DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES. Disposições Gerais Art. 389 à 393 do CC
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- Leandro Azevedo Fonseca
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1 DO INADIMPLEMENTO DAS OBRIGAÇÕES Disposições Gerais Art. 389 à 393 do CC
2 Obrigatoriedade dos Contratos De acordo com o secular princípio da obrigatoriedade dos contratos (pacta sunt servanda lei ), os contratos devem ser cumpridos. O não-cumprimento acarreta, em consequência, a responsabilidade por perdas e danos. Carlos Roberto Gonçalves
3 Código Civil Art Inadimplemento Absoluto: quando a obrigação não foi cumprida e nem poderá sê-lo de forma útil ao credor; Presume-se a culpa;
4 Sílvio Rodrigues A conseqüência do inadimplemento da obrigação é, assim, o dever de reparar o prejuízo. De modo que, se a prestação não foi cumprida, nem puder sê-lo, proveitosamente, para o credor, apura-se qual o dano que este experimentou, impondo-se ao inadimplente o mister de indenizá-lo.
5 Código Civil Art Nas hipóteses de não-cumprimento da obrigação e de cumprimento imperfeito, com inobservância do modo e do tempo convencionados, a consequência é a mesma: o nascimento da obrigação de indenizar o prejuízo causado ao credor.
6 Código Civil Art A responsabilidade civil é patrimonial os bens do devedor responderão pela dívida;
7 Código Civil Art Contratos benéficos: ou gratuitos, são aqueles em que apenas um dos contratantes aufere benefícios ou vantagem (esse responde por simples culpa - leve), para o outro só há obrigação, sacrifício (esse responde por dolo ou culpa grave); Ex. doações puras e simples Comodato quem recebe não cuida responde perdas e danos; quem fornece - Responde apenas quando agir com dolo.
8 Contrato Oneroso Cada uma das partes responderá por culpa (salvo algumas exceções), devendo indenizar o prejudicado, visto que ambas têm direitos e deveres recíprocos, devendo responder em pé de igualdade por culpa ou dolo.
9 Código Civil Art Caso Fortuito e Força Maior: Constituem excludentes da responsabilidade civil, contratual ou extracontratual, pois rompem o nexo de causalidade. O traço característico das referidas excludentes é a inevitabilidade, é estar o fato acima das forças humanas. Assim como, não se verifica o elemento culpa, do contrário não haveria caso fortuito ou força maior!
10 Distinção Caso fortuito a expressão é empregada para designar fato ou ato alheio à vontade das partes, como greve, motim, guerra, etc. Força maior utilizado para os fenômenos naturais, como raio, tempestade, terremoto, etc.
11 Art. 394 à 401 do CC DA MORA
12 Código Civil Art Mora é o retardamento ou o imperfeito cumprimento da obrigação. Por modo imperfeito entende-se, o cumprimento em lugar ou forma diversa da convencionada.
13 R. Limongi França A mora vem a ser, não só a inexecução culposa da obrigação, mas também a injusta recusa de recebê-la no tempo, no lugar e na forma devidos.
14 Mora x Inadimplemento Absoluto Quando a obrigação não foi cumprida em tempo, lugar e forma devidos, mas poderá sê-lo, proveitosamente, para o credor, dá-se o nome mora. Ex: Atraso em uma parcela de um pagamento ainda serve pago e mais perdas e danos/juros/etc Quando a obrigação não foi cumprida, nem poderá sê-lo, proveitosamente, para o credor, dá-se o inadimplemento absoluto. Ex: Salgados para uma festa não entregou amanhã não adianta mais vou requer as perdas e danos;
15 a) Haverá mora quando o devedor ainda puder cumprir a obrigação, possibilitando ao credor receber a prestação que lhe interessa, e inadimplemento absoluto se não houver tal possibilidade, ou porque a coisa devida pereceu, ou porque já se tornou inútil ao credor (RT, 496:147); b) A mora poderá ser purgada, o mesmo não acontecendo com o inadimplemento absoluto (RT, 482:166).
16 Consequências O contratante moroso, isto é, o devedor que não efetuar o pagamento e o credor que não o quiser receber no tempo, lugar e forma convencionados, responde pela reparação do prejuízo a que sua mora der causa. (Art. 395) A mesma pena, de reparação das perdas e danos, aguarda o devedor absolutamente inadimplente.
17 Espécies A mora tanto pode ser do devedor quanto do credor. 1. A mora do devedor (mora solvendi) ocorre quando este deixa de efetuar o pagamento na forma, tempo e lugar. 2. A mora do credor (mora accipiendi) se dá quando este, sem justa causa, se recusa a receber o pagamento.
18 Espécies de Mora do Devedor Mora ex re; (em razão de fato previsto na lei) Ex: Se o comodato, foi celebrado por dois anos, vencido esse prazo o comodatário incorrerá em mora de pleno direito (ex re), ficando sujeito a ação de reintegração de posse, como esbulhador; (art. 397)
19 Mora ex persona. (depende de providência do credor)
20 Exemplo (ex persona) Se não foi fixado prazo de duração do comodato, a mora do comodatário se configurará depois de interpelado ou notificado, pelo comodante, com o prazo de trinta dias. Somente depois de vencido esse prazo será considerado esbulhador (em mora). (parágrafo único, art. 397)
21 Exceção - Imóveis loteados à prestações não paga lei 6.766/79 e Decreto Lei n 58/37 só incorre em mora após notificação judicial ou extrajudicial; - Súmula 76 do STJ A falta de registro do compromisso de compra e venda de imóvel não dispensa a prévia interpelação para constituir em mora o devedor.
22 Superior Tribunal de Justiça Súmula 54 Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual. Ex: atropelamento indenização juros correrá da data do evento; (extracontratual) - Contratual acidente ônibus juros data da citação
23 Requisitos mora solvendi (do devedor) a) Exigibilidade da prestação líquida, certa, vencida mas ainda proveitosa ao credor; b) Inexecução culposa precisa haver culpa por fato imputável ao credor (art. 396) c) Constituição em mora - somente quando for mora ex persona;
24 Efeitos a) Responsabilização por todos os prejuízos causados ao credor; (Art. 395 do CC) b) Perpetuação da obrigação se já estava em mora responde mesmo por caso fortuito e força maior; (Art. 399 do CC)
25 Exemplo (parte final do art. 399 CC) Por conseqüência de um raio, ambas as casas, a do devedor e a do credor, tiveram todos os objetos existentes em seu interior destruídos, na pendência da mora. Neste caso, teria sobrevindo dano à coisa, de qualquer forma, ou seja, mesmo que a obrigação de restituir tivesse sido cumprida a tempo.
26 Mora do Credor A mora do credor decorre do retardamento em receber a prestação, tendo como pressupostos: a) Vencimento da obrigação; b) Oferta da prestação precisa ter sido oferecida e recusada; c) Recusa injustificada em receber; d) Constituição em mora - mediante a consignação em pagamento
27 Código Civil Art Pode-se purgar a mora somente quando for proveitosa ainda ao credor, se não for será inadimplemento absoluto;
28 Purgação da mora Purgar ou emendar a mora é neutralizar seus efeitos. Aquele que nela incidiu corrige, sana a sua falta, cumprindo a obrigação já descumprida e ressarcindo os prejuízos causados à outra parte.
29 DAS PERDAS E DANOS Art. 402 à 405 do Código Civil
30 Conceito O Inadimplemento do contrato causa, em regra, dano ao contraente pontual. Pode ser material, por atingir e diminuir o patrimônio do lesado, ou simplesmente moral, ou seja, sem repercussão na órbita financeira deste.
31 Código Civil Art CC Compreendem, pois, o dano emergente e lucro cessante, devem cobrir todo o prejuízo experimentado pela vítima;
32 De Plácido e Silva Dano emergente é o que consiste na perda efetivamente sofrida. É o prejuízo real ou aquilo que se perdeu, em virtude de ato praticado ou do fato ocorrido. Lucros cessantes são os ganhos que eram certos ou próprios ao nosso direito, que foram frustrados por ato alheio ou fato de outrem, o que se deixou de ganhar;
33 Exemplo Se um ônibus é abalroado culposamente, deve o causador do dano ressarcir todos os prejuízos efetivamente sofridos por seu proprietário, incluindo-se as despesas com os reparos do veículo (dano emergente), bem como o que a empresa deixou de auferir no período em que permaneceu na oficina (lucro cessante). Apura-se, pericialmente, o lucro que a empresa obtinha por dia, e chega-se ao quantum que ela deixou de lucrar.
34 Limites na fixação dos Lucros cessantes a) Só se deve cogitar daqueles lucros direta e imediatamente do inadimplemento; b) Só se computam os lucros que foram ou podiam ser previstos na data da obrigação.
35 Exemplo Um negociante vende, a um lavrador, uma vaca que sabe que está doente e que contagia o rebanho do adquirente. Deve o alienante indenizar não só o valor do animal vendido como o daqueles que morreram em virtude do contágio. (parte I)
36 Parte II Pode ocorrer, de a moléstia se propagar aos bois de serviço, de modo a impossibilitar o cultivo da terra, daí resultando maiores prejuízos. Estes, contudo, situando-se mais distantes do fato lamentável, não são reparáveis pois não constituem conseqüências diretas dele.
37 Perdas e danos e Obrigação pecuniária - Art. 404 CC Se a obrigação não cumprida consistir em pagamento, a estimativa do dano emergente ou positivo devidamente atualizada segundo índices oficiais já estará previamente estabelecida pelos juros moratórios e custas processuais, sem prejuízo da pena convencional.
38 Indenização suplementar - Parágrafo único do Art. 404 CC Se se comprovar que os juros da mora não cobrem as perdas e danos, não havendo cláusula penal, o órgão judicante poderá conceder ao credor uma indenização suplementar que abranja todo o prejuízo por ele sofrido.
39 Momento da fluência Dos juros moratórios Art O dies a quo para a contagem dos juros é o da citação inicial para a causa, salvo contra a Fazenda Pública (STF, súmula 163).
40 Art. 405 Tal regra se aplica somente aos casos de inadimplemento e responsabilidade contratual, pois, nas obrigações provenientes de ato ilícito (responsabilidade extracontratual), considera-se o devedor em mora, desde que o praticou (CC, art. 398).
Art Não havendo fato ou omissão imputável ao devedor, não incorre este em mora.
O inadimplemento obrigacional é tratado nos artigos 389 a 420, do CC e se trata do não cumprimento de uma prestação por culpa do devedor. É necessário que haja uma conduta imputável ao devedor para que
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