SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE ASSOCIATIVISMO NOS ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA NO CENTRO-SUL TOCANTINENSE

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1 TODO O TEXTO DEVE SER ELABORADO USANDO FONTE TIMES NEW ROMAN COM PARÁGRAFOS JUSTIFICADOS, TAMANHO E ESPAÇAMENTO DE ACORDO COM CADA ITEM DISPOSTO ABAIXO. OS ARQUIVOS DEVERÃO SER ENVIADOS EM PDF. SISTEMATIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES SOBRE ASSOCIATIVISMO NOS ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA NO CENTRO-SUL TOCANTINENSE Cadastrado no PIBIC/PIVIC) Pn3 #001/2112 Nome dos autores:josé Pedro Cabrera Cabral & Álvaro Adriano F. Santos Aluno do Curso de História ; Campus de Porto nacional; eusoualvn@gmail.com PIBIC/CNPq, PIBITI/CNPq ou PIBIC/CNPq/AF ou PIBIC/UFT ou PIVIC/UFT Orientador: Jose Pedro Cabrera Cabral do Curso de História; Campus de Porto Nacional; e- mail:josepedro@uft.edu.br Álvaro Adriano Fernandes Santos Aluno do Curso de História ; Campus de Porto Nacional eusoualvn@gmail.com PIBIC/CNPq. INTRODUÇÃO A região centro-sul tocantinense delimitada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária INCRA como a microrregião de Palmas é composta por nove (9) municípios que possuem 43 assentamentos da reforma agrária cadastrados no Ministério de Desenvolvimento Agrário MDA. Estes 43 assentamentos envolvem famílias já assentadas. A distribuição dos assentamentos em relação aos municípios é: Brejinho de Nazaré (1), Fátima (1), Ipueiras (2), Lajeado (1), Miracema (5), Monte do Carmo (9), Palmas (5), Porto Nacional (17) e, Tocantinia (2) assentamentos respectivamente. Observe-se que Porto Nacional e Monte do Carmo são os dois municípios que maior quantidade de assentamentos possuem, abrangendo mais de 50% de toda a região. (MDA-IBGE, 2011).

2 Estes assentamentos tem uma grande diversidade em relação a sua produção, passando desde uma agricultura estritamente para a subsistência, sendo fornecedores do Programa de Merenda Escolar e criadores de animais de pequeno porte destinado ao consumo do mercado local. Mais, há algumas características que são comuns para a grande maioria desta população: a) não possuem infraestrutura adequada para produzir; b) tem problemas de transporte para deslocar sua produção para os centros de comercialização; c) enfrentam problemas comuns com atravessadores que ficam com a maior parte do lucro; d) falta de assistência técnica e extensão rural de forma contínua e eficiente; e) não tem acesso adequado à educação nem a serviços de saúde básica e; f) enfrentam sérios problemas de saneamento básico e nenhum dos assentamentos possui água potável, entre outros problemas. MATERIAL E MÉTODOS Na fase de análise das informações empíricas se estudaram os dados coletados durante a realização do II Seminário do Centro de Capacitação de Jovens da Agricultura Familiar - CJAF da Escola Família Agrícola de Porto Nacional. O material coletado neste seminário nos possibilitou a ampliação da amostra pretendida em nosso projeto, inicialmente se limitava aos municípios de Porto Nacional e Monte do Carmo. Ao estudarmos os resultados do seminário do CJAF observamos que não somente passamos a estudar o centro-sul tocantinense com uma área de 10 municípios senão que, ampliamos nossa amostra também em relação as associações totalizando 23 associações. Durante os dias 30 e 31 de março de 2012 foi realizado o II Seminário do Centro de Capacitação de Jovens da Agricultura Familiar CJAF da Escola Família Agrícola EFA de Porto Nacional. No seminário participaram jovens alunos da EFA e suas famílias, assim como agricultores, assentados da reforma agrária e comunidades quilombolas da região. As informações foram coletadas em questionários e através de entrevistas com os participantes do seminário. Um dos objetivos do II Seminário foi o de realizar um diagnóstico inicial sobre a existência e funcionamento de associações produtivas na região.

3 Os questionários se aplicaram a uma população de 93 pessoas representantes das diversas associações participantes, o procedimento foi de aplicação do questionário em grupos, ou seja, formaram-se 23 grupos (cada um correspondendo a uma associação), onde um entrevistador aplicava o questionário coletivamente, coletando assim dados de uma mesma associação com a participação de vários integrantes da mesma associação. Além desta atividade se realizaram entrevistas semiestruturadas com 20 agricultores participantes do seminário que participam na gestão das associações. As associações participantes do II Seminário estão localizadas nos municípios de: Palmas (2 associações), Porto Nacional (6), Brejinho de Nazaré (4), Rio Sono (2), Chapada de Natividade (1), Ponte Alta (4), Monte do Carmo (1), Marianópolis (1), Caseara (1) e Nova Rosalândia (1). No total participaram 23 associações de agricultores, legalmente constituídas como tal. O número de famílias constituintes destas associações é de e o número de pessoas envolvidas é de RESULTADOS E DISCUSSÃO A população participante em cada grupo de associações é a seguinte: nas 12 associações de assentados da reforma agrária participam 881 famílias envolvendo a pessoas; nas 2 associações quilombolas participam 113 famílias envolvendo 900 pessoas e; nas 9 associações de agricultores familiares participam 180 famílias envolvendo 723 pessoas. Em termos gerais, a produção destas associações se distribui nos seguintes produtos: 18% mandioca, 17% milho, 15% frango, 13% arroz, 9% banana, 9% pecuária, 8% feijão, 6% suínos e, 5% hortifrutigranjeiros. A partir da realização de entrevistas e aplicação de questionários semi estruturados durante a realização do II Seminário do CJAF observamos a existência de problemas/dificuldades que estas associações relataram. Estes problemas ou potenciais temáticos para serem abordadas como desafios a serem superados podem-se classificar em dois grandes grupos: a) problemas de produção e falta de infraestrutura e; b) dificuldades nos processos de gestão das respectivas associações. Num primeiro momento, observamos que estes

4 problemas são, pelo geral, comum a todas as associações independentemente de elas serem de agricultores familiares, quilombolas ou assentados. Conforme manifestação do entrevistado 1: Temos dificuldades para produzir por falta de estrutura adequada, não conseguimos levar nossa produção para vender na cidade. [...] A associação é outro dos grandes problemas, não conseguimos fazê-la funcionar direito. O entrevistado 2, expressou: O problema está em que não temos a infraestrutura necessária para trabalhar e muito menos para comercializar: faltam estradas, para poder ir para a cidade a vender a produção [...] A associação não funciona por que ninguém que assumir a presidência e por que quem acaba assumindo não sabe o que fazer. O primeiro grupo problemas/dificuldades de produção e falta de infraestrutura apontou as seguintes informações: como principal problema 25%, a falta de transporte para o escoamento da produção em direção aos centros de comercialização, 19% apontou para a baixa qualidade do solo, 15% para a falta de assistência técnica e extensão rural, 13% a falta de selos certificadores para poder comercializar os produtos, 11% assinalou a infraestrutura deficitária fundamentalmente vinculada a falta de estradas de acesso aos locais de produção, 9% indicou a desvalorização da produção (preços baixos) como dificuldade de relevância e, 8% manifestou dificuldades de acesso a financiamento. Outro ponto levantado pelos agricultores foi à dificuldade de comercializar seus produtos sem o selo. A adaptação às novas normas sanitárias para a comercialização de carnes e derivados e leites e derivados tem se tornado uma grande dificuldade para os pequenos agricultores. Eles manifestam não ter condições de obter o selo e de não saber como organizarse para tramitar esta exigência legal. Isto associado à falta de infraestrutura.

5 Quando questionados sobre os motivos pelo qual a gestão de sua associação não se insere num processo participativo, os entrevistados assinalaram como primeira dificuldade (55%) a falta de capacitação para os processos de gestão, em segundo lugar, 25% falta de tempo para se dedicar à gestão e, em terceiro lugar, 20% desinteresse. O argumento de não compreender os processos de gestão permeou os três grupos de respostas. Um elemento a considerar como informação complementar de relevância é que nenhuma das associações conta com um planejamento operacional e muito menos com um planejamento estratégico. De igual forma quando perguntados sobre custos de produção nenhuma associação soube qual era seu custo de produção para nenhum de seus produtos comercializados. LITERATURA CITADA ARCOVERDE, Ana Cristina Brito. Desenvolvimento social na economia globalizada. Recife: UFPE, CALLOU, Fernandes Angelo Brás. Extensão rural e desenvolvimento local: significados contemporâneos. In: Universita, São Leopoldo: Unisinos, vol.1, n o 3, julho de CJAF. I Relatório de atividades do Centro de Capacitação de Jovens da Agricultura Familiar. Porto Nacional, EFA, CJAF. Relatório do I Seminário do CJAF. Porto Nacional, EFA, CJAF. Relatório do II Seminário do CJAF. Porto Nacional, EFA, CJAF. Relatório do III Seminário do CJAF. Porto Nacional, EFA, MDA-INCRA. Relatório da Diretoria de obtenção de terras e implantação de projetos de assentamentos. INCRA: Brasília, impresso, 10/02/2011 AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CNPq Brasil