Alienação fiduciária em garantia
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- Ester Peixoto
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1 Surgimento: necessidade de criação de novas garantias reais para proteção do direito ao crédito Finalidade: transferência do direito de propriedade de com fins de garantia Outros exemplos de garantias reais: hipoteca, penhor Alto custo e morosidade de execução Superposição e preferência de algumas pessoas: ex. Estado crédito fiscal tem preferência sobre o crédito hipotecário não importa a data de constituição do crédito (Código Tributário) Como funciona a AFG? Credor = proprietário do bem Devedor = posse direta do bem
2 Diferenças entre venda com reserva de domínio e AFG VRD = o vendedor fica com a posse do bem até o preço ser pago (pode ser usado por pessoas físicas e empresários) / a propriedade só se transfere após o pg AFG = o devedor fica com a posse do bem enquanto paga (usado por inst. Fin. Que garante a operação) / o credor tem propriedade resolúvel Ex. Fulano quer comprar um carro, mas não tem dinheiro (explicar a operação e a nomenclatura) Partes Fiduciante = devedor / alienante = adquire o bem e aliena fiduciariamente, fica na posse dta Fiduciário = credor / financiador = adquire o bem, fica com a posse indireta
3 Quem pode ser fiduciário? A princípio somente inst. Financeiras, estatais e paraestatais registradas no BCB Exceções!! INSS, agências de fomento, sociedades de crédito ao microempreendedor Classificação Bilateral, comutativo, formal, solene Legislação aplicável: Lei n /65 com alterações do DL 911/69 Desde 1997 passou a abranger bens imóveis Lei n /97
4 Art. 66, DL 911/69. A alienação fiduciária em garantia transfere ao credor o domínio resolúvel e a posse indireta da coisa móvel alienada, independentemente da tradição efetiva do bem, tornando-se o alienante ou devedor em possuidor direto e depositário com todas as responsabilidades e encargos que lhe incumbem de acordo com a lei civil e penal. 1º A alienação fiduciária somente se prova por escrito e seu instrumento, público ou particular, qualquer que seja o seu valor, será obrigatoriamente arquivado, por cópia ou microfilme, no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do credor, sob pena de não valer contra terceiros, e conterá, além de outros dados, os seguintes: a) o total da divida ou sua estimativa; b) o local e a data do pagamento; c) a taxa de juros, os comissões cuja cobrança for permitida e, eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de correção monetária, com indicação dos índices aplicáveis; d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os elementos indispensáveis à sua identificação.
5 O que pode ser objeto deste contrato? Coisa móvel ou imóvel Coisas futuras (art. 66, 2, DL 911/69) Coisas do próprio devedor. Súmula 28, STJ O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já integrava o patrimônio do devedor. Coisa fungível ou consumível (embora destinados ao consumo imediato, a legislação admite que sejam objeto de ALF)
6 Lei n /80. Dispõe sobre títulos de crédito comercial e dá outras providências. Art. 4º. A não identificação dos bens objeto da alienação fiduciária cedular não retira a eficácia da garantia, que incidirá sobre outros de mesmo gênero, quantidade e qualidade.
7 O que pode ser objeto deste contrato? Navios e aeronaves Navios = bens móveis por natureza, mas considerados imóveis para efeitos de transferência e garantia (sujeito a hipoteca e não penhor). Discussão pacificada após Lei n /86 (Código Brasileiro de Aeronáutica) art. 148 a 152 registro aeronáutico Veículos automotores DL 911/69, art. 66, 10 c/c Súmula 92, STJ A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no Certificado de Registro do veículo automotor. Títulos de crédito e ações TC não pode, pois não estão sujeitos ao regime de venda do CC e do DL 911/69, podem ser objeto de caução. A finalidade da AFG é a venda com garantia, mas VENDA! Ações sem problemas (arts. 40, 100, I, alínea f e 113, pu)
8 Art. 40, LSA. O usufruto, o fideicomisso, a alienação fiduciária em garantia e quaisquer cláusulas ou ônus que gravarem a ação deverão ser averbados: (...) Art. 100, LSA. A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais: I - o livro de Registro de Ações Nominativas, para inscrição, anotação ou averbação: (...) f) do penhor, usufruto, fideicomisso, da alienação fiduciária em garantia ou de qualquer ônus que grave as ações ou obste sua negociação. Art. 113, LSA. O penhor da ação não impede o acionista de exercer o direito de voto; será lícito, todavia, estabelecer, no contrato, que o acionista não poderá, sem consentimento do credor pignoratício, votar em certas deliberações. Parágrafo único. O credor garantido por alienação fiduciária da ação não poderá exercer o direito de voto; o devedor somente poderá exercê-lo nos termos do contrato.
9 Efeitos do contrato de AFG O devedor transfere o domínio do bem financiado como garantia real da dívida contraída O credor adquire o direito à constituição da propriedade fiduciária, mediante o registro do contrato; paga a dívida resolve-se a propriedade
10 Inadimplemento e mora Súmula 72, STJ A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente.
11 Art. 2, 2, DL 911/69 A mora decorrerá do simples vencimento do prazo para pagamento e poderá ser comprovada por carta registrada com aviso de recebimento, não se exigindo que a assinatura constante do referido aviso seja a do próprio destinatário.
12 Comprovante de recebimento de carta registrada Devedor PJ (preposto ok) Devedor PF STJ diverge em relação a recebimento por pessoa diversa do devedor (art. 54, 2, CDC) Execução
13 Art. 3 o O proprietário fiduciário ou credor poderá, desde que comprovada a mora, na forma estabelecida pelo 2 o do art. 2 o, ou o inadimplemento, requerer contra o devedor ou terceiro a busca e apreensão do bem alienado fiduciariamente, a qual será concedida liminarmente, podendo ser apreciada em plantão judiciário.
14 Art. 2 o No caso de inadimplemento ou mora nas obrigações contratuais garantidas mediante alienação fiduciária, o proprietário fiduciário ou credor poderá vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato, devendo aplicar o preço da venda no pagamento de seu crédito e das despesas decorrentes e entregar ao devedor o saldo apurado, se houver, com a devida prestação de contas. 1º O crédito a que se refere o presente artigo abrange o principal, juros e comissões, além das taxas, cláusula penal e correção monetária, quando expressamente convencionados pelas partes. (...) 3º A mora e o inadimplemento de obrigações contratuais garantidas por alienação fiduciária, ou a ocorrência legal ou convencional de algum dos casos de antecipação de vencimento da dívida facultarão ao credor considerar, de pleno direito, vencidas todas as obrigações contratuais, independentemente de aviso ou notificação judicial ou extrajudicial.
15 Prisão do devedor (depositário infiel) - Pacto de San José da Costa Rica (não cabe mais prisão civil por dívida, só em caso de alimentos) - Súmula 619, STF. A prisão do depositário judicial pode ser decretada no próprio processo em que se constituiu o encargo, independentemente da propositura de ação de depósito. (Revogada)
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