47/57

54 6.2. AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS AMOSTRADOS Existem na literatura várias metodologias para a avaliação da qualidade da água, nas quais são sugeridas, ou impostas, amostragens para determinados parâmetros que se consideram fundamentais na classificação das águas relativamente aos seus possíveis usos. No caso do da Lagoa de Óbidos o interesse recai nos documentos referentes às imposições legais em termos de descargas de efluentes e ainda em documentos relativos ao fenómeno de eutrofização. Desta forma, consideram-se importantes por um lado as imposições vigentes no Decreto-Lei N.º236/98 de 1 de Agosto, em particular os tópicos relativos a águas para suporte de vida aquícola e, por outro lado, as metodologias sugeridas quer pelo INAG (Instituto da Água) para a Classificação da Qualidade da Água para usos Múltiplos Avaliação segundo o critério de Eutrofização De acordo com alguns autores, foram estipulados valores típicos de concentrações para alguns parâmetros, os quais permitem a caracterização dos ecossistemas como Oligotróficos, Mesotróficos e Eutróficos. Um sistema Eutrófico, tal como o próprio nome sugere, é um sistema eutrofizado, ou seja, apresenta concentrações de nutrientes e algas em excesso. Os sistemas Oligotróficos são sistemas pobres e pouco produtivos, que, ao contrário dos Mesotróficos são sistemas produtivos. Por exemplo, Wetzel (1993) considera três estados tróficos diferentes, enquanto que a OCDE ( considera 5, incluindo além das classes mencionadas anteriormente uma classe Ultra-Oligotrófica e Hiper-Eutrófica. De seguida são apresentados os valores típicos de acordo com Wetzel. Em Portugal, o INAG não tem definido um critério de classificação objectivo para águas costeiras, pelo que se opta por aplicar a classificação referida por Wetzel (1993). Tabela 11 Valores médios anuais (mg/m 3 ) segundo Wetzel (Wetzel, 1993). Parâmetros Oligotrófico Mesotrófico Eutrófico Fósforo total < >55.5 Azoto total < >1314 Clorofila a < >9.5 Seria de todo interessante aplicar esta classificações a certas zonas da lagoa, nomeadamente em cada um dos braços, corpo central e perto da comunicação da lagoa com o mar, permitindo assim caracterizar o estado trófico da lagoa de acordo com a variação espacial das propriedades. Assim, com base nos valores apresentados nos mapas de concentrações, calcularam-se os valores médios anuais de azoto total, fósforo total, clorofila a e OD. Estes 48/57

55 valores foram comparados com os referidos por Wetzel (1993) permitindo assim, fazer a caracterização da lagoa de acordo com a distribuição das estações apresentadas. Esta abordagem seria ainda mais completa, se existissem dados de clorofila a para todas as estações de monitorização analisadas. De qualquer modo, esta classificação poderá ser feita de novo, aquando o preenchimento das lacunas com os dados de campo obtidos no âmbito do projecto de monitorização com as Águas do Oeste. O resultado segundo a classificação de Wetzel está apresentado na Tabela 12. Da análise da Tabela 12, verifica-se que, através das concentrações apresentadas a zona da barra e todo o corpo central é classificada como oligotrófica, a zona do Braço do Bom Sucesso e Poça das Ferraria, são classificadas como sendo mesotróficas, sendo assim consideradas como zonas produtivas e a zona do delta do Rio Arnóia e Braço da Barrosa como sendo zonas eutrofizadas. Deve, também referir-se, que as zonas que actualmente estão apontadas como sendo as mais problemáticas, foram classificadas como estando eutrofizadas segundo Wetzel e também segundo a classificação adoptada pelo INAG. Tabela 12 Caracterização da Lagoa de Óbidos com base na classificação proposta por Wetzel (1993). Parâmetros Pedra Poça das Ponta Bico dos Quinta do (mg/m 3 Seixo ) Furada Ferrarias Branca Corvos Barrosso Azoto Total Fósforo Total Clorofila a Para uma melhor visualização, os resultados discutidos anteriormente, encontram-se identificados na Figura 36. No corpo central da lagoa não existe nenhuma estação de monitorização uma vez que a estação de Pedra Furada se localiza mais perto da barra. De qualquer modo pode-se considerar que todo o corpo central tem uma distribuição de concentrações semelhantes ás verificadas em Pedra Furada, uma vez que os tempos de residência na zona da barra e corpo central são semelhantes, tal como se verificou através da caracterização hidrodinâmica da lagoa na secção 5. Esta afirmação pode ser confirmada através dos resultados das campanhas a decorrer na lagoa uma vez que segundo o Programa de Monitorização apresentado ás Águas do Oeste apresenta-se um ponto para monitorizar nesta zona mais central. 49/57

56 Figura 36 Identificação das zonas apresentadas segundo a classificação de Wetzel. 50/57

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